A ferramenta de relacionamento virtual Facebook tem sido palco de inúmeras questões, desde simples posts entre amigos e familiares, trabalho, mobilizações politicas e sociais, negócios, etc. Realmente o Facebook tem até substituído de maneira grotesca os relacionamentos da sociedade como um todo. Claro, já estou escutando as justificativas da falta de tempo impostas por este sistema econômico que pressiona a sociedade a nunca ter tempo para um bate papo informal ao vivo, de amigos que se encontram em posições geográficas que inviabilizam um breve encontro para um cafezinho. Salvas estas situações de pessoas que se encontram em lugares distantes, é um tanto quanto constrangedor o caso de pessoas que se encontram próximas num mínimo raio de kilometros ou até metros de distância um do outro. E conectado à isso, aumenta o número de sociopatas que se enclausuram em seu micro-cosmos de seus smartphones, notebooks, tablets o tempo todo nos transportes coletivos, nas vias públicas, estabelecimentos comerciais, etc, sendo que na maioria das vezes é completamente desnecessário fazer uso dos aparelhos. Assim elas fazem uso de um bode expiatório virtual para não interagir com seu habitat real.
Nem tudo está perdido! Ainda há alguns bairros, lugares e pessoas que ainda conversam coisas inofensivas, como: "Hoje parece que vai chover, não?", "O ônibus chegou atrasado hoje..., bom dia, como o céu está bonito hoje...". Num dia destes da semana, com a metrópole à todo vapor, entrei num ônibus lá no centro da cidade e a cobradora me saldou com um bom dia tão efusivo que mesmo se o ônibus estivesse lotado num engarrafamento, certeiramente minha viagem seria agradável. Bem, estou divagando sobre essas coisas mas o assunto que quero tratar sobre o Facebook é mais específico.
Acho que de uma outra maneira abordei sobre os relacionamentos via Facebook e os prós e contras desta ferramenta digital. São os "add's". Principalmente como o site optou por oferecer o serviço. Add a friend... Sacou? Amigo... olha, eu sou da "velha guarda", mesmo apenas prestes a completar quatro décadas de vida nesta terra, neste planeta. Para mim, amigo é um título que exige um padrão elevado de cumplicidade, amor, tolerância, confiança, tempo de estrada e convívio. Não é porque a sociedade resolveu informalizar tudo baseada numa argumentação desprovida de sustentação, que eu também deva considerar e nomear qualquer pessoa de amigo. Quanto à isso, é meu direito e não invade as fronteiras dos direitos de ninguém e de maneira alguma me autoriza a tratar com frieza e rispidez, pessoas que eu não desenvolvi um relacionamento de amizade como eu adotei como padrão básico.
E como eu tinha falado em outra ocasião, o dispositivo share do Facebook, possibilita que a minha página pessoal receba posts de pessoas que não tenho relacionamento e que sequer as conheça, pelo fato delas estarem ligadas à pessoas que estão ligadas à pessoas que conheço e outro que simplesmente aceitei o add por hospitalidade e estar receptivo a conhecer pessoas novas e diferentes.
Mas existe uma parte considerável destas pessoas que até agora eu não entendi porque pediram para eu aceitá-las na sua lista de friends (vai ver que o termo friends também muda de significado no Facebook) e sequer me direcionaram um simples "olá", apenas postam suas mensagens, imagens o tempo todo, sem uma palavra.
Ultimamente eu andei deparando com posts avacalhando com as igrejas evangélicas, Deus, Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, se eu não deixei claro, eu sou evangélico e isso não significa que sou parte de uma massa irracional de manobra que é manipulada, que não sabe o que acontece no mundo, na política, na economia, sociedade, na cultura, etc. A minha função como evangélico é anunciar as Boas Novas do amor de Cristo. A palavra evangelho vem do grego ευαγγέλιον, euangelion, que significa boa mensagem, boa notícia ou boas-novas. Pela minha fé e os preceitos que acredito, me impedem de agir com pré-conceito e muito menos intolerância. Coisa que ninguém verá de minha parte tanto no mundo virtual como no mundo real, é esculachar com a crença de alguém. Mesmo que alguém se torne adepto daquelas religiões que tem procedimentos dos mais questionáveis quanto a sua integridade ou até aquela seita em que os membros se prostravam perante uma estátua com um computador na sua parte interna e pregava sua doutrina. Várias pessoas que não tenho uma verdadeira amizade simplesmente por falta de oportunidade, tem exposto suas crenças de acordo com suas religiões e filosofias e jamais protestei contra elas. Jamais postei algo condenando e muito menos zombando de nenhuma religião e assim será até a minha morte.
Em determinado momento, senti que deveria e tinha o direito de fazer um comentário, que foi feito no dia 19 deste mês:
"Toda semana é a mesma coisa, eu tenho que deparar com declarações contra Deus, bíblia, Jesus Cristo, evangélicos, cristãos... Coisa que eu não perco tempo, é criticar o ateísmo, agnosticismo, satanismo, catolicismo, GLBT's, etc. Todos estes tem o direito de crerem e não crerem no que quiserem, sem serem condenados pelas pessoas. O interessante é que na maioria são pessoas com um bom nível cultural e razoável poder aquisitivo, ao contrário de meus amados irmãos de fé que mau sabem distinguir a diferença entre a mão esquerda e a direita. Eu detestava esse troço de religião e tudo mais, mas lá fui eu ler o livrão pra ver qual era a de Cristo, Deus e tudo mais. Deus não vai ficar e nunca ficou noiando quem não trinca com sua filosofia de vida, quem quiser estar com ele, esteja e naturalmente agirá com bom senso, não julgando os outros. Deus não se responsabiliza pelas prezepadas que fazem por aí em nome dele, pois cada um que assuma as consequências de suas atitudes. É tudo muito simples. A vida é bela e curta, se algo não me agrada ou acho que não presta, pra quê eu vou gastar tempo falando mau? Amém. PS: Se eu fosse tão bem esclarecido, porquê eu iria me rebaixar atacando um monte de gente ignorante que acredita numa fábula escrita sabe-se lá por quem à mais de dois mil anos? "Ah, mas alguém tem que denunciar esses picaretas que exploram as pessoas e fazem lavagem cerebral no povão...". Sinceramente? Praticar uma boa ação todos os dias, na miúda, sem ficar se achando bom por conta disso, é a arma mais eficaz contra a injustiça e mentiras, do que qualquer dedo na cara e ativismo pau mole de facebook."
Enfim, as pessoas pedem o fim da intolerância, a garantia de seus direitos, sua liberdade. Eu estou longe de ser uma pessoa que não falha, muito pelo contrário, sou um pecador que se esforça em ser uma pessoa melhor. Não me considero superior a ninguém, minha vida vale tanto quanto a de um nóia da crackolândia. Vou seguir respeitando todas as pessoas e suas opiniões e crenças e ficaria imensamente grato se assim o fizessem comigo apenas porque sou um ser humano se esforçando em praticar o bem, porque é meu dever.
quarta-feira, abril 25, 2012
Intolerância
Marcadores:
comportamento,
critica,
facebook,
filosofia,
opinião,
política,
redes sociais digitais,
religião,
sociedade
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário