Hoje deparei com a notícia sobre Amanda Simeão, de 22 anos, que participará pela primeira vez de uma Olimpíada. Ela foi escolhida pela Playboy para um ensaio sensual sem nudez e sem ser capa da revista e ela aceitaria se não houvesse o veto do Exército Brasileiro, por ser 3º sargento.
Ela afirmou que seria bom para o esporte (?), falaria como atleta e empresária (está abrindo uma academia de esgrima), por isso queria muito... Aí me vem a pergunta: Até que ponto isso realmente seria benéfico para o esporte? Desde quando a revista Playboy é referência na divulgação e principalmente, incentivo ao esporte? Só existe a revista masculina como meio eficaz de divulgação na mídia? Gostaria de saber quantas pessoas começaram a praticar algum esporte olímpico por causa da Playboy...
Em contrapartida também deparei com publicações recentes nas redes sociais, sobre o machismo. Eu já tinha comentado por lá sobre as mulheres se submeterem às campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas nas quais são expostas meramente como objeto sexual. Fica complicado algumas mulheres atribuírem a culpa disso tudo apenas aos homens, já que as próprias mulheres contribuem para o machismo. Afinal é praticamente zero o número de mulheres que se submetem à isso por necessidade, a não ser as que se prostituem e mesmo assim, nem todas que se prostituem estão trabalhando pelo pão de casa dia e sim, por outros motivos que não vem ao caso agora e não me cabe julgar, assim como este texto não tem propósito de juízo e sim, apenas para reflexão.
Não temos tantos programas de esporte na TV, publicações impressas, rádio, internet?
BY ALL MEANS NECESSARY?
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sexta-feira, julho 29, 2016
Olimpíadas + Machismo + Sexismo + Vaidade = Esporte perde...
segunda-feira, março 21, 2016
When i get old, i don't to be stereotyped, i don't to be classified (domo arigatou gozaimasu, Aukerman san)
Neste fim de noite do primeiro dia de Outono, quando apenas conferia os e-mails, recados de timeline e inbox, um amigo de longa data que não vejo faz um bom tempo pessoalmente, publicou uma canção do Descendents, que se chama My World. Eu realmente só iria ler os recados e ir dormir, mas aquilo desencadeou uma reflexão que é o motivo de eu escrever aqui. Imediatamente me lembrei de mais duas canções do Descendents, as que estão publicadas junto com este texto, Suburban Home, do primeiro LP, Milo Goes To College de 1982 e When I Get Old, do disco Everything Sucks, de 1996, o primeiro registro com músicas inéditas desde 1987. Milo Aukerman tinha deixado a banda para se dedicar à sua carreira científica na área da biologia. Então o Descendents ficou de molho e surgiu o All, mas isso é uma outra história...
Para quem não sabe, o Brasil está em uma crise política, econômica e social pós criação das redes sociais digitais. Então imagine todo o tipo de comentário que é publicado diariamente entre as redes sociais de relacionamentos. Mas também isso é um outro assunto que não vem ao caso agora.
O Descendents sempre se diferenciou no cenário hardcore/punk, pela musicalidade que evoluiu espantosamente à cada disco e suas letras. Bill Stevenson que é o baterista, sempre foi um dos cérebros da banda, compondo belas músicas. Não sei exatamente agora se foi Bill ou Milo que compuseram as três canções citadas aqui, mas sempre tiveram uma abordagem inteligente e criativa em sua poética, não dá pra rotular de rebeldia sem sentido da juventude, como muitas bandas hardcore/punk no mundo afora. O Descendents sempre tratou de assuntos sobre o ser humano numa linguagem simples, mas muitas letras são profundas em termos filosóficos até.
When I Get Old, pois é, estamos envelhecendo, tanto como meu amigo que é mais novo que eu e os membros do Descendents que são mais velhos que eu e estão na ativa por praticamente 30 anos. Várias pessoas que conheci ao longo da minha adolescência até agora, sendo que muitos eu nem encontro mais pessoalmente (coisas da vida, sabe como é...), agora são possíveis e contactar, mesmo que apenas virtualmente, graças às redes digitais de relacionamento. Vejo que alguns se tornaram pessoas muito diferentes do que eram quando jovens, uns para melhor ou pior, mas isso também é bem relativo.
Afinal, o que é ser bem-sucedido na vida? Ter uma família, um bom emprego, uma carreira profissional, ficar rico financeiramente? Aí entra o termo relativo. O que para uns é um tesouro, para outros, é apenas algo sem importância até. Quem se envolveu com alguma ideologia quando jovem, principalmente através da música (hardcore/punk, sendo mais específico deste texto), seja qual for o estilo, geralmente tende a ser contra o padrão de consumo da sociedade.
Para alguns foi só um período realmente de rebeldia sem causa e são atualmente tudo o que combateram antes de se tornarem adultos perante à sociedade. Outros se mantiveram em seus ideais de forma irredutível e sem muito discernimento e hoje em dia estão à margem da sociedade de consumo. E ser marginal perante o sistema político/econômico/social deste país ou até em outros, é realmente cruel. Você simplesmente pode acabar morto numa rua suja por "n" tipos de fatalidades.
Mas existe um pensamento ponderado (isso se a pessoa ainda acredita em certos valores) e o Descendents justamente são um ótimo exemplo. Os membros da banda não são um bando de "semi coroas" fracassados inclusive aos impiedosos olhos da sociedade. Alguns podem até achar ridículo um bando de pessoas começando chegar à meio século de vida envolvido numa banda de rock. Veja o caso do Iron Maiden, a banda é praticamente uma empresa, o baixista Steve Harris completou recentemente 60 anos de idade, a banda tem um avião jumbo particular e os membros são ricos. E eles realmente gostam de tocar no Iron Maiden.
Mas o que eu quero dizer com tudo isso? Se puder ler a letra das duas músicas do Descendents, acho que vai entender onde quero chegar. Alias me lembrei também do que sempre converso com outro amigo que convivo bastante, sobre preservar a pureza infantil em nós, a parte boa, de sonhar, de aprender algo novo, de se alegrar com coisas muito simples. Crianças que brincaram na rua se divertiram muito sem precisar gastar dinheiro ou algum tipo de equipamento, apenas elas e sua ingênua imaginação.
Os tempos são difíceis, o tempo passa muito rápido e todos bem sabemos que nada material deste mundo podemos levar após a morte e mesmo para quem não acredita que haja vida após a morte, saiba que as coisas mais valiosas na breve vida de um ser humano, são justamente coisas que não são materiais.
Como diz o meu melhor amigo: "Onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração"
*ps.: Também dedico este texto ao meu querido amigo Fernando Sanches
*ps.: Também dedico este texto ao meu querido amigo Fernando Sanches
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sábado, fevereiro 06, 2016
Freedom of Speech... Just Watch What You Say! (Esta postagem não se trata de discos)
"Liberdade de expressão... apenas observe o que você diz!".
"Expressar sua opinião". Heresia: Do latim haerĕsis, e do grego (αἵρεσις): "escolha" ou "opção". É a doutrina ou linha de pensamento contrária ou diferente de um credo ou sistema de um ou mais credos religiosos que pressuponha(m) um sistema doutrinal organizado ou ortodoxo. A palavra pode referir-se também a qualquer "deturpação" de sistemas filosóficos instituídos, ideologias políticas, paradigmas científicos, movimentos artísticos, ou outros.
Atualmente o cenário político/econômico brasileiro se agravou muito nos últimos anos e o facebook tem sido usado com mais frequência para a manifestação das opiniões das pessoas. Até aí tudo bem, "voice your opinion" e "freedom of speech"... Just Watch What You Say!
O facebook tem sido palco principal do afloramento de sentimentos terríveis do ser humano, como ódio, intolerância, ignorância, etc. Dificilmente uma exposição de uma simples opinião não se torna uma briga virtual. O debate dificilmente consegue se concluir sem ofensas. As pessoas não querem ser contrariadas, apenas querem que você simplesmente concorde com a opinião que elas publicam na timeline do perfil de seus facebook's. Quando se publica algo lá, tem uma opção que possibilita escolher para quem estará disponível para ver, ler, ouvir e...comentar. Assim também quem publica tem a escolha e o direito de apagar algo que não lhe agrade termos de comentários. Eu particularmente uso quando necessário essas opção de subtrair algo que não concordo ou não gosto, tanto em comentários em minhas publicações, assim como faço uso de outra opção que o facebook oferece: Ocultar ou não visualizar mais as publicações que não há interesse ou até ofendem, sem a necessidade de retirar alguma pessoa do perfil do facebook. Sim! As pessoas erram, cometem excessos, é a natureza do ser humano. Ainda bem que há essa opção, pois continuo a gostar das pessoas, não quero excluí-las apenas por terem opiniões diferentes ou contrárias às minhas. Também não tenho o menor interesse em convencê-las a mudarem de opinião para que concordem comigo. Elas tem o direito de serem livres e se não se importam se vão ofender alguém, aí é com elas.
Mas aí também é que está um grande problema. Só elas "podem" fazer isso. Quando alguém rebate à altura do que elas fazem, elas não toleram, ficam irritadas, agressivas, ofensivas. Elas não querem ser contrariadas e não aceitam que haja opinião contrária e sempre tem que ofender quem é contrário.
Se alguém rebate algo que você publicou, pode até debater o assunto de forma coerente, sem ofensas ou simplesmente ignorar. Sim! Por que perder tempo com alguém que provavelmente não vai mudar de opinião? A não ser que goste de brigar, ofender, ficar irritado, etc...
Por ser tudo virtual, as pessoas geralmente tomam coragem de afirmar coisas que pessoalmente não falariam ou fariam. E também gera muitos enganos e interpretações erradas sobre o que a pessoa está falando ou exibindo online. Veja o caso dos "likes" do facebook, há pessoas que se ofendem por você não dar o seu "like" no post dela. Imagine que você tenha pelo menos uma centena de amigos em sua rede e todos sempre publicando diversos posts diariamente. Às vezes escapa algo e você não viu, pois a timeline vai rolando, não é mesmo?
O tragicômico disso tudo, é que esse tipo de comportamento tem partido de pessoas que possuem um grau de instrução acima da média da população brasileira, além de serem pessoas que se consideram libertárias, até de esquerda, que combatem ferozmente a ditadura, imperialismo, capitalismo selvagem, moralismo, etc e etc. E no fim das contas elas agem como os líderes que deturparam o idealismo libertário, acabam agindo ideologicamente como Stalin, Mao Tse Tung, etc.
Enfim, este texto é apenas uma reflexão de uma opinião estritamente particular minha, sem valor algum para a sociedade, não tem nenhum propósito para debates, seria inútil, não estou querendo convencer ninguém a pensar igual ou até parecido, é apenas realmente para reflexão, para auto avaliação, para quem quiser refletir. No mais, fique apenas nos "likes" ;)
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domingo, janeiro 24, 2016
Barrados no baile (do copyright)
Tudo começou quando publiquei uma matéria à respeito de um lançamento de gravações do Joy Division nunca editadas. Resolvi divulgar, pois aqui no Brasil seria praticamente inviável ter acesso. Logo em seguida recebi uma notificação ameaçadora de processo e minha conta no mediafire foi bloqueada. Notei que algumas pessoas visualizaram postagens que o link pertencia ao mediafire. Caso não tenham outras fontes, é só escrever um comentário nos respectivos posts e podemos disponibilizar um novo link. Lembrando que o Sonorica não lucra com isso, é apenas uma fonte de informação, principalmente para pessoas que não tem acesso por conta de condições financeiras, afinal estamos em um país sub-desenvolvido que o poder político/econômico mundial faz questão de maternos assim. Ou seja, vendemos o milho para depois comprar o fubá deles pelo triplo do preço. Obrigado pela atenção.
quarta-feira, fevereiro 25, 2015
Arte e política, política e arte, política e politicagem e titica
Ufa! Um dia de folga na semana do pião pra poder escrever o primeiro artigo de 2015. Acordando 04:40h da manhã pra encarar duas conduções para o local de trabalho é muito comum para o trabalhador de salário base. Bem mas isso não vem ao caso, assim como não vou abordar o livro de D.H. Melhem sobre arte e política, é apenas uma ilustração para o mesmo tema, mas talvez a minha abordagem seja bem diferente. Ainda mais que vou me restringir à música como forma de arte e ainda mais, num foco mais periférico, restrito à capital do estado de São Paulo, onde posso ser mais preciso.
Tive uma experiência pessoal com música e política no fim dos anos 80 e início dos 90 no que se chamou de cenário hardcore/punk. Realmente não tinha intenções de me agregar política de forma "panfletária" na música em que estava envolvido, simplesmente não acreditava nisso, já tinha os péssimos exemplos das bandas punk do início dos anos 80. Mesmo com pouca idade, já não sentia que isso realmente tinha algum efeito e que a minha conduta como pessoa, como cidadão tinha que ser no cotidiano e não em um local restrito, num palco de show de rock. Claro que no meio hardcore a maioria acreditava nesse engajamento político através da música, ok, respeito a escolha de cada um, mas continuo achando uma perda de tempo e comprometimento da qualidade da arte (música). Não? É só procurar por aí, via web, seja youtube, soundcloud, etc, onde os conceitos estão acima da música e só se tem ruídos, barulho, música mal executada, tendo como justificativa o conceito. Sei... Calma, eu não sou uma pessoa que só escuta música sinfônica precisa, ou de instrumentistas virtuosos e exibicionistas, gosto de um bom rock básico como Ramones, Discharge ou até Napalm Death.
Uma manifestação ou passeata tem mais efeito e faz mais barulho do que uma apresentação em um lugar restrito ou registrado em algum formato de mídia.
Agora no caso do cenário musical independente (em termos...) em São Paulo, é sintomático que o discurso é apenas teoria, pois os artistas em sua considerável parte está mais próximo dos candidatos à cargos públicos das eleições, onde palavras bonitas são ditas, assim como promessas, que ficam no vazio. Discorda? Ok, mas nem precisa de um microscópio pra sacar o que é esse tal cenário de música independente paulistano, feudos espalhados nesse campo de batalha que são as casas noturnas, espaços culturais públicos e privados, onde a vaidade corrompe qualquer ideal coletivo, libertário ou anti-sistema. Aliás isso é uma piada, a mentalidade mercantilista está estampada até em bandas punk!
E não só isso, pois muitas vezes não há capital, então resta o glamour, a fogueira das vaidades, onde muitos não reconhecem que querem de alguma forma serem adorados, como se o palco fosse um altar, pior que um templo de alguma religião, onde o artista está acima do simples expectador (e eu achando que a elevação do palco era apenas para melhor projeção sonora e visualização da apresentação).
E prossegue a batalha dos feudos, onde grupos de uma mesma vertente não dialogam entre si, onde datas de apresentações são muitas vezes conflitantes e por incrível que pareça, alguns ainda tem o maquiavelismo de agendarem com antecedência na mesma data de outro grupo, como uma espécie de disputa. Outro fato comum é de "colegas de trabalho", de artistas de um mesmo cenário nunca sequer terem prestigiado seus "colegas", mas vivem mandando convites para estes irem prestigiá-lo :p .
No balanço contábil é a música que perde nessa sujeira toda: proprietários de locais de apresentações que acham que estão fazendo um favor para o músico, sendo em que muitos casos, é a banda ou o músico que leva o público para o proprietário vender sua bebida super-faturada ao público e ainda arranca mais um pouco com a bilheteria. Músicos que se boicotam para poder garantir o seu $ em sesc's da vida numa disputa mesquinha e ninguém tem coragem de mudar isso, todo mundo é politicamente correto. Aliás, falando em política...
Tive uma experiência pessoal com música e política no fim dos anos 80 e início dos 90 no que se chamou de cenário hardcore/punk. Realmente não tinha intenções de me agregar política de forma "panfletária" na música em que estava envolvido, simplesmente não acreditava nisso, já tinha os péssimos exemplos das bandas punk do início dos anos 80. Mesmo com pouca idade, já não sentia que isso realmente tinha algum efeito e que a minha conduta como pessoa, como cidadão tinha que ser no cotidiano e não em um local restrito, num palco de show de rock. Claro que no meio hardcore a maioria acreditava nesse engajamento político através da música, ok, respeito a escolha de cada um, mas continuo achando uma perda de tempo e comprometimento da qualidade da arte (música). Não? É só procurar por aí, via web, seja youtube, soundcloud, etc, onde os conceitos estão acima da música e só se tem ruídos, barulho, música mal executada, tendo como justificativa o conceito. Sei... Calma, eu não sou uma pessoa que só escuta música sinfônica precisa, ou de instrumentistas virtuosos e exibicionistas, gosto de um bom rock básico como Ramones, Discharge ou até Napalm Death.
Uma manifestação ou passeata tem mais efeito e faz mais barulho do que uma apresentação em um lugar restrito ou registrado em algum formato de mídia.
Agora no caso do cenário musical independente (em termos...) em São Paulo, é sintomático que o discurso é apenas teoria, pois os artistas em sua considerável parte está mais próximo dos candidatos à cargos públicos das eleições, onde palavras bonitas são ditas, assim como promessas, que ficam no vazio. Discorda? Ok, mas nem precisa de um microscópio pra sacar o que é esse tal cenário de música independente paulistano, feudos espalhados nesse campo de batalha que são as casas noturnas, espaços culturais públicos e privados, onde a vaidade corrompe qualquer ideal coletivo, libertário ou anti-sistema. Aliás isso é uma piada, a mentalidade mercantilista está estampada até em bandas punk!
E não só isso, pois muitas vezes não há capital, então resta o glamour, a fogueira das vaidades, onde muitos não reconhecem que querem de alguma forma serem adorados, como se o palco fosse um altar, pior que um templo de alguma religião, onde o artista está acima do simples expectador (e eu achando que a elevação do palco era apenas para melhor projeção sonora e visualização da apresentação).
E prossegue a batalha dos feudos, onde grupos de uma mesma vertente não dialogam entre si, onde datas de apresentações são muitas vezes conflitantes e por incrível que pareça, alguns ainda tem o maquiavelismo de agendarem com antecedência na mesma data de outro grupo, como uma espécie de disputa. Outro fato comum é de "colegas de trabalho", de artistas de um mesmo cenário nunca sequer terem prestigiado seus "colegas", mas vivem mandando convites para estes irem prestigiá-lo :p .
No balanço contábil é a música que perde nessa sujeira toda: proprietários de locais de apresentações que acham que estão fazendo um favor para o músico, sendo em que muitos casos, é a banda ou o músico que leva o público para o proprietário vender sua bebida super-faturada ao público e ainda arranca mais um pouco com a bilheteria. Músicos que se boicotam para poder garantir o seu $ em sesc's da vida numa disputa mesquinha e ninguém tem coragem de mudar isso, todo mundo é politicamente correto. Aliás, falando em política...
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quarta-feira, junho 12, 2013
Protestos contra o aumento da tarifa do transporte público
Me lembro quando a passagem de ônibus aumentou 3 vezes em apenas uma semana, no fim dos anos 80. Não houve nenhum protesto como os destes dias em que vivemos. A democracia dava seus primeiros passos já tortos pós regime militar, parte do povo ainda não tinha articulação para agir com cidadania. Na verdade, a liberdade ideológica se preserva na mente e no coração de cada pessoa se ela quiser a não ser, que a opressão seja física e danifique de forma psicológica e motora. Sim isso acontece pela violência física e de uma maneira mais lenta, pela violência psicológica. Mas estão realmente todos livres?
Os protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em várias cidades do Brasil estão na pauta de qualquer morador desta cidade (vou me limitar aos protestos em SP, porque eu nasci e vivo aqui).
Em primeiro lugar, EU NÃO SOU CONTRA O PROTESTO DA POPULAÇÃO, mas sabemos o teor destas recentes manifestações pelo movimento Passe Livre. Ou não sabemos?
Minha carteira de motorista expirou sua licença em 2000, ou seja, dependo de ônibus, metrô e trem à 13 anos. Tenho direito e conhecimento prático no assunto, conheço e uso os 3 principais transportes públicos da cidade em todos os horários, desde as primeiras horas de funcionamento no fim da madrugada, quanto os ônibus noturnos. Só não tive a oportunidade de usar a linha que cruza a av. dos Estados por ainda não precisar usar o sistema.
Quantas pessoas que fizeram parte dos protestos já foi até a estação Capão Redondo do metrô, já usou um ônibus intermunicipal da EMTU, já usou o expresso Leste na estação do Brás, esteve no terminal Capelinha, etc? Creio que apenas alguns fazem uso desses mecanismos e então eles sabem como é.
Mas a maioria da população de baixa renda, que usa todos os dias o transporte público, inclusive para o lazer, não concorda com esse tipo de protesto. Aliás é um protesto que tem estudantes como núcleo mentor. Ok, muitos estudantes estão em contato com as ideologias políticas que se estruturaram no fim do século passado, mas eles devem saber que essas ideologias em muitos quesitos, não saíram do papel e das teorias e o que pôde ser implantado custou caro, custou muito derramamento de sangue. Me diz uma coisa, o movimento está disposto a matar ou morrer? Se não está, deve tomar consciência que fará parte do sistema que tanto abomina (eu também não aprovo, mas sei o que não funciona para mudar isso). Ou perde a razão e parte para a força física, ou vira mendigo. O poder político econômico não vai aceitar mudanças aos moldes idealizados pela juventude libertária. Se por hipótese ocorrer uma guerra civil por motivos políticos e em grande escala, sabe o que provavelmente vai ocorrer? OTAN, ONU, United Snakes Of America e Colonialismo Europeu terão a carta branca nas mãos para que este país volte aos tempos da coroa, só que com nova roupagem, nada pomposo e espalhafatoso, mas politicamente correto e sustentável.
Muitas pessoas que conheço, mesmo sendo pessoas queridas, me dirão o óbvio, falarão de uma população oprimida economicamente, que está anestesiada e se contenta com o futebol com frango de padaria no domingo, que passam várias necessidades mas gastam seus poucos tostões em supérfluos, como celulares 4G e tênis de R$ 900,00, tudo isso com o batidão como trilha sonora.
Lamento informar meu caro, você está no sistema. Não adianta ter uma banda punk, morar no CRUSP ou em uma república estudantil, ter um grupo de RAP, ser pixador, ser filiado de partido socialista ou até comunidade hippie em São Tomé das Letras, todos estão no sistema.
A coisa mais óbvia que impede uma mudança radical na sociedade brasileira é o manjado ditado de que a união faz a força. O povo brasileiro só consegue chegar perto de uma verdadeira unidade quando torce para a seleção brasileira.
A minha idéia de protesto é que todo o proletariado, em todos os setores se unissem e cruzassem os braços, mas ainda usando o transporte público sem pagar, operando os meios de produção de energia sem pagar as tarifas, as forças armadas que são compostas por cidadãos do povo, se colocassem à serviço da população. Mas a população teria que se abster de bens de consumo, usassem apenas o essencial, como alimentos, medicamentos e vestuário básico, etc, nada de shopping, cinema, restaurantes, shows, baladas, etc, até que o poder político econômico fosse reformado ou substituído. Não haveria necessidade de derramamento de sangue e uso de violência física. Isso sim é uma verdadeira utopia, é contra a natureza humana, que é de um ser humano individual. É muito bonito elaborar teorias políticas baseado em seres vivos que agem de forma coletiva por instinto, que não raciocinam sobre o que fazem, pois é um procedimento incluso no seu DNA, que é ativado diante das circunstâncias, uma abelha não escolhe viver em uma colmeia, as formigas não decidem trabalhar para armazenar alimento para o formigueiro no inverno. O irônico é que eles vivem um regime imperialista.
As pessoas como indivíduo, não estão dispostas a colocar em jogo suas estabilidades em torno de um bem comum, por isso uma manifestação como essa que falei, não é possível. O funcionário do metrô temerá seu emprego se deixar o seu semelhante passar pela catraca sem bilhete, ninguém quer dar o primeiro passo.
Bem, estão dizendo que as depredações são a reação contra a violência gratuita da polícia contra os manifestantes. Ela existe? Claro que sim, eu seria um idiota se negasse isso. Mas também vi violência gratuita dos manifestantes e alguém seria parcial se não reconhecesse isso. Podem até articular alguma justificativa, cada um acredita no que quer, alguns acreditam na arca de Noé, outros que Neo vai nos libertar da Matrix.
Eu em minha estrita opinião particular acredito na filosofia de não pagar na mesma moeda, por mais difícil e dolorido que seja, pois é, eu trinco geral com um cara que pra muitos, é apenas uma fábula de manipulação. Outro dia estava assistindo um desenho animado, Doug, em que o protagonista se encontra numa briga de escola de forma involuntária e acaba dando um soco num colega. Seu pai fala algo como: "Mostre-me alguém que usa os punhos e vejo alguém que não tem boas idéias".
No facebook, expressei minha opinião à respeito das manifestações e fui colocado no mesmo saco de farinha da mídia vendida que só faz criticas negativas aos protestos e só fala do vandalismo dos manifestantes.
Pois é, eu estive na Feira do Trabalho no Anhangabaú no mês passado. Estive com dezenas de pessoas em fila de espera com senha, para entrevista de emprego. Não tinha nenhuma vaga no Google ou coisa parecida, a maioria das vagas era de serviço braçal. Isso não é mérito e nem vergonha, é apenas o fato de que eu sei como é, sou parte integrante do povão, tenho a benção de ter um pai que quase morreu para me proporcionar uma vida melhor que a dele.
Eu escolhi não mais concordar com o código de Hamurabi e minha liberdade conservo na minha mente e no meu coração.
Os protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em várias cidades do Brasil estão na pauta de qualquer morador desta cidade (vou me limitar aos protestos em SP, porque eu nasci e vivo aqui).
Em primeiro lugar, EU NÃO SOU CONTRA O PROTESTO DA POPULAÇÃO, mas sabemos o teor destas recentes manifestações pelo movimento Passe Livre. Ou não sabemos?
Minha carteira de motorista expirou sua licença em 2000, ou seja, dependo de ônibus, metrô e trem à 13 anos. Tenho direito e conhecimento prático no assunto, conheço e uso os 3 principais transportes públicos da cidade em todos os horários, desde as primeiras horas de funcionamento no fim da madrugada, quanto os ônibus noturnos. Só não tive a oportunidade de usar a linha que cruza a av. dos Estados por ainda não precisar usar o sistema.
Quantas pessoas que fizeram parte dos protestos já foi até a estação Capão Redondo do metrô, já usou um ônibus intermunicipal da EMTU, já usou o expresso Leste na estação do Brás, esteve no terminal Capelinha, etc? Creio que apenas alguns fazem uso desses mecanismos e então eles sabem como é.
Mas a maioria da população de baixa renda, que usa todos os dias o transporte público, inclusive para o lazer, não concorda com esse tipo de protesto. Aliás é um protesto que tem estudantes como núcleo mentor. Ok, muitos estudantes estão em contato com as ideologias políticas que se estruturaram no fim do século passado, mas eles devem saber que essas ideologias em muitos quesitos, não saíram do papel e das teorias e o que pôde ser implantado custou caro, custou muito derramamento de sangue. Me diz uma coisa, o movimento está disposto a matar ou morrer? Se não está, deve tomar consciência que fará parte do sistema que tanto abomina (eu também não aprovo, mas sei o que não funciona para mudar isso). Ou perde a razão e parte para a força física, ou vira mendigo. O poder político econômico não vai aceitar mudanças aos moldes idealizados pela juventude libertária. Se por hipótese ocorrer uma guerra civil por motivos políticos e em grande escala, sabe o que provavelmente vai ocorrer? OTAN, ONU, United Snakes Of America e Colonialismo Europeu terão a carta branca nas mãos para que este país volte aos tempos da coroa, só que com nova roupagem, nada pomposo e espalhafatoso, mas politicamente correto e sustentável.
Muitas pessoas que conheço, mesmo sendo pessoas queridas, me dirão o óbvio, falarão de uma população oprimida economicamente, que está anestesiada e se contenta com o futebol com frango de padaria no domingo, que passam várias necessidades mas gastam seus poucos tostões em supérfluos, como celulares 4G e tênis de R$ 900,00, tudo isso com o batidão como trilha sonora.
Lamento informar meu caro, você está no sistema. Não adianta ter uma banda punk, morar no CRUSP ou em uma república estudantil, ter um grupo de RAP, ser pixador, ser filiado de partido socialista ou até comunidade hippie em São Tomé das Letras, todos estão no sistema.
A coisa mais óbvia que impede uma mudança radical na sociedade brasileira é o manjado ditado de que a união faz a força. O povo brasileiro só consegue chegar perto de uma verdadeira unidade quando torce para a seleção brasileira.
A minha idéia de protesto é que todo o proletariado, em todos os setores se unissem e cruzassem os braços, mas ainda usando o transporte público sem pagar, operando os meios de produção de energia sem pagar as tarifas, as forças armadas que são compostas por cidadãos do povo, se colocassem à serviço da população. Mas a população teria que se abster de bens de consumo, usassem apenas o essencial, como alimentos, medicamentos e vestuário básico, etc, nada de shopping, cinema, restaurantes, shows, baladas, etc, até que o poder político econômico fosse reformado ou substituído. Não haveria necessidade de derramamento de sangue e uso de violência física. Isso sim é uma verdadeira utopia, é contra a natureza humana, que é de um ser humano individual. É muito bonito elaborar teorias políticas baseado em seres vivos que agem de forma coletiva por instinto, que não raciocinam sobre o que fazem, pois é um procedimento incluso no seu DNA, que é ativado diante das circunstâncias, uma abelha não escolhe viver em uma colmeia, as formigas não decidem trabalhar para armazenar alimento para o formigueiro no inverno. O irônico é que eles vivem um regime imperialista.
As pessoas como indivíduo, não estão dispostas a colocar em jogo suas estabilidades em torno de um bem comum, por isso uma manifestação como essa que falei, não é possível. O funcionário do metrô temerá seu emprego se deixar o seu semelhante passar pela catraca sem bilhete, ninguém quer dar o primeiro passo.
Bem, estão dizendo que as depredações são a reação contra a violência gratuita da polícia contra os manifestantes. Ela existe? Claro que sim, eu seria um idiota se negasse isso. Mas também vi violência gratuita dos manifestantes e alguém seria parcial se não reconhecesse isso. Podem até articular alguma justificativa, cada um acredita no que quer, alguns acreditam na arca de Noé, outros que Neo vai nos libertar da Matrix.
Eu em minha estrita opinião particular acredito na filosofia de não pagar na mesma moeda, por mais difícil e dolorido que seja, pois é, eu trinco geral com um cara que pra muitos, é apenas uma fábula de manipulação. Outro dia estava assistindo um desenho animado, Doug, em que o protagonista se encontra numa briga de escola de forma involuntária e acaba dando um soco num colega. Seu pai fala algo como: "Mostre-me alguém que usa os punhos e vejo alguém que não tem boas idéias".
No facebook, expressei minha opinião à respeito das manifestações e fui colocado no mesmo saco de farinha da mídia vendida que só faz criticas negativas aos protestos e só fala do vandalismo dos manifestantes.
Pois é, eu estive na Feira do Trabalho no Anhangabaú no mês passado. Estive com dezenas de pessoas em fila de espera com senha, para entrevista de emprego. Não tinha nenhuma vaga no Google ou coisa parecida, a maioria das vagas era de serviço braçal. Isso não é mérito e nem vergonha, é apenas o fato de que eu sei como é, sou parte integrante do povão, tenho a benção de ter um pai que quase morreu para me proporcionar uma vida melhor que a dele.
Eu escolhi não mais concordar com o código de Hamurabi e minha liberdade conservo na minha mente e no meu coração.
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terça-feira, abril 30, 2013
Funk Carioca e Música de Vanguarda, na verdade, ambos podem ir para o lixo...
Me lembro ainda no final dos anos 90 quando o pai de um amigo afirmou que o gênero musical conhecido como Funk Carioca estava fadado a extinção. Bem, estamos caminhando para mais de uma década que este tipo de música não só sobreviveu, mas proliferou como uma epidemia. Talvez por não ter uma visão imparcial e mais discernimento, não pude fazer uma projeção óbvia de que certos estilos musicais mais cedo ou mais tarde ganhariam espaço no mercado de consumo em massa. No começo dos anos 80, era difícil imaginar que o Rap seria trilha para comerciais de produtos na tv. Mesmo quando um dos elementos do Hiphop ganhou uma certa notoriedade na mídia, sim, o Breakdance, que foi usado como vinheta de abertura de uma novela, assim como filmes, o Rap em sí demorou cerca de 10 anos para ser aceito pelo público em geral. E o que dizer do Hardcore? O derivado mais radical do Punk Rock nunca teve acesso à grande massa, grande parte dos anos 90 foi restrito aos nichos culturais. Quem imaginaria que o Hardcore se tornaria vinheta de uma novela voltada ao público adolescente?
Hoje em dia há muita discussão à respeito do Funk Carioca, uma parte abomina completamente, alegando que é anti-música e outros defendem como espontânea e criativa arte popular. Afinal, quem está certo? Na verdade, os dois. Eu fiz um grande esforço em não entrar em discussões à respeito do Funk Carioca e vou continuar me mantendo longe disso, apenas vou expor a minha estrita e particular opinião sobre isso e realmente não vou dar prosseguimento neste assunto. E isso também serve para a música de vanguarda, experimental, improvisação, free jazz e outros blá, blá, blás.
Hoje em dia há até teses sobre esse fenômeno cultural, pessoas que tentam legitimar o Funk Carioca como uma arte extremamente criativa e legítima, que pode ser equiparado aos gêneros consagrados no universo da música. Creio que a esta altura, a maioria que defende o Funk Carioca de forma "acadêmica", sabe de suas origens no dialeto do Rap Norte Americano da Costa Leste, o Miami Bass, sua fusão com elementos musicais brasileiros, etc e etc. A corrente que abomina o estilo alega a pobreza musical, como as montagens com samplers repetitivos e colagens grosseiras, além do despreparo lírico, poético dos MC's. Claro que o MC não precisa ser um cantor de ópera, mas pelo menos que ele pronuncie legivelmente. Se bem que a maioria das letras é de conteúdo descartável. Então entra a questão de preferência pessoal e o início das vãs discussões.
No campo da música de vanguarda e suas ramificações, há duas vertentes equivocadas bem claras: Os que defendem como arte refinada e outros que acham que também não é música, está mais para trilha sonora de filme esquizofrênico. Os que tem como a música de vanguarda como algo superior, realmente deveriam rever seus conceitos sobre humildade, pois este tipo de música não transforma ninguém em um ser humano melhor, é apenas música. A parte da crítica negativista em relação a este tipo de música, está tão condicionada à um formato de música como produto, que não tem paciência e sensibilidade para ouvir e estar aberto a novas experiências sensoriais na arte. Estes que se contentem com o que o grande mercado de consumo oferece, seja em coleções de banca de jornal, seja em megastores.
Enfim, são questões inúteis e perda de tempo, cada um que faça uso de sua liberdade para consumir o que bem entender.
*ps.: Ultimamente houve uma discussão sobre a arbitrariedade da Justiça Brasileira em proibir os bailes funk nas ruas, postos de gasolina e praças da cidade de São Paulo. Muita gente se manifestou contra a decisão alegando uma ditadura, pré-conceito, coisa de "direita", de gente "quadrada", "careta". Uma boa parte das pessoas que se manifestou contra essa proibição, realmente já esteve em um baile funk de rua? Já viram a merda que acontece sempre nestes eventos? Se começar a ter baile funk na frente da casa do pessoal que protestou contra a proibição, eles ainda vão apoiar? Imagina a mãe, avó ou filhos desse pessoal às 03:00h da madrugada em suas casas e o baile bombando.
Hoje em dia há muita discussão à respeito do Funk Carioca, uma parte abomina completamente, alegando que é anti-música e outros defendem como espontânea e criativa arte popular. Afinal, quem está certo? Na verdade, os dois. Eu fiz um grande esforço em não entrar em discussões à respeito do Funk Carioca e vou continuar me mantendo longe disso, apenas vou expor a minha estrita e particular opinião sobre isso e realmente não vou dar prosseguimento neste assunto. E isso também serve para a música de vanguarda, experimental, improvisação, free jazz e outros blá, blá, blás.
Hoje em dia há até teses sobre esse fenômeno cultural, pessoas que tentam legitimar o Funk Carioca como uma arte extremamente criativa e legítima, que pode ser equiparado aos gêneros consagrados no universo da música. Creio que a esta altura, a maioria que defende o Funk Carioca de forma "acadêmica", sabe de suas origens no dialeto do Rap Norte Americano da Costa Leste, o Miami Bass, sua fusão com elementos musicais brasileiros, etc e etc. A corrente que abomina o estilo alega a pobreza musical, como as montagens com samplers repetitivos e colagens grosseiras, além do despreparo lírico, poético dos MC's. Claro que o MC não precisa ser um cantor de ópera, mas pelo menos que ele pronuncie legivelmente. Se bem que a maioria das letras é de conteúdo descartável. Então entra a questão de preferência pessoal e o início das vãs discussões.
No campo da música de vanguarda e suas ramificações, há duas vertentes equivocadas bem claras: Os que defendem como arte refinada e outros que acham que também não é música, está mais para trilha sonora de filme esquizofrênico. Os que tem como a música de vanguarda como algo superior, realmente deveriam rever seus conceitos sobre humildade, pois este tipo de música não transforma ninguém em um ser humano melhor, é apenas música. A parte da crítica negativista em relação a este tipo de música, está tão condicionada à um formato de música como produto, que não tem paciência e sensibilidade para ouvir e estar aberto a novas experiências sensoriais na arte. Estes que se contentem com o que o grande mercado de consumo oferece, seja em coleções de banca de jornal, seja em megastores.
Enfim, são questões inúteis e perda de tempo, cada um que faça uso de sua liberdade para consumir o que bem entender.
*ps.: Ultimamente houve uma discussão sobre a arbitrariedade da Justiça Brasileira em proibir os bailes funk nas ruas, postos de gasolina e praças da cidade de São Paulo. Muita gente se manifestou contra a decisão alegando uma ditadura, pré-conceito, coisa de "direita", de gente "quadrada", "careta". Uma boa parte das pessoas que se manifestou contra essa proibição, realmente já esteve em um baile funk de rua? Já viram a merda que acontece sempre nestes eventos? Se começar a ter baile funk na frente da casa do pessoal que protestou contra a proibição, eles ainda vão apoiar? Imagina a mãe, avó ou filhos desse pessoal às 03:00h da madrugada em suas casas e o baile bombando.
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segunda-feira, abril 15, 2013
Será Que É Isso o Que Eu Necessito?! (Calma que eu explico...)
Me lembro quando o Titãs lançou o album Titanomaquia em 1993. Eu e meus amigos xingamos até cansar, alegando o oportunismo da ondinha grunge em SP. O disco foi produzido por Jack Endino, o lendário artesão do "som de Seattle". Depois de praticamente 20 anos, Jack Endino fala como ele acha patético os brasileiros insistirem em cantar em inglês, que segundo ele, é muito mau pronunciado e não entendia porquê os brazucas não aproveitavam a riqueza da sonoridade da língua portuguesa versão brasileira para fazerem rock. Enquanto escrevi este texto, escutei o Titanomaquia na integra pela primeira vez, pois na época só tinha visto videos como este que aqui está. E não é que o disco é bom? Não, não bati a cabeça na parede, só aprendi a identificar qualidade independente dos meus gostos pessoais. Na verdade, ele de certa forma é uma continuação do Cabeça Dinossauro ou Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas. Mas na verdade não quero falar do Titãs, apenas usei o título da música para ilustrar o assunto que quero tratar agora. (se bem que algumas partes da letra da música de certa forma, podem fazer parte do contexto, fora as palavras obscenas).
Não é a primeira vez que falo sobre a inutilidade de debates sobre arte, teorias e academicismo. É muito difícil alguém escapar dessa armadilha e mais de 90% acaba caindo nela. Essas discussões tem sido cabide de emprego como o funcionarismo público no seu mau sentido entre outras inutilidades. Sem discernimento, uma enfadonha conversa sobre música pode se tornar uma epifania para os mais desavisados e leigos.
Pense comigo, sinceramente, você acha que o Ornette Coleman ficou divagando teorias para executar a sua gravação de Free Jazz double quartet? Jean-Michel Basquiat precisou fazer mestrado em artes?
Não sou contra a existência de livros teóricos sobre música, artes em geral, mas esses livros definitivamente não vão revelar os segredos do universo. Nenhum livro ou instituição educacional, palestra ou o que for, vai tornar alguém um artista, acho que todo mundo sabe disso.
Quando o artista começa a se explicar sobre a sua arte, as coisas tendem a caminhar para algo errado. A arte sempre falou por si mesma, a não ser que ela não tenha realmente o que dizer. Quanto aos outros, bem, quero dizer os críticos e afins, eles tem a liberdade legítima de falarem e acharem o que lhes faz sentido. Quem quiser que compre o bolinho de ovo que sobrou no bar antes de fechar.
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sexta-feira, setembro 28, 2012
Ah... o conhecimento!
A cada dia que se passa tenho deparado e comprovado os efeitos na geração pós internet. Sim, apesar de eu estar prestes a completar apenas 4 décadas de existência nesta terra (não, não se trata da suposta crise dos 40, rá!) e ainda tendo um longo caminho de aprendizado a cumprir, presenciei o nascimento da era digital, a transição do lp, k7 e vhs para o cd, dvd e mp3, cartas manuscritas e seladas para os e-mails, entre tantas outras mudanças na transição do século XX para o século XXI.
Uma das grandes mudanças que gostaria de abordar aqui neste simplório espaço virtual, é sobre a relevante quantidade de experts, connoisseurs, peritos, especialistas, etc, em várias áreas do conhecimento humano já em sua tenra idade. Meu Deus, se em minha fase de pós adolescência e início da fase adulta, tanto eu quanto meus contemporâneos tivessem uma pequena fração do conhecimento que a nova geração possui, quem sabe algumas coisas teriam iniciado um processo um pouco melhor para a formação de uma sociedade melhor? Claro, isso teria que ter iniciado já a pelo menos 2 gerações anteriores à minha, para florescer algo hoje em dia. Mas isso foi inviável devido a má formação de uma nação desde seu início extremamente recente. Bem, águas passadas, quem vive olhando para trás vai inevitavelmente levar um grande tropeço hoje e nos dias que virão.
Como tenho relatado aqui em diversas ocasiões, até de forma exaustiva, sobre a facilidade ao acesso de informações por conta da world wide web, que tem ajudado em muito o acesso ao conhecimento, também é acompanhado dos efeitos colaterais desta overdose de informação. É mais do que óbvio e necessário o ato de analisar, filtrar, confrontar, questionar as informações que estão a disposição de quem as acessa.
Além do mais, dados, informação até uma máquina pode possuir, inclusive com mais precisão que um ser humano pensante. Mas o que fazer para processar essa avalanche de dados e informação para transformar em conhecimento útil? E digo mais, o conhecimento desprovido da sabedoria, pouco proveito se tem, se torna apenas vaidade. A sabedoria não se adquire com um processador de 4 núcleos, memória RAM de 10GB. Não importa quantos Terabytes se possa armazenar no hd orgânico (cérebro), sem a sabedoria, nada disso tem proveito, é apenas vaidade.
E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. Eclesiastes 12:12
Em minha ignorância começo a compreender o que os mais velhos sempre dizem, com suas cabeças ornamentadas por corôas brancas ou grisalhas sobre sabedoria e experiência. A sabedoria se adquire pela experiência de vida, com o tempo, mas não apenas o tempo cronológico em si, mas com o volume de experiências e percepções sobre elas e seu entendimento.
Sim, eu já fui um jovenzinho mais impetuoso e arrogante em relação aos "corôas" e os tinha como ultrapassados que não "flagravam a parada" entre outros pensamentos típicos da imaturidade. Quão conflitante é a adolescência, o período em que não somos mais crianças e não somos adultos ainda e não somos levados à sério na maioria das vezes. Claro, na adolescência somos inconstantes mesmo, mudamos de idéias num simples toque no touch screen do smartphone, não é mesmo?
E o início da fase adulta então? 18 anos, carteira de habilitação, vestibular, faculdade, etc. Muitos jovens adultos no alto de seus vinte e poucos anos já acham que sabem de quase tudo sobre a vida e ainda mais hoje, com acesso a uma infinita biblioteca em pdf, acervos intermináveis em mp3, mp4, avi, mkv, flac, mpeg, etc.
Numa noite comum nas ruas desta cidade de São Paulo, onde a balada está em toda extensão das ruas e não apenas em locais específicos, tive uma breve conversa sobre música, aliás não foi só uma vez que isso aconteceu, mas várias vezes. Profundos debates sobre conceitos sobre música numa mera calçada da cidade, confronto de idéias, de opiniões, enfim. Em um certo momento perguntei se a pessoa praticava música. Ela disse que não e se não me falha a memória, fazia discotecagem (se bem que alguns eu tenho certeza que assim afirmaram sua relação com a música não apenas como ouvinte). Ah sim, hoje também dizem que os dj's são músicos, mas há dj's e dj's. Outros tinham uma relação mais de pesquisa, alguns se formando teóricos, jornalistas ou críticos.
Geralmente este tipo de conversa pouco proveito se tira, ainda mais se a pessoa está apenas desejando um ouvinte passivo que concorde com suas idéias. Na maioria das vezes eu sou presenteado com uma palestra a qual eu não me inscrevi, mas como tenho consciência da minha defasagem de informações em relação à nova geração de apreciadores de música e músicos, eu me coloco a participar deste tipo de conversa e tento aprender alguma coisa. Claro que nem sempre há lá muito o que se aproveitar, pois por incrível que pareça, mesmo havendo um verdadeiro universo de informações, parece que as pessoas vão às mesmas fontes, sendo que algumas delas são um tanto quanto questionáveis.
Nesta última segunda feira, depois de ter passado à tarde passeando pelo centro da cidade com o saxofonista Tobias Delius e o baixista Joe Williamson, fui tomar um chá com alguns integrantes da ICP no bar ao lado do hotel. Han Bennink me disse que após Sunny Murray ter imigrado para Paris, se tornou um sujeito digamos, um tanto falastrão e que muito do que anda dizendo por aí é questionável. Viu só? Até com os mais experientes acontece este tipo de situação, quanto mais com os mais jovens.
Toda vez que tenho oportunidade de conversar com grandes músicos experientes, quase não conversamos sobre música como os que tenho encontrado eventualmente. Benkyou, benkyou, vivendo e aprendendo, em minha limitada inteligência, tenho procurado falar menos e dar espaço ao ouvir para aprender mais sobre a vida e adquirir sabedoria. Os ouvidos não trabalham muito bem se as cordas vocais estão trabalhando o tempo todo...
Uma das grandes mudanças que gostaria de abordar aqui neste simplório espaço virtual, é sobre a relevante quantidade de experts, connoisseurs, peritos, especialistas, etc, em várias áreas do conhecimento humano já em sua tenra idade. Meu Deus, se em minha fase de pós adolescência e início da fase adulta, tanto eu quanto meus contemporâneos tivessem uma pequena fração do conhecimento que a nova geração possui, quem sabe algumas coisas teriam iniciado um processo um pouco melhor para a formação de uma sociedade melhor? Claro, isso teria que ter iniciado já a pelo menos 2 gerações anteriores à minha, para florescer algo hoje em dia. Mas isso foi inviável devido a má formação de uma nação desde seu início extremamente recente. Bem, águas passadas, quem vive olhando para trás vai inevitavelmente levar um grande tropeço hoje e nos dias que virão.
Como tenho relatado aqui em diversas ocasiões, até de forma exaustiva, sobre a facilidade ao acesso de informações por conta da world wide web, que tem ajudado em muito o acesso ao conhecimento, também é acompanhado dos efeitos colaterais desta overdose de informação. É mais do que óbvio e necessário o ato de analisar, filtrar, confrontar, questionar as informações que estão a disposição de quem as acessa.
Além do mais, dados, informação até uma máquina pode possuir, inclusive com mais precisão que um ser humano pensante. Mas o que fazer para processar essa avalanche de dados e informação para transformar em conhecimento útil? E digo mais, o conhecimento desprovido da sabedoria, pouco proveito se tem, se torna apenas vaidade. A sabedoria não se adquire com um processador de 4 núcleos, memória RAM de 10GB. Não importa quantos Terabytes se possa armazenar no hd orgânico (cérebro), sem a sabedoria, nada disso tem proveito, é apenas vaidade.
E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. Eclesiastes 12:12
Em minha ignorância começo a compreender o que os mais velhos sempre dizem, com suas cabeças ornamentadas por corôas brancas ou grisalhas sobre sabedoria e experiência. A sabedoria se adquire pela experiência de vida, com o tempo, mas não apenas o tempo cronológico em si, mas com o volume de experiências e percepções sobre elas e seu entendimento.
Sim, eu já fui um jovenzinho mais impetuoso e arrogante em relação aos "corôas" e os tinha como ultrapassados que não "flagravam a parada" entre outros pensamentos típicos da imaturidade. Quão conflitante é a adolescência, o período em que não somos mais crianças e não somos adultos ainda e não somos levados à sério na maioria das vezes. Claro, na adolescência somos inconstantes mesmo, mudamos de idéias num simples toque no touch screen do smartphone, não é mesmo?
E o início da fase adulta então? 18 anos, carteira de habilitação, vestibular, faculdade, etc. Muitos jovens adultos no alto de seus vinte e poucos anos já acham que sabem de quase tudo sobre a vida e ainda mais hoje, com acesso a uma infinita biblioteca em pdf, acervos intermináveis em mp3, mp4, avi, mkv, flac, mpeg, etc.
Numa noite comum nas ruas desta cidade de São Paulo, onde a balada está em toda extensão das ruas e não apenas em locais específicos, tive uma breve conversa sobre música, aliás não foi só uma vez que isso aconteceu, mas várias vezes. Profundos debates sobre conceitos sobre música numa mera calçada da cidade, confronto de idéias, de opiniões, enfim. Em um certo momento perguntei se a pessoa praticava música. Ela disse que não e se não me falha a memória, fazia discotecagem (se bem que alguns eu tenho certeza que assim afirmaram sua relação com a música não apenas como ouvinte). Ah sim, hoje também dizem que os dj's são músicos, mas há dj's e dj's. Outros tinham uma relação mais de pesquisa, alguns se formando teóricos, jornalistas ou críticos.
Geralmente este tipo de conversa pouco proveito se tira, ainda mais se a pessoa está apenas desejando um ouvinte passivo que concorde com suas idéias. Na maioria das vezes eu sou presenteado com uma palestra a qual eu não me inscrevi, mas como tenho consciência da minha defasagem de informações em relação à nova geração de apreciadores de música e músicos, eu me coloco a participar deste tipo de conversa e tento aprender alguma coisa. Claro que nem sempre há lá muito o que se aproveitar, pois por incrível que pareça, mesmo havendo um verdadeiro universo de informações, parece que as pessoas vão às mesmas fontes, sendo que algumas delas são um tanto quanto questionáveis.
Nesta última segunda feira, depois de ter passado à tarde passeando pelo centro da cidade com o saxofonista Tobias Delius e o baixista Joe Williamson, fui tomar um chá com alguns integrantes da ICP no bar ao lado do hotel. Han Bennink me disse que após Sunny Murray ter imigrado para Paris, se tornou um sujeito digamos, um tanto falastrão e que muito do que anda dizendo por aí é questionável. Viu só? Até com os mais experientes acontece este tipo de situação, quanto mais com os mais jovens.
Toda vez que tenho oportunidade de conversar com grandes músicos experientes, quase não conversamos sobre música como os que tenho encontrado eventualmente. Benkyou, benkyou, vivendo e aprendendo, em minha limitada inteligência, tenho procurado falar menos e dar espaço ao ouvir para aprender mais sobre a vida e adquirir sabedoria. Os ouvidos não trabalham muito bem se as cordas vocais estão trabalhando o tempo todo...
quarta-feira, julho 04, 2012
Antes tinha, agora não tem! - Prefeitura de São Paulo e cidadãos paulistanos
Creio que assim continuarão as queixas via redes sociais digitais, sendo que vez ou outra algo se concretiza em atitudes positivas e negativas. Tenho evitado me envolver em questões político ideológicas pelo simples fato de minha opinião estritamente pessoal não vislumbrar alguma eficácia neste tipo de debate, conversa, que em muitas vezes são apenas monólogos proferidos ao mesmo tempo em um mesmo ambiente e talvez não se trate exatamente de uma conversa, diálogo, debate como está especificado em qualquer dicionário.
Claro, a liberdade de cada um não deve ser podada e assim eu desfruto também da minha liberdade de opinião.
Vivemos mais um período de eleições dos servidores públicos deste amontoado de pessoas no mesmo território físico denominado cidade. Quando eu era criança me lembro que existia uma grande expectativa (pelo menos de minha parte e de alguns) de uma grande mudança em nossas vidas. Mesmo na adolescência e parte do início da chamada fase adulta (pelo fato de ter requisitado meu título de eleitor aos 16 anos) esta expectativa ainda perdurou. Hoje em dia este sentimento vem sendo soterrado por uma avalanche de muito mais fatos (como se não bastasse os fatos do passado) que desbotam as cores da esperança de uma cidade melhor. Temos algumas calçadas de concreto armado, luminárias de LED, alguns metrôs operados por computador, mas é claro, só na sala de estar do barraco. Para quem usufrui da cidade como um todo, que utiliza os três principais meios de transporte coletivo sabe muito bem que este slogan da prefeitura de São Paulo: "Antes não tinha, agora tem", na verdade está exatamente ao contrário. Explico.
Deveria ser: "Antes tinha, agora não tem!" Antes tinha a desculpa de termos limitações tecnológicas e econômicas, a ditadura militar, o sub-desenvolvimento latente de terceiro mundo, o recente direito de voto da população, entre tantas precariedades da era analógica. Hoje a indústria, comércio e setor financeiro infla seu peito anabolizado e diz aos quatro ventos que o Brasil é a 8ª economia do mundo, que somos detentores de diversas tecnologias de ponta, que temos reservas naturais exclusivas e invejadas por todas as nações (opa, tão vendendo tudo debaixo de nossas fuças), que somos uma nação alegre (quem me vê sorrindo pensa que estou alegre - Cartola).
Será que vamos votar em qualquer um pois não faz diferença? Será que devemos votar em branco ou anular o voto como ato de protesto ou fingida atitude de omissão? Será que nossa cidadania acaba quando apertamos a tecla verde da urna eletrônica e pegamos nosso comprovante de voto? Será que não temos o dever de fiscalizar a administração de nossos servidores ao longo de seu mandato? Será que não temos nada haver com isso porque votamos nulo ou nosso candidato não foi eleito? Será que é só problema do seu vizinho? O seu voto faz a diferença, junto de sua atitude continua como cidadão pós eleições, no dia-a-dia?
Numa noite dessas eu voltava do Belenzinho após um workshop de música e não passava das 22:00h quando meu amigo me deixou na esquina de casa. A menos de 10 metros minha vizinha estava à minha frente indo para o nosso prédio. havia uma movimentação razoável nas ruas bem iluminadas do bairro que é relativamente seguro em proporção do que é esta cidade. Ela olhou rapidamente para trás para ver quem seguia logo depois dela e começou a aumentar o ritmo de suas passadas. Percebi e me compadeci daquela situação triste, do chamado cidadão de classe média paulistano, que perdeu o tato das ruas, que vive enclausurado em seus guetos sociais. Quando chegamos ao nosso prédio, ela já tinha ultrapassado o segundo portão (que mais parece grade de segurança, bem, você sabe...) e deu mais uma olhada para trás e vi nitidamente seu rosto apreensivo. Estávamos a menos de 4 metros de distância com uma boa iluminação do prédio e quando eu também ultrapassei o segundo portão ela deu aquele arranque de reta final de São Silvestre e adentrou na última porta. Eu estava certo de que ela como cortesia comum entre os condôminos, estaria me aguardando com a porta aberta, para eu não ter que reabri-la com minha chave. Então a tranca estralou junto com a porta em minha face. Falei comigo, "puxa vida", num misto de decepção e surpresa e abri a porta. Então logo no corredor, fiz questão de balançar o chaveiro para ela se certificar de que a porta não tinha sido arrombada. Então ela já na metade do primeiro lance de escadas, me olhou constrangida e me pediu desculpas alegando que não tinha me reconhecido e subiu apressadamente, sendo que seu apartamento é ao lado do meu. Bem, eu coloquei a música New York Is Full Of Lonely People, composta pelo Lester Bowie para ilustrar a situação. Seu filho não teve o prazer de brincar na nossa rua que era repleta de crianças...
Isso tudo tem haver com o que esta cidade está se tornando cada vez mais.
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segunda-feira, maio 14, 2012
A virada cultural embrulhou o estômago...
Mais uma vez volto a afirmar que certos procedimentos nas redes sociais digitais tem seus efeitos colaterais e um dos piores é a má interpretação de uma frase, um texto, uma afirmação, por estar desprovida de todos os detalhes importantes que um diálogo ao vivo possui, como a entonação das palavras, expressão facial, etc e principalmente tempo hábil para desenvolver o assunto. Ainda no início da madrugada de domingo desta última virada cultural promovida no centro de São Paulo, quando já estava em casa, por perceber e já ter previsto que após certo horário as coisas caminhariam para o oposto do bom senso, respeito, cidadania, o melhor e mais sensato a fazer era bater em retirada para preservar a integridade física e mental. O termômetro que usei para identificar o momento certo de cair fora era o número de garrafas PET de cor verde, copos descartáveis e latas de cerveja espalhadas pelo chão. Bem, quem persistiu pela madrugada e estava atento, sabe do que estou falando. Quanto ao assunto do facebook que é a rede social digital a qual me referi no início, foi que escrevi uma breve mensagem ao chegar em casa, dizendo que as apresentações de McCoy Tyner e Lou Donaldson tinham sido "OK", ou seja, que eu tinha apreciado mas não esperava lá grandes coisas por estar relativamente ao par das atividades de Tyner e mesmo ter me surpreendido por Donaldson ainda estar em plena atividade, não esperava que ele apresentasse algo diferente do que andou fazendo por mais de 50 anos ,de carreira. Foi então que um colega respondeu brincando comigo, pela surpresa de eu ter presenciado o vovô McCoy, pois se não me falha a memória, anteriormente já tinha manifestado que o pianista não figurava entre os meus favoritos e que ultimamente não me agradara o que Tyner havia feito nos últimos 20 anos. Foi então que também resolvi brincar e disse que seria melhor se fosse uma apresentação paga. Depois disso se desenrolou um debate por conta da má interpretação da minha frase, que levou ao questionamento de minha posição ideológica, social, política e civil. Eis que foram textos explicando os motivos da afirmação, que abordaram mais profundamente o assunto. Há uma certa conduta abominável de não se valorizar o que é concedido gratuitamente, um problema crônico do ser humano em sua maioria, pois tende-se a valorizar só o que é fruto do suor do seu trabalho e o que pesa na sua carteira. Não vou colocar aqui a interminável lista de exemplos sobre isso pois não haveria espaço.
Durante as apresentações, não houve muito espaço para a audição concentrada por conta das constantes interrupções causadas por ambulantes vendendo bebidas de forma ilegal no meio do público e por várias vezes estes se estacionavam a minha frente e ofereciam sua mercadoria aos berros com uma enorme caixa de isopor obstruindo meu campo de visão do palco. Parte do público que simplesmente não se importava com o que estava acontecendo no palco não parava de falar em alto volume e transitar freneticamente atrapalhando quem estava prestando atenção ao concerto. Esclareci que esta porção do público não fazia parte da injustiçada parcela da sociedade, mas pessoas que tiveram acesso à educação, tanto institucional quanto familiar, tinham um poder aquisitivo que lhes permitia acessar informação com certa facilidade, mas se portavam como crianças mimadas que fazem o que bem entendem. Foi aí que entrou a questão dos shows pagos, pois quando o indivíduo coloca a mão no bolso e paga, ele não vai querer perder seu investimento. Então outros colegas alegaram que isso acontece nas apresentações pagas também. Claro, mas há de concordar que o número de interrupções desta natureza diminuem drasticamente, principalmente em shows de jazz e por experiência própria, depois de dezenas de shows de jazz que estive presente, pude constatar isso.
Em um post anterior eu fiz minha defesa apologética sobre os ataques generalizados às instituições religiosas evangélicas e mais uma vez fui mau interpretado, como se eu estivesse irado ao redigir o texto. Ora, qualquer pessoa que ler o texto com bom senso e atentamente, pode constatar que não há em nenhum momento, alguma palavra colérica. Se alguma pessoa tiver a oportunidade de conversar sobre este assunto pessoalmente comigo, não terá dúvidas de que trato disso tranquilamente. Mas enfim, na maioria das vezes é a própria pessoa que está incomodada com o assunto e cria a sua versão a ponto de afirmar categoricamente o sentimento de quem redigiu o texto. Alguns textos deixam de forma óbvia e clara o sentimento do autor e até dispõem de mecanismos gramáticos como acentuações para evidenciar tal estado e não se faz necessário nenhuma habilidade paranormal para identificar isso. Mas enfim...
Durante as apresentações, não houve muito espaço para a audição concentrada por conta das constantes interrupções causadas por ambulantes vendendo bebidas de forma ilegal no meio do público e por várias vezes estes se estacionavam a minha frente e ofereciam sua mercadoria aos berros com uma enorme caixa de isopor obstruindo meu campo de visão do palco. Parte do público que simplesmente não se importava com o que estava acontecendo no palco não parava de falar em alto volume e transitar freneticamente atrapalhando quem estava prestando atenção ao concerto. Esclareci que esta porção do público não fazia parte da injustiçada parcela da sociedade, mas pessoas que tiveram acesso à educação, tanto institucional quanto familiar, tinham um poder aquisitivo que lhes permitia acessar informação com certa facilidade, mas se portavam como crianças mimadas que fazem o que bem entendem. Foi aí que entrou a questão dos shows pagos, pois quando o indivíduo coloca a mão no bolso e paga, ele não vai querer perder seu investimento. Então outros colegas alegaram que isso acontece nas apresentações pagas também. Claro, mas há de concordar que o número de interrupções desta natureza diminuem drasticamente, principalmente em shows de jazz e por experiência própria, depois de dezenas de shows de jazz que estive presente, pude constatar isso.
Em um post anterior eu fiz minha defesa apologética sobre os ataques generalizados às instituições religiosas evangélicas e mais uma vez fui mau interpretado, como se eu estivesse irado ao redigir o texto. Ora, qualquer pessoa que ler o texto com bom senso e atentamente, pode constatar que não há em nenhum momento, alguma palavra colérica. Se alguma pessoa tiver a oportunidade de conversar sobre este assunto pessoalmente comigo, não terá dúvidas de que trato disso tranquilamente. Mas enfim, na maioria das vezes é a própria pessoa que está incomodada com o assunto e cria a sua versão a ponto de afirmar categoricamente o sentimento de quem redigiu o texto. Alguns textos deixam de forma óbvia e clara o sentimento do autor e até dispõem de mecanismos gramáticos como acentuações para evidenciar tal estado e não se faz necessário nenhuma habilidade paranormal para identificar isso. Mas enfim...
quarta-feira, abril 25, 2012
Intolerância
A ferramenta de relacionamento virtual Facebook tem sido palco de inúmeras questões, desde simples posts entre amigos e familiares, trabalho, mobilizações politicas e sociais, negócios, etc. Realmente o Facebook tem até substituído de maneira grotesca os relacionamentos da sociedade como um todo. Claro, já estou escutando as justificativas da falta de tempo impostas por este sistema econômico que pressiona a sociedade a nunca ter tempo para um bate papo informal ao vivo, de amigos que se encontram em posições geográficas que inviabilizam um breve encontro para um cafezinho. Salvas estas situações de pessoas que se encontram em lugares distantes, é um tanto quanto constrangedor o caso de pessoas que se encontram próximas num mínimo raio de kilometros ou até metros de distância um do outro. E conectado à isso, aumenta o número de sociopatas que se enclausuram em seu micro-cosmos de seus smartphones, notebooks, tablets o tempo todo nos transportes coletivos, nas vias públicas, estabelecimentos comerciais, etc, sendo que na maioria das vezes é completamente desnecessário fazer uso dos aparelhos. Assim elas fazem uso de um bode expiatório virtual para não interagir com seu habitat real.
Nem tudo está perdido! Ainda há alguns bairros, lugares e pessoas que ainda conversam coisas inofensivas, como: "Hoje parece que vai chover, não?", "O ônibus chegou atrasado hoje..., bom dia, como o céu está bonito hoje...". Num dia destes da semana, com a metrópole à todo vapor, entrei num ônibus lá no centro da cidade e a cobradora me saldou com um bom dia tão efusivo que mesmo se o ônibus estivesse lotado num engarrafamento, certeiramente minha viagem seria agradável. Bem, estou divagando sobre essas coisas mas o assunto que quero tratar sobre o Facebook é mais específico.
Acho que de uma outra maneira abordei sobre os relacionamentos via Facebook e os prós e contras desta ferramenta digital. São os "add's". Principalmente como o site optou por oferecer o serviço. Add a friend... Sacou? Amigo... olha, eu sou da "velha guarda", mesmo apenas prestes a completar quatro décadas de vida nesta terra, neste planeta. Para mim, amigo é um título que exige um padrão elevado de cumplicidade, amor, tolerância, confiança, tempo de estrada e convívio. Não é porque a sociedade resolveu informalizar tudo baseada numa argumentação desprovida de sustentação, que eu também deva considerar e nomear qualquer pessoa de amigo. Quanto à isso, é meu direito e não invade as fronteiras dos direitos de ninguém e de maneira alguma me autoriza a tratar com frieza e rispidez, pessoas que eu não desenvolvi um relacionamento de amizade como eu adotei como padrão básico.
E como eu tinha falado em outra ocasião, o dispositivo share do Facebook, possibilita que a minha página pessoal receba posts de pessoas que não tenho relacionamento e que sequer as conheça, pelo fato delas estarem ligadas à pessoas que estão ligadas à pessoas que conheço e outro que simplesmente aceitei o add por hospitalidade e estar receptivo a conhecer pessoas novas e diferentes.
Mas existe uma parte considerável destas pessoas que até agora eu não entendi porque pediram para eu aceitá-las na sua lista de friends (vai ver que o termo friends também muda de significado no Facebook) e sequer me direcionaram um simples "olá", apenas postam suas mensagens, imagens o tempo todo, sem uma palavra.
Ultimamente eu andei deparando com posts avacalhando com as igrejas evangélicas, Deus, Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, se eu não deixei claro, eu sou evangélico e isso não significa que sou parte de uma massa irracional de manobra que é manipulada, que não sabe o que acontece no mundo, na política, na economia, sociedade, na cultura, etc. A minha função como evangélico é anunciar as Boas Novas do amor de Cristo. A palavra evangelho vem do grego ευαγγέλιον, euangelion, que significa boa mensagem, boa notícia ou boas-novas. Pela minha fé e os preceitos que acredito, me impedem de agir com pré-conceito e muito menos intolerância. Coisa que ninguém verá de minha parte tanto no mundo virtual como no mundo real, é esculachar com a crença de alguém. Mesmo que alguém se torne adepto daquelas religiões que tem procedimentos dos mais questionáveis quanto a sua integridade ou até aquela seita em que os membros se prostravam perante uma estátua com um computador na sua parte interna e pregava sua doutrina. Várias pessoas que não tenho uma verdadeira amizade simplesmente por falta de oportunidade, tem exposto suas crenças de acordo com suas religiões e filosofias e jamais protestei contra elas. Jamais postei algo condenando e muito menos zombando de nenhuma religião e assim será até a minha morte.
Em determinado momento, senti que deveria e tinha o direito de fazer um comentário, que foi feito no dia 19 deste mês:
"Toda semana é a mesma coisa, eu tenho que deparar com declarações contra Deus, bíblia, Jesus Cristo, evangélicos, cristãos... Coisa que eu não perco tempo, é criticar o ateísmo, agnosticismo, satanismo, catolicismo, GLBT's, etc. Todos estes tem o direito de crerem e não crerem no que quiserem, sem serem condenados pelas pessoas. O interessante é que na maioria são pessoas com um bom nível cultural e razoável poder aquisitivo, ao contrário de meus amados irmãos de fé que mau sabem distinguir a diferença entre a mão esquerda e a direita. Eu detestava esse troço de religião e tudo mais, mas lá fui eu ler o livrão pra ver qual era a de Cristo, Deus e tudo mais. Deus não vai ficar e nunca ficou noiando quem não trinca com sua filosofia de vida, quem quiser estar com ele, esteja e naturalmente agirá com bom senso, não julgando os outros. Deus não se responsabiliza pelas prezepadas que fazem por aí em nome dele, pois cada um que assuma as consequências de suas atitudes. É tudo muito simples. A vida é bela e curta, se algo não me agrada ou acho que não presta, pra quê eu vou gastar tempo falando mau? Amém. PS: Se eu fosse tão bem esclarecido, porquê eu iria me rebaixar atacando um monte de gente ignorante que acredita numa fábula escrita sabe-se lá por quem à mais de dois mil anos? "Ah, mas alguém tem que denunciar esses picaretas que exploram as pessoas e fazem lavagem cerebral no povão...". Sinceramente? Praticar uma boa ação todos os dias, na miúda, sem ficar se achando bom por conta disso, é a arma mais eficaz contra a injustiça e mentiras, do que qualquer dedo na cara e ativismo pau mole de facebook."
Enfim, as pessoas pedem o fim da intolerância, a garantia de seus direitos, sua liberdade. Eu estou longe de ser uma pessoa que não falha, muito pelo contrário, sou um pecador que se esforça em ser uma pessoa melhor. Não me considero superior a ninguém, minha vida vale tanto quanto a de um nóia da crackolândia. Vou seguir respeitando todas as pessoas e suas opiniões e crenças e ficaria imensamente grato se assim o fizessem comigo apenas porque sou um ser humano se esforçando em praticar o bem, porque é meu dever.
Nem tudo está perdido! Ainda há alguns bairros, lugares e pessoas que ainda conversam coisas inofensivas, como: "Hoje parece que vai chover, não?", "O ônibus chegou atrasado hoje..., bom dia, como o céu está bonito hoje...". Num dia destes da semana, com a metrópole à todo vapor, entrei num ônibus lá no centro da cidade e a cobradora me saldou com um bom dia tão efusivo que mesmo se o ônibus estivesse lotado num engarrafamento, certeiramente minha viagem seria agradável. Bem, estou divagando sobre essas coisas mas o assunto que quero tratar sobre o Facebook é mais específico.
Acho que de uma outra maneira abordei sobre os relacionamentos via Facebook e os prós e contras desta ferramenta digital. São os "add's". Principalmente como o site optou por oferecer o serviço. Add a friend... Sacou? Amigo... olha, eu sou da "velha guarda", mesmo apenas prestes a completar quatro décadas de vida nesta terra, neste planeta. Para mim, amigo é um título que exige um padrão elevado de cumplicidade, amor, tolerância, confiança, tempo de estrada e convívio. Não é porque a sociedade resolveu informalizar tudo baseada numa argumentação desprovida de sustentação, que eu também deva considerar e nomear qualquer pessoa de amigo. Quanto à isso, é meu direito e não invade as fronteiras dos direitos de ninguém e de maneira alguma me autoriza a tratar com frieza e rispidez, pessoas que eu não desenvolvi um relacionamento de amizade como eu adotei como padrão básico.
E como eu tinha falado em outra ocasião, o dispositivo share do Facebook, possibilita que a minha página pessoal receba posts de pessoas que não tenho relacionamento e que sequer as conheça, pelo fato delas estarem ligadas à pessoas que estão ligadas à pessoas que conheço e outro que simplesmente aceitei o add por hospitalidade e estar receptivo a conhecer pessoas novas e diferentes.
Mas existe uma parte considerável destas pessoas que até agora eu não entendi porque pediram para eu aceitá-las na sua lista de friends (vai ver que o termo friends também muda de significado no Facebook) e sequer me direcionaram um simples "olá", apenas postam suas mensagens, imagens o tempo todo, sem uma palavra.
Ultimamente eu andei deparando com posts avacalhando com as igrejas evangélicas, Deus, Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, se eu não deixei claro, eu sou evangélico e isso não significa que sou parte de uma massa irracional de manobra que é manipulada, que não sabe o que acontece no mundo, na política, na economia, sociedade, na cultura, etc. A minha função como evangélico é anunciar as Boas Novas do amor de Cristo. A palavra evangelho vem do grego ευαγγέλιον, euangelion, que significa boa mensagem, boa notícia ou boas-novas. Pela minha fé e os preceitos que acredito, me impedem de agir com pré-conceito e muito menos intolerância. Coisa que ninguém verá de minha parte tanto no mundo virtual como no mundo real, é esculachar com a crença de alguém. Mesmo que alguém se torne adepto daquelas religiões que tem procedimentos dos mais questionáveis quanto a sua integridade ou até aquela seita em que os membros se prostravam perante uma estátua com um computador na sua parte interna e pregava sua doutrina. Várias pessoas que não tenho uma verdadeira amizade simplesmente por falta de oportunidade, tem exposto suas crenças de acordo com suas religiões e filosofias e jamais protestei contra elas. Jamais postei algo condenando e muito menos zombando de nenhuma religião e assim será até a minha morte.
Em determinado momento, senti que deveria e tinha o direito de fazer um comentário, que foi feito no dia 19 deste mês:
"Toda semana é a mesma coisa, eu tenho que deparar com declarações contra Deus, bíblia, Jesus Cristo, evangélicos, cristãos... Coisa que eu não perco tempo, é criticar o ateísmo, agnosticismo, satanismo, catolicismo, GLBT's, etc. Todos estes tem o direito de crerem e não crerem no que quiserem, sem serem condenados pelas pessoas. O interessante é que na maioria são pessoas com um bom nível cultural e razoável poder aquisitivo, ao contrário de meus amados irmãos de fé que mau sabem distinguir a diferença entre a mão esquerda e a direita. Eu detestava esse troço de religião e tudo mais, mas lá fui eu ler o livrão pra ver qual era a de Cristo, Deus e tudo mais. Deus não vai ficar e nunca ficou noiando quem não trinca com sua filosofia de vida, quem quiser estar com ele, esteja e naturalmente agirá com bom senso, não julgando os outros. Deus não se responsabiliza pelas prezepadas que fazem por aí em nome dele, pois cada um que assuma as consequências de suas atitudes. É tudo muito simples. A vida é bela e curta, se algo não me agrada ou acho que não presta, pra quê eu vou gastar tempo falando mau? Amém. PS: Se eu fosse tão bem esclarecido, porquê eu iria me rebaixar atacando um monte de gente ignorante que acredita numa fábula escrita sabe-se lá por quem à mais de dois mil anos? "Ah, mas alguém tem que denunciar esses picaretas que exploram as pessoas e fazem lavagem cerebral no povão...". Sinceramente? Praticar uma boa ação todos os dias, na miúda, sem ficar se achando bom por conta disso, é a arma mais eficaz contra a injustiça e mentiras, do que qualquer dedo na cara e ativismo pau mole de facebook."
Enfim, as pessoas pedem o fim da intolerância, a garantia de seus direitos, sua liberdade. Eu estou longe de ser uma pessoa que não falha, muito pelo contrário, sou um pecador que se esforça em ser uma pessoa melhor. Não me considero superior a ninguém, minha vida vale tanto quanto a de um nóia da crackolândia. Vou seguir respeitando todas as pessoas e suas opiniões e crenças e ficaria imensamente grato se assim o fizessem comigo apenas porque sou um ser humano se esforçando em praticar o bem, porque é meu dever.
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sábado, fevereiro 11, 2012
Sorry John Zorn, i can't see you soon...

Passaram os anos e hoje compreendo a obra musical de John Zorn e ela é relativamente acessível no mundo virtual. Sim, seria um prazer presenciar Zorn em uma apresentação ao vivo. Mas como em boa parte dos casos, existe um considerável porém.
Primeiro lugar, o preço: R$100,00. Muita gente vai me argumentar que no caso é o Zorn, que é uma oportunidade a qual seja possível não ter novamente e blá, blá, blá... Não vem ao caso questionar a qualidade de sua arte, pois é ridiculamente óbvia. O porém reside na confecção desta "grande oportunidade", ou melhor, de oportunismo. O lance nem é de grana, pois Zorn não esbanja simpatia no mercado fonográfico no mundo inteiro. Sim, mesmo no Japão, onde é comum e sólido o circuito de música não convencional, meu amigo sempre consegue comprar discos de Zorn e seu selo Tzadik numa espécie de baciada, a preço de banana. As condições da vinda de Zorn me soam muito mal mesmo, envolve um exclusivismo abominável na noite dita underground paulistana. Alguém vai me dizer que se lasque o local, as pessoas que estão agenciando e o que importa é que Zorn está vindo! Pois é, acho que deixei-me influenciar demais por certas ideologias quando estava mais ativo nos segmentos underground, como heavy metal e hardcore, que impossibilitam-me de abstrair-me de certos poréns e usufruir de certos prazeres. Ainda mais vivendo em um mundo cercado de capitalismo por todos os lados, muitas ideologias, como a do punk, acabam se tornando um tiro no pé.
Mas fazer o que? Na minha escolha pessoal, eu não vou abrir uma exceção. Numa ilustração mais dramática, eu não vou meter os canos pra pipar uma pedra. É isso mesmo, soa radical demais, não? Eu abro mão. Os straight-edgers preferem não beber, assim como a maioria dos evangélicos, que além disso, abrem mão do desejo por um breve momento e só desfrutam dos prazeres do sexo com uma única pessoa que escolheram para amar até o fim. A vida nos oferece sempre escolhas e muitas vezes elas são cruciais e não há meio termo.
Posso viver sem isso e continuar a ser feliz? Sim! Sem dúvida nenhuma! E outra, creio que possa surgir uma outra oportunidade de ver um show do John Zorn sem ter que compactuar com algo que vai contra minha ideologia, da mesma forma que acabei tocando com Han Bennink e Sabu Toyozumi sem vislumbrar uma possibilidade de isto acontecer e ainda sem ter que deixar de lado minhas convicções sócio-políticas e morais.
Olha só, uma coisa eu concordo com que uma pessoa disse sobre punk e hardcore (mas isso independe de estilo ), que se alguém um dia curtiu punk e hardcore e hoje em dia não curte mais, é porque nunca foi.
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domingo, janeiro 22, 2012
Feirinha da Teodoro: agonia e tristeza, a sociedade morre mais um pouco
A Feirinha da Teodoro, que ocorria no quarteirão da rua Teodoro Sampaio entre as ruas Lisboa e João Moura, deixou de existir por conta da nova diretriz da prefeitura da cidade. Tecnicamente a Feirinha da Teodoro e a feira da Benedito Calixto, tem muitas diferenças, mas num ângulo mais abrangente seriam praticamente a mesma coisa. Mas como a feira organizada na Teodoro era desvinculada aos mecanismos burocráticos, corporativos e políticos, teve sua existência revogada. Não que os artesãos da feirinha da Teodoro quisessem fazer as coisas de forma a ferir as leis constitucionais, muito pelo contrário, queriam legitimar e legalizar formalmente a sua situação e poder expor e comercializar seu artesanato dentro dos estatutos.
Mas prevaleceu a vontade de outros grupos. Não vou estender sobre esta questão em particular por já ter abordado isso por aqui anteriormente. Também não vou citar a diretriz extremamente equivocada tomada pelas autoridades em relação ao artesanato independente.
Tenho consciência plena de que haverá discordância do que estou emitindo aqui. Claro, qualquer pessoa tem o direito de discordar e fazer algum comentário, mas será perda de tempo argumentar para mudar minha opinião, pois ela se baseia meramente em fatos e resultados, não em suposições e teorias e ideologias.

Recentemente, um grupo dos movimentos dos sem terra invadiu uma propriedade que estava em desuso pelo proprietário por um longo período, sendo dada por abandonada. Existe até um mecanismo de lei que legitima esta ocupação, o termo usucapião. Mas depois da invasão o proprietário tomou conhecimento e resolveu acionar a reintegração de posse, mesmo que fosse para continuar com sua propriedade sem uso algum. Os ocupantes na intenção de fixar moradia e transformar o local como fonte de sustento, com foco na agricultura, se mobilizaram e formaram um pequeno exército para um confronto com as autoridades. A Justiça decidiu por anular a reintegração de posse e buscar um meio sensato de resolver o conflito. Os ocupantes responderam com resistência e convicção e conseguiram um resultado mais favorável até então.
O caso da Feirinha da Teodoro que é menos complexo que este que citei não teve o mesmo resultado. Se você observar a foto abaixo ou se esteve no local em questão nestes últimos meses, pode constatar que permaneceu apenas um número irrisório de artesãos engajados na luta pelos seus objetivos. Não chegou nem de perto a 10% dos que expunham seu artesanato que participou do foco de resistência. É frustrante ver que um bando de adolescentes tem mais perseverança em conseguir o melhor lugar no show da Britney Spears do que muitos que simplesmente entregaram os pontos quando se baixou o decreto autoritário da prefeitura. Não era nada garantido que se todos os artesãos continuassem a sua vigília de protesto até agora, teriam conseguido atingir seu objetivo. Mas é mais do que óbvio que se todos tivessem se unido totalmente, algo teria acontecido de forma mais positiva para os participantes da feirinha. A união faz a força para se fazer ouvir.
Teriam sem dúvida deixado um belo zumbido de indignação nos ouvidos da autoridade arbitrária. Mesmo que se não conseguissem o direito de continuar com a feirinha, a luta não teria de maneira alguma sido em vão. Mas as vozes foram abafadas no meio do trânsito e da multidão, multidão de pessoas, carros, interesses sócio-político econômicos. Se a Feirinha da Teodoro deu seu último suspiro, ninguém ouviu, ninguém se deu conta, ninguém se comoveu e mais um pedaço de vida desta cidade morreu. Não há funeral, não há flores e muito menos a bandeira a meio mastro. Quem descansou em paz?
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quinta-feira, janeiro 12, 2012
Sabu Toyozumi e a música

Enfim, todos estes ítens que são interpretados de forma distorcida são necessários para produzir uma arte de alta qualidade e criatividade, tanto fisicamente como espiritualmente, mas os métodos jamais devem ocupar o espaço que não lhe pertence, os meios não devem sobrepujar os fins, os métodos não devem sobrepor os resultados, são apenas veículos, ferramentas. Isso é comprovado no horrível formato que a maioria dos músicos brasileiros acabam adotando, seguindo rascunhos pra lá de equivocados e no máximo se tornam uma imagem refletida de uma instituição como a Berklee College Of Music, mas só que é um reflexo de um espelho de parque de diversões. Institutos de tecnologia guitarrada e caixinha de fósforo ou sei lá o que, vão produzindo em série sub-produtos em um molde como os produtos da 25 de Março, homogêneos, com gosto (ou sem) do achocolatado em pó genérico que vem na cesta básica mais em conta.
Mas tudo isso é assunto para uma outra pauta, pois o que é interessante e proveitoso para quem apenas quer desfrutar da música vinda da nascente, cristalina, isto é, vinda de nossos sentimentos, emoções, pensamentos, auxiliada e arquitetada pelo nosso lado racional, deve atentar para o que Sabu Toyozumi pôde transmitir em sua breve passagem por estas terras. Ele afirmou várias vezes o quanto é danoso o músico entrar em desequilíbrio no aperfeiçoamento musical, deixando a técnica ocupar espaço demasiado no indivíduo. A técnica só precisa ser eficiente para representar com o máximo de fidelidade possível o sentimento do artista. Sabu afirmou várias vezes que devemos criar música, tocar como uma criança, com aquele frescor, sem se preocupar com a opinião de outras pessoas, ser livre de conceitos pré-determinados, humilde, de coração aberto.*
Depois que o sr. Toyozumi expressou de forma mais abrangente possível no curto espaço de tempo disponível o que é e como se deve compreender sobre música, no caso específico a improvisação livre, foi diretamente ao assunto: tocar. O estudo é apenas o veículo, não haverá proveito se o músico não interagir com outros músicos, ouvintes e o meio ambiente. Absorver informações e sensações e transformar tudo num belo gesto sonoro. Ora, isso é tudo tão óbvio, quantos textos e ensinamentos já não foram proferidos ao longo da história da arte sobre isso? Mas a vaidade humana insiste em complicar tudo...
* "Portanto, aquele que se tornar humilde como uma criança, esse é o maior no reino dos céus." - Mateus 18:4
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segunda-feira, novembro 28, 2011
S.O.S. ARTESANATO DE SP (Feirinha da Teodoro Sampaio)

Isso faz parte do padrão arquitetado para as pessoas se confinarem em verdadeiros currais humanos, sejam shopping centers ou na própria residência, comendo a ração disponível para alimentarem a manjada máquina do sistema capitalista e proporcionar a vida suntuosa de um milésimo da população(no caso) paulistana.
A ausência de raízes e tradição do brasileiro em incluir a cultura, a arte em seu dia a dia, afeta diretamente o artesão, pois para o brasileiro contemporâneo de todas as classes, não há interesse real em consumir arte e produtos artesanais.

Para não me estender às raízes do problema, que iria em direção de patamares filosóficos e espirituais, temos um problema irreversível no âmbito político, social e econômico.
Já abordei a condição sinistra que envolve o cartel da associação dos "amigos" da Benedito. Aquilo é um caso perdido, ou melhor, um caso de polícia. Especificamente ao grupo de artesãos da Feirinha da Teodoro, além do que um dos articuladores fundamentais e artesão Vanderlei Prado tem exposto no seu blog Wanderart, existe uma pequena questão que eu gostaria de abordar aqui. Infelizmente no meio deste distinto grupo de artesãos dignos de seu ofício, se infiltraram alguns que deturpam a concepção do artesanato. Como? Vendem produtos industrializados e até os "piratas"(termo em voga no comércio). Com a justificativa de precisarem levar o pão à mesa, os filhos, o aluguel, a sobrevivência, praticam a contravenção. Também não vou dar espaço maior à esta questão, pois aqui não é a hora e nem lugar para isso, mas concluindo, os fins não justificam os meios. Outros mancham a imagem do artesão à um hippie sujo drogado com pouco interesse em ser útil e "levar a vida na flauta". Imagine um sábado com a família e você passa pela rua para apreciar o artesanato e comprá-lo e depara com expositores consumindo alcool sem bom senso (isto é, já se embriagando) na frente de crianças e alguns consumindo substâncias entorpecentes. Qual é a imagem que vai ficar? Não, nem pense em afirmar que sou um moralista equivocado, pois nem em Amsterdam onde é possível usufruir de certas liberdades, pois a maioria da população holandesa tem educação e bom senso para isso, se vê certas atitudes que ocorrem por aqui, onde é crime ou contravenção. A liberdade usada sem sabedoria se torna a corda da forca do indivíduo.
Este pequeno apêndice é mais uma arma que os interessados em exterminar a saudável pluraridade cultural da região usam à seu favor. Se faz necessário separar o joio do trigo, para que não haja brechas para o inimigo se infiltrar. É uma luta digna, mas permeada de injustiça e os artesãos são como o pequeno pássaro que leva água em seu bico para apagar o incêndio na floresta. Sei também que é extremamente tentador perder o controle e partir para o confronto, mas isso tem um alto custo que vale à pena parar, respirar e refletir, pois as contas e a despensa não são lá muito de esperar.
Como cidadão e morador do bairro, eu apoio os artesãos da Feirinha da Teodoro e peço perdão por não poder contribuir efetivamente nesta contenda. Como cristão convicto, peço que mantenham a perseverança pelo caminho justo, mesmo que tudo pareça sem uma solução justa. As vezes, o que parece perdido, na verdade é um passo para uma conquista muito melhor do que a almejada. Continuem a luta sempre seguindo o que é justo perante Deus e a sociedade e creio que poderão se alegrar com as novas conquistas e principalmente lembrar de que fizeram algo digno sem ter do que se envergonhar.

sábado, novembro 05, 2011
Antes que mais um ano se encerre, vou logo esclarecendo (once again...)

Esclarecer: v.t. Tornar claro; alumiar. Explicar, elucidar. Ilustrar. V.pr. Informar-se; ilustrar-se.
Em primeiríssimo lugar, agradeço de todo meu coração à Jesus Cristo por me conceder cada segundo de vida e seu amor por todas as pessoas do globo terrestre.
Este ano não poderia ser melhor como tem sido para a improvisação livre em específico, várias apresentações, workshops, novos espaços para este tipo de música, e o mais importante, tudo acessível ao público em geral. O precioso agregamento de novas pessoas, futuras amizades e um futuro promissor para a improvisação livre no Brasil (claro que dentro do espectro e expectativas realistas neste nicho musical, afinal, uma apresentação de improvisação livre não vai lotar um estádio).
Bom, agradecimentos feitos e cumprindo o protocolo, vamos ao assunto desta nota:
O weblog (diário digital, sim, uma espécie de versão muderrna daquelas agendas que os adolescentes redigiam seus diários e muitas vezes enxertavam um monte de tralhas para ilustrar momentos especias, como canudo do refrí do primeiro encontro com a namorada(o), embalagem de chiclete e outras besteiras) Sonorica foi idealizado em 2006 com incentivo de um amigo e sempre abordou vários assuntos ligados a arte em geral, sempre com uma visão particular, mas nunca deixando de lado a análise empírica e a divulgação de dados, sem contaminar a notícia, relato e muito menos adulterar os fatos. Alguns textos geraram polêmica, chegando ao baixo nível de insultos anônimos, mas nunca uma resposta apresentando uma argumentação que provasse algum equívoco ou adulteração dos fatos ocorridos e relatados no blog. Ninguém que me insultou teve a dignidade de se revelar e discutir comigo pessoalmente, mesmo que por meio digital, sobre suas divergências. Ora, se eu estou errado, comprovem, por favor. Afinal, errar é humano e digno é reconhecer o erro e procurar corrigir-se. Não estou acima e nem abaixo de ninguém, não sou criador e proprietário da verdade absoluta (isso só Deus Pai o é), mas sinto no dever de ser um office-boy da verdade, jamais abrir o envelope pardo para adicionar ou subtrair o seu conteúdo, apenas entregar em mãos ao destinatário, assinar o recibo, agradecer e sair vazado jamais insinuando uma gorjeta.
Para algumas pessoas, parece que ainda não ficou claro o objetivo deste blog. No cabeçalho, logo abaixo do título do blog, eu deixo isso bem claro. O Sonorica está remotamente longe de ser um blog bombado com milhares de acessos de usuários da web, poucas pessoas esporadicamente acessam este pequeno espaço virtual. Aliás, eu agradeço de coração aos que me acompanham aqui.
Aos que discordam do que é escrito aqui, aconselho a fazer o que faço com inúmeros textos, twitts, blogs, portais, webpages, sites aos quais não gosto e discordo: ignoro. Na maioria das vezes, não vale o esforço porfiar com os autores e proprietários de blog principalmente, afinal, é o mesmo que querer canetar o diário do colega de classe do ginasial. Se houver a emissão de uma falácia, calúnia ou semelhante abominação, é dever exortar o responsável. Se não der ouvidos, tentar mais uma vez munido sempre de provas e argumentação coerente que possa confrontar o fato adulterado. Havendo obstinação, é legítimo divulgar publicamente por todos os meios dignos e deixar a natureza seguir o seu curso.
Eu realmente não entendo porque vez ou outra alguém se incomoda com meus textos, perde seu tempo com um blog tão insignificante perante ao vasto mundo virtual. Essas pessoas deveriam fazer como aquela frase de uma música dos Novos Baianos: "meus para-choques pra você!". Se alguém achar que estou inventando uma falácia, por favor, peço de coração que fale comigo e me prove o contrário. Caso eu esteja errado, me humilho, peço perdão sincero e me converto do equívoco.
Enfim, esta nota se fez realmente necessária devido a uma série de fatos que não vem ao caso serem expostos em público (roupa pessoal se lava em casa, mas se alguém quiser ir na lavanderia...) e peço desculpas aos meus parceiros leitores do Sonorica e agradeço por cada visita a este espaço. Deus abençoe à todos!
ps.: O mestre Jesus disse que se possível ter paz com todos, mas se tiver alguma treta, aqui é papo reto, sem violência e ignorância, certo truta?
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sexta-feira, outubro 28, 2011
Balanço geral do 2o. Festival Internacional ABAETETUBA de Improvisação Livre

Bem, como foi relatado pela midia digital independente, podemos desfrutar de música de qualidade durante o ano de 2011, num país onde este tipo de manifestação cultural é uma regalia e até uma afronta (não quer dizer que isso seja uma ação ruim de quem está envolvido) a uma realidade deprimente de um país que está cego por seu orgulho e não enxerga o caos instaurado em todos os âmbitos do país.
As oficinas ou workshops que ocorreram no Centro Cultural São Paulo, tiveram a louvável intensão de abrir portas para a música livre, quebrar conceitos e pré-conceitos equivocados sobre a improvisação livre, tornar acessível ao público em geral (apresentações internacionais gratuitas), formar novos improvisadores, semear esta bela forma de arte num terreno fértil mas em território extremamente hostil.
Como este tipo de semeadura não depende de engenharia e tecnologia em agronomia, ciência e precisão, mas justamente imprevisibilidade, os frutos colhidos não correspondem às projeções, mesmo que sendo feitas com um parâmetro racional e realista.

Estive presente durante este processo, o que me autoriza fazer uma análise empírica sobre o assunto. Sim, felizmente houveram pontos positivos com estes eventos, muitas barreiras foram quebradas e alguns objetivos foram conquistados. Na questão da semedura para uma posterior formação de novos improvisadores, não ocorreu o idealizado e isso não quer dizer que a safra foi inteiramente perdida, mas os pontos negativos foram dominantes, infelizmente.
Muitos participantes não vieram desarmados de seus próprios conceitos e não abriram mão deles para poder absorver melhor as novas perspectivas ministradas durante as oficinas. Sim, ouve um certo frenesi por participar de um workshop com músicos de outros países com trabalho consolidado no cenário de improvisação livre mundial. Isso gerou uma empáfia da parte de vários participantes, que em casos mais severos, se auto denominaram improvisadores capacitados apenas com uma oficina. Uns colocaram confiaram em seus currículos acadêmicos e profissionais, mas que não encontram lugar comum com a essência da improvisação livre, outros na estultícia de confundirem o amplo campo da liberdade com o caos, anarquismo sonoro infundado e sem propósito, numa espécie de vale tudo, vale qualquer coisa, qualquer nota, no pior sentido destas expressões populares.
Alguém pode discordar do que escrevi até agora se por acaso dispor de tempo para ler este simples artigo, neste pequeno weblog, entre milhões de blogs na web, afinal temos todos nós, o livre arbítrio. Mas saiba que tudo isto foi testemunhado em campo e e tempo real, isento de opiniões e paixões pessoais, o conteúdo é meramente jornalístico no sentido de divulgar, publicar e informar dados e notícias na atividade de comunicações, nem mais, nem menos.
E isso tudo faz parte do processo natural, como o garimpo. Quantas toneladas de outras substâncias são peneiradas para encontrar poucos gramas de ouro?
*ps.: Reconhecimento e mérito ao Abaetetuba, Antonio "Panda" Gianfratti e Rodrigo Montoya, que tenho a honra de ter como amigos.
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segunda-feira, outubro 17, 2011
A tal da improvisação livre

Então no final desta primeira década, tivemos a alegria de prestigiar expoentes importantes e contemporâneos da improvisação livre mundial, como Hans Koch, Phil Minton, Veryan Weston, Han Bennink, Marcio Mattos, Ken Vandermark, Mark Sanders, Trevor Watts, Ab Baars entre outros e o mais importante, de forma totalmente acessível. Não se iluda com os eventos do sesc, pois existem vários parênteses e não foi lá tão acessível prestigiar Peter Brötzmann, Ornette Coleman e membros da AACM nas unidades da corporação (mas esta é uma outra, digo, outra história, se é que me entende...). Aliás me recordo da arapuca armada para o trio de Bennink no sesc com um certo conjunto musical local, que segundo o próprio Bennink, prefere esquecer que aquilo aconteceu, mas não alterou o seu amor pelo Brasil (isso posso falar com toda a certeza, pois ouvi dele pessoalmente quando estive em sua pátria). Além de performances, foram e continuam sendo ministradas oficinas (se acha mais "chic", tem o termo workshop) totalmente gratuitas e acessíveis com vários destes artistas, que são geradoras dos tais frutos destes esforços pela música pura e simples. E este é o ponto crucial e motivador desta nota (ou post, enfim).
Podemos realmente considerar que o marco inicial e até oficial documentado na improvisação livre no Brasil está no cd lançado de forma independente, o Liberdade - duo Antonio Panda Gianfratti e Yedo Gibson (2003). A história é tão recente, que em 2006, quando Phil Minton se apresentou em São Paulo, pouquíssimas pessoas compareceram ao concerto gratuito e a maioria nem tomou conhecimento ou o mínimo de interesse por esta forma de arte que vem se desenvolvendo à decadas. Não meu caro, sem desculpas, pois já estavamos vivendo o conforto, rapidez, facilidade e acessibilidade proporcionada pela world wide web e suas ferramentas, como os blogs, sites de música e músicos, sites de busca, de video streaming, radio streaming, enfim, nego não tava nem aí pra isso. Fora que já temos um histórico de contato com uma música mais ousada (mesmo que de forma muito menos acessível), como por exemplo John Zorn no free jazz festival de 1989 e o Lounge Lizards em 1988. Mais recentemente também tivemos o grupo do guitarrista francês Claude Barthélémy em 2009 de forma completamente acessível ao público em geral, nas costumeiras segundas na unidade do sesc da av. Paulista, onde o público fiel era praticamente o mesmo, com baixíssima audiência mais jovem, que era composta por estudantes de música e alguns eventuais transeuntes com horário disponível. Realmente quase ninguém dava atenção ao nicho que inclue o chamado free jazz, free music, free improvisation ou até o duvidoso rótulo de avant-garde.
O que mais me "assusta" nisso, é que mesmo a maioria das pessoas que tem oportunidade e acesso à informação e cultura desta provincia travestida de megalópole, tem uma pedância de uma suposta aquisição de detenção de cultura completamente deficiente e distorcida em todos os sentidos, na esmagadora maioria das vezes agindo abominavelmente como as cortes reais de séculos passados, com muita pompa, peruca, maquiagem, "sangue azul", mas internamente corroídos por toda sorte de doenças (não só no sentido clínico). E qual o vínculo disto com os frutos da improvisação livre em São Paulo? Logo concluo a questão.
Quem já passou da faixa etária dos 30 anos de idade, possivelmente já ouviu falar da tal Generation X, se esteve ligado aos movimentos artísticos dos anos 80, do underground. Depois denominaram a Generation Y, infectada com a repugnante e nociva ideologia neo- liberalista. E hoje presenciamos o que obviamente se chama de Generation Z, composta de uma juventude com "a faca e o queijo na mão", ou seja, acesso quase que total à todo tipo de informação em velocidade digital, volume incalculável de dados, interligados simultaneamente em todo globo terrestre pela internet. Mas como um computador, que pode armazenar terabytes de dados, trabalhar em altíssima velocidade com processadores de multiplos núcleos refrigerados à nitrogênio, softwares intuitivos e altamente desenvolvidos, soa morto como um vil pedaço de metal (talvez silicio seja o termo mais adequado), se não tiver um operador (usuário) experiente.
Are You Experienced? Jimi Hendrix indagava a questão numa época analógica em que não existiam "maçãs" e nem "janelas" e tanto Bill Gates quanto Steve Jobs nem tinham espinhas no rosto. Mas afinal, o que isso tudo tem haver com improvisação livre?
Eu creio que para uma pessoa com o mínimo de entendimento, tudo que está escrito até aqui, pode ser compreendido com esta conclusão:
Para não pecar em minhas palavras e ser interpretado de maneira equivocada, vou me colocar como um elemento meramente ilustrativo. Mesmo eu tendo iniciado em 1994 minhas pesquisas no terreno da música mais ousada e livre, tanto por dados teóricos, jornalísticos, documentais, aliados à experiência em campo, ou seja, na prática, tendo o privilégio de aprender e trocar experências com o Panda e até recentemente com os membros da Dutch Impro Academy e participantes de diversos países e qualidades únicas, mesmo tendo um diploma com a assinatura de Han Bennink me testificando como improvisador capacitado além de sua aprovação pessoal em nossas breves sessões, ainda me considero no continuo processo de aprendizado, e isso de maneira alguma é falsa modéstia (meu Deus, que sonda mentes e corações, sabe disto). Isso sem contar com as oficinas que participei por conta do Centro Cultural São Paulo (mais uma vez muito obrigado, Panda e Juliano, que Jesus os abençoe!), ainda me mantenho e me esforçarei para assim permanecer até o fim, com esta postura de aprender continuamente e me sentiria extremamente desconfortável e equivocado, achando que meia dúzia de workshops me fariam um bona fide improviser e muito menos apto a ministrar workshops por aí.
Quem tem ouvidos, ouça, quem tem entendimento, bem, nuff said!
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