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domingo, janeiro 24, 2016

Barrados no baile (do copyright)

Tudo começou quando publiquei uma matéria à respeito de um lançamento de gravações do Joy Division nunca editadas. Resolvi divulgar, pois aqui no Brasil seria praticamente inviável ter acesso. Logo em seguida recebi uma notificação ameaçadora de processo e minha conta no mediafire foi bloqueada. Notei que algumas pessoas visualizaram postagens que o link pertencia ao mediafire. Caso não tenham outras fontes, é só escrever um comentário nos respectivos posts e podemos disponibilizar um novo link. Lembrando que o Sonorica não lucra com isso, é apenas uma fonte de informação, principalmente para pessoas que não tem acesso por conta de condições financeiras, afinal estamos em um país sub-desenvolvido que o poder político/econômico mundial faz questão de maternos assim. Ou seja, vendemos o milho para depois comprar o fubá deles pelo triplo do preço. Obrigado pela atenção.

sexta-feira, junho 20, 2014

Death – ...For The Whole World To See (1975)

Já faz um tempo que esta banda foi redescoberta e houve uma certa ebulição no meio underground por conta do Death. Até então, quando se falava em pré-cursores do chamado punk rock, o tal do proto-punk, os nomes mencionados eram o MC5, The Stooges e até o The  Sonics.
Os irmãos Dannis, Bobby e David Hackney tocavam R&B na garagem da casa de seus pais até mudarem para o hard rock em 1973, quando assistiram um show do Alice Cooper e David Hackney teve uma boa influência dos power chords de Pete Townshend do The Who. O Death começou tocando em cabarés e festas de garagem no lado leste de Detroit onde predominava a comunidade afro americana, o que causou um certo desconforto, pois o pessoal estava curtindo o Earth Wind & Fire, The Isley Brothers, etc.
Interessante este ponto, pois aproveito para abordar um assunto que tem se discutido inutilmente aqui no Brasil e especificamente em São Paulo, o racismo. Sim, ultimamente, novamente algumas pessoas que adotam posturas racistas e muitos pensam que racismo se resume ao "homem branco" em relação aos negros. Não, definitivamente qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento básico sabe que não se resume a isso. Talvez eu aborde o assunto com mais profundidade em um texto específico por aqui, mas só aproveitei alguns dados por conta da banda dos irmãos Hackney, que são mais exemplo do quão é estúpido discutir quem é o dono da música, do rock, do blues, etc. O blues não seria o blues se os afro americanos não tivessem contato com a música dos "brancos", assim como o samba não seria o samba se não tivesse contato com a música dos "brancos", o afrobeat, o jazz, e assim segue...
Bem, voltemos à Detroit nos anos 70. O Death não foi lá bem aceito na comunidade afro americana pelo seu som no mínimo estranho, ainda mais para aquela época. Eu não sei até que ponto o Death influenciou a famosa banda hardcore punk Bad Brains, mas quando se escuta principalmente o início do Bad Brains no final dos anos 70, parece óbvio que H.R. e seus amigos, sofreram esta influência, comparando com as músicas You're a Prisioner, Freakin Out, do disco ... For The Whole World To See por exemplo. Bem, o fato é que finalmente o Death tem o reconhecimento, mesmo que tardio, pois David Hackney morreu de câncer no pulmão em 2000. Segundo seu irmão Bobby, David estava convicto de que o Death estava criando algo totalmente revolucionário na música. Sim, de fato David estava certo e lamento que ele não teve o reconhecimento devido enquanto estava vivo. Enfim, já foi providenciado o relançamento dos dois LP's do Death, o For The Whole World To See e Spiritual Mental Physical, que é uma compilação de demo tapes de 1974 à 1976. Também foi realizado um documentário sobre o Death e algumas apresentações do grupo com os irmãos Bobby e Dannis. Por enquanto me limito a compartilhar com alegria esta descoberta recente, graças ao meu grande amigo Edilson, que me revelou esta música revolucionária. Nos comentários.

quinta-feira, maio 01, 2014

Gravitat - Gravitat (2014)



Formed by musicians from the Free Improvisation Circuit of Sao Paulo, the quartet Gravitat search
through instant composition exploring the mysteries of the deep bass sounds.
Recorded live in Brooklyn Paulista, Sao Paulo, Brazil, august/2013 by Rob Ranches.
Rubens Akira - bass clarinet / drums
Daniel Carrera - trombone
Rob Ranches - baritone sax / glass marimba
Rodrigo gobbet - electric bass / effects

7MNS Music - ambient - drone - sound - experimentation - electroacoustic

segunda-feira, dezembro 30, 2013

24-7 Spyz ‎– Gumbo Millennium (1990)

Elá se vai o ano de 2013! Nestes últimos meses não tive tempo pare escrever no Sonorica devido a minha recente vida institucionalisada... sim, o emprego convencional deixou meus horários limitados, com um pouco menos tempo para pesquisa e elaboração de textos, pois o blog não é apenas para postar discos, se bem que o último deste ano é...
Bom, conversando com um amigo sobre bandas de rock só com afro-descendentes, como Bad Brains, Living Colour, Fishbone e a recente  descoberta band called Death (assim que possível, escreverei sobre esta banda), lembramos do 24-7 Spyz, um ótimo grupo que está bem esquecido e também entra para a lista do Sonorica de bandas e artistas que merecem reconhecimento.
O 24-7 Spyz se formou em 1986, originalmente com Jimi Hazel (Wayne K. Richardson) na guitarra, Rick Skatore (Kenneth D. Lucas) baixo, Kindu Phibes bateria, e P. Fluid (Peter Forrest) nos vocais, oriundos do South Bronx, New York. A banda ficou conhecida pela mistura do soul, funk, reggae e R&B com o heavy metal e hardcore punk. O fato de serem afro-americanos tocando variações de heavy metal fez com que críticos musicais os comparacem com bandas como Living Colour e Bad Brains, se bem que o 24-7 Spyz foi pioneiro na fusão destes estilos musicais em particular e nunca tiveram sucesso comercial substancial.
Após várias mudanças de membros banda encerrou suas atividades em 1998 e voltou em 2003, lançando seu primeiro novo album com novo material em 2006. Em Novembro de 2012 a banda tem se apresentado com a formação composta por Jimi Hazel, Rick Skatore, o baterista Sekou Lumumba e o guitarrista Ronny Drayton.
Equivocadamente o 24-7 Spyz foi rotulado de funk-o-metal, mas a banda vai além disso, como poderá constatar nos comentários deste post, como de costume aqui no Sonorica e ainda relembrando, assim como o primeiro disco deles, o Harder Than You (1989) o Gumbo Millennium está fora de catálogo e se na época que o Brasil lançou algumas bandas desconhecidas na época que o Living Colour e Fishbone fizeram um relativo sucesso comercial e não tomou conhecimento do 24-7 Spyz, quanto mais agora. Espero que os detentores de direitos fonográficos assim como de outras obras musicais, compreenda que este espaço é para o reconhecimento destes trabalhos, que nunca tiveram a chance de reconhecimento e acesso neste país chamado Terra Brasilis.
Gumbo Millennium contém elementos do Soul e R&B e também explora a improvisação do jazz como na música "Dude U Knew". Jimi Hazel (provável que este pseudônimo seja uma homenagem à Jimi Hendri e Eddie Hazel) mostra sua habilidade como mc na faixa hiphop "Don't Push Me" e a música "Racism" ilustra o assunto com uma sonoridade thrash metal. O disco teve reconhecimento de crítica especializada quando o grupo fez a abertura da tourné do Jane's Addiction promovendo o aclamado "Ritual De Lo Habitual" e na noite final da tour, o vocalista P. Fluid anuncia em pleno palco, para a surpresa dos outros membros do 24-7 Spyz, que ele deixaria a banda.
Enfim, o Sonorica se despede do produtivo e de certa forma tumultuado ano de 2013 dando graças à Deus por tudo e também agradecendo de coração à todos os que visitaram este pequeno espaço virtual ao longo dos anos. Sem clichés e frases feitas, desejo um feliz 2014 à todos e assim prosseguimos de Deus quiser!

segunda-feira, janeiro 28, 2013

Piranha - Big Fucking Teeth demo tape (1988)

"É um peixe voraz, de São Francisco, não, não, perdão, Amazonas..."*
Na verdade a banda de thrash metal se formou em Berkeley, California em 1987 por Paul Baloff, que foi vocalista de uma das mais importantes e influentes bandas dos anos 80. Gravou apenas um disco em estúdio, o Bonded By Blood, gravado  em Julho de 1984 e lançado em 25/04/1985 pela Torrid/Combat Records. O guitarrista Kirk Hammett (Metallica) que fez parte do Exodus, teve participação na composição de algumas músicas do primeiro album do Exodus que anteriormente teria o título de A Lesson In Violence. Paul Baloff era conhecido por ter problemas de alcoolismo que foi obstáculo para estar à frente de uma banda que estava em evidência, pois Bonded By Blood se tornou um clássico instantâneo. Então ele entrou em desacordo com seus colegas de banda e deixou o Exodus e logo em 1987 formou o grupo Piranha, composto por Ron Shipes: guitarrra, Al Voltage: guitarra, Erick Wong: baixo e Fred Cotton: bateria. O Piranha gravou apenas duas demo tapes com Paul Baloff que ainda em 1988 se tornou vocalista da banda Heathen. Baloff retornou ao Exodus e esteve na banda em 1993, entre 1997-98 e finalmente entre 2001-02, quando faleceu no dia 02/02/2002. Ainda em 1997 lançou um disco ao vivo com o Exodus, o Another Lesson In Violence, gravado em um show do dia 08/03/1997 no Trocadero em San Francisco,CA, uma casa de shows que foi inaugurada em 1892.
Me lembro quando ouvi o Exodus pela primeira vez, em 1986 na Woodstock Discos, centro de São Paulo. Foi um grande impacto imediato, assim como a introdução da música de abertura, Bonded By Blood que começa com o som de um avião à jato. Pedi pro Walcyr (proprietário da loja), me gravar uma fita k-7 do lp importado, que seria lançado no Brasil ainda no mesmo ano pelo selo Cogumelo Records, que começou como uma loja de discos em Belo Horizonte, MG, assim como a Woodstock Discos se tornou um selo. O Exodus foi tão importante para mim, que se tornou grande influência pessoal quando me juntei com amigos de infância para montar uma banda de thrash metal, o Megaforce, que inclusive o logotipo foi inspirado no do Exodus e o nome da banda, na gravadora do Metallica, pois nossas bandas preferidas da época eram Slayer, Metallica e Exodus.
Bem, talvez para a maioria dos que acompanham o Sonorica seja um tanto quanto estranho eu abordar este estilo de música, mas para mim, o Exodus me emociona tanto quanto o Art Ensemble Of Chicago ou New Order. Se deixarmos de lado todos os supérfluos e todos os conceitos, fica a essência da música, o sentimento, e então, um universo sem fronteiras se abre. Nos comentários o acesso para este pequeno registro de Paul Baloff.

*Uma citação de uma canção de Alypyo Martins

quinta-feira, janeiro 17, 2013

MediaFire, ganância, direitos fonográficos e falta de entendimento

AMIGOS DO SONORICA, INFELIZMENTE INFORMO QUE TODOS OS LINKS FORAM BLOQUEADOS E MINHA CONTA DO MEDIAFIRE FOI SUSPENSA POR CONTA DOS ORGÃOS RESPONSÁVEIS POR DIREITOS AUTORAIS E FONOGRÁFICOS DOS TRABALHOS QUE DIVULGUEI NESTE ESPAÇO.
POR MAIS QUE EU EXPLICASSE A SITUAÇÃO DO BLOG, QUE TEM VISITANTES EM SUA MAIORIA AQUI EM SÃO PAULO, QUE É UM NÚMERO IRRISÓRIO DE ACESSOS, QUE ABORDA QUASE SEMPRE A DIVULGAÇÃO DE ARTÍSTAS DESCONHECIDOS, DE GÊNEROS MUSICAIS QUE DESPERTAM POUQUÍSSIMO INTERESSE, QUE TEM OBRAS PRATICAMENTE INDISPONÍVEIS NO MERCADO BRASILEIRO E QUE NEM TODOS TEM CONDIÇÕES DE COMPRAR PELA INTERNET, QUE MUITOS SEQUER PODEM POSSUIR UM CARTÃO DE CRÉDITO INTERNACIONAL, QUE NÃO PODEM COMPRAR UM PRODUTO FONOGRÁFICO COM AS TAXAS E IMPOSTOS EXTRAS INCLUÍDOS, NUNCA TEVE O INTERESSE DE LUCRAR SOBRE A OBRA ARTÍSTICA DE NINGUÉM.
AOS INTERESSADOS NOS REGISTROS PUBLICADOS NO SONORICA, O QUE POSSO FAZER, É ATRAVÉS DE UM PEDIDO PARTICULAR DE CADA LEITOR, PROVIDENCIAR O QUE FOR NECESSÁRIO DE FORMA PARTICULAR.

FRIENDS OF SONORICA, INFORM UNFORTUNATELY THAT ALL LINKS ARE BLOCKED AND MY ACCOUNT WAS SUSPENDED BY MEDIAFIRE ACCOUNT OF BODIES RESPONSIBLE FOR COPYRIGHT AND PHONOGRAPHIC OF WORK SPACE DISCLOSED IN THIS. FOR MORE I EXPLAINED THE SITUATION'S BLOG THAT HAS VISITORS IN YOUR MOST HERE IN SAO PAULO, WHICH IS A NUMBER OF WHIMSY ACCESS, WHICH EVER RELEASES FOR UNKNOWN ARTISTS, MUSICAL GENRES THAT AROUSE LITTLE INTEREST, WHICH HAS ALMOST UNAVAILABLE IN WORKS BRAZILIAN MARKET AND CONDITIONS THAT NOT EVERYONE HAS TO BUY THE INTERNET THAT MANY MAY EVEN HAVE A CREDIT CARD INTERNATIONAL, WHICH CAN NOT BUY A PRODUCT WITH PHONOGRAPHIC  FEES AND TAXES INCLUDED EXTRAS NEVER HAD THE INTEREST OF PROFIT ON THE WORK OF ARTISTIC NOBODY.INTERESTED IN RECORDS TO PUBLISHED IN SONORICA, WHAT CAN I DO, IT IS THROUGH A REQUEST FOR EACH PARTICULAR PLAYER, WHAT IS NECESSARY TO PROVIDE FOR PARTICULAR WAY.

http://www.mediafire.com/policy_violation/account_suspension.php

terça-feira, novembro 20, 2012

Arfante – Música para Instrumento de Sopro Solo V/A (2012)

 V/A - ARFANTE - MÚSICA PARA INSTRUMENTO DE SOPRO SOLO - MSRCD 020

RELEASE: 19/11/2012

A ideia deste projeto foi de convidar alguns improvisadores do Brasil e um de Portugal (Chagas), para gravar uma faixa utilizando instrumento de sopro solo. Eletrônicos não foram utilizados. O tempo máximo era de oito minutos para cada faixa. Os insturmentos poderiam ser preparados, mas nenhuma edição posterior deveria ser feita.
Agradecemos a todos os músicos envolvidos.

Gravado em Setembro de 2012, em diversos estúdios no Brasil.
Arte da capa e design: Gustavo Bode.

Faixas:

01 - Rubens Akira - Urgency [Clarone/Bass Clarinet]
02 - Rômulo Alexis - Migalhas [Trompete/Trumpet]
03 - Marcelo Armani - Rudimentar [Trompete Preparado com Objetos/Prepared Trumpet with Objects]
04 - Gustavo Bode - Chuva e Gastroenterite Aguda [Trompete/Trumpet]
05 - Daniel Carrera - Enquadro [Trombone]
06 - Paulo Chagas - Incêndio nas Cezaredas [Oboé/Oboe]
07 - Diego Dias - Expectorante [Saxofone Soprano/Soprano Saxophone]
08 - Matias Viola Fischer - Cães [Trompa/French Horn]
09 - Leila Monsegur - Divagações sobre um Plano Inclinado [Clarinete/Clarinet]
10 - Rodrigo Olivério - Blumas em Frequência* 

*Instrumentos de fabricação própria/Hand made instruments: Helicopterom, Saxsofonil.
Outros Instrumentos/Other Instruments: Hulusi, Saxofone Alto/Alto Saxophone.

* Para ouvir, clique, aqui

terça-feira, outubro 16, 2012

Living Death - demo tape 1983

Sim! O Sonorica tem espaço para um dos gêneros musicais mais populares e difamados ao redor mundo. Quantas vezes eu ouvi pessoas falarem que o heavy metal é música de adolescente retardado, uma barulheira dos infernos, coisa de alienado, sem criatividade(?!), deturpação do rock (???!!!), lixo musical, etc. (ah, a relatividade das coisas, dejeto para uns, adubo para outros...o que é boa música então, o que está no hit parade? o que as celebridades gostam?)
Mas como através dos anos comecei a compreender algumas coisas sobre a vida e a música, pude filtrar as informações com mais eficiência e aprimorar meu conhecimento chegando ao ponto de identificar música de qualidade livre de categorias, formas estéticas e até opinião pessoal.
O grupo Living Death se formou em Velbert na Alemanha em 1980 pelos irmãos Reiner e Dieter Kelch e Frank Fricke. No ano seguinte se juntaram ao grupo o baterista Frank Schubring e o vocalista Thorsten "Toto" Bergmann. Em 1984 lançaram seu primeiro lp, Vengeance Of Hell e mesmo com uma baixa qualidade de gravação, teve uma ótima aceitação no circuito independente (vai ver que é por isso que acham que metaleiro ouve qualquer porcaria...).
O Living Death tinha como característica o andamento mais acelerado do que as bandas de heavy metal da época e à gosto do universo headbanger, criou-se o rótulo de speed metal. Também havia uma característica muito peculiar no timbre de voz de Thorsten, uma voz esganiçada que até mesmo eu me divertia com isso. Mas o Living Death desfrutou de uma época de descobertas e inovações no gênero e se tornou um grupo criativo e original.
O início está registrado já na primeira demonstration tape (é, meus amados irmãos em Cristo, quando se fala em demo tape, é isso, não é coisa do capiroto) de 1983.
E cumprindo a tarefa do Sonorica em apenas divulgar a arte sem fins lucrativos ou outras bobagens, basta dar um click na imagem para acessar o link de arquivo.

quarta-feira, julho 18, 2012

Indigo Jam Unit - Roots (2010)

Em tempos de touch screen ainda deparamos com certos tipos de afirmações demonstrando que a evolução não atinge todos os indivíduos se cada um não se dispor a evoluir. Ninguém evolui por osmose e passividade. Mesmo o Funkadelic dizendo em 1978 que a música é universal, com a canção "Who Says a Funk Band Can't Play Rock?!", provando que cada estilo musical não está restrito a etnias, ainda tivemos o Bad Brains como um dos melhores grupos de hardcore punk, o Living Colour e ainda o filme documentário Afro Punk, mostrando que tal estilo é universal. Ainda se escuta por aí alguém proferindo a frase, "samba de alemão", ou "samba de japonês", para ilustrar o ritmo sendo mau executado, com ausência de swing, groove, etc. Hoje em dia temos mulheres oriundas da terra do sol nascente faturando primeiros lugares em concursos de dancehall na Jamaica e de passista no Rio de Janeiro.

O Indigo Jam Unit se formou no ano de 2005 em Osaka, com Yoshichika Tarue (piano), Katsuhiko Sasai (contra-baixo), Isao Wasano (percussão e bateria) e Takehiro Shimizu (bateria). Yoshichika Tarue nasceu em 1974 e começou a tocar piano clássico aos 20 anos de idade e posteriormente iniciou seu quarteto de jazz com influência latina. Katsuhiko Sasai nasceu em 1976 iniciando no sintetizador até os 14 anos e foi para o baixo elétrico um ano depois. Trabalhou na cena Funk e fusion japonesa e começou a tocar baixo-acústico com o Indigo Jam Unit. Isao Wasano nasceu em 1979 e iniciou-se na percussão ainda na banda do colégio e assumiu a bateria quando entrou no Indigo Jam Unit. Takehiro Shimizu nasceu em 1983 e começou a tocar bateria aos 12 anos se dedicando ao formato das big bands de jazz. Trabalhou com Sadao Watanabe, Terumasa Hino, Hitomi Nakayama, Naoko Sakata, Jukka Eskola entre outros. Recebeu diversos premios de baterista de jazz, divide seu tempo entre New York e o Indigo Jam Unit em Osaka, Japão. O Indigo Jam Unit sempre grava seu material ao vivo no estúdio com uma pequena pós-produção e alguns efeitos se possível. Não há edição ou overdubs em suas gravações. Clique aqui para acessar o arquivo e constatar do que estamos falando.

sexta-feira, julho 13, 2012

Jodie Christian - Blues Holiday (1994)

O trio composto de piano, contra-baixo acústico e bateria é conhecido como a formação clássica das pequenas configurações de conjuntos do que se convencionou chamar de jazz. Alguns destes trios se tornaram símbolos do jazz, como o Bill Evans trio, Art Tatum trio, Ahmad Jamal trio e um dos mais expressivos que não se efetivou como um grupo fixo, o trio formado por Duke Ellington, Charles Mingus e Max Roach, que podem ser considerados como parte fundamental dos pilares do chamado jazz moderno e gravaram o disco Money Jungle. Jodie Christian foi um membro importante na formação da AACM de Chicago, que trouxe novas mudanças na música criativa na América do Norte e esta gravação contém a essencia da música afro-americana que todos conhecem por jazz. Não importa o quanto se avance em novas abordagens linguísticas e experimentações músicais das mais radicais, se algo ainda tem a palavra jazz no meio, seja free, avant ou o nome que seja, o blues lá estará. Clique aqui para acessar o arquivo para apreciar clássicos como Take The A Train de Billy Strayhorn e uma versão de certo compositor brasileiro.

quinta-feira, julho 12, 2012

Concrete Sox / Heresy split LP (1987)


Em Nottingham, 1983 nas jam sessions com Gabba (Chaos U.K./F.U.K.), Kalv (Heresy/Geriatric Unit) e vários amigos, se formou com Vic Croll e Les Duly o Concrete Sox que inicialmente se chamou Concrete Evidence. É considerado o pioneiro do crossover, junto com os grupos Sacrilege, Onslaught, Deviated Instinct entre outros e um dos mais influentes do hardcore/crust punk britânico. O Heresy nasceu na mesma cidade do Concrete Sox em 1985 por Reevsy (guitarra, voz), Kalvin "Kalv" Piper (baixo) e Steve Charlesworth (bateria). Seu primeiro registro foi um flexi-disc de 6 faixas pela Earache records. Seu primeiro LP foi o split album com o Concrete Sox, também pela Earache em 1987, que se tornou um clássico do hardcore punk. Clique aqui para acessar o arquivo deste registro indispensável do hardcore punk.

quarta-feira, julho 11, 2012

Anglican Scrape Attic 7'' - Various Artists (1985)

Um clássico do hardcore punk e do crossover, o compacto Anglican Scrape Attic foi lançado em formato flexi disc na Inglaterra em 1985, com duas bandas pioneiras no estilo crossover (heavy metal e hardcore punk), o Hirax e o Sacrilege, as duas bandas de hardcore japonês Execute e Lip Cream e a banda inglesa Concrete Sox com o seu clássico, Eminent Scum. Foi uma das minhas primeiras aquisições, quando comprei na Rainbow, a loja do Nunes, localizada na galeria do rock. Isso foi em 1986 e custou U$ 1,00. Clique aqui para acessar o arquivo.

sexta-feira, junho 22, 2012

Sun Ra – Disco 3000 (1978)

Ultimamente tenho procurado resumir o máximo possível os comentários de gravações postadas neste blog pelo fato de muitos discos já possuirem um número considerável de textos à seu respeito, alguns bons, outros, bem, você sabe... No caso do post anterior que se trata de gravações do Joy Division, senti que era desnecessário qualquer comentário. Ora, é o Joy Division e creio que qualquer pessoa que tem uma pequena porção de interesse por música em geral deve conhecer o grupo que originou o New Order e o vocalista Ian Curtis. Além do que a world wide web proporciona um amplo espectro de informações e dados sobre música e temos ferramentas de busca ao nosso dispor para nos aprofundar com facilidade sobre vários assuntos. Claro, devo relembrar que é prudente verificar a integridade das fontes e fazer comparação de dados com pelo menos três referências diferentes.
No caso deste post, é importante ressaltar esta gravação de Sun Ra, que faz parte do seu período em que esteve na Itália com sua Arkestra reduzida à um quarteto que o acompanhou em suas novas descobertas no campo dos sintetizadores que dava seus primeiros passos. Nosso amigo Herman Poole Blount ou Le Sony'r Ra, conheceu os sintetizadores Crumar que eram contemporâneos do célebre Moog e gravou este controverso Disco 3000 (no mesmo período também foi gravado o Media Dreams). A maioria dos aficcionados do senhor mistério que conheço, elege o Space Is The Place como seus discos favoritos e apenas um grande amigo meu que tem um sólido conhecimento da obra do homem de saturno, tem como o Disco 3000 como um dos melhores da vasta e confusa discografia da Arkestra. A composição Disco 3000 passeia pelas explorações timbrísticas que o sintetizador ofercia para Sun Ra e ela faz uso de padrões rítmicos presentes nos presets do novo instrumento. Há um momento que Sun Ra faz uma espécie de auto-sampler, usando trechos de suas composições e mesmo que muitos ainda insistam que Sun Ra e sua Arkestra são um grupo de free jazz, as suas composições são bem mais objetivas em termos de estrutura. É muito interessante o resgistro de Sun Ra com um grupo pequeno para expor sua arte musical, pois suas gravações predominam sua Arkestra que já teve três bateristas além de outros percussionistas na sessão rítmica. Assim como o Media Dreams, é a efetivação do trompestista Michael Ray no grupo. Disco 3000 como vários discos de Sun Ra, foi editado de forma independente e confusa, com mais de uma capa e por vezes com versões diferentes. Só depois de décadas foi reeditado no formato digital em dois cd's com praticamente todos os registros da sessão. Há composições conhecidas do repertório da Arkestra, como We Travel Spaceways e Friendly Galaxy, mas com arranjo para quarteto.
Clique no comentário para os links de arquivo.

quinta-feira, maio 31, 2012

Sun Ra - Media Dreams (1978)

Pela última vez, Sun Ra e sua Arkestra não são free jazz! Da mesma forma que a música Salt Peanuts não é bebop, Holy Ghost não é free jazz. Não devemos justificar este erro por uma questão meramente mercadológica. Não se sustenta a afirmação para definir uma estética de forma teórica, pois a música não é sobre notas, mas sobre sentimentos. Duke Ellington advertiu Dizzy ao batizar seu estilo de tocar como bebop. Be Bop era apenas o nome de uma composição de Dizzy, assim como Free Jazz apenas o título do disco de Ornette. Quando perguntaram à Max Roach se ele ouvia jazz, ele disse que apenas ouvia música. Críticos musicais, escritores de resenhas de discos e alguns que redigiram as famosas liner notes dos discos infelizmente acabam causando grandes problemas para a música, por seus próprios equívocos e principalmente a interpretação e entendimento equivocado do leitor. Mas este assunto não deve se prolongar e quem quiser continuar a fazer o uso de rótulos e tentar enquadrar nomes em nichos na tentaiva de definir a música, está livre para fazê-lo.
O interessante aqui é esta gravação de Herman Blount em sua temporada na Itália apenas com um quarteto composto por John Gilmore, Luqman Ali e Michael Ray. Embora nesta gravação não esteja presente, June Tyson também fez parte desta temporada italiana e participou do notório e controverso (não sei porque) Disco 3000. Esta visita de Sun Ra ao planeta Itália teve muita importância em sua música, pois teve contato com a Crumar, de Mario Crucianelli, que construia sintetizadores e ficou conhecida nos anos 60 por produzir o que chamaram de bons "hammond clones". Os sintetizadores Crumar também eram contemporâneos e comparáveis aos sintetizadores Moog.
Media Dreams registra novas experiências de Sun Ra com a nova tecnologia da época, com o uso de padrões de rítmo que os equipamentos ofereciam e os novos timbres que se identificavam com a temática estética de nosso amigo de saturno. Claro que este tipo de inovação não foi bem aceito para quem já tinha cristalizado em sua mente que Sun Ra e sua Arkestra tinha que soar como um grupo de jazz. Ainda continuam os inúteis debates sobre os supostos danos causados à música pela nova tecnologia. Ora, já passou o tempo de se entender que os equipamentos não são culpados e sim o suposto artísta.
É bem provável que Sun Ra não pode contar com sua Arkestra na integra por meras questões financeiras, pois a banda de saturno, por ser de outro mundo, sempre passou dificuldades no planeta Terra. Vale destacar a presença de John Gilmore, fiel companheiro de Sun Ra, que por várias vezes recusou outros trabalhos ligados ao chamado jazz por sua fidelidade à Arkestra. Só me vem à memória uma exceção quando participou por um breve período do Jazz Messengers de Art Blakey. Também a entrada de Michael Ray ao universo de Sun Ra, se tornando grande colaborador, depois de ter trabalhado com Patti LaBelle, The Delfonics, Stylistics e Kool & The Gang. Dados sobre música, músicos, gravações, etc, são apenas informações, apenas isso. A música fala por si só. Clique aqui para acessar o arquivo.

quinta-feira, maio 10, 2012

Albert Ayler - The First Recordings (1962)

E na sessão "Eu disse que não iria mais falar sobre isso", senti no coração de falar um pouco sobre Albert Ayler. A estas alturas do campeonato se ainda persistem as questões em debalde sobre quem é o pioneiro do sei lá o que ou de quem inventou a roda, lembremos que praticamente todos os músicos de uma época que estavam envolvidos em novos rumos para sua música no final da década de 50 em diante, não dão a mínima importância sobre os rótulos free jazz, new thing, etc. Ultimamente os termos "pré" e "proto" tem sido usados para tentar definir parâmetros para vários estilos musicais e suas origens. Há uma corrente que defende o nascimento do tal do free jazz num suposto pré ou proto free jazz com as gravações de Lennie Tristano no disco Intuition ou nas gravações de Jimmy Giuffre. O fato é que Cecil Taylor e Ornette Coleman deram a forma definitiva para o que se convencionou a se chamar de free jazz e esse termo se tornou um rótulo para este tipo de música depois da gravação do disco Free Jazz com o duplo quarteto de Ornette. A informação em sí deve ser averiguada, questionada e geralmente se pode fazer um bom uso, principalmente para ajudar a compreender o desenvolvimento da música. O que realmente causa um tremendo enfado são as intermináveis discussões com abordagens completamente inúteis. Bem, como disse Frank Zappa em um título de uma de suas gravações, shut up and play guitar. Dificilmente se aprende alguma coisa quando só se fala.
Como eu tinha feito uma analogia entre S.O.B. e Napalm Death, Albert Ayler e John Coltrane no post anterior, aqui está o registro que comprovam os dados da troca de informação, conhecimento e influência entre os músicos, além do registro do depoimento de ambos os músicos a respeito da questão. As primeiras gravações de Ayler em lp sob seu nome se deram em 25 de Outubro de 1962 no Main Hall Of Academy Of Music de Stockholm, Suécia. Ayler executa um standard, I'll Remember April, uma composição de Miles Davis e outra de Sonny Rollins. E por último uma de sua autoria com sugestivo título de Free. Clique aqui para acessar o arquivo de suas primeiras gravações.

terça-feira, maio 08, 2012

S.O.B.- Leave Me Alone ep (1986)/Don`t Be Swindle (1987)



Como disse antes, juntamente com os pioneiros ingleses do Napalm Death, o S.O.B. de Osaka consolidou o estilo grindcore e se tornou referência e influência para muitos grupos do gênero. O ep Leave Me Alone é o primeiro registro fonográfico do grupo e assim como o lp Don't Be Swindle, o S.O.B. ainda tinha uma sonoridade mais voltada ao hardcore punk, mas com as características do estilo grindcore. Nestas gravações se encontram clássicos da banda, como: Thrash Night e Raging In Hell.
Vale lembrar da influência do S.O.B. sobre o Napalm Death e aqui também posso fazer uma analogia com John Coltrane e Albert Ayler. Mas hein?! Pois é, em ambos os casos aconteceu a troca de informações e inspiração musical. John Coltrane quando se tornara um nome importante para os saxofonistas do estilo chamado Bebop e post-bop (detesto este rótulo de "post"), influenciou Albert Ayler no fim doas anos 50. Já no início dos anos 60 Ayler desenvolvera um estilo mais livre de tocar e em sua gravação de 1962 já possuía as características que o consagraram como grande nome do chamado free jazz. Neste meio tempo John Coltrane ainda estava desenvolvendo sua música para um horizonte mais amplo e seu célebre quarteto ainda utilizava estruturas mais definidas. Neste momento de pesquisa e transição, Coltrane ouviu a sonoridade extremamente livre de Ayler e isso foi decisivo para a grande mudança de sua música, tanto que de 1964 em diante, Coltrane jamais soaria o mesmo. O mesmo tipo de troca aconteceu entre o S.O.B. e o Napalm Death. Os ingleses pioneiros do grindcore influenciaram os japoneses de Osaka e depois, na época da gravação do disco From Enslavement To Obliteration de 1988, a música do S.O.B. teve grande influência em sua concepção. Segundo o vocalista Lee Dorrian, muitos riffs das músicas do disco foram baseadas na sonoridade do S.O.B.. Clique aqui para acessar o arquivo.

sexta-feira, abril 27, 2012

Joe McPhee and John Snyder - Pieces Of Light (1974)


Antes de um breve comentário sobre esta gravação de Joe McPhee e John Snyder, aproveito este momento para salientar que o Sonorica sempre divulgará o trabalho de músicos criativos no intuito de ampliar a rede de informações sobre artístas que nem sempre recebem a devida atenção. Mas também este weblog não é apenas um espaço para postar discos e muito menos um espaço especializado em jazz, free jazz, improvisação e afins, tanto que o próprio blog demonstra isso. O asterisco explicando o objetivo do Sonorica também ajuda a esclarecer que se trata apenas de um diário virtual pessoal que não tem a pretensão e sequer a obrigação de ser um orgão jornalístico, mas é claro que os dados aqui postados não serão jamais distorcidos em relação a integridade de suas fontes. Sobre arte e cultura. No caso do ítem cultura, o termo abrange muito mais assuntos do que o estereótipo equivocado que se tem sobre o significado da palavra cultura. Cultura abrange vários aspectos da sociedade, vai mais além do que ir numa megastore. Por isso, assuntos como o post anterior a este se farão presentes no blog quando houver relevância.
Joe McPhee nasceu em 03/11/1939, Miami e começou a tocar trompete aos 8 anos e mais tarde tocou na banda do exército onde teve contato com o chamado jazz tradicional. Sua primeira gravação foi em 1967 no disco de Clifford Thornton, Freedom and Unity. Em 1968 começou a tocar saxofone e outros instrumentos, como o trompete portátil, trombone de válvula e piano, associados ao envolvimento com a música acústica e eletrônica. Atualmente McPhee faz parte de um dos mais interessantes conjuntos de música criativa, o Chicago Tentet de Peter Brötzmann. *Um detalhe é que seu disco solo, Tenor (1976), foi decisivo para Ken Vandermark escolher o saxofone tenor como seu principal instrumento.
John Snyder é fundador da Artists House Music, fundação educacional para apoio e formação de músicos. Atuou mais como produtor e exerceu cargos importantes em gravadoras como a CTI, Atlantic e A&M records. Pieces Of Light consiste em duas peças onde McPhee faz uso do trompete, flugelhorn, saxofone tenor, flauta, harpa de Nagoya modificada, carrilhão (ceramica, bamboo) e voz, com Snyder no sintetizador. Clique aqui para acessar o arquivo.

quinta-feira, abril 19, 2012

S.O.B. / Napalm Death split ep (1989)


Tão urgente e veloz como o grindcore, não há muito o que dizer e nem motivos necessários para me alongar neste post. Simplesmente é um clássico do estilo com as duas colunas do grindcore. Simplesmente necessário. Clique na imagem para acessar o arquivo.

terça-feira, abril 17, 2012

Ethnic Heritage Ensemble - Freedom Jazz Dance (1999)

Pela primeira vez em 20 anos de atividades, o Ethnic Heritage Ensemble conta com a participação de um instrumento de cordas. O guitarrista Fareed Haque nasceu e 1963, filho de pai paquistanes e mãe chilena e colaborou com Paquito D'Rivera, Dave Holland, Sting, Joe Henderson, Lester Bowie, Arturo Sandoval, Robert Walter, Keller Williams, Medeski, Martin and Wood, Defunckt, Ramsey Lewis entre outros. As colaborações de músicos convidados se tornaram parte do grupo com a entrada de Ernest Dawkins em 1997. Mesmo se tratando de uma gravação do final do século XX, Freedom Jazz Dance (que é uma composição de Eddie Harris), não sofre de anacronismo. Como foi dito aqui antes, o Ethnic Heritage Ensemble lida com as origens da música afro americana e o resultado é uma arte viva, que não se decanta como um movimento e estilo musical de uma determinada época. E também como já disse aqui neste blog anteriormente, enquanto muitos se prendem à ícones e simbolos de um passado mesmo que recente, a música afro americana continua pulsando, respirando novos ares e o projeto de Kahil El' Zabar já vem trazendo isso à um bom tempo. Clique na imagem para acessar o arquivo.

terça-feira, abril 03, 2012

Steve Lacy – The Crust (1979)

Não sei realmente qual a origem de certas afirmações sobre músicos e seus respectivos instrumentos de trabalho. Lembro de ter ouvido e lido coisas como: "John Coltrane reinventou o saxofone soprano". Esse tipo de afirmação quando publicada, deveria ter passado por um processo de pesquisa antes de qualquer coisa para não contribuir com as incontáveis "lendas do jazz" que em nada contribuem para a dita cultura. Se formos um pouco mais coerentes, podemos afirmar que essa tal reinvenção do saxofone soprano não ocorreu por volta do fim dos anos 50 e início dos 60 com nosso amigo Coltrane. Sidney Bechet colocou o saxofone soprano à serviço da música afro-americana lá no início dos anos 20, que certamente inflenciou Steven Norman Lacritz, nascido em New York, 23/07/1934, começou com estilo Dixieland até desenvolver sua linguagem na chamada Free Improvisation. Lacy se especializou ou direcionou seu foco no saxofone soprano como instrumento para expressar sua arte e em 1957 grava o album Soprano Sax pelo selo Prestige. Bem, creio eu que a esta altura já não se faz necessário mais nenhum comentário sobre o membro da família de instrumentos gerada por Adolphe Sax.
Lacy desenvolveu uma técnica e personalidade única no seu instrumento e contribuiu para o desenvolvimento mais amplo da música criativa que dá seus frutos até os dias de hoje.
The Crust é uma gravação que registra um grande momento da linguagem desenvolvida pelos músicos da europa e ao lado de Lacy se encontram dois artístas fundamentais da chamada Free Improvisation: o percussionista John Stevens e o guitarrista Derek Bailey. O saxofonista Steve Potts estudou arquitetura em Los Angeles e estudou música com Charles Lloyd, mudou-se para New York e estudou com Eric Dolphy e em 1970 mudou-se para Paris e conheceu Lacy, com quem teve uma parceria musical de 30 anos. O baixista Kent Carter nasceu em 12/06/1939, Hanover - New Hampshire, U.S.A., se integrou ao trabalho de Lacy no início dos anos 70 e também tocou com a Jazz Composer's Orchestra, conhecida pela direção de Carla Bley e Michael Mantler. A JCO teve sua origem na organização fundada por Bill Dixon, Jazz Composers Guild, que iniciou uma série de concertos em New York no ano de 1964. Clique na imagem para acessar o arquivo e apreciar o que aconteceu no 100 Club - London, UK, em 30/07/1973.
 
 
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