terça-feira, março 29, 2011

Condomínios fechados, a nova onda do mercado imobiliário

Saindo do foco mais direcionado deste blog, este post é sobre os novos empreendimentos imobiliários que nós temos visto se multiplicarem ao redor da cidade de São Paulo e seus anúncios se multiplicam vertiginosamente em todas as midias: os lotes de condomínios fechados. Pois é, antes o condomínio Alphaville, situado na região de Barueri, era algo inatingível para a maioria da população, sendo notória moradia de ricos, alguns artístas. Afastado do centro urbano, oferece segurança, tranquilidade, privacidade, área verde, despreocupação em estacionar o carro, de trancar a porta de casa, etc. Uma utopia para uma cidade esculhambada que é São Paulo. Agora a classe média também pode sonhar com essa possibilidade, pois as imobiliárias investem pesado neste setor, arredando áreas que não tinham interesse no mercado, por estarem distantes do centro da capital e não eram mais atrativas para parques industriais. Isso também é reflexo do que é bombardeado através de filmes, seriados, onde as famílias norte americanas de classe média vivem pacatamente nos chamados subúrbios, onde o pai faz seu estranho churrasco com carne de hamburguer no quintal com piscina, apara a grama verde e não há altas grades separando o jardim frontal da casa com a calçada da rua. As crianças (kids?!) brincam de bicicleta e o notório carrinho de mão vermelho, jogam baseball com tranquilidade. Bem, como nossa cultura é esfacelada e macunaíma, estas imagens vem fermentando no imaginário brazuca por anos à fio.
Para o Oeste! Ou para o norte, sul, leste, enfim, rumo aos condomínios fechados! Compre sua fatia de felicidade em suaves prestações e financiamento bancário, escolhe seu lote, siga o padrão e construa seu castelo! Não, não se importe com o impacto ambiental do desmatamento desenfreado que estes lotes estão causando na natureza, afinal, são apenas casas, não é mesmo? Quem precisa de mato é bicho. E bicho suja, pica e faz sujeira.
Mas quer saber, vão meus queridos, deixem a cidade para nós! Nós que gostamos de viver amontoados entre concreto, carros e multidão. Isso pode ajudar no paisagismo da cidade, que está forrada de grades, seguranças de terno preto, carros blindados com vidro escuro, paranóia, frieza, comportamento individualista, etc.
Quem sabe, possa ocorrer como em New York pós depressão, onde ninguém queria ficar, dando oportunidade para a arte, a chamada contra-cultura e seus artístas, estabelecerem studios, lofts, galpões, nightclubs, como o CBGB'S, e a grande maçã podre exalou arte como ninguém. Mesmo agora, quando a coisa melhorou e houve a tal da política de tolerancia zero e higienização sócio-econômica nos anos 80, New York ainda é o que é, um centro democrático propulsor de arte, apesar de tudo.
Por tudo isso, classe média, ricos, vão meus queridos, deixem a cidade...

segunda-feira, março 28, 2011

Arthur Doyle Quartet: Live @ The Cooler (1995)

Arthur Doyle ainda soa um nome obscuro no cenário músical, mesmo sendo homenageado na música "Kim Gordon and the Arthur Doyle Hand Cream" no disco Sonic Nurse (2004) do Sonic Youth e as frequentes declarações de Thurston Moore sobre a influência do free jazz e Doyle na sua trajetória musical. Doyle nasceu em Birmingham, Alabama, 25/06/1944, tocou em grupos de R&B, participou do importantíssimo registro do free jazz, o disco Black Ark de Noah Howard, como também seu próprio registro sob seu nome, o Alabama Feeling. Passou longos 5 anos preso por falsas acusações, onde compos cerca de 300 peças, sem poder usar seu instrumento musical. O resultado está em Songbook (1992), Songwriter (1994), e Do the Breakdown (1997). Arthur Doyle tem uma afinade com guitarristas, como se pode constatar em suas parcerias com Keiji Haino, Thurston Moore e seu velho parceiro Rudolph Grey, com quem desenvolveu o grupo The Blue Humans, ligado ao cenário No Wave de New York.
No Live at The Cooler, o quarteto de Doyle, que conta com Wilbur Morris no baixo e Tom Surgal na bateria, executa 3 peças onde predomina uma paisagem de ambiência sonora com destaque nas texturas criadas pela guitarra de Rudolph Grey e até em Flute Song, Doyle extrai uma sonoridade mais aspera e agressiva. Clique na imagem para acessar o arquivo e adentrar na atmosfera surpreendente e criativa de Arthur Doyle.

sexta-feira, março 25, 2011

Front 242 - Headhunter (1988)


Não posso afirmar com precisão, mas um amigo músico especializado em música eletrônica me disse que a introdução de Headhunter é um sampler de algum instrumento de sopro primitivo, com tratamento digital e a limitação dos equipamentos da época que acabaram por produzir um dos mais emblemáticos sons das pistas de dança. Infelizmente esse timbre é lembrado atualmente pelo sampler surrupiado pelo detrito chamado Bonde do Tigrão, que segundo corre rumores, um notório personagem do cenário underground paulistano, o Luizinho, ligou para os membros do Front 242 e denunciou o grupo, que teve que pagar os direitos de uso do sampler. Mas eu prefiro ficar com a lembrança de que a introdução de Headhunter era usada na vinheta do programa Novas Tendências, apresentado por José Roberto Mahr na rádio 89 FM, um dos melhores programas de rádio que tivemos nos anos 80, que era possível ouvir as novidades da música mundial sem tanta defasagem de tempo. No mesmo programa, se ouvia a nova geração do hiphop da época, encabeçada pelo De La Soul, A Tribe Called Quest, a cena de Manchester dos Stone Roses e Charlatans, os mais obscuros projetos da dark wave, o EBM, o New Beat belga, etc.
O single Headhunter foi lançado em 1988 extraído do lp Front By Front e também continha outro hit, Welcome To Paradise. Clique na imagem para acessar o arquivo.

quinta-feira, março 24, 2011

Obama, Obamis, Oba-Oba, você ainda acredita que este país tem jeito?

Yes, they can! E a tal da irreverência e descontração brazuca mais uma vez cumpre a sua função e vocação para servir o opressor. Eu me lembro nitidamente de pessoas que convergem com os ideais utópicos de Karl Marx, o socialismo, a esquerda revolucionária, o coletivismo, anarquismo, bandas punk, ideologias coletivas, passeatas pró-cannabis, rap, periferia (mas preferem estabelecer em bairros notórios de classe média), afrobeat, que apoiaram a eleição de Barack Obama. Pessoas de etnia caucasiana que parecem nutrir uma culpa ancestral com nossos irmãos descendentes africanos e apoiam eles em tudo, não importando que exemplo de vida eles representem. Snoopy Doggy Dog, Fifty Cent, Mike Tyson são aclamados, não importando suas atitudes péssimas como seres humanos. Só faltava essa gente apoiar o Baby Doc, O.J. Simpson, Ben Johnson... Aí ficam panfletando uma causa que não lhes diz respeito, pois só porque frequentam o Cooperifa, um eventual show de rap e tem alguns colegas que moram na "quebrada", acham que são "manos" também. Na hora que falta água numa temperatura escaldante de 30 graus, que falta luz, que falta ônibus, que falta vaga na escola pública de ensino péssimo, que rola chacina no boteco, tráfico de drogas e poder paralelo dos criminosos, adolescentes grávidas, falta de vaga em creche, preferem morar em bairros de classe média da zona oeste da cidade, onde tem delivery, 24 horas, galerias de street art, e claro, trabalhar em midias bancadas pelo nefasto universo publicitário, disfarçado pelo style de rua, gangueiro, etc. O que estes pretensos "revolucionários" parecem esquecer é que Obama é o presidente dos Estados Unidos da América do Norte, ícone do neo-liberalismo, do partido democrata que avança com suas garras no mercado exterior e o destroi, principalmente o do Terceiro Mundo (que somos nós brazucas, mesmo com tablets, iPhones). Aí partcipam de um ato do Greenpeace, bicicleta (por favor, não distorça os fatos, pois sou pró-transporte não poluente), ficam descendo a lenha em quem tem carro, sendo que a maioria da população da periferia quer ter um automóvel, apoiam a liberação da maconha, como se isso fosse resolver os problemas da violência e do crime, depois vão para suas casas ouvir Fela e Kanye West...
Estes mesmos apoiaram a Dilma e o prostituido PT, aquela conversinha de que são anti-machistas, que uma mulher na presidência é o melhor para o Brasil (por favor riot girls, não distorçam o que falo), mas a nossa presidenta permitiu mais um capítulo no histórico de humilhação brazuca em que os ministros de nosso "grandioso" país fossem tratados como foram pela segurança da águia de cabeça branca. A nossa querida Dilma ficou cheia de lisonjas para o dito presidente, que em nossa própria terra, outorgou ação de guerra, jogando na nossa cara que se nós não sucumbirmos mais ainda ao seu poderio, podemos amargar uma Tripoli da vida. Pré Sal? O petróleo é nosso? Hahaha, "How will i laugh tomorrow, when i can't even smile today?" (Suicidal Tendencies). Já que citei uma música do pessoal de Venice, aqui vai mais uma: "The Joke's On You" (Excel).

quinta-feira, março 17, 2011

Vince Guaraldi - Oh, Good Grief! (1968)


Vincent Anthony "Vince" Guaraldi (17/07/1928 – 06/02/1976), foi o pianista e compositor ítalo americano nascido em San Francisco, CA que ficou conhecido pela trilha sonora do desenho animado das histórias em quadrinhos criadas por Chales M. Schulz, Peanuts, que tem como principais personagens, o garoto Charlie Brown e seu cão beagle de estimação, Snoopy. Mas Vince também atuou no cenário do chamado West Coast do jazz, tocando com Cal Tjader, Willie Bobo, Stan Getz, Monty Budwig, Frank Rosolino, Sonny Criss, Ben Webster, etc. Também gravou com o guitarrista brasileiro Bola Sete (Djalma de Andrade) e a bossa teve certa influência em parte de sua carreira. A música mais conhecida de Guaraldi da trilha sonora de Peanuts é o tema para os irmãos Linus e Lucy. Linus é o grande amigo de Charlie Brown, que não se separa de seu cobertor e sua irmã Lucy, de gênio forte, não deixa de importunar a vida de Charlie Brown. Estéticamente Peanuts pode parecer um desenho infantil, mas trata com profundidade o cotidiano das crianças e até questões humanas de uma maneira universal, de um modo leve e claro, muito bem humorado e refinado. Um desenho animado para toda a família se divertir.
Vince Guaraldi captou com maestria a atmosfera da animação e a trilha jamais soa como algo feito a parte. Um clássico da música popular, dos tempos em que a maioria das pessoas ainda se interessavam pela música instrumental mais elaborada, mas acessível. Clique na imagem para acessar o arquivo.

D.I. - Horse Bites Dog Cries (1985)

O D.I. se formou em 1982 por ex-membros dos grupos Adolescents e Social Distortion, na região de Orange County, CA. O vocalista Casey Royer era baterista do Adolescents e é o único membro do D.I. que permaneceu desde o início da banda até hoje. Fizeram parte também os irmãos Agnew, Alfie e Rikk como guitarristas. O interessante é que ainda fazia parte do Adolescents, outro guitarrista e membro da família Agnew: Frank. Eles imprimiram uma personalidade original como guitarristas e uma sonoridade bem característica. O uso de acordes com a nota dominante seguida de sua oitava marcaram o estilo das bandas. A sonoridade característica do punk rock feito na costa oeste dos EUA se tornou a trilha sonora ideal para as skate sessions nas ensolaradas ruas, pistas e piscinas esvaziadas da California. Assim como seus contemporâneos do Circle Jerks e Dead Kennedy's, a temática das letras sempre teve cunho crítico sobre política e sociedade, só que numa abordagem humorística ácida e irônica. Um clássico dos anos 80 do que se chamou de skate rock.

Lembrando que minha conta no mediafire foi bloqueada por violação de direitos autorais, mas no final de tudo se trata do vil dinheiro, como se o Sonorica estivesse lucrando com isso. Quem tiver interesse, mande uma mensagem, podemos refazer o link, obrigado 
Remembering that my account was blocked by mediafire copyright infringement, but in the end it's all about the vile money, as if the Sonorica was profiting from it. Those interested, send a message, we can redo the link, hank you

quarta-feira, março 16, 2011

Ethnic Heritage Ensemble - Papa's Bounce (1998)


Kahil' El' Zabar é um dos mais criativos percussionistas da atualidade e seu grupo, o Ethnic Heritage Ensemble, desenvolve também um dos trabalhos mais interessantes da música afro-americana. Zabar nasceu em Chicago, 11/11/1953 e aos 18 anos ingressou à AACM (Association for the Advancement of Creative Musicians). Em 1973 estudou música na universidade de Ghana em 1975, se tornou presidente da AACM.
Ernest Dawkins nasceu em 02/11/1953, é saxofonista e educador membro da AACM. Durante sua infância, foi vizinho de Anthony Braxton no mesmo bairro, iniciando no contra-baixo e congas. Aos 19 mudou para o saxofone, sendo autodidata até ter suas primeiras aulas com membros da AACM. Também é membro fundador do grupo New Horizons Ensemble. Sua profunda pesquisa da cultura africana é bem nítida em seu trabalho musical. Joseph Bowie nasceu em 17/10/1953, é trombonista e fundador do Defunkt, que mescla dentro do jazz, o funk e o punk rock. Iniciou sua carreira musical no Black Artists Group e fez parte do Human Arts ensemble, liderado pelo baterista Charles "Bobo" Shaw e também participou de projetos com James Chance, do cenário No Wave de New York. É irmão do famoso trompetista Lester Bowie, do Art Ensemble Of Chicago, o mais conhecido grupo da música mais ousada de Chicago.
Não é só de Art Ensemble Of Chicago, que Chicago vive em termos de música criativa. O Ethnic Heritage Ensemble desenvolve um brilhante trabalho unindo a cultura musical ancestral africana, graças a intensa pesquisa de seus membros ao que se convencionou a chamar de música de vanguarda. O resultado é uma obra atemporal, em que o contemporâneo caminha com o ancestral em perfeita comunhão e criatividade. Uma situação que define isto muito bem, é o depoimento de Dawkins sobre uma turnê do Ethnic Heritage Ensemble no continente africano, em que ele comenta o interessante fato de sua música ser considerada de vanguarda e em uma de suas apresentações a platéia composta de nativos de tribos africanas, se integraram completamente à sonoridade do grupo norte americano, chegando a dançarem até em cima das mesas. Bem, depois de uma afirmação como esta, não resta muito a dizer e apenas clicar na imagem para acessar o arquivo e conferir.

terça-feira, março 15, 2011

Joe Morello (17/07/1928 - 12/03/2011)

Joe Morello sempre será lembrado como baterista do pianista Dave Brubeck e Brubeck, ligado à composição Take Five, do saxofonista de seu quarteto, Paul Desmond. Take Five possui uma melodia suave e se tornou muito popular do grande público, até se enquadrando no rótulo comercial easy listening. Mas Take Five em sua sutileza, inseriu uma mudança muito significativa no chamado jazz: os andamentos ternários, junto de outras experimentações que se encontram no disco Time Out, onde se encontra e posteriormente no Time Further Out. Mais uma vez as grandes mudanças no jazz ocorreram no rítmo, mesmo que os bateristas não figurassem com tanto destaque pela mídia. Veja o caso do que se convencionou a chamar de bebop, onde o nome que mais se fala é o do saxofonista Charlie Parker e o trompetista Dizzy Gillespie.
Muitos atribuem o posto de inovador dos compassos no jazz à Joe Morello, mas este tipo de acontecimento dificilmente se dá com um pioneiro em específico, pois há muitos músicos que não alcançaram destaque e registro de suas inovações. Mas os que se destacaram neste quesito de usar outros andamentos que eram pouquíssimo usados ou nunca antes usados no jazz, foram Morello e Max Roach, praticamente na mesma época.
Joe Morello começou a tocar bateria aos 15 anos de idade e seu primeiro professor foi Joe Sefcik, baterista atuante no teatro vaudeville na região de Springfield, Massachusetts. Depois de três ansos estudando com Sefcik, Morello vai para Boston, onde estuda com George Lawrence Stone (1886-1967), baterista e educador norte americano que foi autor dos livros Stick Control for the Snare Drummer (1935) e Accents and Rebounds for the Snare Drummer (1961), que são os fundamentos da bateria e considerados como as bíblias do instrumento. Stone foi professor também de Gene Krupa, Lionel Hampton, e Vic Firth (das famosas baquetas).

Stone foi essencial para a formação da técnica apurada de Morello, que dominou os rudimentos da bateria. Isso se pode constatar em suas gravações e apresentações, onde se ouve com nitidez a sua sonoridade cristalina e precisa. Em seus registros em video, esta qualidade fica mais evidente, onde podemos constatar a leveza, precisão e domínio no instrumento.
Com toda certeza Joe Morello deixa um capítulo importantíssimo na música, assinado pelo seu grande talento.

http://www.joemorello.net/

segunda-feira, março 14, 2011

Joe McPhee - Nation Time (1970)


Joe McPhee é um dos grandes músicos em atividade no cenário mais ousado da música. Não que seja algo tão extraordinário, mas é um dos poucos instrumentistas que se destaca em mais de um instrumento musical. Geralmente os saxofonistas são "estigmatizados" em suas ferramentas sonoras, sendo rotulados como tenoristas, sopranos, etc, e é mais raro quando o músico domina 2 espécies diferentes de instrumento, como é o caso de Jeb Bishop (Chicago,IL), que atua no trombone e guitarra. No caso de McPhee, mesmo se tratando de 2 intrumentos de sopro, a abordagem técnica é bem diferente, sendo o trompete e o saxofone. Detalhes técnicos a parte, é um brilhante compositor e improvisador que atua no cenário desde a época mais difícil e Nation Time é um marco daquela época, em que este tipo de música tinha um vínculo politizado muito mais evidente do que hoje em dia. Atualmenete os músicos se sentem um pouco mais confortáveis em tratar da música mais pelo lado da beleza artística. Em Shakey Jake está a influência do funk, como ocorreu em gravações de outros músicos, como Archie Shepp e Albert Ayler. Uma característica natural, um reflexo da sociedade afro-americana neste período. As duas outras composições do disco, Nation Time e Scorpio's Dance, tem aquela estética característica do free jazz influenciado pelas pesquisas das origens musicais africanas, aliadas às novas experimetações sonoras e libertárias do estilo. Joe McPhee é um nome essencial para a música, mesmo que não seja tão conhecido como outros. Uma pequena amostra de sua importância é que a sua gravação Tenor(1977) influenciou de forma vital, o músico Ken Vandermark, que é um dos maiores expoentes da música livre da atualidade. Clique na imagem para acessar o arquivo. Sem decepções.

terça-feira, março 08, 2011

Sun Ra and his Arkestra - Music from Tomorrow's World (1960)


Muito se fala da extensa obra de Sun Ra, que se tornou um personagem mítico na história da música afro-americana. Ainda há muitos que classificam erroneamente o som da Arkestra como free jazz. Algumas gravações de Sun Ra possuem aspectos estéticos similares ao estilo, mas o que predomina em sua quase incontável discografia, é o formato de orquestra, de big band, seguindo estruturalmente o modelo de Duke Ellington, Fletcher Henderson, Count Basie, Billy Eckstine, etc. Em vários momentos Sun Ra flertou com outros estilos musicais contemporâneos da cultura popular afro-americna, como o funk e até o rap. Sim, Herman Blount tinha a preocupação em distribuir cultura e conhecimento para os descendentes da diáspora africana nos Estados Unidos da América do Norte, que sofreram uma opressão racial violenta. Então Sun Ra sabia que não poderia se cristalizar em estilos se quisesse sobreviver e alcançar novas audiências. Afinal o que lhe interessava não era somente a música e sim, também passar uma mensagem, como foi em seu filme Space Is The Place, numa estética metafórica da alienação da comunidade afro-descendente perante ao poder político e econômico concentrado nas mãos da etnia euro-caucasiana que colonizou o continente.
O Music from Tomorrow's World registra o período em que a Arkestra fixou base na cidade de Chicago, na década de 60, em duas sessões: Uma gravação ao vivo no Wonder Inn e a sessão de estúdio no Majestic Hall e conta com uma das clássicas formações do grupos, contando com Marshall Allen, John Gilmore, Ronnie Boykins, Phil Cohran, Robert Barry, etc. São executados também, alguns dos clássicos do vasto repertório da Arkestra, como Angels & Demons at Play, China Gate, Tapestry from an Asteroid, A Call for All Demons e Interstellar Low Ways. Estas gravações permaneceram fora de catálogo por décadas, até que ganharam um reedição em formato digital. Clique na imagem para acessar o arquivo.

sexta-feira, março 04, 2011

Chaos U.K. - Chaos U.K. LP (1983)


Se você detesta samba e carnaval só significa um feriado, aqui vai uma alternativa musical que combina com sua indignação.
O Chaos U.K. é uma banda punk inglesa formada em 1979 e ao lado de nomes como Charged G.B.H., Discharge, Disorder, Exploited, etc, se tornou um ícone do hardcore punk europeu. Inicialmente contava com Simon nos vocais e posteriormente o baixista Chaos se tornou vocalista até a entrada de Mower para assumir o microfone. Chaos foi o único membro original que permaneceu. Assim como seus conterrâneos britânicos, o Chaos U.K. tem como característica a sonoridade rápida e agressiva do estilo hardcore. O lp auto entitulado é um clássico do gênero e como dizem os aficcionados, é um ítem de discoteca básica do punk. Não há muito o que dizer sobre esta banda que simplesmente influenciou o cenário punk mundial e fz escola até hoje. Para quem ainda não conhece e gosta de hardcore, este disco é essencial. Para quem já conhece até de longa data, vale recordar este clássico, clicando na imagem da capa do disco e acessando o arquivo.
 
 
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