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segunda-feira, dezembro 30, 2013

24-7 Spyz ‎– Gumbo Millennium (1990)

Elá se vai o ano de 2013! Nestes últimos meses não tive tempo pare escrever no Sonorica devido a minha recente vida institucionalisada... sim, o emprego convencional deixou meus horários limitados, com um pouco menos tempo para pesquisa e elaboração de textos, pois o blog não é apenas para postar discos, se bem que o último deste ano é...
Bom, conversando com um amigo sobre bandas de rock só com afro-descendentes, como Bad Brains, Living Colour, Fishbone e a recente  descoberta band called Death (assim que possível, escreverei sobre esta banda), lembramos do 24-7 Spyz, um ótimo grupo que está bem esquecido e também entra para a lista do Sonorica de bandas e artistas que merecem reconhecimento.
O 24-7 Spyz se formou em 1986, originalmente com Jimi Hazel (Wayne K. Richardson) na guitarra, Rick Skatore (Kenneth D. Lucas) baixo, Kindu Phibes bateria, e P. Fluid (Peter Forrest) nos vocais, oriundos do South Bronx, New York. A banda ficou conhecida pela mistura do soul, funk, reggae e R&B com o heavy metal e hardcore punk. O fato de serem afro-americanos tocando variações de heavy metal fez com que críticos musicais os comparacem com bandas como Living Colour e Bad Brains, se bem que o 24-7 Spyz foi pioneiro na fusão destes estilos musicais em particular e nunca tiveram sucesso comercial substancial.
Após várias mudanças de membros banda encerrou suas atividades em 1998 e voltou em 2003, lançando seu primeiro novo album com novo material em 2006. Em Novembro de 2012 a banda tem se apresentado com a formação composta por Jimi Hazel, Rick Skatore, o baterista Sekou Lumumba e o guitarrista Ronny Drayton.
Equivocadamente o 24-7 Spyz foi rotulado de funk-o-metal, mas a banda vai além disso, como poderá constatar nos comentários deste post, como de costume aqui no Sonorica e ainda relembrando, assim como o primeiro disco deles, o Harder Than You (1989) o Gumbo Millennium está fora de catálogo e se na época que o Brasil lançou algumas bandas desconhecidas na época que o Living Colour e Fishbone fizeram um relativo sucesso comercial e não tomou conhecimento do 24-7 Spyz, quanto mais agora. Espero que os detentores de direitos fonográficos assim como de outras obras musicais, compreenda que este espaço é para o reconhecimento destes trabalhos, que nunca tiveram a chance de reconhecimento e acesso neste país chamado Terra Brasilis.
Gumbo Millennium contém elementos do Soul e R&B e também explora a improvisação do jazz como na música "Dude U Knew". Jimi Hazel (provável que este pseudônimo seja uma homenagem à Jimi Hendri e Eddie Hazel) mostra sua habilidade como mc na faixa hiphop "Don't Push Me" e a música "Racism" ilustra o assunto com uma sonoridade thrash metal. O disco teve reconhecimento de crítica especializada quando o grupo fez a abertura da tourné do Jane's Addiction promovendo o aclamado "Ritual De Lo Habitual" e na noite final da tour, o vocalista P. Fluid anuncia em pleno palco, para a surpresa dos outros membros do 24-7 Spyz, que ele deixaria a banda.
Enfim, o Sonorica se despede do produtivo e de certa forma tumultuado ano de 2013 dando graças à Deus por tudo e também agradecendo de coração à todos os que visitaram este pequeno espaço virtual ao longo dos anos. Sem clichés e frases feitas, desejo um feliz 2014 à todos e assim prosseguimos de Deus quiser!

terça-feira, setembro 24, 2013

Plastic Underground ou a conotação de um "banana"

Não é a primeira vez que um artigo compartilhado no facebook que passaria desapercebido por mim ou de pouca relevância, me leva a refletir e fazer uma análise um tanto quanto irônica em alguns aspectos, mas com um fundamento e argumentação plausível, não apenas palavras inconsequentes e de pouco sentido. Talvez este assunto já esteja um tanto quanto exausto, mas como não lembro de nenhum outro artigo com uma ótica similar, resolvi comentar um pouco sobre isso aqui. (Afinal este weblog não é só um link de resenhas de discos esquisitos)
A mídia digital proporciona uma propagação tão rápida e abrangente que diversos assuntos ganham dimensões que não deveriam tomar, para o bem e para o mal, sim o mal uso da informação, o mal uso do tempo alheio e do próprio, é claro...
Procurarei ser bem objetivo sobre isso e usar poucas palavras. Hoje em dia é muito fácil ser underground, anti-midia (mas vejam só, quantos anti-midia que não saem do facebook...), uma autoridade da contra-cultura, um ícone do underground. Nunca vi tantos Forrest Gump's de vários rolês, nego já fez de tudo, tá parecendo aquela música perturbada do Seixas, de dez mil anos atrás. E no meio disso tudo, me sinto como um Hatfield ou um McCoy, um matuto que nunca tinha visto um frigorífico.
Então eu vejo, ouço, presencio todo o tipo de informação de muitas pessoas, que dizem que vieram, fizeram e venceram, portando seus estandartes gloriosos. Rapaz, eu fiz um rolê por aí nesse mundo, muitas coisas divertidas, presenciei momentos que muitos hoje consideram como história, posteridade. Poderia falar de alguns, mas isso realmente não vem ao caso, eu não ajudei a criar o Smile face, por exemplo... E depois, continuo dentro do transporte coletivo esculhambado que é muito mau gerenciado pela prefeitura e governo da cidade e Estado de São Paulo.
Os dias passam, e vejo muitos decretando tratados sobre movimentos artísticos, proclamando suas presenças no mural memorial da contra-cultura, condenando os cachorros mortos da sociedade, os personagens que o Angeli rotulou de "Psico-burguês", sendo que muitos deles não conseguem perceber o seu próprio reflexo.
Mesmo com a limitação da minha percepção, do meu ângulo de visão, muitos que se auto-proclamam alguma coisa, sobre determinadas coisas (vale uma citação de um rapaz apelidado de Assis:"Gosto de determinadas coisas, mas nada em específico"?!), não estavam lá quando estas coisas aconteceram, é como comprar a camiseta do Rock In Rio, "Eu fui", mas assistiu tudo em casa pela tv.
Desmembrando o trocadilho com a banda de um dos mais mau humorados personagens do rock, Mr. Reed:
-Velvet Underground, um sub-mundo ou sub-cultura de veludinho, cheio de fricotes, foi no playground e não se sujou de terra, e o que diria do undergound?
-Plastic Underground, tão químico, tecnológico, polímero sintético, facilmente transformável mediante o emprego de calor e pressão. "Plastic people, oh, baby, now you're such a drag"...
-Banana, antes fosse apenas uma baga epigínica da planta herbácea da família Musaceae...
 
 
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