segunda-feira, outubro 30, 2006

Maestro Rogério Duprat

Bem, a mídia nacional e internacional prestam suas homenagens ao maestro que foi elemento fundamental na estrutura musical da chamada Tropicália. Seguem-se os depoimentos de célebres artístas que foram afortunados com os arranjos do maestro. Mas novamente a história se repete. Só após o seu falecimento é que recebeu atenção digna, como a maioria que parte desta pra melhor. Outro maestro, o Moacir Santos teve a sorte de ser homenageado ainda em vida. Mas é provável que se ele não estivesse no exterior, sua situação seria diferente, de descaso até. O caso de Duprat foi clássico, pois o maestro não gozava lá de muito prestígio nestas últimas décadas, enquanto artístas que praticamente dependeram de Duprat para serem o sucesso que são hoje, vivem uma vida de luxo enquanto o grande maestro levava uma vida quase anônima e austéra. Talvez por opção do próprio? Pouco provável. Agora adianta o "pessoal" ficar lamentando, escrevendo sobre esta perda? Duprat já estava perdido e quase esquecido à tempos.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Os fariseus e os documentários

"Your worst enemy could be your best friend..." Este dito popular que Bob Marley cita, continua valendo. A coisa mais fácil de se fazer é repudiar o errado, o mal, quando ele é evidente, explícito. Seja o Bush, Hitler e etc.
Tem um fato que poucas pessoas reparam ou comentam: os aliados da segunda guerra liderados pelos EUA e Inglaterra também fizeram das suas. Não é o mesmo grau de crueldade dos nazistas que intensificaram o extermínio de judeus e minorias mesmo com sua evidente derrota, terem lançado 2 bombas atômicas no Japão mesmo com sua rendição? Não vou prolongar esta parte porquê a lista de incursões do tio Sam por ai afora é notória.
O que reparei nestes últimos anos, foi o crescimento de documentários sobre a situação humilhante das minorias, da maioria pobre, etc. Tá, são documentários bem produzidos, realmente denunciam um país que existe de verdade, longe dos noticiários de grandes emissoras de TV e jornais de grande circulação.
Mas pra que serve isso na questão prática? Pra nada? Também não. Aí é vêm a parte que me enoja. Na maioria dos casos, esses documentários é feita por filhos da burguesia, classe média com consciência pesada, que não tem assunto realmente interessante e de impacto para dizer algo. Aí eles masturbam seus egos sentindo que com seus "documentários denúncia", estão fazendo a sua parte como cidadãos...
Pro inferno com isso! Captam verba pública direta ou indiretamente(pois se a verba vêm de empresas, isso será descontando dos impostos), vivem suas fantasias de cineastas e ganham prestígio com a exibição nos seus respectivos feudos. Geralmente esses documentários só passam em salas de cinema especiais que a maioria da população não terá dinheiro pra pagar o ingresso. E o público na sua maioria, são pessoas que nada farão à respeito das injustiças documentadas, que só terão vistas para detalhes técnicos e estéticos do filme. Geralmente as festas de estréia são em lugares luxuosos com portaria selecionada, regadas de vinho caro, queijo importado e etc. Se tiver alguma pessoa que foi documentada, será exibida como uma atração circense. Claro que toda a equipe ou parte dela nunca mais mais visitará o local que eles parasitaram para promover a sua "arte". Talvez no máximo voltem com uma telinha vagabunda pra mostrar aos nativos "como ficou bonito". E depois? Adiantou alguma coisa? Não está tudo a mesma porcaria? "Ah, mas nós fizemos a nossa parte denunciando algo que estava longe da vista das pessoas. E depois isso é uma obrigação do governo." Irônico é a questão: mas não foram vocês que elegeram o tal governo? Quantos vão a câmara averiguar os projetos e propostas de eleição? Quantos vão lá no Congresso cobrar o prometido. O que a maioria faz é ir em algum orgão público de cultura para sugar mais dinheiro para fazer mais desses "documentários denúncia".

domingo, outubro 15, 2006

Improvisação em SP


Dia 19 de Outubro, quinta feira, às 21h no MIS(Museu da Imagem e do Som), na av Europa #158, bairro dos Jardins. Ingresso: R$ 6 (R$ 3 meia entrada).Marcio Mattos se apresenta com o grupo Abaetetuba, formado por Antonio "Panda" Gianfratti na percussão, Rodrigo "Kouve" Montoya no violão e shamisen, Renato "Meganha" Ferreira no contrabaixo acústico, saxofone e clarinete e Luiz Gabriel Gubeissi na voz. Thomas Rohrer, saxofone soprano e rabeca, faz participação neste concerto de improvisação livre.

domingo, outubro 08, 2006

Melvins e Shirley Temple

Hahaha! Que estranha conexão! Esses dias, aproveitando as maravilhas do sistema rapidshare, fiz download do terceiro disco do Melvins, o "Ozma" de 1989. Nem imagimava a ligação com o Nirvana, que na época, havia acabado de lançar o "Bleach" pela SubPop. Então descobrí como o mundo é pequeno, o baixista original do Mudhoney, Matt Lukin, gravou no primeiro disco do Melvins. Me interessei pelo Melvins, pois tinha escutado uma coletânea da gravadora Boner, onde havia bandas de hardcore que gostava, o Fearless Iranians From Hell e Boneless Ones. Como falavam metaforicamente sobre o som pesado da banda, me interessei e comprei pelo correio o único album disponível, o "Bullhead". Nossa, que som pesado, letárgico! E o Nirvana de começo, tinha uma considerável influência do som de King Buzzo(cabelo bunito!). Aproveitando o lapso de 15 anos até conseguir finalmente o "Ozma", comecei a pesquisar o paradeiro do Melvins. Encontrei alguns sites e os discos que mais gosto, eram com a baixista Lorax, que chegou até gravar algumas faixas do disco "Houdini" que projetou o Melvins em maior escala. Esse disco já era diferente do início, puxando mais a influência do Kiss. Aí eu fui querer saber da Lorax. Foi então que descobrí que Lori "Lorax" Black, é filha de Shirley Temple! Umas das mais famosas artistas infantis de Hollywood, que iniciou sua carreira nos anos 30. Chegou a ser personagem desenhada em produções da Disney. Inclusive me lembro de um episódio do desenho do Pato Donald, em que o pato é um caçador de autógrafos que tenta de todas as maneiras entrar no estúdio de TV para conseguir aumentar sua coleção. E lá ele contracena com Shirley Temple, transformada em desenho animado. Clique no título do post para o site do Melvins

quinta-feira, outubro 05, 2006

Ivo Perelman no programa do jô

Quem pôde assistir na última segunda-feira dia 2 de outubro, o programa do jô, presenciou um breve momento da música livre. Ivo Perelman se apresentou com os músicos Antonio "Panda" Gianfratti e Jimmy nos sets de percussão. Foi uma performance didática, com a versão de Escravos de Jó, velha conhecida do repertório de Ivo e de nossa infância. Na comunidade do orkut houve uma discussão sobre isso. Falei que o jô não gosta deste tipo de música e por isso foi tão curto, não teve entrevista. O resto do programa foi com a chatice do livro sobre um boêmio qualquer do Rio que a irmã estava lançando. E do ator Otávio Augusto, que até é bacana, mas tô a pampa desse rolê. Ai se vê a apatia classe média. Disseram que foi positivo a pequena brecha dada a improvisação na tv de merda com um símbolo redondo. É se contentar com pouco mesmo, tipo uma esmola. Só o fato do Ivo ter tocado com um mundo de grandes artístas lá fora, inclusive o baterista Rashied Ali que tocou nos últimos anos de John Coltrane, já valeria uma entrevista, sem contar com suas qualidades como músico, pintor e como pessoa! Me disseram que o jô é assim mesmo, gosta de brincar, fazer ironias... É assim mesmo que nada! É esse tipo de pensamento que torna possível as piadinhas racistas. O estilo de vida daquele apresentador é um ataque à população de baixa renda. Depois falaram que o Ivo alfinetou a platéia com seu "free". Que papo é esse? O Ivo não tá nessas bobagens, muito pelo contrário, ele fez de um jeito muito didático, pois sabe como é obscuro o cenário de improvisação no mundo. Sabe que não é lucrativo se fechar num gueto, que dá para criar um meio termo, sem se vender e abrir mão de sua arte. Bem, a música fala por si só. Clique no título do post que é o link para assistir o Ivo no programa de tv

segunda-feira, outubro 02, 2006

Um momento para indignação

Num momento crucial de um país, uma generosa fatia das regiões sudeste e sul do Brasil mostra sua postura burguesa nas urnas eleitorais. É isso ae paulistada classe mérdia e ricaços! Acabem com o meio ambiente com seus projetos imobiliários pela cidade, se fechem em condomínios fechados e carros blindados. Vivam com o medo de serem assaltados ou sequestrados! Respirarão o mesmo ar podre que o resto da população pobre respira. E não adianta fugir, pois os cretinos que vocês veneram, estão cuidando de liquidar com o eco-sistema global.
 
 
Studio Ghibli Brasil