quinta-feira, setembro 30, 2010

Encontro Musical de Free Improvisation Internacional - 01/10/2010


























Veryan Weston
- piano
(Inglaterra);
Trevor Wats - saxophone (Inglaterra);
Thomas Rohrer - rabeca (Suiça);
Antonio Panda Gianfratti - percussão (Brasil)


Local:
Buchanan's Lounge by Ranieri
Alameda Lorena, 1221 - Jardim Paulista, São Paulo
Dia e horário:
Nesta sexta-feira, dia 01 de Outubro às 20:30h

sábado, setembro 25, 2010

Arthur Doyle & Sunny Murray - Dawn Of A New Vibration (2000)

Mais um encontro histórico da música livre registrado entre dois grandes artístas. Arthur Doyle e Sunny Murray possuem muitos pontos em comum que vai além do território musical. Ambos passaram por muitas dificuldades e injustiças sociais, não que outros não tenham passado, mas vários fatos de suas vidas deixaram profundas cicatrizes na alma e no espírito.
Arthur Doyle permanece como um nome obscuro mesmo dentro do restrito cenário underground, do free jazz e ele mesmo não faz questão de reverter este quadro, preferindo se dedicar ao que realmente importa, fazer sua música, mesmo que isso lhe proporcione uma vida difícil. Sunny Murray é um exilado de sua terra natal, pois sabia que poderia acontecer se permanecesse nos EUA. Ambos tem o devido reconhecimento justamente em outro continente e isso não é novidade, pois seus antecessores tiveram que imigrar para Europa por um período para ter um mínimo de dignidade como artístas, como foi o caso de Duke Ellington, Max Roach, Dizzy, etc. Murray e Doyle tem participado do constante movimento da improvisação livre européia, que apesar de restrito, se mantém firme. E tem sido muito gratificante o encontro destas duas linguagens em encontros que muitas vezes se realizam em duos, tanto de Doyle e Murray com os improvisadores europeus.
Em Dawn Of A New Vibration encontramos um clássico de Murray, Giblets e Nature Boy, autoria de Eden Ahbez, composta em 1947 e se tornou um standard do jazz e da música popular depois da versão de Nat King Cole e que faz parte do repertório de Doyle.
Este formato em duo, em que um músico executa os sopros e o outro a percussão, resulta em um espectro muito amplo de liberdade sonora em particular. Para quem apenas tem como referência o Interstellar Space de John Coltrane e Rashied Ali, já está mais do que na hora de conhecer outras gravações tão maravilhosas quanto esta. Este formato se renova a cada geração como no caso do encontro de duas gerações, nos casos de Milford Graves e David, Murray, Chris Corsano e Paul Flaherty, Ken Vandermark e Paul Lytton, por exemplo. Clique na imagem do post para acessar o arquivo e conhecer mais um pouco da arte de Arthur Doyle e Sunny Murray.

quarta-feira, setembro 22, 2010

Arthur Doyle - No More Crazy Women

Em sintonia com o blog Free Form, Free Jazz de Fabricio Vieira, este blog dedica um espaço à Arthur Doyle que é um artísta digno de respeito e conhecer seu trabalho, é uma rica e gratificante experiência musical.
Realmente é muito tacanho se deparar com os mesmos artigos de sempre, inclusive na midia digital, sobre o free jazz ou a música mais ousada que teve início no fim dos anos 50 sob a fundação nominal oficial de Cecil Taylor e Ornette Coleman. Com tantas ferramentas para acessar quase todo o tipo de informação, ainda frequentam nomes mais do que "manjados" ou digeridos nas pequenas rodas de conversa sobre este tipo de música em São Paulo, ou seja, gravações de John Coltrane e Pharoah Sanders dos anos 60, Art Ensemble Of Chicago, quando não muito, Peter Brötzmann. Parece um sintoma das recentes apresentações destes artístas por aqui. Um amigo ligado ao ramo do comércio cadavérico do formato LP de vinil, me relatou que a procura por material de certos artístas, que até acumulavam poeira nas prateleiras, acabam sendo solicitados por conta destas recentes performances. À alguns anos atrás, podíamos comprar discos de Trane, Pharoah, Sun Ra, AEOC, por preços que não pagavam uma pizza de mussarela de entrega à domicílio. Bem, vamos ao que interessa.
Arthur Doyle é mais um dos renegados músicos do free jazz e consequentemente do verdadeiro underground. Até hoje permanece na obscuridade, mesmo com a ajuda de nomes conhecidos como o Thurston Moore do Sonic Youth. O interessante é que Doyle se envolveu com o pós-punk e a cena No Wave de New York, que tem nomes bem conhecidos, como Brian Eno, Arto Lindsay, Elliot Sharp, Lydia Lunch, Glenn Branca (e sua orquestra de guitarras em que os membros do Sonic Youth se conheceram), etc. Este envolvimento de Doyle gerou o grupo The Blue Humans em parceria com o guitarrista Rudolph Grey, que tocou no grupo Mars, ligado diretamente ao cenário No Wave, que também teve a participação do baterista Beaver Harris, que acompanhou por um bom tempo, Archie Shepp, Charles Gayle, outro músico que passou maus bocados, também colaborou com o The Blue Humans e Thurston Moore.
No More Crazy Women tem esta ligação com a No Wave de New York, como se percebe nas manipulações de sampler entre as músicas executadas pelo trio formado por Rashied Sinan na bateria e o baixo de Wiber Morris. A sonoridade do saxofone de Doyle é marcante e original, aliadas ao seu canto, explode em lirismo e força primal. Anos atrás, Doyle uniu forças com o exilado baterista Sunny Murray, sim, o pai da bateria do free jazz (o qual o tenho como grande influência na concepção do instrumento) e gravaram um belo disco e fizeram apresentações na europa. Já está mais do que na hora de conhecer o trabalho de Arthur Doyle e uma pequena parte desta arte você pode acessar clicando na imagem acima. Aprecie à vontade, sem necessidade de moderação. Ah, a capa é responsabilidade da grande artísta multimidia Cindy Sherman.

sexta-feira, setembro 17, 2010

Rouge no Dengon - Yumi Arai (Kiki's Delivery Service theme)




Lyricist/composer/arranger/singer: Yumi Arai (Yumi Matsutoya)
Japanese title: 魔女の宅急便
Japanese title (romanized): Majo no takkyubin (Witch's Delivery Service)
Director: Hayao Miyazaki
Original work: Eiko Kadono
Release date: 29/07/1989 - Studio Ghibli

quinta-feira, setembro 16, 2010

Abiodun Oyewole - 25 Years (1995)

Abiodun Oyewole é o outro remanescente do grupo Last Poets, responsável pelo que se conhece de rap hoje em dia. Muitos teóricos, principalmente os paulistanos que surgiram no início do séc.XXI nem tomavam conhecimento deste grupo de poetas do rítmo que atravessou décadas, com suas rimas acompanhadas de diminuta percussão. Não havia toca-discos e muito menos samplers para pano de fundo como é hoje em dia. Oyewole diz no último disco sobre o nome Last Poets: "No time for the bullshit rap". A poesia ritmada perdeu em muito para os malabarismos de palavras e bases feitas por produtores que tomaram o lugar dos dj's (quando dj era aquele que tinha a habilidade de tranformar um toca-discos em instrumento musical e não esta febre de dj's de ocasião que encontramos aos montes por aí, que mau sabem mixar uma música com a outra), claro que existem os casos que fogem à regra de mercado, como Mike Ladd e outros poucos, mas em muito se perdeu de seu frescor, qualidade poética e o último respiro de criatividade realmente inovador se deu no fim dos anos 80 e início dos 90, com grupos como De La Soul, A Tribe Called Quest, Arrested Development, etc. Dizem que o rap brasileiro vai bem e de vento em popa, mas eu tenho as minhas ressalvas. Mas não vou entrar no mérito desta questão em respeito ao meu vizinho que foi um dos fundadores do que se chama rap em São Paulo, Jr. Blow e seu Stylo Selvagem.
Abiodun Oyewole tem uma métrica agressiva e simples, conhecida como spoken word e que muitos atribuem somente a Gil-Scott Heron, mas o Last Poets foi pioneiro como precursor do formato de grupo de rap. Em 25 Years, Oyewole declama sua poesia crua mas cheia de sabedoria sob a sofisticada produção de Bill Laswell e seus colaboradores, como Henry Threadgill, que foi saxofonista do trio de free jazz Air, ao lado do baterista Steve McCall e o baixista Fred Hopkins e também além de compositor e arranjador, foi um dos membros originais da AACM. Também fazem parte desta colaboração, seu parceiro Umar Bin Hassan, também membro do Last Poets, os percussionistas Don Babatunde e Aiyb Dieng, o trompetista Ted Daniel e o guitarrista Brandon Ross, nomes que soam desconhecidos no meio comercial e superficial do que chamam jazz nas grandes mídias, mas produzem uma arte exuberante.
25 Years se trata de uma arte atemporal, que une o ancestral e o contemporâneo, o urbano e o tribal, a dureza da realidade das ruas e sua desigualdade social e a beleza da arte. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Ani-Kuri ep.15: Ohayō - Satoshi Kon (1963 - 2010)



Ani-Kuri ep.15: Ohayō (Good Morning) - Satoshi Kon, Madhouse Studio.
Ani-Kuri é a abreviatura das palavras anime e criadores e é uma série de 15 animações de 1 minuto veiculadas na tv estatal japonesa NHK entre 2007 e 2008 em 3 temporadas de 5 episódios.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Improvisação Livre Musical com Luo Chao-Yun, Michelle Agnes, Thomas Rohrer e Panda Gianfratti no CCSP nesta sexta feira dia 10/09/2010

Convite para concerto de Improvisação Livre Musical: A musicista taiwanesa Luo Chao-Yun que toca pipa, tradicional instrumento de cordas chinês vem se juntar ao Trio com Thomas Rohrer (sax e rabeca) , Michelle Agnes (cravo) e Antonio Panda Gianfratti (percussão).
As peças serão compostas expontaneamente no instante da apresentação, e a relação entre os instrumentos terá um carater inédito
. O espaço foi arquitetado pela sua ambientação sonora, e o som será absolutamente acústico, com a presença próxima do publico, gerando uma atmosfera de intimismo.

Apresentação:
Dia 10/9 - sexta às 21h Entrada franca (retirada de ingressos: duas horas antes de cada sessão) - Espaço Cênico Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro.

sábado, setembro 04, 2010

Ivo Perelman Quartet em São Paulo dias 9, 10 e 11 de Setembro


Bem, desta vez eu não fazer nenhum post, apenas vou republicar o que o Fabricio Vieira escreveu em seu blog Free Form, Free Jazz:

Ignorar um quarteto excepcional: um crime (inafiançável) contra os ouvidos e a alma

Não parece que está para acontecer um dos maiores eventos jazzísticos, em um bom tempo, por essas bandas. Na próxima semana, teremos a rara e inédita oportunidade de presenciarmos, no mesmo palco, alguns dos maiores nomes da música contemporânea: Ivo Perelman, Matthew Shipp, Joe Morris e Gerald Cleaver.
Esse quarteto, recém-reunido, faz sua estreia mundial em SP: nem norte-americanos nem europeus já viram esses caras juntos. E, percorrendo sites, blogs, twitters e afins, o que parece é que nada acontece. Com solitárias exceções, como a do antenado Vagner Pitta, do Farofa Moderna, nada tem sido dito.
A recente passagem de Pharoah Sanders gerou muito alvoroço dentre os que dizem s e interessar pelas alas mais radicais, experimentais e inventivas do jazz. Mas isso não surpreende: como tanto disseram por aí, Pharoah foi um dos últimos parceiros de Coltrane (então, vamos vê-lo! Simples assim, como se esse fosse seu único e grande mérito...). E esses caras? Tocaram com quem?
Esse quarteto-fantástico fará dois shows no Sesc das proximidades (Pompéia e Osasco) e mais um no interior (Bauru). E quem tem comentado? O problema deve ser de ignorância mesmo: ignora-se quem seja Matthew Shipp ou Joe Morris: simplesmente dois dos maiores criadores de sons vivos, que deveriam estar fazendo a apresentação principal de qualquer um desses ‘festivaizinhos de jazz’ que pipocam Brasil afora, estimulados apenas porquê “é fino ouvir e falar de jazz” e não devido à relevância das criações musicais brotadas nessa seara. O mais lamentável é que verba não é problema: afinal, todo ano Diana Krall, Madeleine Peyroux e John Pizzarelli estão tocando nas redondezas _e duvido que seus cachês sejam menores que os dos protagonistas dessa gig inacreditável que teremos a oportunidade de ver... Então, tudo resume-se à ignorância de muitos de nosso produtores, inconscientes do que ocorre no mundo contemporâneo do jazz _se estiver fora do âmbito (da lista de melhores) da Down Beat então... E quando alguma abençoada alma resolve trazer o que realmente importa, poucos notam.
Não estamos aqui falando de Brotz e seu “Full Blast” ou de Mats e o “The Thing”, com seus pesos roqueiros que, fatalmente, espantam o público médio. Pensemos em Matthew Shipp e a abrangência de seu trabalho. Sempre com genialidade e gosto apurado, Shipp tem se tornado um dos nomes do jazz mais abertos a novas sonoridades: gravou com os rappers do Antipop Consortium, os campos eletrônicos do DJ Spooky e o psy-guitar de J.Spaceman (sim, Jason Pierce, do Spacemen 3). Além disso, há o seu ‘NuBop’, grupo altamente moderno e sedutor. Neste ano, por exemplo, Shipp tem conduzido uma turnê em piano solo. Quero dizer: um cara como ele poderia já ter desembarcado por aqui em diferentes contextos, protagonizando festivais diversos. E quando chega a hora de o vermos, parece que apenas mais um pianista está para tocar em mais um show semanal do Sesc...
Sobre o Ivo Perelman, já falei mais extensamente por aqui (o post de abertura desse espaço foi dedicado à obra dele). Como que o mais importante nome do sax, do jazz, do free jazz, da improvised music já nascido no país NUNCA foi convidado para tocar em um desses ‘festivaizinhos’? Ia espantar o público com sua ruidosidade? Não valia à pena correr um risco desses? Mas Arte é risco! Música é risco! Jazz é risco! Sem isso, tanto esforço criacional não faz sentido. Quem quer o mesmo, que pague (até) R$ 720 (!!) para ver o Irvin Mayfield tocar sua ‘homaggio’ a Basie e Duke: não tenho dúvidas de que irá esgotar. Afinal, se custa US$ 400 não pode ser ruim...
Para quem a ficha ainda não caiu, sobram ingressos para as apresentações de quinta (09), (10) e sábado (11), por apenas R$ 12 e R$ 16 (meia, a R$ 6 e R$ 8). Nossos ‘produtores’ deveriam ir também, sentir um pouco do que está acontecendo no jazz atual e, quem sabe, descobrirem que existem figuras como William Parker, Ken Vandermark, Susie Ibarra, Assif Tsahar, Evan Parker, Anthony Braxton, David S. Ware, Hamid Drake, Joe McPhee, Marilyn Crispell, que fazem a música permanecer viva e jamais pisaram por essas terras.


Apresentações:

09/09 | SESC Pompéia 21h;
10/09 | SESC Bauru 20h;
11/09 | SESC Osasco 20h.

R$ 12,00 (inteira);
R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante);
R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

sexta-feira, setembro 03, 2010

Música, cultura e consumo no Brasil, outra vez a mesma ladainha...

Em um comentário feito por alguém na ferramenta digital de relacionamentos, o Facebook, me deparei com a indignação pelo programa Ídolos, uma franquia estrangeira de um concurso de novos talentos musicais. O foco é um novo cantor ou cantora para ser idolatrada, como o nome do programa já diz, pela população. Ora, se trata de promoção de um produto de consumo rápido. Temos dois programas deste tipo que foram veiculados nestes últimos anos na tv aberta e os vencedores destes concursos se debatem no mar revolto do consumo, tendo que brigar com tubarões estrangeiros (Beyoncé, Lady Gaga, etc) e artístas brasileiros (duplas sertanejas, grupos de axé e pagode, cantores românticos) que já estabeleceram carreiras por vários tipos de métodos, seja por mérito próprio ou uma eficiente estratégia de marketing.
Os reclamantes do Facebook falavam da decadência da qualidade da música brasileira e coisa e tal. Aí vêm a mesma ladainha, da jurassica mpb, bossa, Chico, Caê, etc. Saudosismo dos festivais da Record e aquela época tenebrosa em que o país vivia. Creio que todos que possuem um mínimo de bom senso, sabem que o que temos hoje é um reflexo da educação da população brasileira e seu acesso e concepção de cultura. Parece perverso, mas o povo tem o que merece. Quem quer saber destas coisas "intelectuais", "sofisticadas"? O povo quer é por pra fora, curtir, extravazar (Claudia Leitte que o diga...), quer rebolation, comer churrasco com carne de segunda, comprar celular e tv de plasma de última geração, carro zero, comprar, comprar, comprar...
Ler livro pra quê? Basta ver um documentário da Discovery de vez em quando que já tá bom. Cultura, faculdade pra quê? O negócio é ganhar dinheiro, ser jogador de futebol e ir pra zooropa jogar no Milan, ser capa de Playboy, participar de reality shows, ser celebridade, apostar na Mega Sena, jogo do bicho, ganhar dinheiro! Sei lá, alguém herda o açougue do pai, ou a padaria e o negócio dá certo lá na zolé(zona leste de São Paulo), compra um "duprex", na Silvio Romero no Tatuapé, ou até em Higienópolis, Morumbi, Alphaville, sei lá, ser vizinho do Fábio Jr, e Gugu Liberato, e daí?
As pessoas que tem acesso e interesse por cultura, devem esquecer estes assuntos, e isso não quer dizer se alienar. Ou então estarão dando socos em pontas de facas, como se pudessem mudar alguma coisa, como o Greenpeace (não sou contra a proteção da natureza, mas certos métodos de nada adiantam e erros não justificam erros), comunistas e socialistas só na teoria (meus queridos, o ser humano não é como inseto que não raciocina e vive por um código genético, que possibilita uma vida sem egocentrismo). É muito bonito ler Marx e outros da turma vermelha, da foice e marreta, mas o ser humano tem seu lance individual, é uma utopia, esse lance de sociedade justa. Repito, não sou contra a igualdade e justiça social, mas o mundo jaz no mal, à muito tempo, antes da turma comuna elaborar estas ideologias.
Enfim, se as pessoas querem reclamar da decadência da música brasileira, que não tem mais Tom, Chico e etc, fazer o quê? As coisas boas sempre estiveram acompanhadas das péssimas. Tinhamos os festivais na Record, a bossa, mas tinhamos as favelas, os crimes, a ditadura, a desigualdade social (aliás, a tchurminha da bossa ficava tomando whisky importado nas luxuosas residências do Rio de Janeiro, e aí?). Ah, é bonito o samba da velha guarda que nasceu nos morros cariocas... pergunta para eles se queriam viver em barracos...
Creio que os mais informados sabem o que é metástase, quadro crônico irreversível. Não que a esperança deva morrer prematuramente, mas ser realista é evitar um choque desnecessário.
Sim, vivemos um aparente progresso, projetos de educação, ascensão econômica, mesmo que artificial, podemos aparentemente ser consumidores contemporâneos do dito primeiro mundo, com i-pads, smartphones, LED tv's, free improvisation, Saramago e carros com câmbio tip-tronic, estádios de última geração para a copa e olimpíadas, trem-bala, mas...

"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração." - Mateus 6:21

"O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. - Lucas 6:45"

"Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. - 1 Timóteo 6:10"

quarta-feira, setembro 01, 2010

Ronald Shannon Jackson - Red Warrior (1990)

O baterista texano Ronald Shannon Jackson fez sua primeira gravação com Charles Tyler, tocou com os principais nomes do free jazz, como Albert Ayler, Cecil Taylor, Ornette Coleman, Byard Lancaster, Albert Mangelsdorff, Billy Bang, John Zorn, fez parte do grupo Last Exit ao lado de Peter Brötzmann, Sonny Sharrock e Bill Laswell, seu projeto free funk The Decoding Society com Vernon Reid, Melvin Gibbs, no qual Participaram James Carter e Robin Eubanks, foi membro do Music Revelation Ensemble de James Blood Ulmer, foi co-fundador do Power Tools com Bill Frisell e SXL com L. Shankar e tocou recentemente com Joseph Bowie e Wadada Leo Smith, entre outros. Como se pode ver, além de ser um talentoso músico de estilo diferenciado, com bases na tradição do jazz e das bandas militares, tem um extenso currículo. Red Warrior, se aventura por outros territórios musicais, como fez com o Decoding Society. As guitarras de Jack DeSalvo, Jef Lee Johnson e Stevie Salas tecem uma trama e textura sonora aspera e intrincada conduzida pelo rítmo de Ronald Shannon Jackson e os baixistas Conrad Mathieu e Ramon Pooser. Não se engane com as aparências estéticas que se assemelham ao odiado fusion, pois Red Warrior se trata muito mais do que estilos musicais enfadonhos. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo. Vale a pena conferir.

Site oficial de Ronald Shannon Jackson: http://ronaldshannonjackson.com/

na foto baixo:
Donald Ayler, Albert Ayler, Lewis Worrell, Ronald Shannon Jackson e Michel Sampson
em frente ao Slug's
 
 
Studio Ghibli Brasil