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terça-feira, setembro 20, 2016

Target Of Demand ‎– See You In Hell 7"EP (1991)

Retornando ao cenário punk de Linz, See You In Hell foi lançado após o album Gruss de 1989. É um ep póstumo, pois o Target Of Demand encerrou suas atividades em 1990. A primeira música, Sicher I, foi gravada no LP Gruss, State Of Alert e Heaven e Then Please (ao vivo) são inéditas. Pela qualidade das gravações exceto a ao vivo, provavelmente são de demotape. Vale conferir a música do Target Of Demand, aqui no Sonorica, nos marcadores, você pode acessar os outros projetos de ex-membros do T.O.D. e bandas da cena punk austríaca. Nos comentários.

segunda-feira, março 21, 2016

When i get old, i don't to be stereotyped, i don't to be classified (domo arigatou gozaimasu, Aukerman san)

Neste fim de noite do primeiro dia de Outono, quando apenas conferia os e-mails, recados de timeline e inbox, um amigo de longa data que não vejo faz um bom tempo pessoalmente, publicou uma canção do Descendents, que se chama My World. Eu realmente só iria ler os recados e ir dormir, mas aquilo desencadeou uma reflexão que é o motivo de eu escrever aqui. Imediatamente me lembrei de mais duas canções do Descendents, as que estão publicadas junto com este texto, Suburban Home, do primeiro LP, Milo Goes To College de 1982 e When I Get Old, do disco Everything Sucks, de 1996, o primeiro registro com músicas inéditas desde 1987. Milo Aukerman tinha deixado a banda para se dedicar à sua carreira científica na área da biologia. Então o Descendents ficou de molho e surgiu o All, mas isso é uma outra história... 
Para quem não sabe, o Brasil está em uma crise política, econômica e social pós criação das redes sociais digitais. Então imagine todo o tipo de comentário que é publicado diariamente entre as redes sociais de relacionamentos. Mas também isso é um outro assunto que não vem ao caso agora.
O Descendents sempre se diferenciou no cenário hardcore/punk, pela musicalidade que evoluiu espantosamente à cada disco e suas letras. Bill Stevenson que é o baterista, sempre foi um dos cérebros da banda, compondo belas músicas. Não sei exatamente agora se foi Bill ou Milo que compuseram as três canções citadas aqui, mas sempre tiveram uma abordagem inteligente e criativa em sua poética, não dá pra rotular de rebeldia sem sentido da juventude, como muitas bandas hardcore/punk no mundo afora. O Descendents sempre tratou de assuntos sobre o ser humano numa linguagem simples, mas muitas letras são profundas em termos filosóficos até.
When I Get Old, pois é, estamos envelhecendo, tanto como meu amigo que é mais novo que eu e os membros do Descendents que são mais velhos que eu e estão na ativa por praticamente 30 anos. Várias pessoas que conheci ao longo da minha adolescência até agora, sendo que muitos eu nem encontro mais pessoalmente (coisas da vida, sabe como é...), agora são possíveis e contactar, mesmo que apenas virtualmente, graças às redes digitais de relacionamento. Vejo que alguns se tornaram pessoas muito diferentes do que eram quando jovens, uns para melhor ou pior, mas isso também é bem relativo.
Afinal, o que é ser bem-sucedido na vida? Ter uma família, um bom emprego, uma carreira profissional, ficar rico financeiramente? Aí entra o termo relativo. O que para uns é um tesouro, para outros, é apenas algo sem importância até. Quem se envolveu com alguma ideologia quando jovem, principalmente através da música (hardcore/punk, sendo mais específico deste texto), seja qual for o estilo, geralmente tende a ser contra o padrão de consumo da sociedade.
Para alguns foi só um período realmente de rebeldia sem causa e são atualmente tudo o que combateram antes de se tornarem adultos perante à sociedade. Outros se mantiveram em seus ideais de forma irredutível e sem muito discernimento e hoje em dia estão à margem da sociedade de consumo. E ser marginal perante o sistema político/econômico/social deste país ou até em outros, é realmente cruel. Você simplesmente pode acabar morto numa rua suja por "n" tipos de fatalidades.
Mas existe um pensamento ponderado (isso se a pessoa ainda acredita em certos valores) e o Descendents justamente são um ótimo exemplo. Os membros da banda não são um bando de "semi coroas" fracassados inclusive aos impiedosos olhos da sociedade. Alguns podem até achar ridículo um bando de pessoas começando chegar à meio século de vida envolvido numa banda de rock. Veja o caso do Iron Maiden, a banda é praticamente uma empresa, o baixista Steve Harris completou recentemente 60 anos de idade, a banda tem um avião jumbo particular e os membros são ricos. E eles realmente gostam de tocar no Iron Maiden.
Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Se puder ler a letra das duas músicas do Descendents, acho que vai entender onde quero chegar. Alias me lembrei também do que sempre converso com outro amigo que convivo bastante, sobre preservar a pureza infantil em nós, a parte boa, de sonhar, de aprender algo novo, de se alegrar com  coisas muito simples. Crianças que brincaram na rua se divertiram muito sem precisar gastar dinheiro ou algum tipo de equipamento, apenas elas e sua ingênua imaginação.
Os tempos são difíceis, o tempo passa muito rápido e todos bem sabemos que nada material deste mundo podemos levar após a morte e mesmo para quem não acredita que haja vida após a morte, saiba que as coisas mais valiosas na breve vida de um ser humano, são justamente coisas que não são materiais.
Como diz o meu melhor amigo: "Onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração"

*ps.: Também dedico este texto ao meu querido amigo Fernando Sanches

sábado, fevereiro 20, 2016

Feed Your Head - Live at W.N.C. (1989)

Como tinha mencionado na última publicação sobre o Feed Your Head, aqui temos mais um registro desta banda que fez parte do cenário punk em Manchester UK.
É um registro de uma apresentação de 1989, provavelmente antes da gravação do segundo LP, o Missing Sound Of Laughter (também publicado aqui), devido ao repertório executado não incluir nenhuma música do segundo disco. No mesmo dia se apresentaram Oi Polloi, Maaseudun Tulevaisuus e o local foi o W.N.C. squat, em Groningen, Netherlands (Holanda), é possível que o squat não exista mais, sendo squat é uma ocupação de um imóvel sem uso.
Bem, o registro não tem muita qualidade, mas é preciso relevar que é um show em um squat. Nos comentários.
* A capa foi feita pelo Sonorica, a gravação não foi lançada em cd ou outro formato, a não ser mp3.

quinta-feira, julho 31, 2014

Death – Spiritual Mental Physical (1976)

Sem dúvida nenhuma o redescobrimento e reconhecimento do trio formado pelos irmãos Hackney, muda a história do punk rock. Até então, o que se chamava de proto-punk (detesto este rótulo), com bandas enquadradas nesse "estilo", como The Stooges e MC5 e até bandas anteriores como os primórdios, como The Troggs e The Sonics, o  Death já tinha formatado a base do punk rock desde 1974, três anos antes do rótulo punk vir à tona e até precedendo o que viria nos anos 80, o pós-punk chamado de hardcore.
Spiritual-Mental-Physical é uma compilação de gravações de demo-tape realizadas entre 1974 e 1976, sendo que sete das músicas foram gravadas no chamado "The Room" com um gravador de dois canais estéreo em Detroit, Michigan.
Num mundo cada vez mais de memória curta, onde muitos das novas gerações acham que tudo veio pronto e que outras coisas brotam do nada, que basta buscar na "wiki", no "google" ou "youtube", este pequeno espaço virtual presta sua homenagem à um dos grupos mais criativos que transformaram o rock'n'roll numa música muito mais ousada desde a sua criação. Todos aqueles que se identificaram com o punk e o hardcore, certamente devem agradecer à Bobby Hackney, David Hackney e Dannis Hackney por sua música. Nos comentários.

sexta-feira, junho 20, 2014

Death – ...For The Whole World To See (1975)

Já faz um tempo que esta banda foi redescoberta e houve uma certa ebulição no meio underground por conta do Death. Até então, quando se falava em pré-cursores do chamado punk rock, o tal do proto-punk, os nomes mencionados eram o MC5, The Stooges e até o The  Sonics.
Os irmãos Dannis, Bobby e David Hackney tocavam R&B na garagem da casa de seus pais até mudarem para o hard rock em 1973, quando assistiram um show do Alice Cooper e David Hackney teve uma boa influência dos power chords de Pete Townshend do The Who. O Death começou tocando em cabarés e festas de garagem no lado leste de Detroit onde predominava a comunidade afro americana, o que causou um certo desconforto, pois o pessoal estava curtindo o Earth Wind & Fire, The Isley Brothers, etc.
Interessante este ponto, pois aproveito para abordar um assunto que tem se discutido inutilmente aqui no Brasil e especificamente em São Paulo, o racismo. Sim, ultimamente, novamente algumas pessoas que adotam posturas racistas e muitos pensam que racismo se resume ao "homem branco" em relação aos negros. Não, definitivamente qualquer pessoa com o mínimo de esclarecimento básico sabe que não se resume a isso. Talvez eu aborde o assunto com mais profundidade em um texto específico por aqui, mas só aproveitei alguns dados por conta da banda dos irmãos Hackney, que são mais exemplo do quão é estúpido discutir quem é o dono da música, do rock, do blues, etc. O blues não seria o blues se os afro americanos não tivessem contato com a música dos "brancos", assim como o samba não seria o samba se não tivesse contato com a música dos "brancos", o afrobeat, o jazz, e assim segue...
Bem, voltemos à Detroit nos anos 70. O Death não foi lá bem aceito na comunidade afro americana pelo seu som no mínimo estranho, ainda mais para aquela época. Eu não sei até que ponto o Death influenciou a famosa banda hardcore punk Bad Brains, mas quando se escuta principalmente o início do Bad Brains no final dos anos 70, parece óbvio que H.R. e seus amigos, sofreram esta influência, comparando com as músicas You're a Prisioner, Freakin Out, do disco ... For The Whole World To See por exemplo. Bem, o fato é que finalmente o Death tem o reconhecimento, mesmo que tardio, pois David Hackney morreu de câncer no pulmão em 2000. Segundo seu irmão Bobby, David estava convicto de que o Death estava criando algo totalmente revolucionário na música. Sim, de fato David estava certo e lamento que ele não teve o reconhecimento devido enquanto estava vivo. Enfim, já foi providenciado o relançamento dos dois LP's do Death, o For The Whole World To See e Spiritual Mental Physical, que é uma compilação de demo tapes de 1974 à 1976. Também foi realizado um documentário sobre o Death e algumas apresentações do grupo com os irmãos Bobby e Dannis. Por enquanto me limito a compartilhar com alegria esta descoberta recente, graças ao meu grande amigo Edilson, que me revelou esta música revolucionária. Nos comentários.

segunda-feira, junho 24, 2013

The Big One City Of L.A. Power (1991)

Amigo, se você gosta de punk e hardcore e não sabe o que é Flipside, sei lá o que andou fazendo esse tempo todo... Flipside foi um fanzine publicado entre 1977 e 2000 pelos amigos Al "Flipside" Kowalewski, Larry Lash, Pooch, Tory e X-8, formandos da Whittier High School que documentava o cenário hardcore punk de Los Angeles. No início, a primeira edição foi publicada no formato 1/4 de página em papel fotocópia grampeado à mão e nos anos 80 o zine tinha capa colorida com mais de 100 páginas. Também o zine Flipside passou a publicar coletâneas em formato VHS e criou um selo fonográfico.
A coletânea The Big One foi editada pela Flipside Records em formato LP com o lado A dedicado a Los Angeles e o lado B a San Francisco, sendo posteriormente lançado no formato CD no ano de 1991. Em The Big One, se encontram bandas que se tornariam conhecidas do grande público, como Bad Religion, L7, The Offspring e Green Day. O interessante é que a produção, compilação e livreto de notas foram autoria de Joy Aoki, pintora, designer gráfica e ativista ambiental de L.A.. Também destaco bandas conhecidas do cenário hardcore, como Down By Law, Monsula, VIctim's Family, Mr. T Experience, a versão inédita de A Take Away do Big Drill Car e American Society do L7. Nos comentários.

quinta-feira, junho 06, 2013

Target Of Demand / Stand To Fall - Split LP (1988)

Este split album foi o primeiro registro do Target Of Demand após sua demo-tape de 1987. Stand To Fall também estreou neste split. Infelizmente não encontrei informações da banda, que lançou seu último registro, o cd Fear, em 1993 pelo selo austríaco CCP Records. A primeira vez que ouvi o Target Of Demand foi através deste disco, que meu amigo tinha recebido pelo correio da Alemanha. Sem dúvida uma das melhores bandas do cenário hardcore punk da Austria nos anos 80. Eu tinha publicado aqui sobre seu primeiro LP, o Gruss, de 1989, mas o link não funciona mais porque bloquearam minha conta do Mediafire e também escrevi à respeito disso. Mas já providenciei um novo link para o Gruss, porque é um ótimo disco de hardcore e mesmo sendo de um selo um pouco mais conhecido, o We Bite Records, por aqui ele praticamente não existe. Mais de Target Of Demand e Stand To Fall nos comentários e segue o trabalho deste weblog.

*PS.: Aqui neste link, você escutar o split: Target Of Demand / Stand To Fall - Split LP (1988)

sexta-feira, maio 10, 2013

Feed Your Head ‎– Realm Of The Gods E.P. (1988)

No universo da música há uma vastidão de bandas que tornam impossível conhecer todas e acabamos não tendo a oportunidade de prestigiar músicas que facilmente se tornariam parte de nossa trilha sonora ao longo da vida. Mesmo dentro de estilos específicos o número de bandas é incontável, os gostos pessoais são relativos, mas sempre é bom tentar adotar uma análise imparcial e sempre digerir um trabalho musical com calma, mesmo que este não agrade na primeira audição. Muitas bandas que não me agradaram nas primeiras audições hoje em dia frequentam o meu aparelho de som com muito prazer. Não foi o caso do Feed Your Head, pois eu gostei logo na primeira vez que ouvi. E como sempre penso e escrevo aqui, o weblog tem também a função de dedicar um espaço para divulgar a arte de grupos e artistas que passam desapercebidos neste imenso volume de dados e informação.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o Feed Your Head, uma banda punk formada no ano de 1986 em Manchester, UK. Realm Of Gods e.p. antecede o lp Stargazer e a música do ep, "When The North Wind Blows", acabou fazendo parte do lp. Realm Of Gods possui as características de gravação da época, com sonoridade mais "crua", não havia tantos recursos para bandas independentes, não havia acesso a grandes estúdios e é claro, não havia tantos equipamentos digitais de gravação com preço tão acessível ao consumidor comum como há hoje em dia devido a revolução digital. Este foi o primeiro título do selo independente Crucial Climate, criado pela própria banda. Se gostou do que ouviu no link acima, nos comentários pode conhecer mais sobre o Feed Your Head ou relembrar essa época, um momento especial do cenário hardcore punk dos anos 80. Quando digo sobre os anos 80, não quero dizer como hoje em dia se fala desta década, como um fetiche, algo estranho que misteriosamente torna "cool" coisas que eram e ainda são de qualidade duvidosa. Não, o Feed Your Head independente de gostos pessoais é uma banda autêntica e criativa e suas canções não se tornaram um objeto empoeirado na prateleira de um brechó com cheiro de mofo, não mesmo.

quinta-feira, março 08, 2012

All - Everything Sucks demos (1996)

Ainda me lembro quando comprei meu primeiro lp do Descendents, o Liveage, numa loja de discos na notória rua 24 de Maio, numa galeria ao lado da Galeria do Rock. Isso foi por volta de 1989 e minha trilha sonora das skate sessions obviamente incluiam o Descendents, que vim a conhecer pelas músicas Theme e Coolidge que eram parte da trilha sonora escolhida pelos participantes do Savannah Slamma, um clássico das competições de street skate, como aqui em São Paulo tinhamos o Ladeira da Morte na modalidade downhill.
O Descendents se diferenciava pela sua sonoridade apurada dentro do punk, a guitarra de Stephen Egerton colocava a estética e técnica de Eddie Van Halen a serviço do punk rock, o baixo de Karl Alvarez me remetia aos contrapontos melódico-harmônicos de Paul McCartney. Bill Stevenson estava entre os bateristas mais criativos do hardcore norte americano, preciso, ágil e pesado, além de ser um grande compositor. Milo Aukerman com certeza derreteu muitos corações com sua voz simples e romantica. Como muitos que acompanhavam as notícias do cenário hardcore, Milo escolheu se ausentar do Descendents por conta de sua vida acadêmica, sim, Milo é cientista (não é a toa a aurea nerd que virou símbolo do grupo, que é a caricatura de Milo nos tempos de colégio fez, o tal do bullying que hoje tanto se fala). Então os integrantes do Descendents resolveram desenvolver outro projeto enquanto Milo não voltava, surgindo o All, uma materialização dos conceitos proclamados no último disco do Descendents: All, de 1987, que possuia até um manifesto/constituição em forma de música: All-O-Gistitcs. A primeira fase contou com Dave Smalley que cantava no DYS, Dag Nasty e posteriormente no Down By Law. Com a entrada de Scott Reynolds, o All consolidou sua sonoridade mais apurada, que passeava naturalmente pela música popular norte americana, ou seja, ali estavam, o ragtime, country, rock'n'roll, pop, hardrock e é claro o punk rock de forma homogênea e original. Depois veio Chad Price com um estilo mais rock, mais agressivo e o All deixou um pouco de lado as inúmeras variações nas músicas e ficou mais pesado. Embora Chad Price tivesse algo semelhante a Scott Reynolds, não possuia digamos, a fluidez soul de seu antecessor. O All se tornou mais primal e de certa forma se aproximou mais do Descendents, tanto que os dois projetos acabaram se misturando.
Quase 10 anos depois do último registro inédito do Descendents, o tão esperado retorno de Milo em Everything Sucks, com músicas inéditas. Milo não esteve distante de seus amigos, tanto que participou das gravações de Breaking Things, do All, o disco em que Chad Price assumiu o posto de vocalista. E atestando que o All e Descendents eram um só, independente do fato que todos os integrantes são os mesmos e só se diferenciam pelos vocalistas, sonoridade e composições, temos aqui a versão All do Everything Sucks do Descendents, com músicas inéditas e versões das outras incluidas na versão oficial. Clique na imagem para acessar o arquivo. Enjoy!

quarta-feira, novembro 23, 2011

Jingo De Lunch - Cursed Earth ep (1988)

Kreuzberg, uma província de Berlin, com cerca de 31,6% composta de imigrantes, sendo muitos deles descendentes de turcos, possui um histórico de contra-cultura e alto índice de desemprego. Um campo extremamente fértil para o segmento punk. O guitarrista Joseph Ehrensberger fazia parte do Vorkriegsjugend (um dos mais influentes grupos de hardcore da Alemanha, que inclusive teve um ep lançado no Brasil pelo selo independente New Face), se juntou à Tom Scholl, Henning Menke, Steve Hahn e a vocalista Yvonne Ducksworth (que chegou em Berlin no ano de 1983), para formar o Jingo De Lunch em Abril de 1987. Um dos melhores grupos que também recebeu o sub-gênero stenchcore. As influências do Jingo De Lunch são o punk rock, hardcore e hardrock e neste ep há versões de Thin Lizzy e Bad Brains. Clique na imagem para acessar o arquivo.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Jingo De Lunch – Perpetuum Mobile (1987)

Me lembro que nos anos 80, haviam poucas bandas com uma sonoridade mais agressiva com uma voz feminina. Sim, haviam algumas bandas punk, mas em termos de underground brasileiro, era inviável ter acesso à obscuridades do cenário de New York, por exemplo. Aqui, tinhamos as Mercenárias, mas hardcore, simplesmente não rolava nada. Foi então que eu deparei com o Jingo De Lunch na "folclórica" loja Tok-Entre do Quinha, ex-funcionario do Nunes (da Rainbow). Na sua simplicidade, o Quinha só me disse que o disco era bem loco. Eu tinha lido sobre a banda em algum artigo de fanzines que chegavam pelo correio, Maximum Rock'n'Roll e Flipside, que era compartilhado entre amigos (era muito demorado e difícil conseguir um exemplar, em papel jornal, mais do que pagar uma fortuna abusiva numa Wire por aí). Olhei a capa, a contra capa, bem, não resisti a foto da vocalista Yvonne Ducksworth com aqueles dreadlocks sujos e levei pra casa. Coloquei o lp no toca discos e gostei muito. Não era tão porrada quanto o Sacrilege, era até mais melódico, mas hardcore. Yvonne era a única mulher na banda, assim como Lynda "Tam" Simpson no Sacrilege. Depois de uma década, inventaram um rótulo de riot girls, que gerou boas bandas, mas conceitos um tanto quanto equivocados e como na maioria das vezes acontece, chega ao Brasil de forma distorcida. Mas o que importa, é a música pela música. Clique na imagem para acessar o arquivo.


quarta-feira, julho 20, 2011

The Mob - Discography (1982-1986)

Quando se fala em New York Hardcore, logo vem a mente as bandas Agnostic Front, Cro-Mags, Sick Of It All, Gorilla Biscuits e até Beastie Boys. Mas o cenário de New York que se formou no início dos anos 80, com uma sonoridade mais rápida, pesada e agressiva, contou com um grupo que foi um dos pioneiros do estilo, o The Mob, formado por Ralph Gebbia (vocal), Jack Flanagan (guitarra), Jose Gonzales (baixo), Chris Hackett (baixo - posterior à Gonzales) e Jamie Shanahan (bateria). Segundo o vocalista do Agnostic Front, Roger Miret, o termo hardcore começou a ser usado para diferenciar do cenário punk dos anos 70, que era mais junkie e artístico. Ainda hoje o The Mob é bastante inspirador, influente e atual. Se você quer ter um panorama mais completo deste estilo que atravessou décadas, o The Mob é peça fundamental. Clique nas imagens para acessar o arquivo. Agressivo, sujo, rápido e pesado, estilo hardcore, como é chamado.

quinta-feira, março 17, 2011

D.I. - Horse Bites Dog Cries (1985)

O D.I. se formou em 1982 por ex-membros dos grupos Adolescents e Social Distortion, na região de Orange County, CA. O vocalista Casey Royer era baterista do Adolescents e é o único membro do D.I. que permaneceu desde o início da banda até hoje. Fizeram parte também os irmãos Agnew, Alfie e Rikk como guitarristas. O interessante é que ainda fazia parte do Adolescents, outro guitarrista e membro da família Agnew: Frank. Eles imprimiram uma personalidade original como guitarristas e uma sonoridade bem característica. O uso de acordes com a nota dominante seguida de sua oitava marcaram o estilo das bandas. A sonoridade característica do punk rock feito na costa oeste dos EUA se tornou a trilha sonora ideal para as skate sessions nas ensolaradas ruas, pistas e piscinas esvaziadas da California. Assim como seus contemporâneos do Circle Jerks e Dead Kennedy's, a temática das letras sempre teve cunho crítico sobre política e sociedade, só que numa abordagem humorística ácida e irônica. Um clássico dos anos 80 do que se chamou de skate rock.

Lembrando que minha conta no mediafire foi bloqueada por violação de direitos autorais, mas no final de tudo se trata do vil dinheiro, como se o Sonorica estivesse lucrando com isso. Quem tiver interesse, mande uma mensagem, podemos refazer o link, obrigado 
Remembering that my account was blocked by mediafire copyright infringement, but in the end it's all about the vile money, as if the Sonorica was profiting from it. Those interested, send a message, we can redo the link, hank you

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Einstürzende Neubauten - Stahlmusik (1980)


Não sei se é por conta do nome em alemão de difícil pronúncia, que atrapalha o reconhecimento deste grupo, mas suspeito que seja por outros motivos injustos (isto se encaixa em nível de Brasil). Einstürzende Neubauten significa Novos Edifícios em Colapso, ilustrando um conceito artístico do grupo, sobre a arquitetura alemã pós Segunda Guerra Mundial, em que os novos edifícios construidos depois de 1945 eram de material mais frágil, mais barato e com menos atrativos estéticos.
Talvez alguém se lembre do guitarrista e vocalista Blixa Bargeld pela sua participação nos grupos Birthday Party e Bad Seeds de Nick Cave, ou da apresentação no sesc Belenzinho nos anos 90 à R$ 5,00, ou do lançamento em vinil do disco Haus Der Lüge nos anos 80, o famoso disco de capa preta com o cavalo vermelho. Aliás esta saudosa época, a indústria fonográfica nacional, por conta de contrato que obrigavam à lançar alguns ítens de catálogo como condição de vender os títulos mais famosos, podíamos acessar o mais variado tipo de música em simples lojas de disco de bairro. Eu mesmo me deparava com lp's do Laibach, 45 Grave em lojas populares do meu bairro.
Bem, vamos ao Neubauten. O grupo ficou conhecido pelo chamado estilo industrial, que juntava os elementos do punk rock, com os ruídos de elementos não musicais, como furadeiras, britadeiras, canos e chapas de metal, enfim, de ferramentas industriais e de construção em sua música. Quando se fala em experimentalismo musical, Eintürzende Neubauten é um nome obrigatório e fundamental, como o conterrâneo Kraftwerk é para a música eletrônica.
Stahlmusik foi gravado dentro de um pilar da ponte Stadtautobahn em Berlin. Clique na imagem para acessar o arquivo e se você ainda não conhece o trabalho do Neubauten, este é o convite para adentrar neste especial capítulo da música mais ousada feita no fim do séc.XX.
Para saber mais:

http://neubauten.org/

sexta-feira, janeiro 28, 2011

G.B.H. - City Baby Attacked By Rats (1982)/City Babys Revenge (1984)

Quem gosta de punk e hardcore e não gosta de G.B.H., precisa rever seus conceitos mas gosto é gosto e tudo é possível. Esta banda inglesa se formou em 1978 pelo vocalista Colin Abrahall, o guitarrista Colin "Jock" Blyth, o baixista Sean McCarthy e o Andy " Wilf" Williams, sendo pioneiros do que se chamou English Street Punk, ao lado de bandas como Discharge, Broken Bones, The Exploited e Varukers. É impossível não associar o punk a esse cenário de bandas inglesas, que também tiveram grande influência aqui no Brasil. Nos anos 80, quem não se deparou com alguém usando uma camiseta, bottom, patch do G.B.H.? Muito do que foram as bandas e o visual punk dos anos 80 no Brasil, se deve ao G.B.H. Fora a integração do punk com o heavy metal e sempre se encontravam membros de bandas como Metallica, Exodus, Slayer, etc, usando camisetas destas bandas. Aliás isso sempre foi uma coisa comum e normal, só aqui se criou um conflito entre headbangers e punks, mas isto foi um aspecto de uma tamanha estultice, que deve ser ignorado.
O nome verdadeiro desta banda é Charged G.B.H., que deriva do termo Grievous Body Harm, usado na lei criminal inglesa sobre as transgressões das sessões 18 e 20 do Artigo 1861, Contra a Ofensa Pessoal, ou seja, agressão mano!
City Baby Attacked By Rats e City Babys Revenge são clássicos do hardcore punk e lá se encontram músicas bem conhecidas, como Boston Babies e Sick Boy. Diferente da temática da maioria das bandas norte americanas, os punks europeus tratavam de assuntos de uma forma mais séria, com muito menos humor. Também naquela época ainda existiam os resquícios pós-Segunda Guerra Mundial e a possibilidade de uma Terceira Guerra polarizada entre E.U.A. e a extinta U.R.S.S., que era um assunto mais evidente das bandas da Escandinavia. Clique nas imagens para acessar os arquivos e relembrar a criatividade e qualidade desta banda, pois hoje em dia o sufixo "core" está associado à coisas tão díspares como, bem, você sabe...

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Adrenalin O.D. - Humungousfungusamongus (1986)

Um clássico do hardcore norte americano, Humungousfungusamongus de 1986, é um dos inúmeros discos representativos no cenário da época. Formado em 1981 por membros do grupo de punk rock dos anos 70, The East Paterson Boys Choir, o Adrenalin O.D. gravou pela primeira vez na histórica compilação em k7 New York Thrash pela mítica ROIR, ao lado de nomes como Beastie Boys e Bad Brains.
A.O.D. tem como característica o rítmo acelerado e músicas de curta duração do hardcore e sua temática voltada para o humor ácido, que era comum em muitas bandas norte americanas da costa oeste do país, contrastando com as letras de cunho mais político e mais sério da maioria das bandas da costa leste do país e da Europa. Este tipo de humor pode ser comparado com as publicações Mad e National Lampoon, filmes como Porky's, National Lampoon's Animal House, etc. Com um nome tão sugestivo como Adrenalin O.D., o grupo se tornou também uma trilha sonora constante nas skate sessions, e claro, pelo seu som que compartilha da velocidade e manobras do carrinho. Clique na imagem para acessar o arquivo e go for it!

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Melvins - Ozma (1989)

O trio Melvins contava com Buzz Osborne, nos vocais e guitarra, Dale Crover, na bateria e vocais de apoio e Lori "Lorax" Black no baixo, na gravação do lp Ozma de 1989. Lori é filha da famosa atriz infantil Shirley Temple, mas não permaneceu por muito tempo no trio. A formação original de 1983 era composta por Mike Millard na bateria e Matt Lukin no baixo, em Montesano, Washington. Lukin logo depois faria parte do Mudhoney. O Melvins começou tocando covers do Cream e Jimi Hendrix, passando pelo estilo hardcore punk e sofreu grande influência do Black Flag que mudou o estilo para um andamento mais lento, nitidamente influenciado pelo Black Sabbath. Outras influências importantes para o Melvins foram o Flipper e Swans.
Certamente o Nirvana foi o que foi devido ao Melvins e isso é muito claro em Bleach. Kurt Cobain se inspirou muito no trio de seu colega de escola para forjar o som do Nirvana. O Melvins também é proclamado como pai do stoner rock e se caracteriza pelo seu som pesado e arrastado, ou melhor, letárgico. Quando eu comprava discos pelo correio, sempre ficava curioso em relação ao Melvins, no catálogo da Boner Records, em que predominavam bandas hardcore punk. resolvi encomendar o album que acabara de ser lançado, o Bullhead, posterior ao Ozma e foi uma grata surpresa, confirmando as minhas expectativas em relação ao curto release do selo independente. Sem muito a dizer, o Melvins é um dos grupos de rock mais pesados de todos os tempos. Clique na imagem e acesse o arquivo.
 
 
Studio Ghibli Brasil