Depois de um período "carcerário" do meu trabalho, finalmente consegui um tempo para atualizar o blog com mais uma homenagem à um dos prediletos da casa, o reverendo Frank Wright! Aqui se trata de uma gravação captada na décima edição do Moers Festival, que conta com a participação de seus companheiros de longa data, Bobby Few e Muhammad Ali, grande baterista ainda na ativa. O baixista Jean Jacques Avenel faleceu recentemente no dia 12/08/2014 e tem uma extensa carreira, tendo tocado com Steve Lacy, Mal Waldron, David Murray, Sonny Simmons, Daniel Humair entre outros.
Especialmente também conta com a colaboração do saxofonista Arthur Jones, que também merece reconhecimento e infelizmente só conseguiu registrar dois discos sob sua liderança e tocou com os membros do Art Ensemble Of Chicago, assim como Sunny Murray, Burton Greene, Dave Burrell e Archie Shepp. A gravação não oficial parece não ter sido lançada por nenhum selo até o presente momento, inclusive esta capa foi criada por mim apenas para constar no meu arquivo fonográfico. A música foi captada de uma maneira simples e após a apresentação feita por Burkhard Hennen, as três peças não possuem título. Nos comentários.
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sábado, novembro 01, 2014
terça-feira, outubro 22, 2013
Frank Wright – Run With The Cowboys (1983)
Depois de praticamente um mês, afinal o Sonorica definitivamente não é o meu ganha pão e o meu emprego convencional tem exigido um tempo a mais de mim, voltamos com a campanha de homenagens e divulgação da arte de músicos que infelizmente não são reconhecidos por sua arte que, se não mudaram o mundo em geral, no mínimo fizeram grande diferença para a música.
Run With The Cowboys faz parte da última fase de Frank Wright e sua associação com o artísta plástico de músico A.R. Penck e também conta com a presença de Peter Kowald e o guitarrista Frank Wollny e o baterista Coen Aalberts. Infelizmente não consegui informações sobre Wollny e Aalberts.
Não espere um disco de "free jazz", Run With The Cowboys ultrapassa a limitação de rótulos e flui com liberdade no universo da música, do som. Também não vou me alongar numa tentativa em vão de falar sobre esta gravação, eu pecaria diminuindo as dimenssões que esta música proporciona, pecaria por não possuir um repertório de palavras suficientes para descrever pelo menos superficialmente Run With The Cowboys. Como sempre, a música fala por si só.
Nos comentários.
Run With The Cowboys faz parte da última fase de Frank Wright e sua associação com o artísta plástico de músico A.R. Penck e também conta com a presença de Peter Kowald e o guitarrista Frank Wollny e o baterista Coen Aalberts. Infelizmente não consegui informações sobre Wollny e Aalberts.
Não espere um disco de "free jazz", Run With The Cowboys ultrapassa a limitação de rótulos e flui com liberdade no universo da música, do som. Também não vou me alongar numa tentativa em vão de falar sobre esta gravação, eu pecaria diminuindo as dimenssões que esta música proporciona, pecaria por não possuir um repertório de palavras suficientes para descrever pelo menos superficialmente Run With The Cowboys. Como sempre, a música fala por si só.
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sexta-feira, maio 24, 2013
Frank Wright, Frank Wollny, A.R. Penck – Concert In Ulm! (1990)
Salve, reverendo! Frank Wright também é um dos preferidos da casa, um dos grandes da música espiritual, mesmo ainda não sendo tão comentado como seus irmãos Coltrane e Ayler. E isso é mais um motivo para divulgar a sua arte, que merece reconhecimento e aqui no Brasil, é praticamente improvável que isso aconteça e tenhamos acesso. Concert In Ulm é um dos últimos registros de Frank Wright onde desenvolveu uma parceria com o artista plástico e baterista A.R. Penck que produziu e fez a arte deste disco. A gravação é uma peça improvisada sem título, subdividida em cinco partes, contando com o baixista Frank Wollny. Não há muito o que dizer sobre a música de Frank Wright, desta gravação, pois a sua música sempre falou por si mesma, é só conferir nos comentários deste post.
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quinta-feira, março 07, 2013
Hans Dulfer - El Saxofón feat. Frank Wright (1971)
Hans Dulfer é um saxofonista que nasceu em Amsterdam em 28/05/1940 e ficou conhecido pelo nome de "Big Boy", que é o título de um de seus discos. Nos anos 60 formou um quarteto de jazz funk, com o músico Herbert Noord no orgão Hammond. Posteriormente trabalhou com o cenário punk e é um músico conhecido no Japão, tanto que sua música teve certa influência no filme de animação Mindgame, de Masaaki Yuasa.
El Saxofóm conta com o quarteto de Dulfer composto por Jan Jacobs no baixo (apenas faixas 1 e 2), Steve Boston nas congas e timbales e Groentjie nas congas, timbales, vocais e narração.
Nas outras duas músicas (faixas 3 e 4), participam Frank Wright no tenor saxophone, sinos e vocals, Bobby Few no piano e percussion, Muhammad Ali na bateria, Jerome Hunter no baixo elétrico e John Schuursma na guitarra. Interessante é o comentário sobre este disco:
"Don't be fooled by the sleeve photo of Dulfer in flappers and daft hat - the music inside is hard as nails.
"El Saxofon" comes on like the bastard son of Sonny's "Jungoso" force fed a diet of speed and steroids and injected with the spirit of Sabu ....a monstrous banger of an album moving from cruiser weight Afro Cuban work outs to freeform blowing with Frank Wright joining Dulfer on tenor and bicycle bell (!).
So hang on to your hat it's gonna be a bumpy ride!"
for Catfish Netherlands from 1971.
Nos comentários saberá um pouco mais o que Frank Wright andou fazendo em Amsterdam no começo dos anos 70...
El Saxofóm conta com o quarteto de Dulfer composto por Jan Jacobs no baixo (apenas faixas 1 e 2), Steve Boston nas congas e timbales e Groentjie nas congas, timbales, vocais e narração.
Nas outras duas músicas (faixas 3 e 4), participam Frank Wright no tenor saxophone, sinos e vocals, Bobby Few no piano e percussion, Muhammad Ali na bateria, Jerome Hunter no baixo elétrico e John Schuursma na guitarra. Interessante é o comentário sobre este disco:
"Don't be fooled by the sleeve photo of Dulfer in flappers and daft hat - the music inside is hard as nails.
"El Saxofon" comes on like the bastard son of Sonny's "Jungoso" force fed a diet of speed and steroids and injected with the spirit of Sabu ....a monstrous banger of an album moving from cruiser weight Afro Cuban work outs to freeform blowing with Frank Wright joining Dulfer on tenor and bicycle bell (!).
So hang on to your hat it's gonna be a bumpy ride!"
for Catfish Netherlands from 1971.
Nos comentários saberá um pouco mais o que Frank Wright andou fazendo em Amsterdam no começo dos anos 70...
sexta-feira, janeiro 18, 2013
Frank Wright Quartet - Live In New York City Summer 1973
Frank Wright nasceu no dia 9 de Julho de 1935 na cidade de
Grenade, Mississipi, tocou baixo elétrico em sua juventude, tocou em grupos de
R&B em Memphis e Cleveland (cidade natal de Albert Ayler, onde o conheceu).
Ayler o inspirou a mudar para o saxofone tenor e Wright mudou-se para New York
no começo da década de 60 e ingressou no cenário do chamado free jazz e tocou
com Larry Young, Noah Howard, Sunny Murray e brevemente com John Coltrane e
Cecil Taylor. Sua primeira gravação foi em 1965 com seu trio composto por Henry
Grimes no contra-baixo e Tom Price na bateria pelo selo ESP. No fim dos anos 60
mudou-se para a França onde tocou com Noah Howard, Bobby Few, Art Taylor, Alan
Silva, Muhammad Ali e entre os anos 70 e 80 trabalhou na Europa e América do
Norte, gravou em pequenos selos na Europa com Peter Brötzmann e Marvin
"Hannibal" Peterson. Em 1988 participou de um concerto com o Art
Eensemble Of Chicago no Petrillo Bandshell em Chicago,IL. Suas últimas
gravações foram entre 1989-90 com um trio composto por Frank Wollny no
contra-baixo e o artísta plástico alemão A.R. Penck na bateria.
Frank Wright definitivamente foi um músico do underground,
jamais gravou por uma grande gravadora e seu nome é praticamente conhecido
apenas no gueto do free jazz. Mas seu estilo e sua música de certa forma foram
influência para outros músicos, como Glenn Spearman, Sabir Mateen, Charles
Gayle, e Thomas Borgmann por exemplo. Sem dúvida o estilo de Ayler teve
influência, mas Wright desenvolveu seu próprio estilo no saxofone tenor.
Coltrane e Ayler são referência de espiritualidade no jazz, inclusive isto é exposto
diretamente em suas gravações, mas Wright também faz parte desta ala de
músicos, tanto que era conhecido como Reverend Frank Wright e para quem não se
desligou do seu lado espiritual, pode sentir isso em sua música. Digo isso pelo
fato de muitas pessoas que procuram racionalizar este tipo de música, sendo
pelo lado horrível de análise teórica musical, como um manual técnico de
química, matemática e física ou como uma palestra de pós-graduação em história
da arte e estética. Ora, por esses motivos que me abstenho de várias conversas
sobre música, um tempo gasto numa ode à vaidade do acumulo de dados de
conhecimento que apenas levam à centenas de artigos e livros que são
substituídos por sessões de audição (cá entre nós, é bem mais agradável), sem
contar que muitos aspectos jamais poderão ser descritos, literalmente falando.
Afinal, são sentimentos...
Bem, o outro motivo deste post é sobre esta gravação do
quarteto de Frank Wright composto por Bobby Few: piano e voz, Alan Silva:
contra-baixo e voz e Harold E. Smith: bateria e voz. São duas peças de
improvisação com cerca de 40 minutos cada e sem título, captadas durante o New
York Musicians Festival no verão de 1973. Nos comentários do post.
Obs.: Não posso aceitar a arbitrariedade equivocada dos
orgãos que lidam com direitos autorais e fonográficos (na real esse lance todo,
é sobre o vil dinheiro) e sigo tentando divulgar a arte de pessoas que na minha
simples e particular opinião, merecem ser reconhecidas. Espero que as cabeças
de granito finalmente entendam que este weblog não quer lucrar um centavo
sequer às custas da arte alheia. Se outras pessoas usaram os arquivos que eu
disponibilizei, de forma inapropriada, me isento com a consciência limpa de
tais fatos. No mais, vamos celebrar a música de Frank Wright!
PS.: Esta gravação é um bootleg, logo, deixem-me em paz. (orgãos de direitos fonográficos, etc)
PS.: Esta gravação é um bootleg, logo, deixem-me em paz. (orgãos de direitos fonográficos, etc)
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sábado, março 27, 2010
Frank Wright - Church Number Nine

Não é por acaso que o saxofonista nascido no Mississipi em 1935 era chamado de reverendo. Sua música mesmo tendo a forma livre que se denominou free jazz, sempre teve forte ligação, influência do gospel, a música cantada e tocada nas igrejas protestantes na América do Norte. Dentro do gospel, estão os elementos do blues e o que chamam de spiritual. Wright deu continuidade ao que foi iniciado com Ayler e Trane, até deixar este mundo em 1990, exilado de sua terra natal.
Church Number Nine é dividido em 2 partes, onde os músicos deixam o espírito fluir com total liberdade e intensidade que se pode sentir desde a primeira nota e batida. Wright está acompanhado do saxofonista Noah(Noé) Howard, que também possui uma sólida carreira no obscuro meio do free jazz dos anos 70, assim como o pianista Bobby Few. Agora como baterista, tenho que ressaltar a presença de Mohamed Ali, irmão de Rashied. Com certeza Mohamed seguiu as diretrizes lançadas pelo pioneiro Sunny Murray, além dos grandes veteranos de outras fases da música instrumental americana. Eu particularmente lamento a injustiça cometida em Mohamed, coisa que seu irmão não passou por conta de ter acompanhado Coltrane em sua última fase. Sem querer desmerecer o grande talento de Rashied, Mohamed ofereceu uma sonoridade mais interessante e intensa, em minha particular opinião. Um ouvinte mais atento poderá perceber este algo a mais em Mohamed, que não está só ressoando nas peles e pratos, a atmosfera que ele cria na música.
Voltando as atenções em Frank Wright, é notória a sua força no saxofone, digamos que Wright é a versão mais espiritual e ligada à Deus, de Peter Brötzmann. Brötz é a força da criação artística e Frank da espiritual, ambos com a mesma liberdade, intensidade sonora.
Enquanto Brötz continua sua jornada sonora na arte livre, Frank deixou seu legado, seus salmos, crônicas, testamento muiscal, alguns poucos com palavras e grande parte com gemidos inexprimíveis.
Clique na foto da capa para acessar o arquivo.
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