sexta-feira, junho 20, 2008

Cultura oriental, Bossa Nova, azeite e vinagre

Calma, não tenho nada contra a Bossa Nova, é só uma simbologia para situar os desavisados sobre o nacionalismo fora de senso de nós brasileiros e nossa cultura ocidental.
Uma arrogante frase afirmava que a Europa é o centro da cultura e civilização da humanidade. Será mesmo? Bom, tem várias civilizações no norte africano e oriente médio, oriente extremo, parte das américas que já tinham um sistema funcional de cidades evoluído, enquanto a Europa vivia a barbárie. Bem, o sistema numérico que predomina no mundo é do oriente médio, os talheres como garfo, faca e colher vieram de lá também. O refinado consumo do chá vem do oriente, o macarrão foi criado lá. Calma, muitos benefícios e comodidades domésticas e logística produtiva foram geradas na Europa, porém muitas delas é que desencadearam a crise ambiental e a enfermidade do eco-sistema.
Agora devido a comemoração do centenário da imigração nipônica no Brasil, tenho deparado com afirmações descabidas tanto de brasileiros descendentes de japoneses, tanto de brasileiros descendentes de europeus. O oriente e o ocidente são como azeite e vinagre, não se misturam em uma poção homogênea, existe o bom senso do convívio e o respeito entre diferenças, mas jamais existirá um planeta 100% homogêneo. Muitos ocidentais caem no erro de afirmar que o Japão, por exemplo, se ocidentalizou. Isso não é verdade, pois o que aconteceu foi meramente a modernização de uma nação, pois a essência oriental está intacta. Mesmo que haja um bar de Bossa Nova em Shibuya, um rastafari japonês. Aliás sobre o mito do japonês adorar Bossa Nova, é para uma minoria, como apreciadores de Free Jazz em São Paulo. O Japão tem sua própria cultura musical, seja o J Pop da juventude, o Enka da velha guarda, ou o Rap, Reggae, música eletrônica para dançar, etc, que foram absorvidos estéticamente pelo povo japonês. O Japão pode ser considerado um povo pré-pós-modernista, pois já agiam como tais, antes deste conceito ser teorizado e criado. Os descendentes e os poucos japoneses restantes que imigraram para o Brasil, tentam preservar uma visão distorcida de um Japão que não existe mais nesta terra Macunaíma. Outra coisa, uma tradição nem sempre é traduzida como sabedoria e provedora de benefícios, muitas vezes ela se arrasta pelos séculos devido ao comodismo, gerando um costume por inércia. Para mim, as coisas mais importantes que devem ser tradição preservada no Japão ou em qualquer parte do hemisfério terrestre, são a Honra, o Respeito, a Disciplina no sentido de ser objetivo e correto em benefício pessoal e coletivo. A modernização de um país através da tecnologia e conforto na logística de uma cidade não descarta um aprimoramento moral, social e cultural que se aperfeiçoa através dos séculos. É aquela história, algum brazuca vai fazer curso de sushimen em Tokyo, que pode durar cerca de 10 anos, não chega na metade do curso e volta como rei da cocada preta, ou melhor, do sashimi de atum segunda linha. Ditadão popular brazuca: Em terra de cego, caolho é rei!

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