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quinta-feira, dezembro 31, 2015

Feed Your Head ‎- The Missing Sound Of Laughter (1989)

The Missing Sound Of Laughter foi o segundo LP do Feed Your Head, lançado pelo selo da banda, Crucial Climate, em 1989. Aos poucos, graças à internet, mais material do FYH vem surgindo, algumas gravações de shows e compactos, e claro, o Sonorica publicará o material disponível, afinal o Feed Your Head é um dos prediletos da casa. Nos comentários. Assim encerrando o ano de 2015 com uma das bandas mais criativas do punk rock que surgiu nos anos 80.

quinta-feira, julho 31, 2014

Death – Spiritual Mental Physical (1976)

Sem dúvida nenhuma o redescobrimento e reconhecimento do trio formado pelos irmãos Hackney, muda a história do punk rock. Até então, o que se chamava de proto-punk (detesto este rótulo), com bandas enquadradas nesse "estilo", como The Stooges e MC5 e até bandas anteriores como os primórdios, como The Troggs e The Sonics, o  Death já tinha formatado a base do punk rock desde 1974, três anos antes do rótulo punk vir à tona e até precedendo o que viria nos anos 80, o pós-punk chamado de hardcore.
Spiritual-Mental-Physical é uma compilação de gravações de demo-tape realizadas entre 1974 e 1976, sendo que sete das músicas foram gravadas no chamado "The Room" com um gravador de dois canais estéreo em Detroit, Michigan.
Num mundo cada vez mais de memória curta, onde muitos das novas gerações acham que tudo veio pronto e que outras coisas brotam do nada, que basta buscar na "wiki", no "google" ou "youtube", este pequeno espaço virtual presta sua homenagem à um dos grupos mais criativos que transformaram o rock'n'roll numa música muito mais ousada desde a sua criação. Todos aqueles que se identificaram com o punk e o hardcore, certamente devem agradecer à Bobby Hackney, David Hackney e Dannis Hackney por sua música. Nos comentários.

quinta-feira, junho 06, 2013

Target Of Demand / Stand To Fall - Split LP (1988)

Este split album foi o primeiro registro do Target Of Demand após sua demo-tape de 1987. Stand To Fall também estreou neste split. Infelizmente não encontrei informações da banda, que lançou seu último registro, o cd Fear, em 1993 pelo selo austríaco CCP Records. A primeira vez que ouvi o Target Of Demand foi através deste disco, que meu amigo tinha recebido pelo correio da Alemanha. Sem dúvida uma das melhores bandas do cenário hardcore punk da Austria nos anos 80. Eu tinha publicado aqui sobre seu primeiro LP, o Gruss, de 1989, mas o link não funciona mais porque bloquearam minha conta do Mediafire e também escrevi à respeito disso. Mas já providenciei um novo link para o Gruss, porque é um ótimo disco de hardcore e mesmo sendo de um selo um pouco mais conhecido, o We Bite Records, por aqui ele praticamente não existe. Mais de Target Of Demand e Stand To Fall nos comentários e segue o trabalho deste weblog.

*PS.: Aqui neste link, você escutar o split: Target Of Demand / Stand To Fall - Split LP (1988)

quinta-feira, janeiro 31, 2013

Arthur Doyle's Free Jazz Soul Orchestra ‎– Bushman Yoga (2007)

Ano novo, vida nova, nova hospedagem e assim segue a esperança de continuar a divulgar arte em forma de música sem obstruções corporativas.
Arthur Doyle é um dos prediletos da casa com sua arte única e está entre os sobreviventes da luta pela música criativa e livre de classificações e normas convencionais. Sua trajetória de vida passa por momentos difíceis, como seu injusto encarceramento, que nas entrelinhas se encontra o racismo. Hank Mobley passou por situação semelhante, gerou frutos: o album Slice Of The Top. Doyle compôs The Songwriter e centenas de composições quando esteve até privado de tocar seu saxofone.
Doyle não se limitou ao rótulo free jazz e transitou no solo fértil do manifesto artístico chamado de No Wave e fez parceria com o músico Rudolph Grey no grupo The Blue Humans. Apesar do nome Arthur Doyle até hoje ser de certa forma desprezado pela mídia musical, segue no árduo trabalho de fazer música e um de seus projetos, foi o Arthur Doyle's Free Jazz Soul Orchestra. Free Jazz Soul não quer dizer que você irá deparar com um free jazz e o groove da soul music. Estas três palavras são empregadas por Doyle de maneira fundamental, não como denominações estilísticas musicais. São cerca de 72 minutos divididos em 12 peças improvisadas numa jornada sonora onde são exploradas de maneira única, sopros, vozes, sons eletrônicos e percussivos. Quem conseguiu a tempo compartilhar dos dois compactos de Doyle que postei aqui (antes de ter minha conta do MediaFire suspensa), pode esperar o mesmo alto nível da arte de Doyle. Segue nos comentários do post o acesso ao Bushman Yoga.
Enfim, quem aprecia a arte de Arthur Doyle e tiver condições financeiras e amor à música, pode contribuir com Doyle comprando seus discos que estão disponíveis nos catálogos das gravadoras, lembrando que Doyle é um legítimo músico underground e outsider, logo, a venda de um simples CD sob seu nome, é uma contribuição em tanto!

sexta-feira, novembro 25, 2011

Sabu Toyozumi em São Paulo

Sabu Toyozumi nasceu em 1943, Tsurumi - Yokohama. Aos 10 anos começou tocando em bandas de marcha e tocando com amigos e aos 17 deu início sua carreira profissional, sendo que em 1969 começou a tocar bateria no estilo livre, formando um duo no ano seguinte com o saxofonista Mototeru Takagi. Em 1971 se tornou membro da AACM e tocou na Europa, Indonésia, África, Nepal, India, Burma e inclusive no Brasil em 1974. Nos anos 80, tocou no Japão com Misha Mengelberg, Wadada Leo Smith, Derek Bailey, Paul Rutherford, Sunny Murray, John Russell entre outros. Em 2001 tocou com Fred Frith em San Francisco, com Wadada Leo Smith no CalifoniaInstitute Of Art e uma turnê em Cuba. Em 2004 inicou uma turnê para Mongolia, Coréia, Lituânia e Russia. Em 2005 o Sabu Toyozumi Project participou do Mopomoso festival em Londres com John Russell, Evan Parker, Lol Coxhill, Paul Rutherford, Phil Minton, Marcio Mattos, John Edwards, Roger Turner, Stefan Keune, Steve Beresford, John Butcher, Phil Wachsmann, Chris Burn, Terry Day e Veryan Weston.
No mês de Dezembro, Sabu estará em São Paulo para realizar apresentações e workshop.
Bem, creio que este video é uma pequena amostra da arte de Toyozumi e mesmo assim explica bem melhor do que mil palavras. Este texto é apenas um resumo de usa carreira.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Let me free! Let me free!! ...and do not bother me.


Enquanto o mundo se auto destrói em todos os sentidos, afinal a vida não é só plantinha, água, greenpeace, etc, (calma, não sou contra o ativismo ecológico, desde que praticado de forma coerente) antes de nos importarmos com as baleias, devemos nos preocupar com os seres vivos dominantes do planeta Terra, que é o ser humano. Se não cuidarmos de corrigir a nós mesmos, não há condições de nós metermos o bedelho no engajamento ecológico. Mas esta questão é extremamente extensa e este não é o foco neste pequeno espaço, pois abordar o segmento da controversa e polêmica definição de arte já é um grande enfado. Ficar teorizando ou tentar estabelecer uma definição absoluta do que é arte é uma tremenda perda de tempo e falta do que fazer.
Ainda perduram questões em relação à música, que também é um campo vasto de perder a vista. Mesmo se restringirmos a um estilo ou linguagem específicos, ainda continuará fora de nosso alcance e controle. Sempre escapará entre as garras de nossa racionalidade limitada e correrá livre, indomável, se locomovendo segundo a sua própria vontade.
Ultimamente tenho captado diversas discussões sobre o que chamam por aí de Improvisação Livre e colocam no mesmo balaio o Free Jazz e a tal da Música Experimental. Na realidade em minha opinião particular, que só tem relevância para minha pessoa, acho tudo isso uma perda de tempo. (Não que seja nocivo jogar conversa fora, aliás isso é divertido como lazer, faz bem até. Afinal quem aguenta um colega que inicia um papinho de firma em pleno churrasco depois de 4 meses sem feriado? Misericórdia! Aquele dia de folga que passa voando, que se tem a oportunidade de desplugar a tomada da rotina de trabalho e se descontrair com seus amigos, vem um colega te lembrando das metas e planilhas do dia seguinte?! Por isso eu trinco geral com Jesus: "Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." - Mateus cap.6, v.34)
Que se dane a Improvisação Livre e o Free Jazz, a música de Vanguarda, o experimental, o Xenakis, o Coltrane, os Beatles!!! Caramba, um bando de marmanjos e muitos já com seus fiapos grisalhos, com picuinhas vergonhosas que constrangem até um gurí da creche.
Um dia, alguém com muita imundice no coração proferiu a seguinte afirmação: "Conselho bom não se dá, se vende" ou "Se o conselho fosse bom, não se dava de graça" Meus Deus! Olha só que coisa abominável! Mais uma síntese de mesquinharia, egoísmo humano. Eu tô fora dessa, se eu tiver um bom conselho, eu dou de graça, com toda satisfação e convicção. E o conselho que eu dou para os nóias e fiscais da teoria da arte, da música, etc, é que parem um pouco com tudo, vão à barraquinha e comprem uma água de côco verde bem fresca e gelada, sentem à sombra e contemplem o céu, as árvores, os pássaros, as crianças brincando no parque e agradeçam por este momento maravilhoso.
Bem, eu vou continuar a fazer música, tocar Improvisação Livre (hahahahaha), independente de minha amada, minha família, meus amigos e colegas gostarem ou não. O farei com alegria e amor, pois isso é para a glória de Deus, que me presenteou com essa pequena capacidade de criar arte, fazer música, mesmo que meu amigão que gosta de Metallica ache a minha música uma chatice ou coisa de gente doida, pois ele é meu amigo, gosta de mim pelo que sou como pessoa e não pelo supérfluo motivo de gosto musical.
A Improvisação Livre, o Free Jazz, a música contemporânea de vanguarda, a música experimental, eletro-acústica não mudaram o mundo, apenas tornaram o mundo particular de cada indivíduo envolvido, em um mundo melhor. A verdadeira revolução não depende de um partido político, um movimento social coletivo, armas, foices, estrelas e bandeira vermelha e muito menos uma letra "A" com um círculo em volta, ela se dá dentro de cada pessoa, mudança de comportamento e pensamento pessoal.
Viva a música livre e criativa! (teorias do lado de fora, por favor...hahahahahaha!)

"Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?" - Mateus cap.6, v.25
"Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece." - Tiago cap.4, v.14
"Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" - Mateus cap.15, v.14

sábado, julho 24, 2010

Napalm Death - Hatred Surge demotape (1985)

Um pouco de suavidade sonora para os ouvidos. Nesta demotape de 1985, o Napalm Death não tinha desenvolvido sua velocidade característica e ainda soava como as bandas européias do punk. Mas no ano seguinte já se pode reconhecer o N.D. do lp Scum, o grande ícone do sub-genero grindcore. Clique na foto para acessar o arquivo.

quarta-feira, julho 14, 2010

Vandermark 5 - Annular Gift (2009)

Ken Vandermark toca saxofone tenor, barítono, clarinete em sí bemol, clarinete baixo, é compositor, fotógrafo, lidera e participa de dezenas de projetos musicais, de trabalhos solo à grandes conjuntos. Também é um dos principais artístas que trouxe renovação e inovação ao cenário do free jazz em Chicago e mundial. O quinteto Vandermark 5 é o seu principal projeto e trouxe grande renovo ao estilo, unindo a tradição do jazz, a liberdade da improvisação livre e elementos de diferentes estilos, como o funk e o rock. Diferente de seus antecessores, como Herbie Hancock a sonoridade do V5 tem mais haver com o funk de grupos como o Sly And The Family Stone e o Funkadelic de George Clinton, que fundiu o ritmo dançante com o peso do rock dos anos 70 e o rock psicodélico e progressivo de bandas como The Grateful Dead, King Crimson e MC5. Mas também se amplia nos territórios da música experimental, da música jamaicana, punk rock e música erudita de vanguarda. Uma característica das composições do V5, são as homenagens dedicadas a vários tipos de artístas, de Jackie Chan à Mark Rothko, que segundo Vandermark, não remetem ao estilo do homenageado na composição e sim, são como uma carta de agradecimento pelo impacto de sua arte. Já passaram pelo V5, o saxofonista Mars Williams, que participou em uma faixa do disco The Mind Is A Terrible Thing To Taste do Ministry, o baterista Tim Mulvena que agora toca no The Eternals e o trombonista e guitarrista Jeb Bishop. A entrada do violoncelista Fred Lonberg-Holm, trouxe uma grande diferença à sonoridade do quinteto, com suas texturas sonoras criadas pelos efeitos eletrônicos e acústicos. Sem dúvida, o Vandermark 5 é um dos grupos mais criativos de free jazz da atualidade e vale a pena conferir. Clique no título no link para acessar o arquivo: V5 - AG

*Se possível, contribua com o trabalho de Vandermark comprando seus discos, pois é um artísta independente e não tem o suporte de grandes selos e patrocinadores.

quinta-feira, julho 01, 2010

Rammellzee (?/?/1960 – 27/06/2010)




























Um artísta incrível, ao contrário da longevidade dos dois últimos que escreví neste blog, se foi apenas aos 49 anos de idade. Uma coluna da cultura hiphop e da arte de New York encerra sua trajetória. Se o graffiti que está tão em alta nestes tempos, foi Rammellzee quem o fundamentou na forma como o conhecemos e é um de seus pioneiros. Grafiteiro, rapper, estilista, não importa o "rótulo", e sim a sua arte extremamente criativa. Se quiser conhecer mais sobre o mentor do Gothic Futurism, acesse os links abaixo:


http://www.gothicfuturism.com/
http://www.myspace.com/rammellzee

sexta-feira, junho 18, 2010

Bill Dixon se retira...


Pois é, o Bill Dixon se foi... como se foram muitos outros. Chegou o seu tempo, não o que nós queremos, mas digamos(independente de questões religiosas), foi o tempo de Deus. William Robert Dixon se foi aos 84 anos de idade maneira serena com seus familiares, depois de lutar por 2 anos de uma enfermidade, segundo o obituário ofcial. Consequências da vida, não se vive para sempre, salvo alguns casos, que se vai um pouco mais longe, mas não para sempre, como o casal turco Abdullah e Elif que chegou até os 113 e 110 anos até o momento. Tiveram uma vida saudável em todos os sentidos. Fred Anderson também não goza de boa saúde, segundo a comunidade de Free Jazz de Chicago a qual recebo notícias diárias. É assim mesmo, o tempo passa, os corpos humanos se desgastam e chega um momento em que a vida carnal tem seu fim, é inevitável. De poucos anos pra cá tenho ouvido falar de Bill Dixon pelas novas gerações, talvez tenha ganho destaque por conta de sua recente gravação com a nova geração, como o também trompetista Rob Mazurek. Mas infelizmente as pessoas não estavam interessadas em pesquisar sobre Dixon, que não tem um material tão difícil de se encontrar. Enquanto o foco estava em outros ícones da música por conta de relançamentos em midia, como John Coltrane, Sun Ra, apresentações musicais como a volta do Art Ensemble Of Chicago, Dixon continuava sua trajetória desde os anos 60. As pessoas mais jovens ficam sentidas quando um veterano morre e muitas vezes é um sentimento um tanto quanto egoísta da pessoa, que quer estar mais próxima de alguma forma, e há uma sensação de perda em vários níveis. Os familiares e amigos naturalmente passam por isso, pois se perde muito mais que um nome ou um som, mas um pai, um amigo... Me lembro quando morreu o baterista Max Roach, o qual conhecí pessoalmente apenas em 2000, depois de começar a conhecer seu trabalho em meados dos anos 90. Ora, Max Roach estava na ativa desde os anos 40. Não fiquei triste com sua morte, pois soube que ele se foi de forma tranquila ao lado da família. Então me deu uma saudade, de ouvir novamente aquela bateria que "falava", de suas opiniões sobre a música em seus depoimentos e entrevistas. Coloquei suas gravações para tocar e apreciar sua arte. Contemplei toda sua obra e pensei comigo mesmo que ele tinha feito tudo que podia pela arte, e foi muita coisa. Deixou um legado, um importante registro na música e ainda ajudou a mudar o rumo dela. Max Roach cumpriu a missão e se foi em paz.
Creio que não foi diferente com Bill Dixon. Não vou aqui regorgitar o que já está publicado em vários tipos de mídia. A sua arte fala por sí só. Quem quiser que ouça o som de seu trompete ou as cores de suas pinturas. Dixon se foi em paz e também cumpriu a missão e deixou um legado. Como na foto acima, Bill abre passagem para outras gerações continuarem a passar pelos corredores e subir as escadas e chegar a outros lugares.

Quem quiser conhecê-lo: http://www.bill-dixon.com/


quinta-feira, junho 03, 2010

Rashied Ali e Sirone são homenageados no site oficial do Vision Festival












Clique nas fotos para acessar os artigos no site do Vision Festival.

O Vision Festival é organizado pela Arts For Art, Inc., organização multicultural sem fins lucrativos cujo objectivo é construir o conhecimento ea compreensão do avantjazz relacionadas com movimentos expressivos e incentivando ao mesmo tempo um senso de comunidade entre os artistas e seu público. Suas atividades principais são a apresentação da música, inovadora e criativa, a dança, espectáculos multi-media, palavra falada, e da exposição de artes visuais. Arte Pela Arte, Inc. é especialmente dedicada à apresentação da música americana inovadora a partir de uma perspectiva afro-americana e tradições. Avantjazz é uma conseqüência direta do jazz, da música historicamente do africano-americano. No entanto, avantjazz foi ganhando audiência em todo o mundo e artistas de todas as culturas. Assim, a programação é multi-racial, reflexo deste desenvolvimento de avantjazz em uma música multi-cultural. Música inovadora que vem sendo desenvolvida no lado inferior do leste de New York (U.S.A.), aclamado no mundo inteiro e apoiado, permanece sub-exposta e sem suporte no seu lugar de origem. Assim, os objetivos são reconhecer e manter o legado dessa arte, enquanto assegurar o seu futuro através da criação de um lugar para o seu desenvolvimento. Desde o início de artes para o festival de arte e visão levaram uma mensagem de consciência social clara. A própria instituição de artes para a arte é um ato político de auto-determinação. A.F.A. mantém a crença de que a arte realmente move as pessoas e que, para mover as pessoas é um ato político poderoso.

Arts For Art, Inc. - 107 Suffolk Street #3.5 - New York, NY 10002

phone: (212) 254-5420, event info: (212) 696-6681, fax: (212) 254-5420

General Information, Press Contact, Vision/RUCMA Series: info@visionfestival.org

quarta-feira, junho 02, 2010

Improvisação Livre e Free Jazz no Brasil, temos um futuro?

Num sábado típico de outono de céu limpo e ensolarado com baixa temperatura, encontrei com um amigo, o músico especializado em Improvisação Livre, Antonio "Panda" Gianfratti. Enquanto ele consertava suas peças de bateria no luthier, conversamos sobre vários assuntos e principalmente sobre música. Basicamente lamentamos a distorção sobre o conceito musical difundido no Brasil, do modelo equivocado e segmentado que faz escola até os dias de hoje, como se fosse uma tradição à zelar. Comentei que fui à uma escola de música especializada em Jazz e o professor me disse que suas aulas se baseavam no estilo do trompetista norte americano Woody Shaw. Ótimo trompetista, mas eu caí fora, pois não creio que este seja o melhor método de ensino para um instrumento, centralizando no estilo de um músico em particular e se fosse apenas usado como um de inúmeros exemplos, poderia ser positivo na didática. Este assunto veio à tona pois estávamos na região da rua Teodoro Sampaio, conhecida como rua dos músicos, pela alta concentração do comércio de instrumentos musicais, algumas escolas de músicas e onde ocorrem algumas apresentações musicais. Alí naquelas três quadras vemos o efeito do modelo imposto e sua consequente padronização de produtos. Dificilmente se encontra um instrumento como oboé, fagote, saxofone sopranino ou outros modelos e marcas de instrumentos mais conhecidos, como saxofones e guitarras. Automaticamente esta padronização se transferiu aos músicos, suas referências e estilos. Inúmeras vezes presenciei performances de ótimos músicos no quesito técnico, mas desprovidos de personalidade. Falando em personalidade, quando já estava para se encerrar uma performance musical semanal que é promovida por uma loja de instrumentos musicais que o público prestigia na calçada, nós estávamos perto e o Panda ouviu o som do saxofone tocando e disse-me: "Parece o Fábio". Eu respondí que poderia ser, pois ele costuma tocar naquele local. Fábio participou do projeto ao qual o Panda é desenvolvedor, o grupo de Improvisação Livre Abaetetuba, que hoje tem a maioria de seus membros radicados na Europa. Fábio havia se afastado do grupo por divergencias musicais e naquela tarde se reencontrou com o Panda depois de muitos anos. Quando Fábio terminou sua apresentação, se uniu a nós na copnversa que se prolongou até certa hora da noite. Discutimos os rumos da improvisação livre, os avanços dela nos países europeus, das dificuldades de espaço e mantimento do cenário musical que é naturalmente restrito em todo o mundo. Em certo momento, Panda contou da sua frustração de não poder ficar residindo na Europa, onde alguns anos atrás, teve a oportunidade de fazê-lo e poder desenvolver seu trabalho ao lado de grandes improvisadores do cenário europeu e aconselhou ao Fábio, que aproveitasse enquanto tivesse tempo oportunidade, pois é uma grande experiência à se vivenciar. Mas o fato do Panda não poder ficado naquela época, teve seu propósito, pois ele se mantendo aqui no Brasil, fez uma sólida parceria com o músico suiço radicado em São Paulo, Thomas Rohrer, que juntos, mantiveram vivas as possibilidades de haver algo mais consistente por aqui. Também não o impediu de novamente ir à Europa e ter novas experiências e fazer novas alianças com outros músicos, como foi o caso do William Parker. E o trabalho desta dupla abriu uma porta para outros músicos, como a jovem pianista Michelle Agnes e até este que vos escreve que teve o privilégio de participar de bons encontros musicais após 2007.
Como eu disse ao Panda e ao Fábio, talvez em 10 anos, contando com o fim das barreiras de acesso à informação com o advento da rede mundial de comutadores que nos fornece amplo acesso e de forma simultânea com os
outros países possamos vislumbrar um cenário de música de improvisação livre, mesmo que restrito, mas sólido e contínuo em São Paulo ou até em outras partes do Brasil.

sexta-feira, abril 16, 2010

Charles Gayle Quartet - Always Born (1988)

Charles Gayle tem sido para mim uma fonte de inspiração ao lado de Giuseppi Logan, que tem resistido e sobrevivido aos duros anos no obscuro caminho do free jazz. Gayle mesmo sendo contemporâneo de grandes nomes da música livre, só teve registro fonográfico no fim dos anos 80. Durante muitos anos se alojou em prédio abandonados em New York e segundo ele, o que o manteve vivo foi a Bíblia e a pratica do seu saxofone. Foram tempos difíceis, longos e frios invernos. Mas finalmente Gayle tem um lar, assim como Logan também agora possui e principalmente, retornaram ao cenário musical. Gayle tem tocado na Europa e Logan acaba de lançar um cd depois de décadas de inatividade e anonimato.
Gayle tem uma forte personalidade musical, uma torrente sonora é lançada ao ar pelo seu saxofone. A maioria de suas músicas, que tem como tema as escrituras sagradas e o cotidiano, deixam fluir a linguagem do espírito de forma ininteligível às linguas criadas pelo homem, mas universalmente compreendido pela linguagem espiritual da música.
Always Born conta com a colaboração de John Tchicai nos saxes soprano e tenor. Tchicai participou da gravação de Ascension e foi membro de um dos grupos mais desafiadores da música livre, o New York Art Quartet. O baixista Sirone (Norris Jones) veio de uma longa carreira musical, já trabalhou com Sam Cooke e Smokey Robinson, Ornette Coleman, Sun Ra, Pharoah Sanders, Albert Ayler, entre muitos outros, além de de ser co-fundador do grupo Revolutionary ENsemble, ao lado de Leroy Jenkins e Jerome Cooper. O baterista Reggie Johnson é de Chicago e logo se tornou membro da AACM, desenvolvendo parcerias com Anthony Braxton, Muhal Richard Abrams, Butch Morris, Roy Campbell, entre outros. São 6 músicas sendo que Coming Together são da autoria de Sirone e Nicholson e as demais de Gayle. Em comparação aos registros posteriores, como Repent, Shout!, Precious Soul, etc, Always Born possui uma atmosfera mais serena, mas é claro, não deixando de ter a intensidade do sopro de Gayle. Sem dúvida, uma bela estréia e um registro essencial do free jazz.
Clique na imagem para acessar o arquivo.

quarta-feira, abril 14, 2010

Zillatron - Lord Of The Harvest (1994)

Já faz um bom tempo que o músico e produtor Bill Laswell lançou uma série entitulada de Black Arc Series, que criou uma nova dimensão para o funk com a participação de grandes músicos do gênero, como alguns membros dos grupos Parliament, Funkadelic e JB's como é o caso do multi-instrumentista Bootsy Collins. Segundo o release da gravadora, o projeto Zillatron é o funk desbravando os territórios da ambient music, techno, hardcore e além. Uma mistura de Funkadelic com Napalm Death. Bootsy tem uma personalidade musical marcante e algumas músicas lembram algo de sua Rubber Band, só que futuristica ou como dizem, cyberfunk. Outras como Exterminate e Bootsy And The Beast são a fusão do metal com o funk de fato, não da forma que ficou conhecida sob o famigerado nome de funk'o'metal. Aliás o tal do funk'o'metal apenas se limitou à tecnica de slap no baixo elétrico e vocais com a métrica do rap. Em Lord Of The Harvest, que foi dedicado ao velho companheiro, o guitarrista Eddie Hazel, que faleceu poucos meses antes da gravação, Bootsy conta com a participação do velho parceiro de P-Funk, o tecladista Bernie Worrell, além do guitarrista Buckethead, Bill Laswell e Umar Bin Hassan do Last Poets. Zillatron não é para fundamentalistas do funk e do metal e sim para ouvidos abertos à novas dimensões da música.
Clique na foto da capa para acessar o arquivo.
 
 
Studio Ghibli Brasil