domingo, outubro 21, 2007

Cecil Taylor no Brasil

É bem capaz que meu dilema se resolva pela minha demora em decidir se compro ou não o ingresso do show. Pagar o surreal preço de R$120,00, nem pensar! Ou ser bicado com o ingresso de R$30,00 lá no fundão, que a organização do festival faz questão de ocultar como opção, numa situação de "melhor isso do que não ver..." Será? De quebra ter que aguentar o Joe Lovano e o DeFrancesco como consolação do Bobby Hutcherson como convidado... Também abrí mão de ver o Han Bennink aqui, por apenas 20 mangos no Sesc. Mas teve um agravante, aturar a orquestra mantiqueira, que eu acho chata demais. E outra, 20 mangos pode até ser razoável, mas pensando bem, sendo no Sesc, fica meio estranho saca? E eu pagar pra ver a mantiqueira? Num rola, joe... Aí muita gente fica refém do esquema montado pelas grandes empresas, que ditam o quanto se paga pelo show... Quanto vale o show? Diz ae seu Abravanel, quanto mesmo? Se eu tivesse comprado a TeleSena eram outros 500 mil. Eu e meu idealismo... acabo não vendo uma pá de show por conta disso, mas fazer o que? Se conformar em ser explorado por esse esquema, ter que pagar pelo que não se consome? Não é a sugestão número 1 do McDonald's em que você pode substituir o refrí por outra opção. Então por mera satisfação individual vou contribuir com o esquema de exploração? Aí eu vejo estes ridículos "potrestos" contra alca, análises intelectuais sobre o suposto fascismo no filme "Tropa de Elite", o Rolex do Luciano Huck... Aí eu vejo 2 proletários assassinados pelos "anarquistas ativistas". Eu deixar de beber uma coca-cola não vai amenizar em nada significativo os golpes militares na América do Sul. O meu boicote ao McDonald's não afeta em nada o imperialismo do Bush, só quem ganha é minha saúde, pois aquele fast food é podrão mesmo. "Quantas crianças se perdem no tráfico pra um playboy enrolar um baseado..." Essa frase da fala do cap. Nascimento no filme incomodou muita gente. Aí a dita e criticada classe média monta ong's, passa um pano pro MST, ouve um Fela, um rap, bola uma baseado, compra um cigarro... Depois descer a lenha no sistema é 2 palito. Não sou pró-policia. Sou contra violência e exploração em todos os sentidos. Aos "universitários de esquerda", abram mão do serviço policial, vivam a gestão com a ausência de Estado, levando em conta o comportamento humano em geral e vamos ver como se saem. "Mas eu só queria ver o Cecil Taylor"... eu também!

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