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quinta-feira, maio 10, 2012

Albert Ayler - The First Recordings (1962)

E na sessão "Eu disse que não iria mais falar sobre isso", senti no coração de falar um pouco sobre Albert Ayler. A estas alturas do campeonato se ainda persistem as questões em debalde sobre quem é o pioneiro do sei lá o que ou de quem inventou a roda, lembremos que praticamente todos os músicos de uma época que estavam envolvidos em novos rumos para sua música no final da década de 50 em diante, não dão a mínima importância sobre os rótulos free jazz, new thing, etc. Ultimamente os termos "pré" e "proto" tem sido usados para tentar definir parâmetros para vários estilos musicais e suas origens. Há uma corrente que defende o nascimento do tal do free jazz num suposto pré ou proto free jazz com as gravações de Lennie Tristano no disco Intuition ou nas gravações de Jimmy Giuffre. O fato é que Cecil Taylor e Ornette Coleman deram a forma definitiva para o que se convencionou a se chamar de free jazz e esse termo se tornou um rótulo para este tipo de música depois da gravação do disco Free Jazz com o duplo quarteto de Ornette. A informação em sí deve ser averiguada, questionada e geralmente se pode fazer um bom uso, principalmente para ajudar a compreender o desenvolvimento da música. O que realmente causa um tremendo enfado são as intermináveis discussões com abordagens completamente inúteis. Bem, como disse Frank Zappa em um título de uma de suas gravações, shut up and play guitar. Dificilmente se aprende alguma coisa quando só se fala.
Como eu tinha feito uma analogia entre S.O.B. e Napalm Death, Albert Ayler e John Coltrane no post anterior, aqui está o registro que comprovam os dados da troca de informação, conhecimento e influência entre os músicos, além do registro do depoimento de ambos os músicos a respeito da questão. As primeiras gravações de Ayler em lp sob seu nome se deram em 25 de Outubro de 1962 no Main Hall Of Academy Of Music de Stockholm, Suécia. Ayler executa um standard, I'll Remember April, uma composição de Miles Davis e outra de Sonny Rollins. E por último uma de sua autoria com sugestivo título de Free. Clique aqui para acessar o arquivo de suas primeiras gravações.

sábado, agosto 28, 2010

Albert Ayler - New Grass (1968)

New Grass é um disco que se tornou controverso em seu tempo. O severo Leroy Jones (Amiri Baraka) chegou a dizer que o irmão Albert estava perdido, muitos disseram que era uma tentativa de ganhar dinheiro, se aproximando dos estilos que estavam na moda naquela época, o Soul e Rhythm' Blues e se o Jazz perdera espaço por estes e o Rock'n'roll, imagine o Free jazz. Ora, não sejamos ingênuos em relação ao produtor Bob Thiele e seu selo Impulse! Ele já havia pressionado Coltrane a gravar Ballads e John Coltrane with Johnny Hartman como condição de Trane continuar seu rumo à regiões estelares e garantir o saldo da empresa.
Mesmo que Ayler tenha gravado New Grass por imposição de mercado, temos um disco maravilhoso, quer queiram os fundamentalistas da vanguarda ou não, com a costumeira exposição da alma de Ayler em devoção ao Criador. Albert Ayler tem uma personalidade muito forte e mesmo que este disco seja injustamente considerado comercial, é um disco de Albert Ayler, onde seu saxofone tenor flui com torrencial liberdade com a beleza dos vocais de The Soul Singers e o ritmo inconfundível do baterista Bernard Purdie. Clique na imagem para acessar o arquivo.

quarta-feira, abril 28, 2010

Albert Ayler Quintet - Truth Is Marching In (01/05/1966)

Alguns anos se passaram após um certo destaque da mídia especializada sobre o saxofonista Albert Ayler. O lançamento de uma caixa de cd's com muitas gravações inéditas e principalmente a gravação de Ayler tocando no funeral de John Coltrane. Depois o lançamento de um documentário em video de Ayler, que conta com raríssimas imagens de Ayler também colocaram-no em evidência.
Pouco se comenta que Ayler foi grande influência no direcionamento musical de John Coltrane em sua chamada última fase, de 1965 à 1967, assim como a gravação Ascencion foi inspirada na gravação Free Jazz de Ornette Coleman. Mas Ayler também foi influenciado por Trane, numa fase anterior, quando Trane se destacava no hardbop. Mas logo no início dos anos 60, Ayler já começava a solidificar seu próprio estilo, como pode ser constatado em sua primeira gravação como líder em 1962.
Quando se trata de jazz spiritual, sempre vem a tona a suite A Love Supreme de Coltrane. Sim, é uma belíssima obra que foi dedicada como um louvor à Deus. Mas Ayler manteve o foco nesta espiritualidade, enquanto Trane foi para campos místicos, como se pode notar em títulos como Om, Interstellar Spaces, etc.
A maioria das composições de Ayler tem títulos ligados ao Espírito Santo, Deus, Jesus, etc. Inclusive Ayler gravou o disco Goin' Home, só com versões de hinos das igrejas protestantes cristãs e mais tarde seu discípulo, o saxofonista David Murray gravou o disco Spirituals, da mesma maneira.
Uma forte característica na música de Ayler são os temas que tem a sonoridade das marchas militares, talvez tenha sido influência de seus tempos na banda da escola e no serviço militar, como Ghosts, Bells e Spirits por exemplo.
Albert Ayler é um nome fundamental na história do free jazz e sempre é válido comentar sobre sua arte, que continua contemporânea e emocionante. Clique na imagem acima para acessar o arquivo.
 
 
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