segunda-feira, julho 26, 2010

Free Jazz, Free Improvisation no Brasil? Isso é anormal!


Antes de qualquer coisa, eu gosto de free jazz e free improvisation e isso pouco importa. Estamos em um país desprovido de cultura para este tipo de extravagância musical, mesmo que na verdade em sua essencia, não seja. É apenas música em mais uma forma, não está acima de nenhuma outra e nem abaixo, apenas mais uma cor do prisma musical. Mesmo vivendo em São Paulo, que tem estes ares de ser uma metrópole evoluida e outras baboseiras, isso é tudo uma mera superfície frágil. A trilha sonora da cidade está em estilos que os musicólogos e outras anomalias e minorias sociais abominam ou fazem populismo. Sim, estamos presenciando uma fissura na brecha e podemos vez ou outra, assistir uma performance de improvisação livre e algo similar ao free jazz na capital paulistana. Mas isso não chega a ser o mínimo que devería existir para a saúde, coerência da diversidade de uma cidade grande. O problema é como esta fissura está se formando. Ao invés de ser um pequeno nicho saudável, como costuma ser ao redor do mundo, aqui, as coisas tem a tendência em se transformar em metástase sócio cultural de elite e isso não quer dizer apenas cifras monetárias. Tem haver com o que eu escreví no texto anterior sobre a movimentação social ao redor da apresentação de um trio holandês de improvisação livre e outros grupos no Centro Cultural São Paulo neste mês de Julho. Infelizmente, já existe uma forte bifurcação que vai em direção da arrogância da elite cultural hermética que sabota a sí própria. Bem, na verdade este tipo de discussão não tem muito efeito, como os inúteis debates do que é ou não é jazz, arte ou não arte, street art é ou não é, se Peter Brötzmann toca jazz ou não. Isso importa mesmo? Vaidade. Como escrever sobre música em pontos que são desnecessários, pois a música fala por sí só. Tudo bem, é a liberdade de expressão, mas que é desnecessário, ah, isso é. A informação sobre a música tem uma função prática, sobre eventos, gravações, filmes e outros produtos da indústria cultural, seja ela independente e artesanal ou não.
Eu como músico, artísta, quero que exista este pequeno nicho para este tipo de arte musical se formar nesta cidade e existir de forma simples e saudável, mas este futuro é extremamente incerto. A tirinha abaixo diz: "No, you go see if it's free jazz!"

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