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sábado, março 21, 2015

Rudolph Grey ‎– Mask Of Light (1991)

O guitarrista Rudolph Grey, além de seu grupo Blue Humans que já teve a colaboração de Arthur Doyle, Beaver Harris, também mantém a ligação com o que chamam de "free jazz" em sua gravação autoral Mask Of Light. Além da participação de seu parceiro musical no Blue Humans, o guitarrista Alan Licht, que também teve constante participação no chamado cenário No Wave de New York e participou de trabalhos com Lee Ranaldo (Sonic Youth). O saxofonista Jim Sauter tem um longo percurso musical, tendo em comum com Licht, trabalhando com Thurston Moore e participado de uma faixa do Murray Street (Sonic Youth), e também tocou com o God Is My Co-Pilot. O baterista que inevitavelmente estará associado ao nome de John Coltrane, é Rashied Ali. É interessante ouvir Rashied em outro contexto musical, como em seu solo em Implosion 73 seguido de Jim Sauter, que traz à memória o longínquo tempo de Interstellar Space. Mas a distorção de Grey e Licht nos transporta de volta aos tempos caóticos do final do século XX, quando o rock daria o seu último suspiro de sua essência. Calma, o rock não morreu, mas o que temos hoje em dia são re-edições, assim como o pedal de distorção Bigmuff é facilmente encontrado aos montes em lojas de instrumentos musicais da rua Teodoro Sampaio em São Paulo. Mas isso é um outro assunto. Por enquanto como sempre, nos comentários.

segunda-feira, abril 22, 2013

Blue Humans ‎– Live In London 1994

Blue Humans é o grupo do músico, compositor e escritor Rudolph Grey, que além de guitarrista notório do cenário no wave e free jazz de New York, também escreveu o livro Nightmare Of Ecstasy (1992), uma biografia do diretor de cinema Ed Wood. Blue Humans já teve a participação de músicos como Arthur Doyle e Beaver Harris em suas diversas configurações e neste registro ao vivo de 1994, Grey optou por um trio formado por dois bateristas, Tom Surgal, percussionista de New York, que já gravou com Thurston Moore e é membro do grupo de música experimental White Out e Charles Gayle (?!). Pois é, foi uma grande surpresa e até pensei em algum erro de dados, pois nunca tive contato com algum registro do lendário saxofonista empunhando um par de baquetas além do saxofone e piano. Não que isso seja unanimidade, pois o saxofonista John Gilmore, que foi membro da orquestra de Sun Ra por décadas, também foi percussionista. Foram registrados dois momentos, dia 28/07 no The Garage e 29/04 na loja de discos Rough Trade. Em Live In London Grey aparentemente preferiu colocar a bateria em evidência com um peso brutal. Nos comentários do post.

segunda-feira, março 28, 2011

Arthur Doyle Quartet: Live @ The Cooler (1995)

Arthur Doyle ainda soa um nome obscuro no cenário músical, mesmo sendo homenageado na música "Kim Gordon and the Arthur Doyle Hand Cream" no disco Sonic Nurse (2004) do Sonic Youth e as frequentes declarações de Thurston Moore sobre a influência do free jazz e Doyle na sua trajetória musical. Doyle nasceu em Birmingham, Alabama, 25/06/1944, tocou em grupos de R&B, participou do importantíssimo registro do free jazz, o disco Black Ark de Noah Howard, como também seu próprio registro sob seu nome, o Alabama Feeling. Passou longos 5 anos preso por falsas acusações, onde compos cerca de 300 peças, sem poder usar seu instrumento musical. O resultado está em Songbook (1992), Songwriter (1994), e Do the Breakdown (1997). Arthur Doyle tem uma afinade com guitarristas, como se pode constatar em suas parcerias com Keiji Haino, Thurston Moore e seu velho parceiro Rudolph Grey, com quem desenvolveu o grupo The Blue Humans, ligado ao cenário No Wave de New York.
No Live at The Cooler, o quarteto de Doyle, que conta com Wilbur Morris no baixo e Tom Surgal na bateria, executa 3 peças onde predomina uma paisagem de ambiência sonora com destaque nas texturas criadas pela guitarra de Rudolph Grey e até em Flute Song, Doyle extrai uma sonoridade mais aspera e agressiva. Clique na imagem para acessar o arquivo e adentrar na atmosfera surpreendente e criativa de Arthur Doyle.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Arthur Doyle - No More Crazy Women

Em sintonia com o blog Free Form, Free Jazz de Fabricio Vieira, este blog dedica um espaço à Arthur Doyle que é um artísta digno de respeito e conhecer seu trabalho, é uma rica e gratificante experiência musical.
Realmente é muito tacanho se deparar com os mesmos artigos de sempre, inclusive na midia digital, sobre o free jazz ou a música mais ousada que teve início no fim dos anos 50 sob a fundação nominal oficial de Cecil Taylor e Ornette Coleman. Com tantas ferramentas para acessar quase todo o tipo de informação, ainda frequentam nomes mais do que "manjados" ou digeridos nas pequenas rodas de conversa sobre este tipo de música em São Paulo, ou seja, gravações de John Coltrane e Pharoah Sanders dos anos 60, Art Ensemble Of Chicago, quando não muito, Peter Brötzmann. Parece um sintoma das recentes apresentações destes artístas por aqui. Um amigo ligado ao ramo do comércio cadavérico do formato LP de vinil, me relatou que a procura por material de certos artístas, que até acumulavam poeira nas prateleiras, acabam sendo solicitados por conta destas recentes performances. À alguns anos atrás, podíamos comprar discos de Trane, Pharoah, Sun Ra, AEOC, por preços que não pagavam uma pizza de mussarela de entrega à domicílio. Bem, vamos ao que interessa.
Arthur Doyle é mais um dos renegados músicos do free jazz e consequentemente do verdadeiro underground. Até hoje permanece na obscuridade, mesmo com a ajuda de nomes conhecidos como o Thurston Moore do Sonic Youth. O interessante é que Doyle se envolveu com o pós-punk e a cena No Wave de New York, que tem nomes bem conhecidos, como Brian Eno, Arto Lindsay, Elliot Sharp, Lydia Lunch, Glenn Branca (e sua orquestra de guitarras em que os membros do Sonic Youth se conheceram), etc. Este envolvimento de Doyle gerou o grupo The Blue Humans em parceria com o guitarrista Rudolph Grey, que tocou no grupo Mars, ligado diretamente ao cenário No Wave, que também teve a participação do baterista Beaver Harris, que acompanhou por um bom tempo, Archie Shepp, Charles Gayle, outro músico que passou maus bocados, também colaborou com o The Blue Humans e Thurston Moore.
No More Crazy Women tem esta ligação com a No Wave de New York, como se percebe nas manipulações de sampler entre as músicas executadas pelo trio formado por Rashied Sinan na bateria e o baixo de Wiber Morris. A sonoridade do saxofone de Doyle é marcante e original, aliadas ao seu canto, explode em lirismo e força primal. Anos atrás, Doyle uniu forças com o exilado baterista Sunny Murray, sim, o pai da bateria do free jazz (o qual o tenho como grande influência na concepção do instrumento) e gravaram um belo disco e fizeram apresentações na europa. Já está mais do que na hora de conhecer o trabalho de Arthur Doyle e uma pequena parte desta arte você pode acessar clicando na imagem acima. Aprecie à vontade, sem necessidade de moderação. Ah, a capa é responsabilidade da grande artísta multimidia Cindy Sherman.
 
 
Studio Ghibli Brasil