sexta-feira, maio 24, 2013

Frank Wright, Frank Wollny, A.R. Penck ‎– Concert In Ulm! (1990)

Salve, reverendo! Frank Wright também é um dos preferidos da casa, um dos grandes da música espiritual, mesmo ainda não sendo tão comentado como seus irmãos Coltrane e Ayler. E isso é mais um motivo para divulgar a sua arte, que merece reconhecimento e aqui no Brasil, é praticamente improvável que isso aconteça e tenhamos acesso. Concert In Ulm é um dos últimos registros de Frank Wright onde  desenvolveu uma parceria com o artista plástico e baterista A.R. Penck que produziu e fez a arte deste disco. A gravação é uma peça improvisada sem título, subdividida em cinco partes, contando com o baixista Frank Wollny. Não há muito o que dizer sobre a música de Frank Wright, desta gravação, pois a sua música sempre falou por si mesma, é só conferir nos comentários deste post.

terça-feira, maio 21, 2013

Virada Cultural 2013 (ultimamente eu prefiro um virado à paulista...)

Como já era de se esperar, os resultados da Virada Cultural são debatidos entre a população paulistana. Duas opiniões distintas são a dos que acham tudo lindo e maravilhoso e a dos que acham um fiasco. Quem está certo? Na verdade, nenhum dos dois e isso não significada que ambas as correntes de pensamento tenham que aceitar isso, afinal, é apenas a minha opinião pessoal e quanto aos que estão abertos à reflexão, podem analisar o meu ponto de vista. Agora, quem não esta disposto a refletir sobre isso e não deseja abrir mão das duas correntes de pensamento (do maravilhoso e do fiasco), nem perca seu tempo lendo este texto, pois o tempo é precioso. Mas porquê digo que ambos os pensamentos estão errados? Bem, então vamos analisar rapidamente as questões.
A linha de pensamento do lindo e maravilhoso: Numa cidade tão pretensiosa que equivocadamente é comparada com metrópoles como New York, realmente está muito aquém de sua suposta equivalente Big Apple. É notória a falta de estrutura básica operacional desta cidade brasileira, que todos a esta altura sabem que cresceu desordenadamente e continua crescendo de qualquer jeito. Basta uma chuva forte de 10 minutos e São Paulo entra em curto circuito. Mas este país desenvolveu um mecanismo de aumentar sua auto-estima simplesmente jogando para debaixo do tapete todos os seus problemas sendo que grande parte não dá para deixar para uma futura ocasião. A música brasileira não conquistou o mundo e sim a norte-americana e a inglesa, sinto muito, rock é um estilo universal, coisa que o samba e a bossa estão longe de serem. Mas isto é apenas um detalhe para adentrar ao assunto. Não tem nada de lindo e maravilhoso um evento que não é mais do que a obrigação de uma cidade que se diz transpirar cultura e de um país que se diz celeiro de talento musical do mundo. E diga-se de passagem que esta obrigação de atividade de lazer civil é feita de modo bem a desejar e já deu o tempo de resolverem seus problemas latentes de cunho operacional. Eventos que convém à grupos específicos da sociedade paulistana, são feitos com mais esmero, como corridas de carros e afins. Então os setores dominantes que deixam se contaminar pelo jogo de interesses restritos (que infelizmente já foi incluído na argamassa da estrutura da nação) apenas jogam migalhas para os pombos disputarem nas beiras das calçadas. Seria em vão entrar na questão da tal da curadoria, pois só não vê quem não quer, ali também há favorecimento de interesses pessoais e parcialidade. Uma cidade de alto custo de vida te oferece um George Clinton e um James Chance e nego acha maravilhoso. Mas isso sai caro demais. Ah, a tal da violência que está chocando a população, principalmente a classe média... ora, ela sempre esteve presente desde a primeira Virada Cultural de São Paulo, só não viu porque não quis ou estava vacilando. E isso não tem haver com Racionais MC's, skinheads e a polícia. A própria população tem grande parcela de culpa nisso também, é muita demagogia colocar a culpa no Governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura de São Paulo, da Guarda Civil Metropolitana, da Polícia Militar e Civil do Estado de São Paulo. São meros bodes expiatórios para uma população omissa de seus deveres civis, que acham que seus deveres são méritos. Já dizia o ditado popular que o povo tem o governo que merece, ainda mais porque o mecanismo é a eleição direta democrática.
A linha de pensamento do fiasco? Ora, se não tem Virada, e aí? Reclamação de que essa cidade, desse tamanho, não tem eventos culturais gratuitos ao público e isso e aquilo... A maioria dos que acham tudo um fiasco, não fazem nada para reverter o quadro negativo. Me lembro de uma cena do filme de Spike Lee, Do The Right Thing em que alguns homens que ficam bebendo num sofá na rua, reclamam de um asiático que está trabalhando, que está "roubando" os empregos deles.

domingo, maio 19, 2013

Arthur Doyle ‎– Live In Japan Doing The Breakdown (1998)

Arthur Doyle é um dos preferidos aqui no blog e faço questão de divulgar seu trabalho sempre que possível. Um artista que merece reconhecimento pela sua criatividade e espero que não seja engessado num inútil pedestal de conversas vaidosas onde se despejam dados sobre nomes, discos como um semanário de  5ª categoria. Sim, escrevo isso por presenciar debates inúteis sobre este tipo de música e mesmo que eu esteja me repetindo sobre isso, ainda se faz necessário, sem a pretensão de "mudar o mundo", mas apenas expressar meus sentimentos sobre a música como arte, simplesmente arte. Arthur Doyle é um prato cheio para conversas inúteis de teor mórbido pelo fato de sua vida conter ingredientes para isso. Doyle passou situações difíceis em sua vida e muitas pessoas tem isso como um tempero que valoriza sua música e "lenda do free jazz". Como se a arte de alguém só tenha relevância se o indivíduo tiver sofrido algum agravo. Sim, infelizmente existe este tipo de conceito por aí. Mas pela natureza da vida em si, a música fala por ela mesma e Doyle deixou mais um registro de sua arte quando esteve no Japão no fim de 2011, se apresentando apenas com seu saxofone, piano e poesia em três locais: Modern Art Museum em Sendai, Barber Fuji em Tokio e Shuyukan. Nos comentários, acesso para apreciar a arte de Doyle.

sexta-feira, maio 10, 2013

Feed Your Head ‎– Realm Of The Gods E.P. (1988)

No universo da música há uma vastidão de bandas que tornam impossível conhecer todas e acabamos não tendo a oportunidade de prestigiar músicas que facilmente se tornariam parte de nossa trilha sonora ao longo da vida. Mesmo dentro de estilos específicos o número de bandas é incontável, os gostos pessoais são relativos, mas sempre é bom tentar adotar uma análise imparcial e sempre digerir um trabalho musical com calma, mesmo que este não agrade na primeira audição. Muitas bandas que não me agradaram nas primeiras audições hoje em dia frequentam o meu aparelho de som com muito prazer. Não foi o caso do Feed Your Head, pois eu gostei logo na primeira vez que ouvi. E como sempre penso e escrevo aqui, o weblog tem também a função de dedicar um espaço para divulgar a arte de grupos e artistas que passam desapercebidos neste imenso volume de dados e informação.
Não é a primeira vez que escrevo sobre o Feed Your Head, uma banda punk formada no ano de 1986 em Manchester, UK. Realm Of Gods e.p. antecede o lp Stargazer e a música do ep, "When The North Wind Blows", acabou fazendo parte do lp. Realm Of Gods possui as características de gravação da época, com sonoridade mais "crua", não havia tantos recursos para bandas independentes, não havia acesso a grandes estúdios e é claro, não havia tantos equipamentos digitais de gravação com preço tão acessível ao consumidor comum como há hoje em dia devido a revolução digital. Este foi o primeiro título do selo independente Crucial Climate, criado pela própria banda. Se gostou do que ouviu no link acima, nos comentários pode conhecer mais sobre o Feed Your Head ou relembrar essa época, um momento especial do cenário hardcore punk dos anos 80. Quando digo sobre os anos 80, não quero dizer como hoje em dia se fala desta década, como um fetiche, algo estranho que misteriosamente torna "cool" coisas que eram e ainda são de qualidade duvidosa. Não, o Feed Your Head independente de gostos pessoais é uma banda autêntica e criativa e suas canções não se tornaram um objeto empoeirado na prateleira de um brechó com cheiro de mofo, não mesmo.
 
 
Studio Ghibli Brasil