Mostrando postagens com marcador afro-rock. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador afro-rock. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, junho 20, 2014

Death – ...For The Whole World To See (1975)

Já faz um tempo que esta banda foi redescoberta e houve uma certa ebulição no meio underground por conta do Death. Até então, quando se falava em pré-cursores do chamado punk rock, o tal do proto-punk, os nomes mencionados eram o MC5, The Stooges e até o The  Sonics.
Os irmãos Dannis, Bobby e David Hackney tocavam R&B na garagem da casa de seus pais até mudarem para o hard rock em 1973, quando assistiram um show do Alice Cooper e David Hackney teve uma boa influência dos power chords de Pete Townshend do The Who. O Death começou tocando em cabarés e festas de garagem no lado leste de Detroit onde predominava a comunidade afro americana, o que causou um certo desconforto, pois o pessoal estava curtindo o Earth Wind & Fire, The Isley Brothers, etc.
Interessante este ponto, pois aproveito para abordar um assunto que tem se discutido inutilmente aqui no Brasil e especificamente em São Paulo, o racismo. Sim, ultimamente, novamente algumas pessoas que adotam posturas racistas e muitos pensam que racismo se resume ao "homem branco" em relação aos negros. Não, definitivamente qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento básico sabe que não se resume a isso. Talvez eu aborde o assunto com mais profundidade em um texto específico por aqui, mas só aproveitei alguns dados por conta da banda dos irmãos Hackney, que são mais exemplo do quão é estúpido discutir quem é o dono da música, do rock, do blues, etc. O blues não seria o blues se os afro americanos não tivessem contato com a música dos "brancos", assim como o samba não seria o samba se não tivesse contato com a música dos "brancos", o afrobeat, o jazz, e assim segue...
Bem, voltemos à Detroit nos anos 70. O Death não foi lá bem aceito na comunidade afro americana pelo seu som no mínimo estranho, ainda mais para aquela época. Eu não sei até que ponto o Death influenciou a famosa banda hardcore punk Bad Brains, mas quando se escuta principalmente o início do Bad Brains no final dos anos 70, parece óbvio que H.R. e seus amigos, sofreram esta influência, comparando com as músicas You're a Prisioner, Freakin Out, do disco ... For The Whole World To See por exemplo. Bem, o fato é que finalmente o Death tem o reconhecimento, mesmo que tardio, pois David Hackney morreu de câncer no pulmão em 2000. Segundo seu irmão Bobby, David estava convicto de que o Death estava criando algo totalmente revolucionário na música. Sim, de fato David estava certo e lamento que ele não teve o reconhecimento devido enquanto estava vivo. Enfim, já foi providenciado o relançamento dos dois LP's do Death, o For The Whole World To See e Spiritual Mental Physical, que é uma compilação de demo tapes de 1974 à 1976. Também foi realizado um documentário sobre o Death e algumas apresentações do grupo com os irmãos Bobby e Dannis. Por enquanto me limito a compartilhar com alegria esta descoberta recente, graças ao meu grande amigo Edilson, que me revelou esta música revolucionária. Nos comentários.

sexta-feira, março 14, 2014

24-7 Spyz ‎– Harder Than You (1989)

Alguma novidade? Bem, o meu trabalho de publicano tem consumido muito tempo e tenho alguns artigos que ainda não consegui publicar aqui, mas assim que possível, serão finalizados. Enquanto isso, fazendo o caminho inverso, aqui vai o primeiro registro do 24-7 Spyz, sim, o contemporâneo irmão do Living Colour e Fishbone. Digamos que o 24-7 Spyz tem um lado mais punk.
Harder Than You teve como engenheiro de som e produtor, Robert Musso, que desenvolveu uma parceria com Bill Laswell e trabalhou com tanta gente, que se perde a conta. Por exemplo? Al Green, Bob Marley, Herbie Hancock, Sting, Carlos Santana, Miles Davis, Jimi Hendrix, David Bowie, George Clinton, Ornette Coleman, John Zorn, Peter Gabriel, The Ramones, Iggy Pop, Blondie, Whitney Houston, Sly & Robbie, Pharaoh Sanders, William Burroughs, Bootsy Collins, The Last Poets, Ozzy Osbourne...
Nos créditos dos membros do 24-7 Spyz, cada um tem uma função extra, o vocalista P.Fluid é o encanador, o guitarrista Jimi Hazel é o carpinteiro, o baixista Rick Skatore é o técnico que conserta tv e o baterista Anthony Johnson, o eletricista. Há uma versão para o clássico do funk, Jungle Boogie (Kool And The Gang). Sem demora, nos comentários, como de costume.

segunda-feira, dezembro 30, 2013

24-7 Spyz ‎– Gumbo Millennium (1990)

Elá se vai o ano de 2013! Nestes últimos meses não tive tempo pare escrever no Sonorica devido a minha recente vida institucionalisada... sim, o emprego convencional deixou meus horários limitados, com um pouco menos tempo para pesquisa e elaboração de textos, pois o blog não é apenas para postar discos, se bem que o último deste ano é...
Bom, conversando com um amigo sobre bandas de rock só com afro-descendentes, como Bad Brains, Living Colour, Fishbone e a recente  descoberta band called Death (assim que possível, escreverei sobre esta banda), lembramos do 24-7 Spyz, um ótimo grupo que está bem esquecido e também entra para a lista do Sonorica de bandas e artistas que merecem reconhecimento.
O 24-7 Spyz se formou em 1986, originalmente com Jimi Hazel (Wayne K. Richardson) na guitarra, Rick Skatore (Kenneth D. Lucas) baixo, Kindu Phibes bateria, e P. Fluid (Peter Forrest) nos vocais, oriundos do South Bronx, New York. A banda ficou conhecida pela mistura do soul, funk, reggae e R&B com o heavy metal e hardcore punk. O fato de serem afro-americanos tocando variações de heavy metal fez com que críticos musicais os comparacem com bandas como Living Colour e Bad Brains, se bem que o 24-7 Spyz foi pioneiro na fusão destes estilos musicais em particular e nunca tiveram sucesso comercial substancial.
Após várias mudanças de membros banda encerrou suas atividades em 1998 e voltou em 2003, lançando seu primeiro novo album com novo material em 2006. Em Novembro de 2012 a banda tem se apresentado com a formação composta por Jimi Hazel, Rick Skatore, o baterista Sekou Lumumba e o guitarrista Ronny Drayton.
Equivocadamente o 24-7 Spyz foi rotulado de funk-o-metal, mas a banda vai além disso, como poderá constatar nos comentários deste post, como de costume aqui no Sonorica e ainda relembrando, assim como o primeiro disco deles, o Harder Than You (1989) o Gumbo Millennium está fora de catálogo e se na época que o Brasil lançou algumas bandas desconhecidas na época que o Living Colour e Fishbone fizeram um relativo sucesso comercial e não tomou conhecimento do 24-7 Spyz, quanto mais agora. Espero que os detentores de direitos fonográficos assim como de outras obras musicais, compreenda que este espaço é para o reconhecimento destes trabalhos, que nunca tiveram a chance de reconhecimento e acesso neste país chamado Terra Brasilis.
Gumbo Millennium contém elementos do Soul e R&B e também explora a improvisação do jazz como na música "Dude U Knew". Jimi Hazel (provável que este pseudônimo seja uma homenagem à Jimi Hendri e Eddie Hazel) mostra sua habilidade como mc na faixa hiphop "Don't Push Me" e a música "Racism" ilustra o assunto com uma sonoridade thrash metal. O disco teve reconhecimento de crítica especializada quando o grupo fez a abertura da tourné do Jane's Addiction promovendo o aclamado "Ritual De Lo Habitual" e na noite final da tour, o vocalista P. Fluid anuncia em pleno palco, para a surpresa dos outros membros do 24-7 Spyz, que ele deixaria a banda.
Enfim, o Sonorica se despede do produtivo e de certa forma tumultuado ano de 2013 dando graças à Deus por tudo e também agradecendo de coração à todos os que visitaram este pequeno espaço virtual ao longo dos anos. Sem clichés e frases feitas, desejo um feliz 2014 à todos e assim prosseguimos de Deus quiser!
 
 
Studio Ghibli Brasil