Dando continuidade ao momento de homenagear a arte de Glenn Spearman, também é relembrada a música de Marco Eneidi, que infelizmente faleceu em 24/05/2016 e este post já antecipa um mês antes de completar 2 anos de sua prematura partida.
Marc “Marco” Bennett Eneidi nasceu em Portland, Oregon, em 01/11/1956, estudoiu na Mt. Hood Community College em Portland e Sonoma State University em Rohnert Park, California, onde estudou música africana, do norte da Índia e Bali, se interessou pela etno-musicologia.
Nos anos 1980 em New York, conheceu Jemeel Moondoc, William Parker, Roy Campbell, Jr. e Denis Charles. Como muitos músicos, também tocou nas ruas para sobreviver. Em seu apartamento, fez muitas sessões particulares a maioria em dueto com o baterista e amigo Jackson Krall. William Parker o convidou para participar de sua orquestra, onde fez amizade com o saxofonista Jim Pepper e teve contato com veteranos como Dewey Redman, Rashied Ali, Ed Blackwell, C. Sharpe e Don Cherry, os quais considera como mentores.
Tocou com muitos jovens músicos na University of Wisconsin-Madison e Antioch College quando Cecil Taylor lecionou nos anos 70 e sua influência sobre Eneidi foi contundente.
Também precisou trabalhar fora da música para sobreviver, como motorista de taxi nos anos 80, aplicação de amianto e construções. teve que migrar temporariamente para a costa oeste para fazer dinheiro e num desses períodos, teve aulas de música clássica do norte da Índia na Ali Akbar College of Music em San Rafael, California e aulas com o saxofonista Bert Wilson em Olympia, Washington.
Infelizmente muito da música feita por Eneidi nos anos 80 não foram registradas, como seu trabalho com o Earl Cross Nonet, Saheb Sarbib’s Multinational Big Band, os conjuntos de William Parker e Sunny Murray que permanecem inéditos. Apenas uma pequena gravação do Jackson Krall’s Secret Music Society no the Shuttle Theatre.
Sua primeira gravação comercial veio através do trabalho com Bill Dixon na Bennington College. Seu primeiro LP foi gravado com William Parker e Denis Charles, que só conseguiu ser lançado de forma independente pelo selo Botticelli Records, nome em homenagem ao seu filho recém nascido, Niccolo Botticelli Eneidi
Nos anos 90 tocou com Cecil Taylor após a morte de Jimmy Lyons. Também tocou com Raphé Malik e iniciou uma grande amizade com Glenn Spearman.
Nos comentários como de costume.
terça-feira, abril 24, 2018
segunda-feira, janeiro 29, 2018
William Hooker with DJ Olive & Glenn Spearman – Mindfulness (1996)
Desde o ano de 2017 sem publicar pela falta de tempo, mas retomamos hoje, já desejando atrasado um feliz 2018! Ainda retomando as homenagens à Glenn Spearman que participou desta sessão liderada pelo baterista William Hooker e o DJ Olive completando o trio. Antes de qualquer especulação, o toca-discos cumpre o papel de instrumento musical como qualquer outro convencional. DJ Olive (Gregor Asch) conhecido como produtor de música (na maior parte música eletrônica) com forte influências do dub e improvisação livre fazendo parte dos grupos We, Lunchbox e Liminal. Também colaborou com os trabalhos de Kim Gordon, Ikue Mori, Zeena Parkins, Uri Caine, Medeski Martin and Wood, Dave Douglas e vários outros, com uma extensa discografia.
William Hooker, de Connecticut se mudou para New York em 1976 tocou com Thurston Moore, David Murray, David S. Ware, William Parker, Melvin Gibbs, Donald Miller, Elliott Sharp, Malachi Thompson, Zeena Parkins, Lee Ranaldo, DJ Spooky, Rob Brown, Roy Campbell, Mark Hennen, Steven Bernstein, Roy Nathanson, Jason Hwang, Dave Soldier, Sabir Mateen, Joseph Celli, Ellen Christi, Liudas Mockūnas, entre outros , sendo um dos mais criativos percussionistas contemporâneos e também injustamente reconhecido. Assim como o falecido também baterista Ronald Shannon Jackson, Hooker escreve e recita suas poesias no formato spoken word. Como sempre, poucas palavras e a música fala por si só. Nos comentários e mais uma vez, FELIZ 2018!
William Hooker, de Connecticut se mudou para New York em 1976 tocou com Thurston Moore, David Murray, David S. Ware, William Parker, Melvin Gibbs, Donald Miller, Elliott Sharp, Malachi Thompson, Zeena Parkins, Lee Ranaldo, DJ Spooky, Rob Brown, Roy Campbell, Mark Hennen, Steven Bernstein, Roy Nathanson, Jason Hwang, Dave Soldier, Sabir Mateen, Joseph Celli, Ellen Christi, Liudas Mockūnas, entre outros , sendo um dos mais criativos percussionistas contemporâneos e também injustamente reconhecido. Assim como o falecido também baterista Ronald Shannon Jackson, Hooker escreve e recita suas poesias no formato spoken word. Como sempre, poucas palavras e a música fala por si só. Nos comentários e mais uma vez, FELIZ 2018!
quinta-feira, setembro 28, 2017
terça-feira, julho 25, 2017
Raphe Malik Quartet - Unna (1979)
Olá amigos que acompanham o Sonorica. Foram dias atarefados e não pude publicar como gostaria.
Continuando as homenagens ao saxofonista Glenn Spearman, providencialmente o trompetista Raphe Malik foi parceiro de Speraman e também será relambrando neste pequeno espaço virtual.
Raphe Malik (Laurence Mazel), nasceu no dia 01/11/1948 em Cambridge, Massachusetts e faleceu no dia 08/03/2006 em Guilford, Vermont. No início dos anos 70, após 4 anos na Universidade de Massachusetts, mudou-se para Paris onde tocou com Frank Wright e membros do Art Ensemble Of Chicago. Ainda na metade dos anos 70, retornou à Ohio onde trabalhou com Cecil Taylor, mais intensamente nos anos 80. Apenas nos anos 90 Malik gravou como líder de sessão. Seu último registro oficial foi o Last Set: Live at the 1369 Jazz Club, gravado em 1984, ao lado de Frank Wright (sax), William Parker (baixo), Syd Smart (bateria).
Esta gravação foi captada ao vivo em 16/10/1979 - Unna, Alemanha por uma Revox A 77 e não foi lançado oficialmente até o momento. Trata-se de uma suite entitulada de Life Without Lloyd e o quarteto de Malik era composto por Glenn Spearman, saxofone tenor, Jay Oliver, baixo e Steve McCraven, bateria.
Como se trata de um arquivo digital, a capa foi confeccionada pelo Sonorica. Nos comentários
Continuando as homenagens ao saxofonista Glenn Spearman, providencialmente o trompetista Raphe Malik foi parceiro de Speraman e também será relambrando neste pequeno espaço virtual.
Raphe Malik (Laurence Mazel), nasceu no dia 01/11/1948 em Cambridge, Massachusetts e faleceu no dia 08/03/2006 em Guilford, Vermont. No início dos anos 70, após 4 anos na Universidade de Massachusetts, mudou-se para Paris onde tocou com Frank Wright e membros do Art Ensemble Of Chicago. Ainda na metade dos anos 70, retornou à Ohio onde trabalhou com Cecil Taylor, mais intensamente nos anos 80. Apenas nos anos 90 Malik gravou como líder de sessão. Seu último registro oficial foi o Last Set: Live at the 1369 Jazz Club, gravado em 1984, ao lado de Frank Wright (sax), William Parker (baixo), Syd Smart (bateria).
Esta gravação foi captada ao vivo em 16/10/1979 - Unna, Alemanha por uma Revox A 77 e não foi lançado oficialmente até o momento. Trata-se de uma suite entitulada de Life Without Lloyd e o quarteto de Malik era composto por Glenn Spearman, saxofone tenor, Jay Oliver, baixo e Steve McCraven, bateria.
Como se trata de um arquivo digital, a capa foi confeccionada pelo Sonorica. Nos comentários
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quarta-feira, maio 17, 2017
Trio Hurricane - Live at Fire in The Valley (1997)
Fire In The Valley era o festival anual de free jazz realizado na cidade de Amherst, no Estado de Massachusetts, América do Norte. O trio Hurricane liderado por Glenn Spearman já foi publicado por aqui à respeito da gravação Suite Of Winds (1986).
Live at Fire In The Valley foi um registro da apresentação de 26/06/1997, no Bezanson Recital Hall, UMASS em Amherst. É considerado um clássico do Trio Hurricane, embora haja críticas quanto a performance de Spearman. Isto talvez seja pelo fato da gravação ter limitações técnicas, pois foi registrado em apenas dois canais. William Parker é amplamente reconhecido no cenário musical mundial, inclusive se apresentando no Brasil. Paul Murphy talvez seja um nome desconhecido mas é um veterano no jazz. Natural de Worcester, Massachusetts, nasceu 1949 e começou na bateria ainda quando criança, tendo feito amizade com Gene Krupa e postriormente fez aulas com Louie Bellson. Aos 16 anos de idade, tocava regularmente com Billy Taylor, que era baixista de Duke Ellington. Nos anos 70 se tornou bandleader em San Francisco e após conhecer Cecil Taylor e Jimmy Lyons, mudou-se para New York e se tornou o baterista preferido de Lyons, até seu falecimento em 1986. Um destaque para Blues For John & Frank (uma homenagem à John Coltrane e Frank Wright) Nos comentários.
Live at Fire In The Valley foi um registro da apresentação de 26/06/1997, no Bezanson Recital Hall, UMASS em Amherst. É considerado um clássico do Trio Hurricane, embora haja críticas quanto a performance de Spearman. Isto talvez seja pelo fato da gravação ter limitações técnicas, pois foi registrado em apenas dois canais. William Parker é amplamente reconhecido no cenário musical mundial, inclusive se apresentando no Brasil. Paul Murphy talvez seja um nome desconhecido mas é um veterano no jazz. Natural de Worcester, Massachusetts, nasceu 1949 e começou na bateria ainda quando criança, tendo feito amizade com Gene Krupa e postriormente fez aulas com Louie Bellson. Aos 16 anos de idade, tocava regularmente com Billy Taylor, que era baixista de Duke Ellington. Nos anos 70 se tornou bandleader em San Francisco e após conhecer Cecil Taylor e Jimmy Lyons, mudou-se para New York e se tornou o baterista preferido de Lyons, até seu falecimento em 1986. Um destaque para Blues For John & Frank (uma homenagem à John Coltrane e Frank Wright) Nos comentários.
terça-feira, abril 04, 2017
Glenn Spearman's G-Force - Let It Go (1997)
Dando continuidade ao momento dedicado à lembrança da música de Glenn Spearman, Let It Go foi gravado em 1994 em San Francisco, com o grupo de Spearman chamado de G-Force, composto pelo guitarrista James Routhier, o baixista Lisle Ellis e o baterista Donald Robinson.
Lisle Ellis nasceu em British Columbia no Canada e começou no baixo elétrico. Fez parte do coletivo Vancouver's New Orchestra Workshop, depois se mudou para San Francisco em 1992, onde iniciou a parceria com Spearman e permaneceu até 2001. Após um período de 4 anos em San Diego, foi para New York onde permanece até hoje. Ellis tocou com Peter Brotzmann, Andrew Cyrille, Joe McPhee, Dave Douglas, Paul Plimley, Larry Ochs, Donald Robinson entre outros. No fim dos anos 90 se dedicou à eletro acústica e dividiu seu foco na música acústica dentro da improvisação no jazz e a música eletro acústica.
Donald Robinson tem uma extensa carreira no cenário musical. Nasceu em Boston, Massachusetts em 1953, estudou percussão clássica no New England Conservatory. No início dos anos 70 iniciou esteve em Paris, onde estudou com Kenny Clarke e tocou com Alan Silva, Anthony Braxton, Oliver Lake e Bobby Few. Neste período tocou pela primeira vez com Glenn Spearman onde teve início uma parceria que durou até o falecimento de Spearman em 1998. Também participou ativamente no cenário free jazz de San Francisco, tocando com John Tchicai, Marco Eneidi, Larry Ochs, Miya Masaoka, Matthew Goodheart e "visitantes" da cena, como Cecil Taylor, Wadada Leo Smith, George Lewis, Raphe Malik, Paul Plimley e quase sempre acompanhado de Lisle Ellis.
Quanto ao guitarrista James Routhier, não foi possível obter informações, que também participou das gravações de Free Worlds de Spearman.
Let It Go traz uma versão de Jerry, composta por Frank Wright. Nos comentários
Lisle Ellis nasceu em British Columbia no Canada e começou no baixo elétrico. Fez parte do coletivo Vancouver's New Orchestra Workshop, depois se mudou para San Francisco em 1992, onde iniciou a parceria com Spearman e permaneceu até 2001. Após um período de 4 anos em San Diego, foi para New York onde permanece até hoje. Ellis tocou com Peter Brotzmann, Andrew Cyrille, Joe McPhee, Dave Douglas, Paul Plimley, Larry Ochs, Donald Robinson entre outros. No fim dos anos 90 se dedicou à eletro acústica e dividiu seu foco na música acústica dentro da improvisação no jazz e a música eletro acústica.
Donald Robinson tem uma extensa carreira no cenário musical. Nasceu em Boston, Massachusetts em 1953, estudou percussão clássica no New England Conservatory. No início dos anos 70 iniciou esteve em Paris, onde estudou com Kenny Clarke e tocou com Alan Silva, Anthony Braxton, Oliver Lake e Bobby Few. Neste período tocou pela primeira vez com Glenn Spearman onde teve início uma parceria que durou até o falecimento de Spearman em 1998. Também participou ativamente no cenário free jazz de San Francisco, tocando com John Tchicai, Marco Eneidi, Larry Ochs, Miya Masaoka, Matthew Goodheart e "visitantes" da cena, como Cecil Taylor, Wadada Leo Smith, George Lewis, Raphe Malik, Paul Plimley e quase sempre acompanhado de Lisle Ellis.
Quanto ao guitarrista James Routhier, não foi possível obter informações, que também participou das gravações de Free Worlds de Spearman.
Let It Go traz uma versão de Jerry, composta por Frank Wright. Nos comentários
quarta-feira, março 01, 2017
Emergency - Homage To Peace (1970)
Após Arthur Doyle e Kalaparusha Maurice McIntyre, continuamos a relembrar a música de Glenn Spearman e também aproveito a oportunidade de relembrar a participação do meu amigo querido, o baterista Sabu Toyozumi, que participou das gravações do grupo Emergency em 1970.
Homage To Peace conta com o guitarrista Boulou Ferré (Jean-Jacques Ferret), nascido em 24/04/1951, estudou com Olivier Messiaen, aos 13 anos de idade tocou com John Coltrane no Jazz À Juan em Juan-les-Pins, Antibes. Também tocou com Dexter Gordon, Philly Joe Jones. Chet Baker, Steve Lacy, Gunter Hampel, Kenny Clarke, Warne Marsh, Steve Potts, etc. O baixista Bob Reid gravou com o grupo The Untouchable Factor de Sunny Murray e The Celestial Communications Orchestra de Alan Silva.O pianista Takashi Kako estudou composição com Olivier Messiaen e tocou com Kent Carter, Oliver Johnson. Noah Howard, Masahiko Togashi, Steve Lacy e compos trilhas para cinema e televisão. Nos comentários.
Homage To Peace conta com o guitarrista Boulou Ferré (Jean-Jacques Ferret), nascido em 24/04/1951, estudou com Olivier Messiaen, aos 13 anos de idade tocou com John Coltrane no Jazz À Juan em Juan-les-Pins, Antibes. Também tocou com Dexter Gordon, Philly Joe Jones. Chet Baker, Steve Lacy, Gunter Hampel, Kenny Clarke, Warne Marsh, Steve Potts, etc. O baixista Bob Reid gravou com o grupo The Untouchable Factor de Sunny Murray e The Celestial Communications Orchestra de Alan Silva.O pianista Takashi Kako estudou composição com Olivier Messiaen e tocou com Kent Carter, Oliver Johnson. Noah Howard, Masahiko Togashi, Steve Lacy e compos trilhas para cinema e televisão. Nos comentários.
sexta-feira, fevereiro 24, 2017
Roscoe Mitchell Sextet - Sound (1966)
Tempos trabalhosos! Hoje encerramos a série de homenagem à Kalaparusha Maurice McIntyre, até que esteja disponível algum outro registro. Nos comentários.
segunda-feira, janeiro 23, 2017
Charles Moffett - The Gift (1969)
Charles Moffett (06/09/1929 - 14/02/1997) nasceu em Forth Worth, Texas e estudou junto com Ornette Coleman na Isaiah Milligan Terrell High School. Moffett iniciou na música como trompetista antes da bateria e aos 13 anos de idade tocou com Jimmy Witherspoon. Mais tarde formou o Jam Jivers com Ornette e Prince Lasha, ainda nos tempos de colégio.
Em 1961 mudou-se para New York para tocar com Ornette mas o saxofonista entrou num breve período de retiro nas atividades musicais até retornar em 1964 formando o trio com Moffett e o baixista David Izenzon, onde também passou a tocar vibrafone. Durante o período do afastamento de Ornette, tocou com Sonny Rollins, Pharoah Sanders, Carla Bley e participou das gravações do LP Four For Trane de Archie Shepp.
Moffett passou também a lecionar música na New York Public Schools como fonte de renda alternativa devido as apresentações esporádicas com Ornette. Moffett lecionou em diversas escolas em New York e também em Oakland e Berkley, quando mudou para California. Seus filhos: o baixsta Charnett Moffett, o baterista Codaryl "Cody" Moffett (que participa desta gravação), a vocalista Charisse Moffett, o trompetista Mondre Moffett, e o saxofonista Charles Moffett, Jr.
O título The Gift faz referência ao amor de Moffett em lecionar música. Assim como Ornette gravou em 1966 o album Empty Foxyhole com seu filho Denardo Coleman na bateria aos 10 anos de idade, como tinha mencionado antes, participou aos 7 anos de idade, no primeiro album solo do pai. The Gift conta com a participação de Paul Jeffrey: saxofone tenor, Wilbur Ware: baixo e Dennis O'Tootle: bateria.Charles Moffett toca vibrafone e trompete, além da bateria nesta gravação. Nos comentários.
* E como diz o título da primeira faixa do The Gift, Avant Garde Got Soul Too...
Em 1961 mudou-se para New York para tocar com Ornette mas o saxofonista entrou num breve período de retiro nas atividades musicais até retornar em 1964 formando o trio com Moffett e o baixista David Izenzon, onde também passou a tocar vibrafone. Durante o período do afastamento de Ornette, tocou com Sonny Rollins, Pharoah Sanders, Carla Bley e participou das gravações do LP Four For Trane de Archie Shepp.
Moffett passou também a lecionar música na New York Public Schools como fonte de renda alternativa devido as apresentações esporádicas com Ornette. Moffett lecionou em diversas escolas em New York e também em Oakland e Berkley, quando mudou para California. Seus filhos: o baixsta Charnett Moffett, o baterista Codaryl "Cody" Moffett (que participa desta gravação), a vocalista Charisse Moffett, o trompetista Mondre Moffett, e o saxofonista Charles Moffett, Jr.
O título The Gift faz referência ao amor de Moffett em lecionar música. Assim como Ornette gravou em 1966 o album Empty Foxyhole com seu filho Denardo Coleman na bateria aos 10 anos de idade, como tinha mencionado antes, participou aos 7 anos de idade, no primeiro album solo do pai. The Gift conta com a participação de Paul Jeffrey: saxofone tenor, Wilbur Ware: baixo e Dennis O'Tootle: bateria.Charles Moffett toca vibrafone e trompete, além da bateria nesta gravação. Nos comentários.
* E como diz o título da primeira faixa do The Gift, Avant Garde Got Soul Too...
segunda-feira, dezembro 26, 2016
Bright Moments - Return Of The Lost Tribe (1998)
Quase 2 meses depois, consegui um tempo para publicar aqui no Sonorica. Agradeço à Deus por mais um ano de atividades neste pequeno espaço e dando continuidade, mais um registro de um dos homenageados preferidos da casa, Kalaparusha Maurice McIntyre.
O percussionista Kahil El'Zabar articulou o quinteto Bright Moments para reunir seus antigos companheiros da AACM que não gravavam juntos à mais de 20 anos e principalmente e justamente se reunirem para um registro com McIntyre. Os dois membros do Art Ensemble Of Chicago dispensam apresentações pelo seu vasto histórico na música criativa na America do Norte, Joseph Jarman e Malachi Favors.
Talvez poucos conheçam o veterano membro da AACM desde o início dos anos 70, o pianista e compositor Adegoke Steve Colson, nascido em Newark 04/09/1949 e crescido em East Orange, NJ.
mesmo sendo poucos os seus registros fonográficos, trabalhou com Muhal Richard Abrams, Pheeroan AkLaff, Ed Blackwell, John Blake, Hamiet Bluiett, T.K. Blue, Andrew Cyrille, Baikida Carroll, Anthony Davis, Richard Davis, Kahil El Zabar, Douglas Ewart, Rachelle Farrell, Malachi Favors, Joe Ford, Rafael Donald Garrett, Benny Golson, Michael Gregory, Craig Harris, Fred Hopkins, Joseph Jarman, Leroy Jenkins, Oliver Lake, George Lewis, Branford Marsalis, Steve McCall, Andy McCloud, Makanda Ken McIntyre, Rene McLean, T.S. Monk, Butch Morris, Dushun Mosley, David Murray, Hannibal Peterson, Rufus Reid, Max Roach, Marlena Shaw, Dakota Staton, Henry Threadgill, Steve Turre, Chris White, Ed Wilkerson, Reggie Workman, Rev. Frank Wright e mais recentemente com Spirit of Life Ensemble e Amiri and Amina Barakas Blue Ark.
Provavelmente esta é a última publicação do ano de 2016 e agradeço à todos que visitaram o Sonorica e espero que tenham aproveitado o conteúdo divulgado aqui. Brilhantes Momentos em 2017 e nos cometários também, como de costume.
O percussionista Kahil El'Zabar articulou o quinteto Bright Moments para reunir seus antigos companheiros da AACM que não gravavam juntos à mais de 20 anos e principalmente e justamente se reunirem para um registro com McIntyre. Os dois membros do Art Ensemble Of Chicago dispensam apresentações pelo seu vasto histórico na música criativa na America do Norte, Joseph Jarman e Malachi Favors.
Talvez poucos conheçam o veterano membro da AACM desde o início dos anos 70, o pianista e compositor Adegoke Steve Colson, nascido em Newark 04/09/1949 e crescido em East Orange, NJ.
mesmo sendo poucos os seus registros fonográficos, trabalhou com Muhal Richard Abrams, Pheeroan AkLaff, Ed Blackwell, John Blake, Hamiet Bluiett, T.K. Blue, Andrew Cyrille, Baikida Carroll, Anthony Davis, Richard Davis, Kahil El Zabar, Douglas Ewart, Rachelle Farrell, Malachi Favors, Joe Ford, Rafael Donald Garrett, Benny Golson, Michael Gregory, Craig Harris, Fred Hopkins, Joseph Jarman, Leroy Jenkins, Oliver Lake, George Lewis, Branford Marsalis, Steve McCall, Andy McCloud, Makanda Ken McIntyre, Rene McLean, T.S. Monk, Butch Morris, Dushun Mosley, David Murray, Hannibal Peterson, Rufus Reid, Max Roach, Marlena Shaw, Dakota Staton, Henry Threadgill, Steve Turre, Chris White, Ed Wilkerson, Reggie Workman, Rev. Frank Wright e mais recentemente com Spirit of Life Ensemble e Amiri and Amina Barakas Blue Ark.
Provavelmente esta é a última publicação do ano de 2016 e agradeço à todos que visitaram o Sonorica e espero que tenham aproveitado o conteúdo divulgado aqui. Brilhantes Momentos em 2017 e nos cometários também, como de costume.
quinta-feira, outubro 20, 2016
From The Past Comes The Storms (Até que ponto nostalgia é saudável)
"Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára Não pára, não, não pára" - Cazuza
Pois é, quase 30 anos se foram desde que ele escreveu estas frases e a mentalidade humana em certas questões se mantém as mesmas, algumas para o bem, outras, como posso dizer... não tão bem assim.
Resolvi escrever este texto sobre algo que já tenho notado nestes últimos anos, pelo fato de ver o impacto na arte, no comportamento e valores na sociedade. Provavelmente pouquíssimas pessoas terão algum interesse em debater sobre isso, tanto aqui, tanto no grupo do Sonorica do Facebook.
Eu já tinha abordado a questão dos discos de vinil aqui (http://sonorica.blogspot.com.br/search/label/vinil), e também tenho notado o crescente número de grupos, bandas que retornam aos palcos ou até gravações, após seu fim. E não se trata de uma pausa em aberto que esses artistas escolheram, mas realmente o ciclo havia se encerrado, seja pela conclusão de um trabalho, como foi no caso do The Police, que encerrou suas atividades em 1985 pelos seus três integrantes concluírem em comum acordo, que era hora de encerrar e partirem para novos horizontes. Claro que fizeram reuniões até 2008 para relembrar os velhos tempos, mas felizmente até agora, estão voltados ao presente em suas carreiras e vidas particulares Ok, isso faz parte, como diz o slogan: "Recordar é viver". Mas nestes últimos anos, essa nostalgia tem recebido mais destaque do que deveria e praticamente estamos vivendo do passado.
Refilmagens, re-edições, re-gravações, re-lançamentos, vintage, retrô em quase todos os lugares.
Ironicamente, em uma das formas mais antigas de expressão artística, a literatura, não se tem notícias de autores re-escrevendo suas obras, ou fazendo um "remake", apenas as re-edições que normalmente ocorrem, com apenas novas artes de capa ou até mudança de editora, mas a obra em si permanece intacta.
No cinema, que é considerada a sétima arte, tem pouco mais que um século de existência e já se rende largamente aos remakes. A impressão que tenho é que há uma crise criativa entre os roteiristas. Neste século XXI, que era imaginado como a era do futuro e das novíssimas tecnologias, encabeçada pela informática, nunca houveram tantas refilmagens no mercado cinematográfico.
A parte do formato de mídia musical não vou me aprofundar, pois já escrevi sobre isto no link acima no texto, mas também, mesmo não se tratando apenas de vinil e fita k7, também há lançamentos em e CD e DVD de obras do passado, com sobras de gravação que foram rejeitadas pelos criadores e produtores. Bem, creio que houveram motivos plausíveis para rejeitar tais registros. Mas para o fã saudosista o refugo vira ouro. Um exemplo é o CD box do Funhouse do The Stooges. Vários takes e apenas introduções de algumas músicas que falharam. Se alguém é fã, fique em paz, cada um tem seus desejos e gostos, isto é apenas para reflexão sobre consumo. Vale pensar à respeito, sobre pagar um valor mais alto por algo feito no passado e que foi rejeitado pelos seus criadores, a não ser que ache que saiba mais o que é melhor fazer com essas coisas que o próprio Iggy Pop... (desculpe a ironia)
Bandas e grupos que resolvem retomar a carreira depois de longo tempo após a ruptura ou fim da carreira. Geralmente isso acontece com bandas de rock, que é, quer queira ou não, um símbolo de juventude, rebeldia (mesmo que seja pseudo). Às vezes se torna um freak show, com os integrantes mais velhos e não tendo obviamente aquele vigor físico, aparência do passado. Cruelmente o mercado de consumo impõe uma ditadura da beleza sem rugas e cabelos grisalhos. De um lado vendem a nostalgia e do outro, os cremes "anti-idade".
Nesta questão de bandas e grupos que voltam à ativa, gostaria de analisar alguns pontos.
Como disse antes, ok, não é nada nocivo um grupo relembrar seus bons tempos, como um encontro de amigos de longa data, levando em conta que os ex-membros estão realizados com suas carreiras atuais ou mudanças no estilo de vida.
Casos em que seus ex-integrantes buscam uma espécie de "fonte da juventude" ou "máquina do tempo" para se sentirem jovens novamente, tentando reencontrar algo que ficou ou foi esquecido ou perdido no passado.
Há casos em que os ex-integrantes não estão lá muito bem em vários aspectos em suas vidas atuais e encontram no chamado revival, uma chance de garantir algum meio de sobrevivência financeira e até existencial. Nesses casos, nem todos se encontram nesta situação e acabamos presenciando embates registrados nas mídias de batalhas judiciais em relação a direitos autorais, retornos de bandas que chegam a ter apenas um integrante, seja por ser o único a querer revisitar o passado, seja por ser o único sobrevivente ou no caso mais grave, relações irreconciliáveis que apenas se suportam para suprir suas necessidades financeiras ou realmente apenas de auto estima. Quem acompanhou a mídia especializada musical, provavelmente viu, leu ou ouviu sobre bandas que chegaram ao ponto de cancelarem turnês devido ao clima insuportável entre os colegas ou ex-colegas de banda.
Mas também há alguns casos alegres! Bandas que interromperam suas trajetórias por força maior e circunstâncias da vida, onde antigas amizades foram restauradas e um bom sinal disso:
Se reúnem para criar novas obras!
Mas são poucos e poucas que conseguem tal feito. Mas se levar no lado positivo, também há um aprendizado. Se não foi frutífero e satisfatório tentar novamente, não foi possível gerar novos frutos, os envolvidos não ficarão com dúvidas e frustrações por não terem tentado.
Tudo bem, não acho de maneira alguma que deveria se extinguir os revivals, remakes e rerturns of...
mas do jeito que está, seria prudente observar e analisar o que está acontecendo na arte e entretenimento.
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sexta-feira, setembro 23, 2016
Target Of Demand – Your Choice Live Series (1990)
Encerrando a série dedicada ao cenário hardcore/punk austríaco, especificamente da cidade de Linz, o penúltimo registro e último com o Target Of Demand em atividade. Faz parte da série de gravações ao vivo do selo Your Choice Live Series, que também gravou o Melvins ao vivo. Gravado 08/12/89 no Oberhaus - Alzey, Alemanha, na época do LP Gruss, Há duas músicas do 1º split com o Stand To Fall, Bang My Head (uma das poucas cantadas em inglês) e Traum. A gravação tem ótima qualidade e temos aqui uma grande oportunidade de ouvir como a banda soava ao vivo. Não tenho informações de outros registros da banda, talvez outros registros em demotape.
Talvez não se dê importância ao Target Of Demand, mesmo dentro do universo hardcore/punk, mas considero uma banda muito importante mesmo para o pequeno cenário que teve início nos anos 80 naquela cidade. Capaz de muitos não compreenderem e recusarem esta opinião de que o Target Of Demand tem seus méritos como qualquer outra banda norte americana, como Fugazi por exemplo. Claro que esse comparativo não tem foco na estética, mas como um todo e o T.O.D. teve influência e força para contribuir com sua cena local. E no mais, a sua música é original e mesmo com o passar dos anos, continua atual. Sempre que lembro, escuto os discos inteiro, os EP's, o Gruss e agora este. Nos comentários.
Talvez não se dê importância ao Target Of Demand, mesmo dentro do universo hardcore/punk, mas considero uma banda muito importante mesmo para o pequeno cenário que teve início nos anos 80 naquela cidade. Capaz de muitos não compreenderem e recusarem esta opinião de que o Target Of Demand tem seus méritos como qualquer outra banda norte americana, como Fugazi por exemplo. Claro que esse comparativo não tem foco na estética, mas como um todo e o T.O.D. teve influência e força para contribuir com sua cena local. E no mais, a sua música é original e mesmo com o passar dos anos, continua atual. Sempre que lembro, escuto os discos inteiro, os EP's, o Gruss e agora este. Nos comentários.
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terça-feira, setembro 20, 2016
Target Of Demand – See You In Hell 7"EP (1991)
terça-feira, agosto 30, 2016
Kalaparusha Maurice McIntyre Quartet - Live in Lovere '79
Retornando ao nosso momento de relembrar a música de Kalaparusha Maurice McIntyre, temos uma gravação ao vivo lançada de forma não oficial com menos de 100 cópias.
A apresentação gravada foi dividida em quatro partes sendo que a última está incompleta.
McIntyre ao saxophone, clarinete-baixo, flauta, shenai e peercussão; Longineu Parsons, trompete, flugelhorn, flauta; Leonard Jones, baixo; King L. Mock, bateria. O mesmo quarteto que gravou Peace And Blessings pela Black Saint no mesmo ano.
Por conta do tipo de registro, praticamente não há mais informações sobre a gravação. Nos comentários.
A apresentação gravada foi dividida em quatro partes sendo que a última está incompleta.
McIntyre ao saxophone, clarinete-baixo, flauta, shenai e peercussão; Longineu Parsons, trompete, flugelhorn, flauta; Leonard Jones, baixo; King L. Mock, bateria. O mesmo quarteto que gravou Peace And Blessings pela Black Saint no mesmo ano.
Por conta do tipo de registro, praticamente não há mais informações sobre a gravação. Nos comentários.
sexta-feira, julho 29, 2016
Olimpíadas + Machismo + Sexismo + Vaidade = Esporte perde...
Hoje deparei com a notícia sobre Amanda Simeão, de 22 anos, que participará pela primeira vez de uma Olimpíada. Ela foi escolhida pela Playboy para um ensaio sensual sem nudez e sem ser capa da revista e ela aceitaria se não houvesse o veto do Exército Brasileiro, por ser 3º sargento.
Ela afirmou que seria bom para o esporte (?), falaria como atleta e empresária (está abrindo uma academia de esgrima), por isso queria muito... Aí me vem a pergunta: Até que ponto isso realmente seria benéfico para o esporte? Desde quando a revista Playboy é referência na divulgação e principalmente, incentivo ao esporte? Só existe a revista masculina como meio eficaz de divulgação na mídia? Gostaria de saber quantas pessoas começaram a praticar algum esporte olímpico por causa da Playboy...
Em contrapartida também deparei com publicações recentes nas redes sociais, sobre o machismo. Eu já tinha comentado por lá sobre as mulheres se submeterem às campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas nas quais são expostas meramente como objeto sexual. Fica complicado algumas mulheres atribuírem a culpa disso tudo apenas aos homens, já que as próprias mulheres contribuem para o machismo. Afinal é praticamente zero o número de mulheres que se submetem à isso por necessidade, a não ser as que se prostituem e mesmo assim, nem todas que se prostituem estão trabalhando pelo pão de casa dia e sim, por outros motivos que não vem ao caso agora e não me cabe julgar, assim como este texto não tem propósito de juízo e sim, apenas para reflexão.
Não temos tantos programas de esporte na TV, publicações impressas, rádio, internet?
BY ALL MEANS NECESSARY?
Ela afirmou que seria bom para o esporte (?), falaria como atleta e empresária (está abrindo uma academia de esgrima), por isso queria muito... Aí me vem a pergunta: Até que ponto isso realmente seria benéfico para o esporte? Desde quando a revista Playboy é referência na divulgação e principalmente, incentivo ao esporte? Só existe a revista masculina como meio eficaz de divulgação na mídia? Gostaria de saber quantas pessoas começaram a praticar algum esporte olímpico por causa da Playboy...
Em contrapartida também deparei com publicações recentes nas redes sociais, sobre o machismo. Eu já tinha comentado por lá sobre as mulheres se submeterem às campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas nas quais são expostas meramente como objeto sexual. Fica complicado algumas mulheres atribuírem a culpa disso tudo apenas aos homens, já que as próprias mulheres contribuem para o machismo. Afinal é praticamente zero o número de mulheres que se submetem à isso por necessidade, a não ser as que se prostituem e mesmo assim, nem todas que se prostituem estão trabalhando pelo pão de casa dia e sim, por outros motivos que não vem ao caso agora e não me cabe julgar, assim como este texto não tem propósito de juízo e sim, apenas para reflexão.
Não temos tantos programas de esporte na TV, publicações impressas, rádio, internet?
BY ALL MEANS NECESSARY?
segunda-feira, julho 25, 2016
Kalaparush Maurice McIntyre - Musical Blessing (2016)
Morreu pobre e quase anônimo... Mas nos deixa uma benção musical. Musical Blessings é um album póstumo e infelizmente não consegui maiores informações sobre a sessão de gravação que conta com os baixistas Michael Logan e Radu Ben Judah e Warren Smith na bateria. Kalaparush Maurice McIntyre ainda nos presenteia com sua leitura de Impressions de John Coltrane. Nos comentários.
segunda-feira, julho 04, 2016
Kalaparush Maurice McIntyre & The Light Meet Adam Lane - Paths To Glory (2004)
Retomando o momento de celebrar a música de Kalaparush Maurice McIntyre, esta gravação de 2004 com a formação do The Light conta com a colaboração de Adam Lane no baixo. Sem muito o que comentar por ser desnecessário, apenas me limito à dizer que esta sessão tem uma serenidade em particular e Kalaparush Maurice McIntyre revisita um clássico de Charlie Parker de uma forma bem pessoal, Confirmation. Nos comentários.
quinta-feira, junho 09, 2016
Kalaparush And The Light - Morning Song (2004)
Retomando o momento para relembrar a música de Kalaparusha Maurice McIntyre. Morning Song foi gravado na formação de trio, tendo o baixo substituído pela tuba de Jesse Dulman, que também participou do disco de Anthony Braxton, o Composition No. 19 (For 100 Tubas) e o baterista Ravish Momin, que tocou com Sabir Mateen, Billy Bang, Raphe Malik, Steve Swell e até Shakira. Nos comentários, como de costume.
terça-feira, maio 31, 2016
Einstein - Friday Night & Saturday Morning 12"(1988)/Leslie Lyrics - Shotgun Wedding(1990)/The 3 Knights & Standing Ovation - Burial Proceedings In The Coarse Of 3 Knights/Onslaught 12"(1990)
Encerrando a série de publicações sobre o cenário Hip Hop britânico, os trê primeiros singles de Einstein, Leslie Lyrics e The 3 Knights & Standing Ovation.
Infelizmente não foi possível obter muitas informações sobre estes artistas que fizeram parte do nascimento do cenário Hip Hop na Inglaterra, é quase inexistente em termos de web.
Se hoje em dia se fala de Dizzee Rascal, The Streets, a Music Of Life de Simon Harris foi o fundamento de tudo, sendo Derek B o mais notório. O selo inaugurado em 1986 inicialmente era de dance music, idealizado por dois dj's, Harris e Froggy com o gerenciamento de Chris France. Mas logo Froggy deixou o selo e Harris e France resolveram se dedicar ao cenário Hip Hop, ou seja um selo especializado no chamdo UK Hip Hop.
O primeiro lançamento do Music Of Life foi a coletânea Def Beats 1, que anteriormente foi publicado aqui no Sonorica.
Depois houve a série Hard As Hell! que consagrou artistas talentosos que ainda estão na ativa e também ganhou distribuição pelo selo Profile, responsável pelas gravações do Run DMC.
Todos os volumes da série estão também disponíveis aqui, tanto a coletânea Def Beats 1, como a série Hard As Hell:
Music Of Life
Infelizmente não foi possível encontrar os singles dos outros artistas do selo, como Demon Boyz, Mc Duke, Asher D, etc.
Apesar de raramente comentado o UK Hip Hop da primeira fase é muito criativo, em sincronia com a segunda geração do rap norte americano. Seus contemporâneos são Ice T, Run DMC, Boogie Down Productions, LL Cool J, etc, os chamados Old School Rap, sendo que na época foi chamado de hardcore rap, devido a temática de violência. racismo, crime, em contraste de seus primórdios como Kurtis Blow, Grandmaster Flash, etc. Nos comentários.
Infelizmente não foi possível obter muitas informações sobre estes artistas que fizeram parte do nascimento do cenário Hip Hop na Inglaterra, é quase inexistente em termos de web.
Se hoje em dia se fala de Dizzee Rascal, The Streets, a Music Of Life de Simon Harris foi o fundamento de tudo, sendo Derek B o mais notório. O selo inaugurado em 1986 inicialmente era de dance music, idealizado por dois dj's, Harris e Froggy com o gerenciamento de Chris France. Mas logo Froggy deixou o selo e Harris e France resolveram se dedicar ao cenário Hip Hop, ou seja um selo especializado no chamdo UK Hip Hop.
O primeiro lançamento do Music Of Life foi a coletânea Def Beats 1, que anteriormente foi publicado aqui no Sonorica.
Depois houve a série Hard As Hell! que consagrou artistas talentosos que ainda estão na ativa e também ganhou distribuição pelo selo Profile, responsável pelas gravações do Run DMC.
Todos os volumes da série estão também disponíveis aqui, tanto a coletânea Def Beats 1, como a série Hard As Hell:
Music Of Life
Infelizmente não foi possível encontrar os singles dos outros artistas do selo, como Demon Boyz, Mc Duke, Asher D, etc.
Apesar de raramente comentado o UK Hip Hop da primeira fase é muito criativo, em sincronia com a segunda geração do rap norte americano. Seus contemporâneos são Ice T, Run DMC, Boogie Down Productions, LL Cool J, etc, os chamados Old School Rap, sendo que na época foi chamado de hardcore rap, devido a temática de violência. racismo, crime, em contraste de seus primórdios como Kurtis Blow, Grandmaster Flash, etc. Nos comentários.
segunda-feira, maio 30, 2016
Asher D & Daddy Freddy – Ragamuffin Hip Hop (1988)
Houve um período que se ouvia mais este estilo de rap. Podemos dizer que Asher D & Daddy Freddy são os pioneiros do chamado Ragamuffin Hip Hop. A dupla surgiu no cenário hip hop britânico, onde o produtor Simon Harris foi o principal articulador.
Asher D filho de imigrantes jamaicanos no reino Unido, depois de retornar de uma viajem à Jamica em 1986, entrou em contato com a Music For Life de Simon Harris que já estava procurando alguém que fizesse hip hop com reggae. Harris conseguiu contactar Daddy Freddy e lançaram o single Ragamuffin Hip Hop em 1987.
Daddy Freddy nasceu em Kingston, Jamaica e morava poucos minutos à pé do famoso Studio One de Coxsone Dodd, tendo como vizinhos, Jacob Miller e Ranking Joe. Trabalhou com Lt. Stichie e no sound system de Sugar Minott. Gravou seu primeiro single Zoo Party em 1985 pelo Studio One.
Atualmente Daddy Freddy voltou às raízes do dancehall jamaicano. Asher D prosseguiu no Hip Hop. Nos comentários.
Obs.: Os links nos nomes de Asher D e Daddy Freddy no último parágrafo são seus mais recentes trabalhos musicais.
Asher D filho de imigrantes jamaicanos no reino Unido, depois de retornar de uma viajem à Jamica em 1986, entrou em contato com a Music For Life de Simon Harris que já estava procurando alguém que fizesse hip hop com reggae. Harris conseguiu contactar Daddy Freddy e lançaram o single Ragamuffin Hip Hop em 1987.
Daddy Freddy nasceu em Kingston, Jamaica e morava poucos minutos à pé do famoso Studio One de Coxsone Dodd, tendo como vizinhos, Jacob Miller e Ranking Joe. Trabalhou com Lt. Stichie e no sound system de Sugar Minott. Gravou seu primeiro single Zoo Party em 1985 pelo Studio One.
Atualmente Daddy Freddy voltou às raízes do dancehall jamaicano. Asher D prosseguiu no Hip Hop. Nos comentários.
Obs.: Os links nos nomes de Asher D e Daddy Freddy no último parágrafo são seus mais recentes trabalhos musicais.
quarta-feira, maio 18, 2016
Glenn Spearman - First And Last (1998)
Tempos trabalhosos! Só ontem à noite percebi que o Sonorica completou 10 anos em Janeiro. A maioria dos visitantes sequer conheço, mas cada pessoa que visita este espaço é importante, sendo principal motivo do weblog existir até agora.
Retomando às homenagens sempre relembrando músicos que merecem reconhecimento pela sua arte, Glenn Spearman está de volta e espero que sua obra esteja sempre disponível.
O baterista Rashid Bakr (Charles Downs) nasceu no dia 03/10/1943 em Chicago. Teve uma intensa participação na chamada New York Loft Jazz scene nos anos 70, onde a base foi o famoso estúdio Rivbea de Sam Rivers. Fez parte do Ensemble Muntu de Jemeel Moondoc, nos anos 80 desenvolveu uma parceria com Cecil Taylor, que está registrado em várias gravações, como o disco The Eighth. Recentemente fez parte do Other Dimensions In Music até o falecimento do trompetista Roy Campbell, sendo os outros membros, William Parker e Daniel Carter.
O pianista Matthew Goodheart veio de San Francisco inicialmente como pianista de free jazz, posteriormente trabalhando no campo micro-tonal e improvisação, tocou com Wadada Leo Smith, Fred Frith, Pauline Oliveros, Gianni Gebbia, Vladimir Tarasov, Jack Wrigh entre outros.
First And Last foi gravado ao vivo no terceiro Fire in the Valley Festival em Amherst, Massachusetts, no ano de 1998 no formato trio. Nos comentários e muito obrigado à todas as pessoas que acompanham o Sonorica que completou 10 anos. 🍰
Retomando às homenagens sempre relembrando músicos que merecem reconhecimento pela sua arte, Glenn Spearman está de volta e espero que sua obra esteja sempre disponível.
O baterista Rashid Bakr (Charles Downs) nasceu no dia 03/10/1943 em Chicago. Teve uma intensa participação na chamada New York Loft Jazz scene nos anos 70, onde a base foi o famoso estúdio Rivbea de Sam Rivers. Fez parte do Ensemble Muntu de Jemeel Moondoc, nos anos 80 desenvolveu uma parceria com Cecil Taylor, que está registrado em várias gravações, como o disco The Eighth. Recentemente fez parte do Other Dimensions In Music até o falecimento do trompetista Roy Campbell, sendo os outros membros, William Parker e Daniel Carter.
O pianista Matthew Goodheart veio de San Francisco inicialmente como pianista de free jazz, posteriormente trabalhando no campo micro-tonal e improvisação, tocou com Wadada Leo Smith, Fred Frith, Pauline Oliveros, Gianni Gebbia, Vladimir Tarasov, Jack Wrigh entre outros.
First And Last foi gravado ao vivo no terceiro Fire in the Valley Festival em Amherst, Massachusetts, no ano de 1998 no formato trio. Nos comentários e muito obrigado à todas as pessoas que acompanham o Sonorica que completou 10 anos. 🍰
sexta-feira, maio 13, 2016
Kalaparush Maurice McIntyre Trio - Dream of - - - - (1998)
Enquanto muitos ingênuos ou condicionados sonham com dias melhores, a realidade corre em outra dimensão e logo a árvore se fará conhecer pelos seus frutos. Turbulências à parte, damos continuidade ao momento de relembrar a arte de Kalaparush Maurice McIntyre.
Pheeroan AkLaff que nasceu em Detroit em 27 de Janeiro de 1955 é sem dúvida um baterista especial e tem uma vasta carreira que deu início em 1975 no grupo de Bill Barron. Daí em diante tocou com Leo Smith, Oliver Lake, Henry Threadgill, Anthony Braxton, Anthony Davis, Sonny Sharrock, Reggie Workman, Mal Waldron, etc. O baixista Michael Logan trabalhou com Muhal Richard Abrams, Walter Bishop jr., Clifford Jordan entre outros.
Dream Of - - - - tem uma sonoridade "crua", devido as diretrizes do selo Creative Improvised Music Projects, onde as sessões são gravadas digitalmente em 2 canais sem compressão, mixagem, exatamente para captar de forma mais natural possível o momento que a música é executada. O formato trio também ajuda a evidenciar essa sonoridade que proporciona para cada músico, um campo maior para explorar. Dream Of proporciona um sonho bem palpável, como se os sons se materializassem no ar. Nos comentários.
Pheeroan AkLaff que nasceu em Detroit em 27 de Janeiro de 1955 é sem dúvida um baterista especial e tem uma vasta carreira que deu início em 1975 no grupo de Bill Barron. Daí em diante tocou com Leo Smith, Oliver Lake, Henry Threadgill, Anthony Braxton, Anthony Davis, Sonny Sharrock, Reggie Workman, Mal Waldron, etc. O baixista Michael Logan trabalhou com Muhal Richard Abrams, Walter Bishop jr., Clifford Jordan entre outros.
Dream Of - - - - tem uma sonoridade "crua", devido as diretrizes do selo Creative Improvised Music Projects, onde as sessões são gravadas digitalmente em 2 canais sem compressão, mixagem, exatamente para captar de forma mais natural possível o momento que a música é executada. O formato trio também ajuda a evidenciar essa sonoridade que proporciona para cada músico, um campo maior para explorar. Dream Of proporciona um sonho bem palpável, como se os sons se materializassem no ar. Nos comentários.
quarta-feira, abril 27, 2016
Kalaparush – Ram's Run (1982)
Cada vez mais as pessoas tornam quase tudo descartável. Me lembro de um tempo quando algum artista ou pessoa famosa falecia, havia um luto mais longo. Sim, a vida continua, não podemos viver um luto continuo e viver a vida com menos alegria, mas limar o sentimento de forma tão brusca, não é natural. As pessoas estão mais insensíveis do que antes, mas ainda emotivas, só que cada vez mais é algo momentâneo, como se a vida tivesse seu valor reduzido. Mesmo sendo uma pessoa distante a qual nunca conheceu pessoalmente, o apreciador do trabalho do artista levava um tempo maior para assimilar a perda, assim como a mídia dedicava um período e programação de homenagem um pouco mais generoso. Uma nota, um artigo de web, uma citação num noticiário televisivo e pronto. Mas essa pressa misturada com memória curta é uma característica bem brasileira. Se Lemmy e Bowie se foram e muita gente já deletou dos arquivos recentes, o que se diria à repeito de Kalaparusha Maurice McIntyre... Quem? Kala o que? Pois é, este insignificante espaço virtual dedica sempre que possível, um momento para relembrar a música dele. Em Ram's Run gravado e 1981, McIntyre está acompanhado de Julius Hemphill, que foi co-fundador do Black Artists Group e é mais conhecido como fundador do World Saxophone Quartet, mas sua carreira é bem mais extensa. Ano passado completou 20 anos de sua partida. Agora em Julho, se completa 10 anos da morte de Malachi Thompson, brilhante trompetista membro da AACM. Detalhe, curiosamente Thompson teve um disco lançado no Brasil, 47th Street. O baterista James Roland "J.R." Mitchell teve uma extensa carreira até seu falecimento em 2004: Andrew Hill, Archie Shepp, Arnett Cobb, Artie Simmons, Betty Carter, Bill Mitchell, Byard Lancaster, Calvin Hill, Charlie Rouse, Earl Warren, Ed Crockett, Eddie Barefield, Ernie Wilkins, Fred Hopkins, Gary Bartz, Hank Mobley, Harold Qusley, Henry 'The Skipper' Franklin, Howard McGhee, Jackie McLean, Jaki Byard, James Spaulding, John Abercrombie, John Stubblefield, Justo Almario, Khan Jamal, Mario Escolero, Nina Simone, Odean Pope, Peck Morrison, Philly Joe Jones, Ray Copeland, Rahsaan Roland Kirk, Shamek Farrah, Sonelius Smith, Junior Cook, Sonny Stitt, Dan Dowling, Tommy Flanagan e Walter Davis Jr. fazem parte de seu currículo. Sobre Ram's Run? Nos comentários.
terça-feira, abril 19, 2016
Kalaparusha Maurice McIntyre – Forces And Feelings (1974)
Estas últimas semanas o Brasil tem passado por situações difíceis e não sabemos lá muito bem o que vem por aí, muita tensão no ar e inclusive na world wide web, novas regrinhas nas transferências de dados. Mas a melhor opção é dirigir as forças e sentimentos para o que alegra nosso coração, para agirmos da melhor forma nesses tempos difíceis.
Mas enfim, the show must go on e aqui no caso, segue o momento dedicado à memória da arte de Kalaparusha Maurice McIntyre.
Forces And Feelings foi gravado em 1974 (embora há outras discografias informando que a gravação é de 1970), com um grande diferencial, a voz de Rita Omolokun. Não há muitas gravações do que se chamou de free jazz ou a sua segunda geração, com vozes. O New York Art Quartet gravou um spoken word de Amiri Baraka, assim como Ornette Coleman gravou com a vocalista Asha Puthli, no disco Science Fiction. Forces And Feelings também conta com Fred Hopkins, um dos mais criativos baixistas e membro da AACM. Também há a colaboração do guitarrista Sarnie Garrett, que é simplesmente brilhante na minha opinião pessoal. Infelizmente não consegui dados relevantes tanto de Sarnie Garrett e Rita Omolokun. Vamos cultivar bons sentimentos e aproveitar o momento com a trilha sonora de Kalaparusha. Nos comentários.
Mas enfim, the show must go on e aqui no caso, segue o momento dedicado à memória da arte de Kalaparusha Maurice McIntyre.
Forces And Feelings foi gravado em 1974 (embora há outras discografias informando que a gravação é de 1970), com um grande diferencial, a voz de Rita Omolokun. Não há muitas gravações do que se chamou de free jazz ou a sua segunda geração, com vozes. O New York Art Quartet gravou um spoken word de Amiri Baraka, assim como Ornette Coleman gravou com a vocalista Asha Puthli, no disco Science Fiction. Forces And Feelings também conta com Fred Hopkins, um dos mais criativos baixistas e membro da AACM. Também há a colaboração do guitarrista Sarnie Garrett, que é simplesmente brilhante na minha opinião pessoal. Infelizmente não consegui dados relevantes tanto de Sarnie Garrett e Rita Omolokun. Vamos cultivar bons sentimentos e aproveitar o momento com a trilha sonora de Kalaparusha. Nos comentários.
sábado, abril 09, 2016
Positions - Jerome Cooper, Kalaparusha, Frank Lowe (1977)
Dando sequencia ao momento de relembrar a música de Kalaparusha Maurice McIntyre, nesta gravação de 1977, também podemos relembrar a arte de outro grande músico que nos deixou, o saxofonista Frank Lowe, assim que possível também será relembrado merecidamente no Sonorica. Quem contribui com os elementos percussivos e também de sopro é Jerome Cooper, que fez parte do Revolutionary Ensemble, ao lado de Leroy Jenkins e Sirone, que também infelizmente se foram à quase 10 anos e também merecem uma especial atenção posteriormente por suas preciosas contribuições para o universo da música criativa. Positions não se trata de uma típica sessão do que se rotula de "free jazz" e sim a linguagem ampla da improvisação.
A peça se divide em 10 movimentos que alternam trio, duo e solo. Kalaparusha executa solo no Movement D, onde a peça inicia junto com a colaboração percussiva de Cooper junto com Lowe, como uma espécie de introdução nos primeiros 5 minutos e é uma maravilhosa oportunidade de apreciar Kalaparusha no clarinete e saxofone. Quanto as participações de Lowe e Cooper? Como tem sido aqui no Sonorica, não há necessidade, pois a música fala por si própria e novamente digo, minhas palavras não são precisamente suficientes para descrever a beleza do som. Nos comentários encontrará do que se trata as posições.
Ps.: Apenas uma observação, como foi um tanto difícil encontrar este registro, notará os eventuais ruídos do LP e espero que este material seja disponibilizado em formato digital em uma re-edição.
A peça se divide em 10 movimentos que alternam trio, duo e solo. Kalaparusha executa solo no Movement D, onde a peça inicia junto com a colaboração percussiva de Cooper junto com Lowe, como uma espécie de introdução nos primeiros 5 minutos e é uma maravilhosa oportunidade de apreciar Kalaparusha no clarinete e saxofone. Quanto as participações de Lowe e Cooper? Como tem sido aqui no Sonorica, não há necessidade, pois a música fala por si própria e novamente digo, minhas palavras não são precisamente suficientes para descrever a beleza do som. Nos comentários encontrará do que se trata as posições.
Ps.: Apenas uma observação, como foi um tanto difícil encontrar este registro, notará os eventuais ruídos do LP e espero que este material seja disponibilizado em formato digital em uma re-edição.
quinta-feira, março 31, 2016
Kalaparusha - Kalaparusha (1977)
Kalaparusha Maurice McIntyre... O Sonorica publicou um artigo sobre ele em 2012, quando ficou disponível um documentário sobre ele atualmente. Sinceramente eu acreditava que daqui em diante ele estaria em uma situação mais digna, assim como Giuseppi Logan foi reencontrado e voltou a gravar. Mas não foi o caso de Kalaparusha, que faleceu no dia 9 de Novembro de 2013, um ano e 7 meses após o artigo sobre o documentário. Na época realmente não me motivei a escrever um obituário. Lá se foi mais um dos heróis da música espiritual da geração de John Coltrane. Ao menos o The New York Times escreveu um artigo em reconhecimento à sua arte.
Sob o título de Kalaparusha, esta gravação é de 1975, editado pelo desconhecido selo Trio records e conta com Karl Berger: vibrafone e piano, Tom Schmidt no contra-baixo, vocais de Ingrid Berger, Jack DeJohnette na bateria e drums Jumma Santos, percussão. Não há previsão de relançamento desta gravação que foi lançado apenas em LP. Assim como Arthur Doyle e outros grandes músicos que merecem reconhecimento, este pequeno espaço dará início às homengens relembrando sua arte. Nos comentários como de costume.
Sob o título de Kalaparusha, esta gravação é de 1975, editado pelo desconhecido selo Trio records e conta com Karl Berger: vibrafone e piano, Tom Schmidt no contra-baixo, vocais de Ingrid Berger, Jack DeJohnette na bateria e drums Jumma Santos, percussão. Não há previsão de relançamento desta gravação que foi lançado apenas em LP. Assim como Arthur Doyle e outros grandes músicos que merecem reconhecimento, este pequeno espaço dará início às homengens relembrando sua arte. Nos comentários como de costume.
segunda-feira, março 21, 2016
When i get old, i don't to be stereotyped, i don't to be classified (domo arigatou gozaimasu, Aukerman san)
Neste fim de noite do primeiro dia de Outono, quando apenas conferia os e-mails, recados de timeline e inbox, um amigo de longa data que não vejo faz um bom tempo pessoalmente, publicou uma canção do Descendents, que se chama My World. Eu realmente só iria ler os recados e ir dormir, mas aquilo desencadeou uma reflexão que é o motivo de eu escrever aqui. Imediatamente me lembrei de mais duas canções do Descendents, as que estão publicadas junto com este texto, Suburban Home, do primeiro LP, Milo Goes To College de 1982 e When I Get Old, do disco Everything Sucks, de 1996, o primeiro registro com músicas inéditas desde 1987. Milo Aukerman tinha deixado a banda para se dedicar à sua carreira científica na área da biologia. Então o Descendents ficou de molho e surgiu o All, mas isso é uma outra história...
Para quem não sabe, o Brasil está em uma crise política, econômica e social pós criação das redes sociais digitais. Então imagine todo o tipo de comentário que é publicado diariamente entre as redes sociais de relacionamentos. Mas também isso é um outro assunto que não vem ao caso agora.
O Descendents sempre se diferenciou no cenário hardcore/punk, pela musicalidade que evoluiu espantosamente à cada disco e suas letras. Bill Stevenson que é o baterista, sempre foi um dos cérebros da banda, compondo belas músicas. Não sei exatamente agora se foi Bill ou Milo que compuseram as três canções citadas aqui, mas sempre tiveram uma abordagem inteligente e criativa em sua poética, não dá pra rotular de rebeldia sem sentido da juventude, como muitas bandas hardcore/punk no mundo afora. O Descendents sempre tratou de assuntos sobre o ser humano numa linguagem simples, mas muitas letras são profundas em termos filosóficos até.
When I Get Old, pois é, estamos envelhecendo, tanto como meu amigo que é mais novo que eu e os membros do Descendents que são mais velhos que eu e estão na ativa por praticamente 30 anos. Várias pessoas que conheci ao longo da minha adolescência até agora, sendo que muitos eu nem encontro mais pessoalmente (coisas da vida, sabe como é...), agora são possíveis e contactar, mesmo que apenas virtualmente, graças às redes digitais de relacionamento. Vejo que alguns se tornaram pessoas muito diferentes do que eram quando jovens, uns para melhor ou pior, mas isso também é bem relativo.
Afinal, o que é ser bem-sucedido na vida? Ter uma família, um bom emprego, uma carreira profissional, ficar rico financeiramente? Aí entra o termo relativo. O que para uns é um tesouro, para outros, é apenas algo sem importância até. Quem se envolveu com alguma ideologia quando jovem, principalmente através da música (hardcore/punk, sendo mais específico deste texto), seja qual for o estilo, geralmente tende a ser contra o padrão de consumo da sociedade.
Para alguns foi só um período realmente de rebeldia sem causa e são atualmente tudo o que combateram antes de se tornarem adultos perante à sociedade. Outros se mantiveram em seus ideais de forma irredutível e sem muito discernimento e hoje em dia estão à margem da sociedade de consumo. E ser marginal perante o sistema político/econômico/social deste país ou até em outros, é realmente cruel. Você simplesmente pode acabar morto numa rua suja por "n" tipos de fatalidades.
Mas existe um pensamento ponderado (isso se a pessoa ainda acredita em certos valores) e o Descendents justamente são um ótimo exemplo. Os membros da banda não são um bando de "semi coroas" fracassados inclusive aos impiedosos olhos da sociedade. Alguns podem até achar ridículo um bando de pessoas começando chegar à meio século de vida envolvido numa banda de rock. Veja o caso do Iron Maiden, a banda é praticamente uma empresa, o baixista Steve Harris completou recentemente 60 anos de idade, a banda tem um avião jumbo particular e os membros são ricos. E eles realmente gostam de tocar no Iron Maiden.
Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Se puder ler a letra das duas músicas do Descendents, acho que vai entender onde quero chegar. Alias me lembrei também do que sempre converso com outro amigo que convivo bastante, sobre preservar a pureza infantil em nós, a parte boa, de sonhar, de aprender algo novo, de se alegrar com coisas muito simples. Crianças que brincaram na rua se divertiram muito sem precisar gastar dinheiro ou algum tipo de equipamento, apenas elas e sua ingênua imaginação.
Os tempos são difíceis, o tempo passa muito rápido e todos bem sabemos que nada material deste mundo podemos levar após a morte e mesmo para quem não acredita que haja vida após a morte, saiba que as coisas mais valiosas na breve vida de um ser humano, são justamente coisas que não são materiais.
Como diz o meu melhor amigo: "Onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração"
*ps.: Também dedico este texto ao meu querido amigo Fernando Sanches
*ps.: Também dedico este texto ao meu querido amigo Fernando Sanches
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terça-feira, março 08, 2016
Archie Shepp & Philly Joe Jones (1970)
É muito complexo determinar a importância de certas gravações neste tipo de música, pois a criatividade numa direção mais livre de rótulos é graças à Deus, abundante.
Archie Shepp & Philly Joe Jones foi gravado em Paris em 1969. A França foi praticamente um exílio para o chamado free jazz, gravações históricas ocorreram por lá. Em especial esta gravação onde Shepp e Jones dividem o título do disco, temos um grande grupo composto por Antony Braxton: alto, soprano saxophones, Chicago Beau: vocal, soprano saxophone, gaita, Julio Finn: gaita, Leroy Jenkins: violin e Earl Freeman: baixo.
Primeiro gostaria de destacar a presença de Philly Joe Jones, consagrado baterista desde a era do chamado hardbop, que não permaneceu alheio às inovações do jazz e participou ativamente, inclusive participando da Arkestra de Sun Ra.
Agora vamos trazer à luz do reconhecimento um nome muito importante nesta gravação: Julio Finn (Augustus Arnold). Além de ser gaitista, é um bluesman compositor, escritor, produtor de documentários. Nasceu em Chicago oruindo de uma família de educadores e músicos. Seu currículo musical é vasto, tendo tocado com Linton Kwesi Johnson, Muddy Waters, Eddie C. Campbell, Dennis Bovell, Art Ensemble of Chicago, Jeanne Lee, Dan-I, Alpha Blondy, Matumbi, Guardian Angel, Brigitte Fontaine, Sterling Plump, Donald Kinsey, U-Roy, Barry Ford, Scritti Politti, Errol Dunkley, e seu prório grupo, The Julio Finn Blues Band.
A segunda composição desta gravação é de autoria de Julio Finn, Howling In The Silence, sub-dividida em duas partes.
E finalmente, mais uma vez Chicago Beau (Lincoln T. Beauchamp Jr.), contribui com sua arte e talento no grupo de Shepp com a composição The Lowlands, a primeira do disco.
Infelizmente não consegui dados mais expressivos sobre Chicago Beau e seu conterrâneo Julio Finn, até na wikipedia só haviam textos em dinamarquês.
Sim, definitivamente não seria justo fazer qualquer comentário sobre a música registrada nesta gravação, não haveria palavras realmente precisas para descrever. O único comentário é no quesito técnico, talvez não houvesse boas condições de captação de todos os instrumentos e há uma dificuldade considerável para se poder escutar os instrumentos com menor alcance.
E como de costume, nos comentários. Bem que o disco poderia ter pelo menos o subtítulo de Chicago & Finn.
Archie Shepp & Philly Joe Jones foi gravado em Paris em 1969. A França foi praticamente um exílio para o chamado free jazz, gravações históricas ocorreram por lá. Em especial esta gravação onde Shepp e Jones dividem o título do disco, temos um grande grupo composto por Antony Braxton: alto, soprano saxophones, Chicago Beau: vocal, soprano saxophone, gaita, Julio Finn: gaita, Leroy Jenkins: violin e Earl Freeman: baixo.
Primeiro gostaria de destacar a presença de Philly Joe Jones, consagrado baterista desde a era do chamado hardbop, que não permaneceu alheio às inovações do jazz e participou ativamente, inclusive participando da Arkestra de Sun Ra.
Agora vamos trazer à luz do reconhecimento um nome muito importante nesta gravação: Julio Finn (Augustus Arnold). Além de ser gaitista, é um bluesman compositor, escritor, produtor de documentários. Nasceu em Chicago oruindo de uma família de educadores e músicos. Seu currículo musical é vasto, tendo tocado com Linton Kwesi Johnson, Muddy Waters, Eddie C. Campbell, Dennis Bovell, Art Ensemble of Chicago, Jeanne Lee, Dan-I, Alpha Blondy, Matumbi, Guardian Angel, Brigitte Fontaine, Sterling Plump, Donald Kinsey, U-Roy, Barry Ford, Scritti Politti, Errol Dunkley, e seu prório grupo, The Julio Finn Blues Band.
A segunda composição desta gravação é de autoria de Julio Finn, Howling In The Silence, sub-dividida em duas partes.
E finalmente, mais uma vez Chicago Beau (Lincoln T. Beauchamp Jr.), contribui com sua arte e talento no grupo de Shepp com a composição The Lowlands, a primeira do disco.
Infelizmente não consegui dados mais expressivos sobre Chicago Beau e seu conterrâneo Julio Finn, até na wikipedia só haviam textos em dinamarquês.
Sim, definitivamente não seria justo fazer qualquer comentário sobre a música registrada nesta gravação, não haveria palavras realmente precisas para descrever. O único comentário é no quesito técnico, talvez não houvesse boas condições de captação de todos os instrumentos e há uma dificuldade considerável para se poder escutar os instrumentos com menor alcance.
E como de costume, nos comentários. Bem que o disco poderia ter pelo menos o subtítulo de Chicago & Finn.
sexta-feira, março 04, 2016
Artesanal é? Sei...
Cada povo tem o rei que merece, já dizia a frase popular. O Brasil é um país de dimensões continentais com problemas na mesma proporção e um dos seus inúmeros, é uma educação extremamente deficiente que gera uma cultura problemática, e um de seus efeitos colaterais, é a superficialidade. Mas o que isso tem haver com o artesanato?
Vamos lá. Esse problema com a superficialidade é que a estética ou aparência se torna mais importante que o conteúdo e não me refiro á respeito de teorias complicadas sobre isso, mas num conceito simples e prático. Qualquer salgadinho industrializado de baixo valor disponível em supermercados se encontra os tais sabores com ervas finas, azeite com não sei o que, etc. Colocam uma mistura química qualquer que tenta emular o sabor e muitas destas substâncias sequer possuem o elemento que tentam reproduzir. Mas isso é apenas um exemplo e não é esse o foco do texto.
O bairro em que nasci se tornou um local enfadonho, um refúgio para a classe média que busca alguma sofisticação em serviços. Até uma simples compra no mercado se torna um "evento", lugar de gente feliz...
Triplicaram os estabelecimentos que servem refeições sob o temido rótulo "gourmet". E lá vamos nós recorrer ao significado das palavras:
Gourmet: Personne qui goûte la bonne cuisine en connaisseur. Ou seja, pessoa que aprecia a boa cozinha, que tem um conhecimento avançado em culinária e tem um paladar refinado apto para degustar pratos não convencionais. Daí o chef tem que fazer adaptações porquê o paladar brasileiro não está habituado a certos tipos de ingredientes... Aí o sujeito se enche de soberba porque foi à um bristrô mas ficou com nojinho do steak tartare...wtf!
Mas o que o artesanal tem haver com isso? Então, esses tipos de estabelecimento usam como atrativo o rótulo de artesanal. Tudo é artesanal e caro.
Novamente vamos ao significado das palavras:
Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.
O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz.
Daí o espertalhão proprietário do restaurante contrata desconhecidos para trabalharem no seu estabelecimento e não são a maioria que está contente com sua remuneração por mão de obra, que se assemelha a uma linha de montagem.
Vamos lá. Esse problema com a superficialidade é que a estética ou aparência se torna mais importante que o conteúdo e não me refiro á respeito de teorias complicadas sobre isso, mas num conceito simples e prático. Qualquer salgadinho industrializado de baixo valor disponível em supermercados se encontra os tais sabores com ervas finas, azeite com não sei o que, etc. Colocam uma mistura química qualquer que tenta emular o sabor e muitas destas substâncias sequer possuem o elemento que tentam reproduzir. Mas isso é apenas um exemplo e não é esse o foco do texto.
O bairro em que nasci se tornou um local enfadonho, um refúgio para a classe média que busca alguma sofisticação em serviços. Até uma simples compra no mercado se torna um "evento", lugar de gente feliz...
Triplicaram os estabelecimentos que servem refeições sob o temido rótulo "gourmet". E lá vamos nós recorrer ao significado das palavras:
Gourmet: Personne qui goûte la bonne cuisine en connaisseur. Ou seja, pessoa que aprecia a boa cozinha, que tem um conhecimento avançado em culinária e tem um paladar refinado apto para degustar pratos não convencionais. Daí o chef tem que fazer adaptações porquê o paladar brasileiro não está habituado a certos tipos de ingredientes... Aí o sujeito se enche de soberba porque foi à um bristrô mas ficou com nojinho do steak tartare...wtf!
Mas o que o artesanal tem haver com isso? Então, esses tipos de estabelecimento usam como atrativo o rótulo de artesanal. Tudo é artesanal e caro.
Novamente vamos ao significado das palavras:
Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.
O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja, não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz.
Daí o espertalhão proprietário do restaurante contrata desconhecidos para trabalharem no seu estabelecimento e não são a maioria que está contente com sua remuneração por mão de obra, que se assemelha a uma linha de montagem.
Pronto, jé é a permissão para se cobrar muito caro pelo produto e serviço ofertado. E isso sem contar com a possibilidade do estabelecimento usar matéria prima industrializada para confeccionar seu produto artesanal (isso no caso de um restaurante que poderia usar um ingrediente que poderia ser confeccionado de forma verdadeiramente artesanal).
Mas quem se importa? Vivemos esta cultura da superficialidade, das aparências e se paga caro por isso. E no mais, este é apenas um texto qualquer de internet. We're just a minor threat.
"Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" - Eclesiastes 7:16
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sábado, fevereiro 20, 2016
Feed Your Head - Live at W.N.C. (1989)
Como tinha mencionado na última publicação sobre o Feed Your Head, aqui temos mais um registro desta banda que fez parte do cenário punk em Manchester UK.
É um registro de uma apresentação de 1989, provavelmente antes da gravação do segundo LP, o Missing Sound Of Laughter (também publicado aqui), devido ao repertório executado não incluir nenhuma música do segundo disco. No mesmo dia se apresentaram Oi Polloi, Maaseudun Tulevaisuus e o local foi o W.N.C. squat, em Groningen, Netherlands (Holanda), é possível que o squat não exista mais, sendo squat é uma ocupação de um imóvel sem uso.
Bem, o registro não tem muita qualidade, mas é preciso relevar que é um show em um squat. Nos comentários.
* A capa foi feita pelo Sonorica, a gravação não foi lançada em cd ou outro formato, a não ser mp3.
É um registro de uma apresentação de 1989, provavelmente antes da gravação do segundo LP, o Missing Sound Of Laughter (também publicado aqui), devido ao repertório executado não incluir nenhuma música do segundo disco. No mesmo dia se apresentaram Oi Polloi, Maaseudun Tulevaisuus e o local foi o W.N.C. squat, em Groningen, Netherlands (Holanda), é possível que o squat não exista mais, sendo squat é uma ocupação de um imóvel sem uso.
Bem, o registro não tem muita qualidade, mas é preciso relevar que é um show em um squat. Nos comentários.
* A capa foi feita pelo Sonorica, a gravação não foi lançada em cd ou outro formato, a não ser mp3.
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sexta-feira, fevereiro 12, 2016
Max Roach - Chattahoochee Red (1981)
Logo após duas postagens abordando assuntos que geram conflito, justamente por estarmos numa época incoerentemente mais intolerante, faço uma pausa e este espaço prossegue trazendo a lembrança de um grande ser humano, Max Roach. Sim, ele se foi em 2007, mas a sua arte vive até hoje, desde o início dos anos 40 do séc.XX, até hoje...
Providencialmente e coincidentemente (Deus sabe disso), escolhi relembrar esta sessão gravada em 1981, onde se iniciava a colaboração entre músicos que duraria mais de 20 anos. Mas porque providencialmente? Chattahoochee Red abre com a faixa The Dream/It's Time, um solo de Max Roach intercalado com a gravação do discurso de Martin Luther King, originalmente conhecido com o título de "I Have A Dream". Max Roach, como muitos já sabem, não foi apenas um baterista de jazz. Além de compositor, era um cidadão consciente dos direitos civis e sua música em muitos momentos refletia isso. Logo em seguida é executada It's Time, um clássico entre as composições de Max. Temos uma releitura de Lonesome Lover, originalmente gravada com a voz de Abbey Lincoln e coral, assim como It's Time. Também 'Round Midnight e Giant Steps são revisitadas de modo especial. Destaque para o solo final de Six Bits Blues, onde Bridgewater apenas usa o bocal do trompete. Como sempre não é necessário muitas palavras ou até nenhuma se faça necessária para descrever a música de Max Roach. Nos comentários como de costume. Sempre é uma boa ocasião para celebrar com música, e também refletir sobre os dias de hoje. Eu tenho um sonho...
Providencialmente e coincidentemente (Deus sabe disso), escolhi relembrar esta sessão gravada em 1981, onde se iniciava a colaboração entre músicos que duraria mais de 20 anos. Mas porque providencialmente? Chattahoochee Red abre com a faixa The Dream/It's Time, um solo de Max Roach intercalado com a gravação do discurso de Martin Luther King, originalmente conhecido com o título de "I Have A Dream". Max Roach, como muitos já sabem, não foi apenas um baterista de jazz. Além de compositor, era um cidadão consciente dos direitos civis e sua música em muitos momentos refletia isso. Logo em seguida é executada It's Time, um clássico entre as composições de Max. Temos uma releitura de Lonesome Lover, originalmente gravada com a voz de Abbey Lincoln e coral, assim como It's Time. Também 'Round Midnight e Giant Steps são revisitadas de modo especial. Destaque para o solo final de Six Bits Blues, onde Bridgewater apenas usa o bocal do trompete. Como sempre não é necessário muitas palavras ou até nenhuma se faça necessária para descrever a música de Max Roach. Nos comentários como de costume. Sempre é uma boa ocasião para celebrar com música, e também refletir sobre os dias de hoje. Eu tenho um sonho...
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sábado, fevereiro 06, 2016
Freedom of Speech... Just Watch What You Say! (Esta postagem não se trata de discos)
"Liberdade de expressão... apenas observe o que você diz!".
"Expressar sua opinião". Heresia: Do latim haerĕsis, e do grego (αἵρεσις): "escolha" ou "opção". É a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros.
Atualmente o cenário político/econômico brasileiro se agravou muito nos últimos anos e o facebook tem sido usado com mais frequência para a manifestação das opiniões das pessoas. Até aí tudo bem, "voice your opinion" e "freedom of speech"... Just Watch What You Say!
O facebook tem sido palco principal do afloramento de sentimentos terríveis do ser humano, como ódio, intolerância, ignorância, etc. Dificilmente uma exposição de uma simples opinião não se torna uma briga virtual. O debate dificilmente consegue se concluir sem ofensas. As pessoas não querem ser contrariadas, apenas querem que você simplesmente concorde com a opinião que elas publicam na timeline do perfil de seus facebook's. Quando se publica algo lá, tem uma opção que possibilita escolher para quem estará disponível para ver, ler, ouvir e...comentar. Assim também quem publica tem a escolha e o direito de apagar algo que não lhe agrade termos de comentários. Eu particularmente uso quando necessário essas opção de subtrair algo que não concordo ou não gosto, tanto em comentários em minhas publicações, assim como faço uso de outra opção que o facebook oferece: Ocultar ou não visualizar mais as publicações que não há interesse ou até ofendem, sem a necessidade de retirar alguma pessoa do perfil do facebook. Sim! As pessoas erram, cometem excessos, é a natureza do ser humano. Ainda bem que há essa opção, pois continuo a gostar das pessoas, não quero excluí-las apenas por terem opiniões diferentes ou contrárias às minhas. Também não tenho o menor interesse em convencê-las a mudarem de opinião para que concordem comigo. Elas tem o direito de serem livres e se não se importam se vão ofender alguém, aí é com elas.
Mas aí também é que está um grande problema. Só elas "podem" fazer isso. Quando alguém rebate à altura do que elas fazem, elas não toleram, ficam irritadas, agressivas, ofensivas. Elas não querem ser contrariadas e não aceitam que haja opinião contrária e sempre tem que ofender quem é contrário.
Se alguém rebate algo que você publicou, pode até debater o assunto de forma coerente, sem ofensas ou simplesmente ignorar. Sim! Por que perder tempo com alguém que provavelmente não vai mudar de opinião? A não ser que goste de brigar, ofender, ficar irritado, etc...
Por ser tudo virtual, as pessoas geralmente tomam coragem de afirmar coisas que pessoalmente não falariam ou fariam. E também gera muitos enganos e interpretações erradas sobre o que a pessoa está falando ou exibindo online. Veja o caso dos "likes" do facebook, há pessoas que se ofendem por você não dar o seu "like" no post dela. Imagine que você tenha pelo menos uma centena de amigos em sua rede e todos sempre publicando diversos posts diariamente. Às vezes escapa algo e você não viu, pois a timeline vai rolando, não é mesmo?
O tragicômico disso tudo, é que esse tipo de comportamento tem partido de pessoas que possuem um grau de instrução acima da média da população brasileira, além de serem pessoas que se consideram libertárias, até de esquerda, que combatem ferozmente a ditadura, imperialismo, capitalismo selvagem, moralismo, etc e etc. E no fim das contas elas agem como os líderes que deturparam o idealismo libertário, acabam agindo ideologicamente como Stalin, Mao Tse Tung, etc.
Enfim, este texto é apenas uma reflexão de uma opinião estritamente particular minha, sem valor algum para a sociedade, não tem nenhum propósito para debates, seria inútil, não estou querendo convencer ninguém a pensar igual ou até parecido, é apenas realmente para reflexão, para auto avaliação, para quem quiser refletir. No mais, fique apenas nos "likes" ;)
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domingo, janeiro 24, 2016
Barrados no baile (do copyright)
Tudo começou quando publiquei uma matéria à respeito de um lançamento de gravações do Joy Division nunca editadas. Resolvi divulgar, pois aqui no Brasil seria praticamente inviável ter acesso. Logo em seguida recebi uma notificação ameaçadora de processo e minha conta no mediafire foi bloqueada. Notei que algumas pessoas visualizaram postagens que o link pertencia ao mediafire. Caso não tenham outras fontes, é só escrever um comentário nos respectivos posts e podemos disponibilizar um novo link. Lembrando que o Sonorica não lucra com isso, é apenas uma fonte de informação, principalmente para pessoas que não tem acesso por conta de condições financeiras, afinal estamos em um país sub-desenvolvido que o poder político/econômico mundial faz questão de maternos assim. Ou seja, vendemos o milho para depois comprar o fubá deles pelo triplo do preço. Obrigado pela atenção.
quinta-feira, janeiro 21, 2016
The return of living dead...(oh não! De novo esse assunto sobre a volta do vinil? O que, k7 também?!)
Pois é, e lá vamos nós novamente falar sobre o tal do disco de vinil. Como tenho percebido que nos últimos anos o simples fato de expor uma opinião gera um tipo de atrito que ultrapassa as fronteiras do bom senso, beirando à um conflito de fanatismo religioso, já aviso que tenho 3 estantes lotadas de discos de vinil, gosto deste formato e ainda em tempo, este texto é apenas uma opinião particular de minha parte a qual tem pouca importância para minha vida. Também ainda tenho centenas de fitas k7. Só me adaptei aos novos tempos, então tenho mais de 1000 Compact Discs e cerca de 500GB de arquivos em mp3 em compressão 320kbps, FLAC, WAV.
Se sou contra a volta do vinil e do k7? Efetivamente não ligo no sentido de apoiar, mas o tipo de comportamento que esse "revival" tem causado, me inclina à desaprovar esse retorno dos mortos vivos.
1º impacto negativo: Inflação do mercado.
O que era um moribundo no meio dos anos 90 se tornou um vilão como Jason Voorhees, Michael Myers ou Freddy Krueger, ressurgido das trevas. OK, sempre houveram discos caros, principalmente os importados ou as edições nacionais fora de prensagem, mas as prensagens nacionais em catálogo, que sobravam aos montes em sebos, que eram vendidas em lojas de departamento junto aos eletrodomésticos (hoje em dia seria um Walmart, Carrefour, Lojas Americanas, etc), vendidos de centavos à poucos R$, hoje em dia, são vendidos por pelo menos R$30,00 e detalhe, sem estar em boas condições de conservação;
2º impacto negativo: Fetiche consumista.
Definitivamente nada contra o fetiche do vinil, desde que isso não ultrapasse o bom senso. Até que ponto ter um LP é tão importante? "Mas a arte da capa, o encarte, o selo, pegar no disco, a experiência sensorial do tato, etc..." Tudo bem, OK, cada um com sua preferência, mas a que preço? Fora que muitos nem escutam os discos, é apenas um troféu à ser exibido em seus círculos sociais.
Ainda existe a fatídica questão da tal qualidade superior de áudio do vinil para os formatos digitais. Não vou entrar nesta questão por ser extremamente exaustiva e seria uma perda de tempo, pois quem defende essa tal qualidade superior, se apoia em uma fé cega (ou seria surda?).
Enfim, a música acaba se tornando um fator secundário no mínimo quando entram estas questões.
3 º impacto negativo: Elitismo
Isso está diretamente vinculado ao 1º e 2º fator acima. Quem é que tem pelo menos R$70,00 para comprar um disco? Geralmente as reedições custam mais de R$100,00, sendo que teriam de ser mais em conta, pois não houve custo adicional na produção musical, ou seja, o artista não gastou horas de estúdio e outras despesas, como matriz, arte de capa, etc.
Cai entre nós, vivemos em um país miserável, onde o salário mínimo é de R$880,00 (vigorando desde 01/01/2016). Faça as contas, levando em consideração que a maioria da população (vamos centralizar na capital paulistana) no máximo (no máximo mesmo) ganha até 6 salários mínimos e dessa porção, a esmagadora maioria não ultrapassa os R$2.500,00 por mês. No quesito moradia, no mínimo R$1.000,00 em despesas, sem contar com a alimentação, vestuário, saúde. Então, pobres, lamentamos que esteja fora desta fatia de mercado de consumo exclusivo. Pelo menos não tem o mesmo impacto negativo dos smartphones, mas...
4º impacto negativo: Impacto ambiental
Ah não, lá vem o discurso ativista ecológico greenpeace ou até black block, petista, hippie, esquerdista ou que seja...
Alô, tem alguém em casa? Já não é notório o impacto ambiental negativo causado pela indústria de consumo? Mas o que é agora, vai colocar a culpa do vinil pelo aquecimento global? Bem, se utilizarmos o bom senso, deixando de lado opiniões estritamente pessoais, basta somar 1+1.
Qual a matéria prima do disco de vinil? PVC.
*Polivinil cloreto, comumente conhecido como "PVC" ou "vinil" é um dos materiais sintéticos mais comuns, o PVC é uma resina versátil e aparece em centenas de diferentes formulações e configurações. Acima de 7 milhões de toneladas de PVC são atualmente produzidos por ano nos EUA. Mas fique tranquilo, Aproximadamente 75% de todo ele manufaturado é usado em materiais de construção.
PVC: O maior desastre ambiental sobre a saúde.
Ele é o pior plástico sob a perspectiva da saúde ambiental, colocando maiores prejuízos quando de sua fabricação, sobre tempo e vida dos produtos feitos com ele e por fim quando é jogado fora.
Subprodutos tóxicos de sua fabricação.
Dioxina (o mais potente carcinogênico conhecido), dicloroeteno (ou sua antiga denominação: etileno dicloreto) e cloreto de vinil são involuntariamente gerados na produção de PVC e podem causar severos problemas de saúde, como:
Câncer;
Disruptor endócrino;
Endometriose;
Danos neurológicos;
Defeito de nascimento e comprometimento no desenvolvimento infantil; e
Danos nos sistemas reprodutivo e imunológico.
Nos EUA, o PVC é fabricado predominantemente próximos de comunidades de baixa renda no Texas e na Louisiana. O impacto tóxico da poluição em três destas fábricas nestas comunidades tem feito delas o foco do movimento de justiça ambiental.
Impacto global:
O impacto da dioxina não para aí. Como um poluente bioacumulativo tóxico (PBT), não se decompõe rapidamente e viaja através do planeta, acumulando-se nos tecidos gordurosos e concentrando-se assim que vai subindo na cadeia alimentar. Dioxinas da fábrica de Louisiana migram pelos ventos e se concentra nos peixes dos Grandes Lagos. Elas são mesmo encontradas em perigosas concentrações nos tecidos da baleias, dos ursos polares e, finalmente, no leite materno do povo esquimó Inuit. A exposição média de dioxina dos norte-americanos já alcança risco calculado de câncer tão grande quanto 1 para 1.000 – milhares de vezes maior dos que o padrão usual para um risco aceitável. Mais dramáticas são as concentrações de dioxina no leite materno a um ponto que os bebês agora recebem altas doses, em ordem de magnitude maior do que as médias dos adultos.
Risco dos terroristas:
O relatório de 2002, encomendado pela Força Aérea dos EUA para a Rand Corporation, onde identifica o armazenamento de gás cloro e meios de transporte como maiores alvos químicos para ataques terroristas, citando exemplos de uma série de ameaças e ataques já realizados em todo o mundo. O cloro usado como principal matéria-prima para na fabricação de PVC e o seu transporte através de comboios para abastecimento destas fábricas, torna toda esta cadeia do processo altamente vulnerável. Um simples ataque terrorista poderia liberar uma nuvem tóxica que se espalharia por quilômetros, colocando milhões de vidas em um perigo potencial.
A melhor segurança é optarmos por materiais seguros que não necessitem cloro. A produção de PVC é o maior consumidor específico de cloro e assim reduzir seu uso, representa o maior passo que poderemos dar para reduzirmos o risco de desastres com este elemento químico, acidental ou intencionalmente.
Aditivos letais:
O PVC é inútil sem não houver a adição de uma infinidade de estabilizadores tóxicos – como o chumbo, cádmio e estanho – e dos plastificantes ftalatos. Eles lixiviam ou volatilizam do PVC todo o tempo aumentando os riscos que incluem asma, envenenamento por chumbo e câncer.
Incêndio mortamente perigoso:
O PVC representa um grande risco nos incêndios de prédios, já que ele libera gases mortais por largo tempo depois que ele inflama, assim como o cloreto de hidrogênio se transforma em ácido clorídrico quando inalado. Enquanto ele queima, tanto acidentalmente ou na incineração de lixo, vai liberando dioxinas cada vez mais tóxicas. O PVC queimado em aterros de lixo pode ser agora a maior fonte de dioxinas liberadas no ambiente.
Não pode ser facilmente reciclado:
A multitude de aditivos requeridos para fazer o PVC utilizável, torna a reciclagem pós-consumo, em grande escala, quase impossível para a maioria dos produtos, interferindo na reciclagem de outros plásticos. De um estimado de 3,5 milhões de toneladas de PVC são jogadas fora nos EUA, e apenas 7 mil - menos da metade de 1% - é reciclada. A Association of Post Consumer Plastics Recyclers (nt.: Associação de Recicladores de Plásticos Pós-Consumo) declarou que os esforços para reciclar o PVC são falhos e classificou-o, em 1998, como um contaminante.
* fonte: https://www.healthybuilding.net/
Mas que importância isso tem, não é? O que é utilizado na produção de discos de vinil talvez não chegue a 1%. E a produção de celulose para as capas, selos, encartes? Também terá um aumento na produção de porcentagem mínima em relação à produção total.
Para quem entende um pouco de mercado financeiro, sabe o quanto faz de diferença a porcentagem de 0,1% em diversas situações. Levando em consideração que mesmo a matéria prima produzida de forma sintética não brota do nada e depende de recursos naturais que não são infinitos, esta insignificante porcentagem pode fazer uma diferença considerável à longo prazo.
Mas quem se importa? Essas novas gerações nem ligam pra disco de vinil, só fazem download de mp3, eles que se virem com o meio ambiente no futuro...
Se sou contra a volta do vinil e do k7? Efetivamente não ligo no sentido de apoiar, mas o tipo de comportamento que esse "revival" tem causado, me inclina à desaprovar esse retorno dos mortos vivos.
1º impacto negativo: Inflação do mercado.
O que era um moribundo no meio dos anos 90 se tornou um vilão como Jason Voorhees, Michael Myers ou Freddy Krueger, ressurgido das trevas. OK, sempre houveram discos caros, principalmente os importados ou as edições nacionais fora de prensagem, mas as prensagens nacionais em catálogo, que sobravam aos montes em sebos, que eram vendidas em lojas de departamento junto aos eletrodomésticos (hoje em dia seria um Walmart, Carrefour, Lojas Americanas, etc), vendidos de centavos à poucos R$, hoje em dia, são vendidos por pelo menos R$30,00 e detalhe, sem estar em boas condições de conservação;
2º impacto negativo: Fetiche consumista.
Definitivamente nada contra o fetiche do vinil, desde que isso não ultrapasse o bom senso. Até que ponto ter um LP é tão importante? "Mas a arte da capa, o encarte, o selo, pegar no disco, a experiência sensorial do tato, etc..." Tudo bem, OK, cada um com sua preferência, mas a que preço? Fora que muitos nem escutam os discos, é apenas um troféu à ser exibido em seus círculos sociais.
Ainda existe a fatídica questão da tal qualidade superior de áudio do vinil para os formatos digitais. Não vou entrar nesta questão por ser extremamente exaustiva e seria uma perda de tempo, pois quem defende essa tal qualidade superior, se apoia em uma fé cega (ou seria surda?).
Enfim, a música acaba se tornando um fator secundário no mínimo quando entram estas questões.
3 º impacto negativo: Elitismo
Isso está diretamente vinculado ao 1º e 2º fator acima. Quem é que tem pelo menos R$70,00 para comprar um disco? Geralmente as reedições custam mais de R$100,00, sendo que teriam de ser mais em conta, pois não houve custo adicional na produção musical, ou seja, o artista não gastou horas de estúdio e outras despesas, como matriz, arte de capa, etc.
Cai entre nós, vivemos em um país miserável, onde o salário mínimo é de R$880,00 (vigorando desde 01/01/2016). Faça as contas, levando em consideração que a maioria da população (vamos centralizar na capital paulistana) no máximo (no máximo mesmo) ganha até 6 salários mínimos e dessa porção, a esmagadora maioria não ultrapassa os R$2.500,00 por mês. No quesito moradia, no mínimo R$1.000,00 em despesas, sem contar com a alimentação, vestuário, saúde. Então, pobres, lamentamos que esteja fora desta fatia de mercado de consumo exclusivo. Pelo menos não tem o mesmo impacto negativo dos smartphones, mas...
4º impacto negativo: Impacto ambiental
Ah não, lá vem o discurso ativista ecológico greenpeace ou até black block, petista, hippie, esquerdista ou que seja...
Alô, tem alguém em casa? Já não é notório o impacto ambiental negativo causado pela indústria de consumo? Mas o que é agora, vai colocar a culpa do vinil pelo aquecimento global? Bem, se utilizarmos o bom senso, deixando de lado opiniões estritamente pessoais, basta somar 1+1.
Qual a matéria prima do disco de vinil? PVC.
*Polivinil cloreto, comumente conhecido como "PVC" ou "vinil" é um dos materiais sintéticos mais comuns, o PVC é uma resina versátil e aparece em centenas de diferentes formulações e configurações. Acima de 7 milhões de toneladas de PVC são atualmente produzidos por ano nos EUA. Mas fique tranquilo, Aproximadamente 75% de todo ele manufaturado é usado em materiais de construção.
PVC: O maior desastre ambiental sobre a saúde.
Ele é o pior plástico sob a perspectiva da saúde ambiental, colocando maiores prejuízos quando de sua fabricação, sobre tempo e vida dos produtos feitos com ele e por fim quando é jogado fora.
Subprodutos tóxicos de sua fabricação.
Dioxina (o mais potente carcinogênico conhecido), dicloroeteno (ou sua antiga denominação: etileno dicloreto) e cloreto de vinil são involuntariamente gerados na produção de PVC e podem causar severos problemas de saúde, como:
Câncer;
Disruptor endócrino;
Endometriose;
Danos neurológicos;
Defeito de nascimento e comprometimento no desenvolvimento infantil; e
Danos nos sistemas reprodutivo e imunológico.
Nos EUA, o PVC é fabricado predominantemente próximos de comunidades de baixa renda no Texas e na Louisiana. O impacto tóxico da poluição em três destas fábricas nestas comunidades tem feito delas o foco do movimento de justiça ambiental.
Impacto global:
O impacto da dioxina não para aí. Como um poluente bioacumulativo tóxico (PBT), não se decompõe rapidamente e viaja através do planeta, acumulando-se nos tecidos gordurosos e concentrando-se assim que vai subindo na cadeia alimentar. Dioxinas da fábrica de Louisiana migram pelos ventos e se concentra nos peixes dos Grandes Lagos. Elas são mesmo encontradas em perigosas concentrações nos tecidos da baleias, dos ursos polares e, finalmente, no leite materno do povo esquimó Inuit. A exposição média de dioxina dos norte-americanos já alcança risco calculado de câncer tão grande quanto 1 para 1.000 – milhares de vezes maior dos que o padrão usual para um risco aceitável. Mais dramáticas são as concentrações de dioxina no leite materno a um ponto que os bebês agora recebem altas doses, em ordem de magnitude maior do que as médias dos adultos.
Risco dos terroristas:
O relatório de 2002, encomendado pela Força Aérea dos EUA para a Rand Corporation, onde identifica o armazenamento de gás cloro e meios de transporte como maiores alvos químicos para ataques terroristas, citando exemplos de uma série de ameaças e ataques já realizados em todo o mundo. O cloro usado como principal matéria-prima para na fabricação de PVC e o seu transporte através de comboios para abastecimento destas fábricas, torna toda esta cadeia do processo altamente vulnerável. Um simples ataque terrorista poderia liberar uma nuvem tóxica que se espalharia por quilômetros, colocando milhões de vidas em um perigo potencial.
A melhor segurança é optarmos por materiais seguros que não necessitem cloro. A produção de PVC é o maior consumidor específico de cloro e assim reduzir seu uso, representa o maior passo que poderemos dar para reduzirmos o risco de desastres com este elemento químico, acidental ou intencionalmente.
Aditivos letais:
O PVC é inútil sem não houver a adição de uma infinidade de estabilizadores tóxicos – como o chumbo, cádmio e estanho – e dos plastificantes ftalatos. Eles lixiviam ou volatilizam do PVC todo o tempo aumentando os riscos que incluem asma, envenenamento por chumbo e câncer.
Incêndio mortamente perigoso:
O PVC representa um grande risco nos incêndios de prédios, já que ele libera gases mortais por largo tempo depois que ele inflama, assim como o cloreto de hidrogênio se transforma em ácido clorídrico quando inalado. Enquanto ele queima, tanto acidentalmente ou na incineração de lixo, vai liberando dioxinas cada vez mais tóxicas. O PVC queimado em aterros de lixo pode ser agora a maior fonte de dioxinas liberadas no ambiente.
Não pode ser facilmente reciclado:
A multitude de aditivos requeridos para fazer o PVC utilizável, torna a reciclagem pós-consumo, em grande escala, quase impossível para a maioria dos produtos, interferindo na reciclagem de outros plásticos. De um estimado de 3,5 milhões de toneladas de PVC são jogadas fora nos EUA, e apenas 7 mil - menos da metade de 1% - é reciclada. A Association of Post Consumer Plastics Recyclers (nt.: Associação de Recicladores de Plásticos Pós-Consumo) declarou que os esforços para reciclar o PVC são falhos e classificou-o, em 1998, como um contaminante.
* fonte: https://www.healthybuilding.net/
Mas que importância isso tem, não é? O que é utilizado na produção de discos de vinil talvez não chegue a 1%. E a produção de celulose para as capas, selos, encartes? Também terá um aumento na produção de porcentagem mínima em relação à produção total.
Para quem entende um pouco de mercado financeiro, sabe o quanto faz de diferença a porcentagem de 0,1% em diversas situações. Levando em consideração que mesmo a matéria prima produzida de forma sintética não brota do nada e depende de recursos naturais que não são infinitos, esta insignificante porcentagem pode fazer uma diferença considerável à longo prazo.
Mas quem se importa? Essas novas gerações nem ligam pra disco de vinil, só fazem download de mp3, eles que se virem com o meio ambiente no futuro...
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