Frank Wright nasceu no dia 9 de Julho de 1935 na cidade de
Grenade, Mississipi, tocou baixo elétrico em sua juventude, tocou em grupos de
R&B em Memphis e Cleveland (cidade natal de Albert Ayler, onde o conheceu).
Ayler o inspirou a mudar para o saxofone tenor e Wright mudou-se para New York
no começo da década de 60 e ingressou no cenário do chamado free jazz e tocou
com Larry Young, Noah Howard, Sunny Murray e brevemente com John Coltrane e
Cecil Taylor. Sua primeira gravação foi em 1965 com seu trio composto por Henry
Grimes no contra-baixo e Tom Price na bateria pelo selo ESP. No fim dos anos 60
mudou-se para a França onde tocou com Noah Howard, Bobby Few, Art Taylor, Alan
Silva, Muhammad Ali e entre os anos 70 e 80 trabalhou na Europa e América do
Norte, gravou em pequenos selos na Europa com Peter Brötzmann e Marvin
"Hannibal" Peterson. Em 1988 participou de um concerto com o Art
Eensemble Of Chicago no Petrillo Bandshell em Chicago,IL. Suas últimas
gravações foram entre 1989-90 com um trio composto por Frank Wollny no
contra-baixo e o artísta plástico alemão A.R. Penck na bateria.
Frank Wright definitivamente foi um músico do underground,
jamais gravou por uma grande gravadora e seu nome é praticamente conhecido
apenas no gueto do free jazz. Mas seu estilo e sua música de certa forma foram
influência para outros músicos, como Glenn Spearman, Sabir Mateen, Charles
Gayle, e Thomas Borgmann por exemplo. Sem dúvida o estilo de Ayler teve
influência, mas Wright desenvolveu seu próprio estilo no saxofone tenor.
Coltrane e Ayler são referência de espiritualidade no jazz, inclusive isto é exposto
diretamente em suas gravações, mas Wright também faz parte desta ala de
músicos, tanto que era conhecido como Reverend Frank Wright e para quem não se
desligou do seu lado espiritual, pode sentir isso em sua música. Digo isso pelo
fato de muitas pessoas que procuram racionalizar este tipo de música, sendo
pelo lado horrível de análise teórica musical, como um manual técnico de
química, matemática e física ou como uma palestra de pós-graduação em história
da arte e estética. Ora, por esses motivos que me abstenho de várias conversas
sobre música, um tempo gasto numa ode à vaidade do acumulo de dados de
conhecimento que apenas levam à centenas de artigos e livros que são
substituídos por sessões de audição (cá entre nós, é bem mais agradável), sem
contar que muitos aspectos jamais poderão ser descritos, literalmente falando.
Afinal, são sentimentos...
Bem, o outro motivo deste post é sobre esta gravação do
quarteto de Frank Wright composto por Bobby Few: piano e voz, Alan Silva:
contra-baixo e voz e Harold E. Smith: bateria e voz. São duas peças de
improvisação com cerca de 40 minutos cada e sem título, captadas durante o New
York Musicians Festival no verão de 1973. Nos comentários do post.
Obs.: Não posso aceitar a arbitrariedade equivocada dos
orgãos que lidam com direitos autorais e fonográficos (na real esse lance todo,
é sobre o vil dinheiro) e sigo tentando divulgar a arte de pessoas que na minha
simples e particular opinião, merecem ser reconhecidas. Espero que as cabeças
de granito finalmente entendam que este weblog não quer lucrar um centavo
sequer às custas da arte alheia. Se outras pessoas usaram os arquivos que eu
disponibilizei, de forma inapropriada, me isento com a consciência limpa de
tais fatos. No mais, vamos celebrar a música de Frank Wright!
PS.: Esta gravação é um bootleg, logo, deixem-me em paz. (orgãos de direitos fonográficos, etc)
PS.: Esta gravação é um bootleg, logo, deixem-me em paz. (orgãos de direitos fonográficos, etc)
Um comentário:
http://www.4shared.com/rar/49OlhBfb/FWQ_-_LINYCS73.html
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