quinta-feira, setembro 28, 2017
sábado, abril 09, 2016
Positions - Jerome Cooper, Kalaparusha, Frank Lowe (1977)
A peça se divide em 10 movimentos que alternam trio, duo e solo. Kalaparusha executa solo no Movement D, onde a peça inicia junto com a colaboração percussiva de Cooper junto com Lowe, como uma espécie de introdução nos primeiros 5 minutos e é uma maravilhosa oportunidade de apreciar Kalaparusha no clarinete e saxofone. Quanto as participações de Lowe e Cooper? Como tem sido aqui no Sonorica, não há necessidade, pois a música fala por si própria e novamente digo, minhas palavras não são precisamente suficientes para descrever a beleza do som. Nos comentários encontrará do que se trata as posições.
Ps.: Apenas uma observação, como foi um tanto difícil encontrar este registro, notará os eventuais ruídos do LP e espero que este material seja disponibilizado em formato digital em uma re-edição.
quinta-feira, maio 01, 2014
Gravitat - Gravitat (2014)
Formed by musicians from the Free Improvisation Circuit of Sao Paulo, the quartet Gravitat search
through instant composition exploring the mysteries of the deep bass sounds.
Recorded live in Brooklyn Paulista, Sao Paulo, Brazil, august/2013 by Rob Ranches.
Rubens Akira - bass clarinet / drums
Daniel Carrera - trombone
Rob Ranches - baritone sax / glass marimba
Rodrigo gobbet - electric bass / effects
7MNS Music - ambient - drone - sound - experimentation - electroacoustic
segunda-feira, abril 22, 2013
Blue Humans – Live In London 1994
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
Arthur Doyle Electro-Acoustic Ensemble – National Conspiracy (2004)
Não há informações sobre os membros presentes do EAE nesta gravação, pois o grupo varia entre quarteto e sexteto, sendo que alguns integrantes se revezam. Os mais constantes nos registros do EAE são Ed Wilcox na percussão, Leslie Q no baixo e guitarra, Vinnie Paternostro nos sintetizadores e eletrônicos e Tim Poland nos teclados. National Conspiracy foi editado em CD-R em edição limitada de 80 cópias com a capa pintada à mão e silk-sreen.
Esta é uma realidade para muitos músicos que acreditam e fazem a música de forma livre, criativa, com personalidade, de forma independente da indústria fonográfica. A conspiração está nos comentários do post.
terça-feira, maio 08, 2012
Weide Morazi e Ricardo Berti Duo: Improvisação # 1
terça-feira, abril 03, 2012
Steve Lacy – The Crust (1979)
Lacy desenvolveu uma técnica e personalidade única no seu instrumento e contribuiu para o desenvolvimento mais amplo da música criativa que dá seus frutos até os dias de hoje.
The Crust é uma gravação que registra um grande momento da linguagem desenvolvida pelos músicos da europa e ao lado de Lacy se encontram dois artístas fundamentais da chamada Free Improvisation: o percussionista John Stevens e o guitarrista Derek Bailey. O saxofonista Steve Potts estudou arquitetura em Los Angeles e estudou música com Charles Lloyd, mudou-se para New York e estudou com Eric Dolphy e em 1970 mudou-se para Paris e conheceu Lacy, com quem teve uma parceria musical de 30 anos. O baixista Kent Carter nasceu em 12/06/1939, Hanover - New Hampshire, U.S.A., se integrou ao trabalho de Lacy no início dos anos 70 e também tocou com a Jazz Composer's Orchestra, conhecida pela direção de Carla Bley e Michael Mantler. A JCO teve sua origem na organização fundada por Bill Dixon, Jazz Composers Guild, que iniciou uma série de concertos em New York no ano de 1964. Clique na imagem para acessar o arquivo e apreciar o que aconteceu no 100 Club - London, UK, em 30/07/1973.
segunda-feira, março 05, 2012
Improvisação livre em São Paulo: Cuidado com o disco voador ou tem boi na linha

Mesmo que as oficinas não tenham conseguido atingir seu objetivo no planejamento de seus ministradores, algo de substancial aconteceu nestes pouquíssimos anos que a improvisação livre conseguiu romper a barreira de isolamento que vários setores sócio-culturais impuseram. Como este blog já tinha abordado antes, há um grande mérito ao projeto iniciado por Antonio "Panda" Gianfratti e Yedo Gibson, o Abaetetuba, que agregou Rodrigo Montoya, Renato Ferreira, Luis Gubeissi, Thomas Rohrer, como coluna de fundamento, foco de resitência da música criativa. Obviamente existiam outras iniciativas que começaram a florescer posteriormente, mas algumas ainda continuam de certa forma, isoladas. Alguns dos participantes das oficinas deram continuidade da iniciativa gerada nas circunstâncias e alguns deles tenho cultivado um vínculo e eles por sua vez, tem impulsionado o setor operacional independente dos improvisadores em formação em São Paulo.
Creio que meus colegas já tenham percebido que não podem depender de nenhuma instituição, seja SESC's, ou mesmo o próprio Centro Cultural São Paulo, que abrigou as oficinas e promoveu a maioria das apresentações de improvisadores de outros países, para tornarem o que se chama de circuito de improvisação livre em SP efetivo. Mesmo as instituições culturais de iniciativa pública, sejam municipal ou governamental, ligada ao setor terciário da indústria, tem seus vários poréns em relação às manifestações artísticas. Não se engane, estas instituições e fundações não são os "bons mocinhos" desta terrível e cruel fábula que é viver em uma megalópole fora de controle. Há interesses políticos e econômicos que estrategicamente não são manifestados para tudo se manter no controle e simplesmente ser apenas mais um tubo de dreno do suor e sangue da população. Hum, isto está parecendo um seriado de investigação misturado com suspense, ficção... Acorde! É simplesmente a realidade. Portanto meu querido(a), lute para manter livre a sua mente e espírito, pois são as únicas coisas que você pode realmente ser livre. Não se iluda, você está dentro do sistema. Não, não é uma passeata, uma agremiação, camiseta do Che ou Dalai, livro do Marx, do Huxley, uma estrela, uma foice, o Fela, nem chamar o Sun Ra lá de Saturno (ainda mais que lá não acontece muita coisa mesmo), que vai te fazer livre. Calling planet earth, calling planet earth... You can call me mr. Mystery...

O que me intriga é o interesse de pessoas que até pouco tempo não se importavam com a improvisação livre, mesmo elas tendo acesso a diversos meios de informação sobre este segmento musical. Elas ignoravam as iniciativas do Abaetetuba, que se apresentava periodicamente pela cidade e não eram apresentações secretas e mal divulgadas, simplesmente essas pessoas não estavam interessadas. O Phil Minton foi um dos primeiros improvisadores a se apresentar em São Paulo e mesmo assim, mesmo com o costumeiro frenesi paulistano por artístas estrangeiros, mais uma vez, essas pessoas não se interessaram.
O cenário independente ou underground cresceu de forma peculiar em São Paulo. A diversidade teve um saldo mais deficitário do que deveria. A busca de identidade própria causou uma distorção digamos, grotesca (como meu amigo Panda costuma dizer).
A improvisação livre musical ou free improvisation como é conhecida no mundo, tem sua própria identidade, mesmo que hajam diversas formas estéticas. Como é natural do ser humano tender a complicar as coisas, existem segmentos na música. Então temos que tolerar certas burocracias para não sermos impedidos de operar, afinal qualquer pessoa com o mínimo de bom senso não vai tirar um "racha" com sua bicicleta perante um caminhão de cinco eixos. E nesse louco processo, a improvisação livre por não poder ainda ter a sua caixa postal indiviual, teve que dividir o espaço com a música experimental, o que chamam de jazz e free jazz. Mas essa divisão de espaço não é no sentido positivo de comunhão, mas de ser colocada no mesmo "saco", por negligência mesmo.
Neste habitat, onde não há fronteiras, (afinal, não é livre esta tal de improvisação livre?) acaba sempre entrando interferência. Opa, tem boi na linha... Pois é, como tinha dito anteriormente, agora as tais pessoas desinteressadas pela improvisação livre tem voltado seus olhos para esta pequena e frágil muda que começou a florescer. Realmente é um mistério o interesse destas pessoas nisso. Na Free Improvisation de forma global, há pouco dinheiro, não há fama, quase nenhum reconhecimento pelo público e midia cultural, há público reduzido, muito trabalho e muitas dificuldades. Afinal, o que eles querem? Por que eles querem se apropriar de algo que sempre ignoravam e nunca prejudicou seus "nichos", "territórios"?
A nave pousou e desembarcaram alienígenas em forma de músicos, organizadores, simpatizantes que apenas querem usar a improvisação livre como moeda de troca no jetset cultural, mesmo sendo underground. Aí está o mistério, não há glamour, mas a vaidade floresce mesmo no monturo. Estes já iniciaram suas atividades e tem usado de seus recursos para favorecer seus próprios interesses. Não há como negar, assim como o que nega ter comido o doce tendo os lábios lambusados. Estive conversando com meus amigos que fazem parte do esforço de trabalho pela música criatviva e eles também detectaram estas coisas. Não há muito o que fazer além de continuar a seguir com o trabalho, dedicação e sinceridade. Os gafanhotos vem devorar a lavoura, o que resistir manifestará a sinceridade sem necessidade de uma palavra sequer, apenas sons, apenas música.
Improvisadores, principalmente vocês meus caros, que estão iniciando esta jornada, cuidado com o disco voador. Sim, há joio no meio do trigo mas não se pode arrancar, pois ele ainda se assemelha muito com o trigo. Só no final da colheita, quando vier a chuva serôdia, é que há de se manifestar quem realmente são. E alguns já tem dado seus sinais. (parece uma profecia supersticiosa, mas é simplesmente uma forma poética de dizer algo muito real, racional e previsível)
domingo, janeiro 22, 2012
Sabu Toyozumi, Rodrigo Montoya e Thomas Rohrer no Otto Bistrot (30/01/2012)

quinta-feira, janeiro 12, 2012
Sabu Toyozumi e a música

segunda-feira, novembro 21, 2011
Let me free! Let me free!! ...and do not bother me.

sexta-feira, outubro 28, 2011
Balanço geral do 2o. Festival Internacional ABAETETUBA de Improvisação Livre

Bem, como foi relatado pela midia digital independente, podemos desfrutar de música de qualidade durante o ano de 2011, num país onde este tipo de manifestação cultural é uma regalia e até uma afronta (não quer dizer que isso seja uma ação ruim de quem está envolvido) a uma realidade deprimente de um país que está cego por seu orgulho e não enxerga o caos instaurado em todos os âmbitos do país.
As oficinas ou workshops que ocorreram no Centro Cultural São Paulo, tiveram a louvável intensão de abrir portas para a música livre, quebrar conceitos e pré-conceitos equivocados sobre a improvisação livre, tornar acessível ao público em geral (apresentações internacionais gratuitas), formar novos improvisadores, semear esta bela forma de arte num terreno fértil mas em território extremamente hostil.
Como este tipo de semeadura não depende de engenharia e tecnologia em agronomia, ciência e precisão, mas justamente imprevisibilidade, os frutos colhidos não correspondem às projeções, mesmo que sendo feitas com um parâmetro racional e realista.

Estive presente durante este processo, o que me autoriza fazer uma análise empírica sobre o assunto. Sim, felizmente houveram pontos positivos com estes eventos, muitas barreiras foram quebradas e alguns objetivos foram conquistados. Na questão da semedura para uma posterior formação de novos improvisadores, não ocorreu o idealizado e isso não quer dizer que a safra foi inteiramente perdida, mas os pontos negativos foram dominantes, infelizmente.
Muitos participantes não vieram desarmados de seus próprios conceitos e não abriram mão deles para poder absorver melhor as novas perspectivas ministradas durante as oficinas. Sim, ouve um certo frenesi por participar de um workshop com músicos de outros países com trabalho consolidado no cenário de improvisação livre mundial. Isso gerou uma empáfia da parte de vários participantes, que em casos mais severos, se auto denominaram improvisadores capacitados apenas com uma oficina. Uns colocaram confiaram em seus currículos acadêmicos e profissionais, mas que não encontram lugar comum com a essência da improvisação livre, outros na estultícia de confundirem o amplo campo da liberdade com o caos, anarquismo sonoro infundado e sem propósito, numa espécie de vale tudo, vale qualquer coisa, qualquer nota, no pior sentido destas expressões populares.
Alguém pode discordar do que escrevi até agora se por acaso dispor de tempo para ler este simples artigo, neste pequeno weblog, entre milhões de blogs na web, afinal temos todos nós, o livre arbítrio. Mas saiba que tudo isto foi testemunhado em campo e e tempo real, isento de opiniões e paixões pessoais, o conteúdo é meramente jornalístico no sentido de divulgar, publicar e informar dados e notícias na atividade de comunicações, nem mais, nem menos.
E isso tudo faz parte do processo natural, como o garimpo. Quantas toneladas de outras substâncias são peneiradas para encontrar poucos gramas de ouro?
*ps.: Reconhecimento e mérito ao Abaetetuba, Antonio "Panda" Gianfratti e Rodrigo Montoya, que tenho a honra de ter como amigos.
segunda-feira, outubro 17, 2011
A tal da improvisação livre

Então no final desta primeira década, tivemos a alegria de prestigiar expoentes importantes e contemporâneos da improvisação livre mundial, como Hans Koch, Phil Minton, Veryan Weston, Han Bennink, Marcio Mattos, Ken Vandermark, Mark Sanders, Trevor Watts, Ab Baars entre outros e o mais importante, de forma totalmente acessível. Não se iluda com os eventos do sesc, pois existem vários parênteses e não foi lá tão acessível prestigiar Peter Brötzmann, Ornette Coleman e membros da AACM nas unidades da corporação (mas esta é uma outra, digo, outra história, se é que me entende...). Aliás me recordo da arapuca armada para o trio de Bennink no sesc com um certo conjunto musical local, que segundo o próprio Bennink, prefere esquecer que aquilo aconteceu, mas não alterou o seu amor pelo Brasil (isso posso falar com toda a certeza, pois ouvi dele pessoalmente quando estive em sua pátria). Além de performances, foram e continuam sendo ministradas oficinas (se acha mais "chic", tem o termo workshop) totalmente gratuitas e acessíveis com vários destes artistas, que são geradoras dos tais frutos destes esforços pela música pura e simples. E este é o ponto crucial e motivador desta nota (ou post, enfim).
Podemos realmente considerar que o marco inicial e até oficial documentado na improvisação livre no Brasil está no cd lançado de forma independente, o Liberdade - duo Antonio Panda Gianfratti e Yedo Gibson (2003). A história é tão recente, que em 2006, quando Phil Minton se apresentou em São Paulo, pouquíssimas pessoas compareceram ao concerto gratuito e a maioria nem tomou conhecimento ou o mínimo de interesse por esta forma de arte que vem se desenvolvendo à decadas. Não meu caro, sem desculpas, pois já estavamos vivendo o conforto, rapidez, facilidade e acessibilidade proporcionada pela world wide web e suas ferramentas, como os blogs, sites de música e músicos, sites de busca, de video streaming, radio streaming, enfim, nego não tava nem aí pra isso. Fora que já temos um histórico de contato com uma música mais ousada (mesmo que de forma muito menos acessível), como por exemplo John Zorn no free jazz festival de 1989 e o Lounge Lizards em 1988. Mais recentemente também tivemos o grupo do guitarrista francês Claude Barthélémy em 2009 de forma completamente acessível ao público em geral, nas costumeiras segundas na unidade do sesc da av. Paulista, onde o público fiel era praticamente o mesmo, com baixíssima audiência mais jovem, que era composta por estudantes de música e alguns eventuais transeuntes com horário disponível. Realmente quase ninguém dava atenção ao nicho que inclue o chamado free jazz, free music, free improvisation ou até o duvidoso rótulo de avant-garde.
O que mais me "assusta" nisso, é que mesmo a maioria das pessoas que tem oportunidade e acesso à informação e cultura desta provincia travestida de megalópole, tem uma pedância de uma suposta aquisição de detenção de cultura completamente deficiente e distorcida em todos os sentidos, na esmagadora maioria das vezes agindo abominavelmente como as cortes reais de séculos passados, com muita pompa, peruca, maquiagem, "sangue azul", mas internamente corroídos por toda sorte de doenças (não só no sentido clínico). E qual o vínculo disto com os frutos da improvisação livre em São Paulo? Logo concluo a questão.
Quem já passou da faixa etária dos 30 anos de idade, possivelmente já ouviu falar da tal Generation X, se esteve ligado aos movimentos artísticos dos anos 80, do underground. Depois denominaram a Generation Y, infectada com a repugnante e nociva ideologia neo- liberalista. E hoje presenciamos o que obviamente se chama de Generation Z, composta de uma juventude com "a faca e o queijo na mão", ou seja, acesso quase que total à todo tipo de informação em velocidade digital, volume incalculável de dados, interligados simultaneamente em todo globo terrestre pela internet. Mas como um computador, que pode armazenar terabytes de dados, trabalhar em altíssima velocidade com processadores de multiplos núcleos refrigerados à nitrogênio, softwares intuitivos e altamente desenvolvidos, soa morto como um vil pedaço de metal (talvez silicio seja o termo mais adequado), se não tiver um operador (usuário) experiente.
Are You Experienced? Jimi Hendrix indagava a questão numa época analógica em que não existiam "maçãs" e nem "janelas" e tanto Bill Gates quanto Steve Jobs nem tinham espinhas no rosto. Mas afinal, o que isso tudo tem haver com improvisação livre?
Eu creio que para uma pessoa com o mínimo de entendimento, tudo que está escrito até aqui, pode ser compreendido com esta conclusão:
Para não pecar em minhas palavras e ser interpretado de maneira equivocada, vou me colocar como um elemento meramente ilustrativo. Mesmo eu tendo iniciado em 1994 minhas pesquisas no terreno da música mais ousada e livre, tanto por dados teóricos, jornalísticos, documentais, aliados à experiência em campo, ou seja, na prática, tendo o privilégio de aprender e trocar experências com o Panda e até recentemente com os membros da Dutch Impro Academy e participantes de diversos países e qualidades únicas, mesmo tendo um diploma com a assinatura de Han Bennink me testificando como improvisador capacitado além de sua aprovação pessoal em nossas breves sessões, ainda me considero no continuo processo de aprendizado, e isso de maneira alguma é falsa modéstia (meu Deus, que sonda mentes e corações, sabe disto). Isso sem contar com as oficinas que participei por conta do Centro Cultural São Paulo (mais uma vez muito obrigado, Panda e Juliano, que Jesus os abençoe!), ainda me mantenho e me esforçarei para assim permanecer até o fim, com esta postura de aprender continuamente e me sentiria extremamente desconfortável e equivocado, achando que meia dúzia de workshops me fariam um bona fide improviser e muito menos apto a ministrar workshops por aí.
Quem tem ouvidos, ouça, quem tem entendimento, bem, nuff said!
segunda-feira, setembro 19, 2011
sexta-feira, setembro 16, 2011
PLAY 2011 - Dutch Impro Academy (film by Garry Checora)
Garry Checora, percussionista de Vancouver, Canada, captou parte do que foi a semana com os participantes do PLAY 2011 com a Dutch Impro Academy. Foi um grande prazer conviver com ele e sua música, muito obrigado Garry! (Checora Garry, percussionist Vancouver, Canada, part of which was captured the week with the participants of 2011 with the Dutch PLAY Impro Academy. It was a great pleasure to live with him and his music, thank you Garry!)
terça-feira, setembro 06, 2011
Um zé ninguém em Amsterdam (a john doe in the Netherlands)
Quando fiz a inscrição para o PLAY, promovido pela Dutch Impro Academy, sinceramente não avistava grandes possibilidades de participar pelos meus próprios recursos, pois era necessário desembolsar € 950 pelo curso, fora passagem aérea, passaporte, seguro de viagem, etc, sendo que não tenho dindico nem para ir ao Paraguai. Mas o Marcio me incentivou, minha noiva também e assim o fiz. Então eu falei que se fosse a vontade de Deus, eu iria. YHWH Jireh (יהוהידח) = Deus proverá, foi o que Abraão disse e eu também. Enviei a ficha e até fiz pedido de passaporte, mas não concluí, pois não tinha grana para pagar a taxa. Praticamente quase uma semana antes do início do PLAY, eu já não pensava mais sobre o assunto e chega o e-mail de Susanna von Cannon, manager da ICP e DIA dizendo que fui selecionado para participar e não precisava me preocupar com as despesas... Aleluia! Glória a Deus! E não parou por aí. Chegando no check in do aeroporto de Guarulhos com uma grande fila, tinha que acertar a minha conexão, pois faria uma escala em Paris. Então a atendente me olhou e do nada disse que daria um jeito para me encaixar no vôo direto e em menos de 2 minutos foi feito. Sorte? Francamente, isso não rola, é a mesma coisa que acreditar que dá azar quebrar um espelho... Yedo, irmão de Marcio, nos recebeu no aeroporto de Schiphol, num belo e ensolarado domingo e sua companheira Sandra, nos preparou um maravilhoso almoço. À noite fomos ao primeiro encontro com o staff da DIA e os participantes do PLAY no restaurante CousCous Club onde me deliciei com um legítimo couscous marroquino de cordeiro e uma torta com creme, que foi uma covardia. Todas as noites íamos à um restaurante diferente, como o de culinária etíope e chinesa com influência indonésia. Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten nos presentearam com uma maravilhosa sessão de improvisação alí mesmo. Conversamos com Han e Mary sobre muitos assuntos, aliás, música foi o assunto menos abordado nesta semana. Os dias eram corridos, com sessões de improvisação totalmente livre com os professores e entre os participantes, em diversas combinações, das 10h às 17h diariamente. A minha surpresa foi participar de 4 apresentações de quarta à sábado em diferentes locais, pois imaginava algo como os workshops no Centro Cultural São Paulo, onde o resultado era apresentado em uma apresentação no fim das atividades. A primeira foi no Zaal 100, o "quartel general" da improvisação holandesa, localizado num típico prédio da cidade e muito acolhedor, com um certo clima de underground. No dia seguinte, foi no Steim, um centro de pesquisa e desenvolvimento de música ligada à eletrônica, num prédio em frente à um típico canal com barcos e casas-barco ancorados em frente. Na sexta nos apresentamos no imponente Bimhuis, sempre em 2 sets com diversas formações menores e no fim de cada set com todos os participantes. O encerramento foi no Zomer Jazz Fiets Tour,
na província de Groningen, à cerca de 3h de Amsterdam. O local parecia uma ilustração de um livro de fábulas infantis, com pequenas casas de tijolos, belos jardins floridos,
moinhos, vacas, cabras e grama verde. O interessante do Zomer era o formato do festival, onde várias apresentações ocorriam de forma simultânea em diferentes "bairros" que eram percorridos de bicicleta. Talvez pareça estranho eu não comentar sobre a música, improvisação livre, a experiência de tocar e conviver com grandes artístas, pois isso pode ser traduzido de uma forma muito mais eficaz, como um audio streaming ou video, que pretendo publicar aqui assim que possível. O que realmente foi valioso para mim em particular, foi conviver com pessoas de diferentes culturas e países, onde o amor à arte nos uniu em uma só voz, onde o ego foi dissolvido em uma maravilhosa comunhão, onde todos contribuiram servindo e recebendo, com sinceridade e alegria. Um fato que ocorreu no jardim de uma casa que servia de restaurante para os músicos participantes do Zomer, foi eu, um completo desconhecido estar sentado à mesa com pessoas como Han Bennink, Mary Oliver, Tristan Honsinger, Axel Dörner, conversando de maneira natural sobre diversos assuntos, como a realidade político-econômica brasileira, enquanto desfrutávamos de uma bela refeição. Em nenhum momento me senti estar conversando com uma "lenda do jazz" ou coisa parecida e em nenhum momento estes grandes músicos se portaram de tal forma. Naquele momento, o que importava era uma agradável coversa de fim de tarde entre colegas, simplesmente pessoas. Ainda no fim do festival encontrei meu amigo Ken Vandermark, que participou com o The Ex e Mats Gustafsson. Eu quase coloquei minha cabeça debaixo da terra de vergonha quando o Han Bennink me elogiava para Tristan Honsinger. Han precisava fazer média comigo? De maneira nenhuma, aquilo veio do coração, sincero. "Oh, eu toquei com o Han Bennink, ele e os músicos da Dutch Impro Academy me elogiaram..." Quer saber? Isso é o que menos importa. O tesouro mais precioso que ganhei em Amsterdam foi participar na formação de uma família em torno da música e laços de amizade que superaram barreiras, distância geográfica e diferença cultural.
Eu agradeço de todo meu coração à Deus por tudo isso e as seguintes pessoas que jamais esquecerei e tive a honra e prazer de conviver nesta intensa semana em Amsterdam:
Participantes: Garry Checora (Canada - drums), Aviva Endean (Australia - bass clarinet), Kay Fischer (Germany - sax, flute, clarinet), Michael Foster (USA - tenor sax), Andreas Fulgosi (Switzerland - guitar), Luiz Eduardo Galvão (Brasil - electric guitar), Marcio Novais Gibson (Brasil - drums), Thiago Salas Gomes (Brasil - acoustic guitar), Marie Guilleray (France - vocals, electronics), George Hadow (UK - drums), Romulo Alexis Ignacio (Brasil - trumpet), Paul Landsberg (Canada - guitar, bass), Reza Mortazavi (Iran - composer, piano), Celio Vasconcellos (Germany - wavedrum, laptop), Dianne Verdonk (the Netherlands - cello, double bass), Laurens van der Wee (the Netherlands - mixer, electronics)
Professores: Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten.
Susanna von Canon (and Louis & Clark), Babette Greiner, Ron Ruiten, Marc Schots, Yedo Gibson e Sandra, ao funcionário paquistanês da loja de souvenirs, ao pessoal do restaurante CousCous Club e Queen Of Sheba, o pessoal do Conservatoruim van Amsterdam e BarBoon, Steim, Zaal 100, Zomer e Bimhuis, Avenal Marques, Antonio Gianfratti, Silvia Heloisa, meus pais.
terça-feira, abril 05, 2011
The Ethnic Heritage Ensemble - Impressions (1982)
Gravado em Junho de 1981 na cidade de Bologna, Itália, Impressions é dividido em duas partes. Kahil El'Zabar contou com a colaboração de Ed Wilkerson e Henry 'Light' Huff nos sopros nesta configuração do Ethnic Heritage Ensemble. Edward L. Wilkerson Jr. nasceu 27/07/1953 - Terre haute, Indiana, é saxofonista e clarinetista, compositor, arranjador e educador membro da AACM onde leciona na escola de música da associação. Foi premiado pela Illinois Arts Council, the National Endowment for the Arts, Meet the Composer, the Community Arts Assistance Program, entre inúmeros outros títulos. Além de ter partcipado do Ethnic Heritage Ensemble, seus trabalhos incluem 8 Bold Souls, Shadow Vignettes, tocou com a AACM Big Band, Roscoe Mitchell, Douglas Ewart, the Temptations, Chico Freeman, Geri Allen, the Lyric Opera of Chicago, Muhal Richard Abrams, Aretha Franklin, e George Lewis. Infelizmente não pude obter informações sobre Henry 'Light' Huff, que faleceu no início dos anos 90, mas ele é um nome extremamente respeitado entre os músicos, e isso pode facilmente comprovado em seus dois registros como membro do Ethnic Heritage Ensemble. Na primeira parte de Impressions se destaca seu clarinete baixo ao lado de Wilkerson. Espero que venha à luz o reconhecimento de Henry 'Light' Huff no avanço da criatividade da música livre. Clique na imagem para acessar o arquivo e comprovar a riqueza artística destes grandes músicos.
quinta-feira, janeiro 27, 2011
AALY Trio + Ken Vandermark - Stumble (1998)

Em Stumble Vandermark contribui com duas composições e o grupo faz uma releitura de Song For Che de Charlie Haden, na Liberation Music Orchestra, gravada originalmente em 1969.
Ken Vandermark e Mats Gustafsson são nomes essenciais na música contemporânea mais ousada e se você deseja acompanhar o que há de melhor no gênero, fique atento aos trabalhos destes dois criativos músicos do cenário atual, que tem revitalizado e inovado o free jazz e free improvisation de uma maneira única e especial. Clique na imagem para acessar o arquivo.
Para saber mais:
http://matsgus.com/
http://www.kenvandermark.com/