segunda-feira, dezembro 29, 2008

Não retrospectiva 2008 e a música...

Aos 30 segundos do início de um programa de retrospectiva do ano, que é tradicional nos canais de tv, mudei de canal devido ao enfoque das tragédias ao longo de 2008. Lamentações e depois alguns momentos de alegrias para manipular os telespectadores. Logo teremos o "grand finale" com a contagem regressiva do fim de ano pela tv e muitos não aceitam o final do ano sem a contagem oficial do gorducho plin-plin.
Mas o assunto é a música. Não foi só em 2008, mas pelo menos nos últimos 3 anos muitas situações peculiares ocorreram neste campo artístico que trouxeram mudanças sociais. O chamado efêmero não é novidade à muito tempo, mas a duração das sensações ou hits de verão acompanham o rítmo dos equipamentos de informática. Hoje um pen-drive de R$15 tem o dobro de memória do meu computador que até pouco tempo era o top ten do momento.
Sábado passado estava numa feirinha que tinha uma barraquinha de cd's e na sessão de ofertas estava um cd duplo da V Recordings com Roni Size, Dillinja, Krust, Ed Rush, enfim a turma que "revolucionou", ou pelo menos disseram que iriam revolucionar a música. Aos poucos se tornou trilha sonora de propaganda de carros. Mas o cd duplo estava por apenas R$5, esquecido na sessão de ofertas. Isso me lembrou de um episódio do desenho animado Super Shock onde Virgil fala para seu amigo Richie: "Adam está num negócio difícil, hoje você é sucesso, amanhã está na prateleira de descontos...".
No seleto segmento dos modernos, o moderno é ser retrô. Samba da velha guarda, Sun Ra, John Coltrane, reggae, ska e dub. Mas há espaço para o chamado rap underground e o caluniado rock altenativo. Muito do rock alternativo também é retrô, usando artifícios da vanguarda do século passado.
Mas o Drum'n'bass e o Breakbeat não iriam mudar o mundo da música? Bem, pelo menos o mundo da música eletrônica acabou dando num, digamos, "electro vintage" meio capenga.
E quem manda é uma senhora de 50 anos à despeito de uma penca de cantoras de vinte e poucos anos que são tão genéricas quanto um refrigerante em oferta no supermercado.
Mas sempre foi assim, tanto que uma antiga banda de rock, o The Kinks, tinha uma música chamada Dedicated Follower Of Fashion, feita em 1966.
Quem se dedica a seguir as novidades e os hits de verão nunca se fartará. Sua sede nunca será saciada, correrá atrás do vento, sempre...

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom!

 
 
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