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quarta-feira, junho 12, 2013

Protestos contra o aumento da tarifa do transporte público

Me lembro quando a passagem de ônibus aumentou 3 vezes em apenas uma semana, no fim dos anos 80. Não houve nenhum protesto como os destes dias em que vivemos. A democracia dava seus primeiros passos já tortos pós regime militar, parte do povo ainda não tinha articulação para agir com cidadania. Na verdade, a liberdade ideológica se preserva na mente e no coração de cada pessoa se ela quiser a não ser, que a opressão seja física e danifique de forma psicológica e motora. Sim isso acontece pela violência física e de uma maneira mais lenta, pela violência psicológica. Mas estão realmente todos livres?
Os protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo em várias cidades do Brasil estão na pauta de qualquer morador desta cidade (vou me limitar aos protestos em SP, porque eu nasci e vivo aqui).
Em primeiro lugar, EU NÃO SOU CONTRA O PROTESTO DA POPULAÇÃO, mas sabemos o teor destas recentes manifestações pelo movimento Passe Livre. Ou não sabemos?
Minha carteira de motorista expirou sua licença em 2000, ou seja, dependo de ônibus, metrô e trem à 13 anos. Tenho direito e conhecimento prático no assunto, conheço e uso os 3 principais transportes públicos da cidade em todos os horários, desde as primeiras horas de funcionamento no fim da madrugada, quanto os ônibus noturnos. Só não tive a oportunidade de usar a linha que cruza a av. dos Estados por ainda não precisar usar o sistema.
Quantas pessoas que fizeram parte dos protestos já foi até a estação Capão Redondo do metrô, já usou um ônibus intermunicipal da EMTU, já usou o expresso Leste na estação do Brás, esteve no terminal Capelinha, etc? Creio que apenas alguns fazem uso desses mecanismos e então eles sabem como é.
Mas a maioria da população de baixa renda, que usa todos os dias o transporte público, inclusive para o lazer, não concorda com esse tipo de protesto. Aliás é um protesto que tem estudantes como núcleo mentor. Ok, muitos estudantes estão em contato com as ideologias políticas que se estruturaram no fim do século passado, mas eles devem saber que essas ideologias em muitos quesitos, não saíram do papel e das teorias e o que pôde ser implantado custou caro, custou muito derramamento de sangue. Me diz uma coisa, o movimento está disposto a matar ou morrer? Se não está, deve tomar consciência que fará parte do sistema que tanto abomina (eu também não aprovo, mas sei o que não funciona para mudar isso). Ou perde a razão e parte para a força física, ou vira mendigo. O poder político econômico não vai aceitar mudanças aos moldes idealizados pela juventude libertária. Se por hipótese ocorrer uma guerra civil por motivos políticos e em grande escala, sabe o que provavelmente vai ocorrer? OTAN, ONU, United Snakes Of America e Colonialismo Europeu terão a carta branca nas mãos para que este país volte aos tempos da coroa, só que com nova roupagem, nada pomposo e espalhafatoso, mas politicamente correto e sustentável.
Muitas pessoas que conheço, mesmo sendo pessoas queridas, me dirão o óbvio, falarão de uma população oprimida economicamente, que está anestesiada e se contenta com o futebol com frango de padaria no domingo, que passam várias necessidades mas gastam seus poucos tostões em supérfluos, como celulares 4G e tênis de R$ 900,00, tudo isso com o batidão como trilha sonora.
Lamento informar meu caro, você está no sistema. Não adianta ter uma banda punk, morar no CRUSP ou em uma república estudantil, ter um grupo de RAP, ser pixador, ser filiado de partido socialista ou até comunidade hippie em São Tomé das Letras, todos estão no sistema.
A coisa mais óbvia que impede uma mudança radical na sociedade brasileira é o manjado ditado de que a união faz a força. O povo brasileiro só consegue chegar perto de uma verdadeira unidade quando torce para a seleção brasileira.
A minha idéia de protesto é que todo o proletariado, em todos os setores se unissem e cruzassem os braços, mas ainda usando o transporte público sem pagar, operando os meios de produção de energia sem pagar as tarifas, as forças armadas que são compostas por cidadãos do povo, se colocassem à serviço da população. Mas a população teria que se abster de bens de consumo, usassem apenas o essencial, como alimentos, medicamentos e vestuário básico, etc, nada de shopping, cinema, restaurantes, shows, baladas, etc, até que o poder político econômico fosse reformado ou substituído. Não haveria necessidade de derramamento de sangue e uso de violência física. Isso sim é uma verdadeira utopia, é contra a natureza humana, que é de um ser humano individual. É muito bonito elaborar teorias políticas baseado em seres vivos que agem de forma coletiva por instinto, que não raciocinam sobre o que fazem, pois é um procedimento incluso no seu DNA, que é ativado diante das circunstâncias, uma abelha não escolhe viver em uma colmeia, as formigas não decidem trabalhar para armazenar alimento para o formigueiro no inverno. O irônico é que eles vivem um regime imperialista.
As pessoas como indivíduo, não estão dispostas a colocar em jogo suas estabilidades em torno de um bem comum, por isso uma manifestação como essa que falei, não é possível. O funcionário do metrô temerá seu emprego se deixar o seu semelhante passar pela catraca sem bilhete, ninguém quer dar o primeiro passo.
Bem, estão dizendo que as depredações são a reação contra a violência gratuita da polícia contra os manifestantes. Ela existe? Claro que sim, eu seria um idiota se negasse isso. Mas também vi violência gratuita dos manifestantes e alguém seria parcial se não reconhecesse isso. Podem até articular alguma justificativa, cada um acredita no que quer, alguns acreditam na arca de Noé, outros que Neo vai nos libertar da Matrix.
Eu em minha estrita opinião particular acredito na filosofia de não pagar na mesma moeda, por mais difícil e dolorido que seja, pois é, eu trinco geral com um cara que pra muitos, é apenas uma fábula de manipulação. Outro dia estava assistindo um desenho animado, Doug, em que o protagonista se encontra numa briga de escola de forma involuntária e acaba dando um soco num colega. Seu pai fala algo como: "Mostre-me alguém que usa os punhos e vejo alguém que não tem boas idéias".
No facebook, expressei minha opinião à respeito das manifestações e fui colocado no mesmo saco de farinha da mídia vendida que só faz criticas negativas aos protestos e só fala do vandalismo dos manifestantes.
Pois é, eu estive na Feira do Trabalho no Anhangabaú no mês passado. Estive com dezenas de pessoas em fila de espera com senha, para entrevista de emprego. Não tinha nenhuma vaga no Google ou coisa parecida, a maioria das vagas era de serviço braçal. Isso não é mérito e nem vergonha, é apenas o fato de que eu sei como é, sou parte integrante do povão, tenho a benção de ter um pai que quase morreu para me proporcionar uma vida melhor que a dele.
Eu escolhi não mais concordar com o código de Hamurabi e minha liberdade conservo na minha mente e no meu coração.

sábado, maio 05, 2012

Beastie Boys, Adam Yauch e MTV Get Off The Air

Como tinha dito anteriormente, a world wide web nos permite acessar dados simultaneamente com suas fontes de origem. Já começou a onda de choque sobre o falecimento de Adam Yauch ou MCA, do Beastie Boys. Desde as primeiras horas da manhã desta última sexta-feira vieram as notícias da imprensa norte americana sobre o fato. Foi estranho receber a notícia pois não tinha acompanhado mais qualquer assunto sobre o grupo. Nesta manhã de sábado, assisti algo no canal de UHF especializado em música, lí os comentários, imagens, videos na rede social e até então relutei em escrever algo sobre Beastie Boys e MCA.
Me lembro quando ouvi o Beastie Boys pela primeira vez no programa de videoclips da tv Gazeta, o Clip Trip. Era a música No Sleep Till Brooklyn. Achei o máximo! Eu já não era mais um B-Boy quando conheci o break em 1982 e estava engajado no heavy metal. Como não tinha deixado de gostar de hiphop, quando vi o Beastie Boys meio que misturar os dois estilos que eu gosto, (inclusive a música em si tem a participação do Kerry King, guitarrista do Slayer) curti na hora. Logo em seguida foi veiculado o video da música (You Gotta) Fight for Your Right (To Party), que era ainda mais crossover com o rock pesado. Não deu outra, fui atrás do disco nas lojinhas do bairro, o que era fácil tarefa, o meio dos anos 80 foi generoso com os lp's, dentro do possível na época, sem internet e defasagem de informação musical, se podia encontrar uma grande variedade de títulos, inclusive nomes obscuros para o mercado fonográfico brasileiro, como Laibach, 45 Grave, T.S.O.L., etc. Então comecei a desvendar os detalhes do Licenced To Ill. Era produzido por Rick Rubin, que tinha produzido LL Cool J, Run DMC, Public Enemy, The Cult e é claro, o disco Reign In Blood do Slayer. O disco já abria com a pesadíssima Rhymin & Stealin com o riff de guitarra da música Sweet Leaf do Black Sabbath e o sampler da bateria de John Bonham. Slow Ride continha sampler da música Low Rider do War (grupo de funk que viria a descobrir no início dos anos 90), Brass Monkey era bem familiar, como era o hiphop do inicio dos anos 80 e o beat clássico do estilo miami bass.
É engraçado como para um adolescente o tempo parece longo, mas já no final de 86 não achava mais sentido em ser um headbanger radical e o tal do estilo crossover vinculado ao hardcore me atraia. Isso implicava com a mudança da indumentária, sim, as roupas portavam uma ideologia além de mera estética. O uso de bonés de baseball, camisa xadrez de flanela, bermudas, skate faziam contraste com o preto, jeans, couro do headbanger tradicional.
Em 1989 é lançado o lp Paul's Boutique, simplesmente um dos tratados do hiphop, o livro mestre do sampling, assim como o 3 Feet High and Rising e De La Soul Is Dead. Paul's Boutique era a trilha sonora ideal para as skate sessions (o final dos anos 80 foi o ápice da 2ªonda do skate no Brasil) ao lado do hardcore. Paul's Boutique por incrível que pareça, passou batido quando foi lançado por aqui.
Então vieram os anos 90. O grunge, o manguebeat, a MTV. Um novo horizonte se abriu para a juventude ligada à música de forma mais contundente. Era possível acessar imagens dos artístas favoritos através dos videoclips e até shows captados e entrevistas. Programas especializados em gêneros, como o heavy metal, hiphop e música eletrônica. O engraçado é que a MTV dos anos 90 tinha um vínculo com a música independente no Brasil. Concorde ou não, o canal de tv UHF teve crucial participação na propagação do grunge e o manguebeat. Mas é claro que isso tudo ficou nos idos anos 90, pois a MTV teve que voltar às suas origens mais tenebrosas, ou seja, ser apenas uma vitrine da indústria fonográfica. Hoje em dia a MTV, é irrelevante e até alheia à música independente e realmente criativa feita neste país. Me lembro quando a tv teve que mudar sua diretriz radicalmente para não fechar o caixa no vermelho, quando passou a veicular videos do CIA do Pagode e É O Tchan. Meu Deus! A emissora que gozava de algo até meio cult, devido aos programas BUZZ, 120 Minutes, Lado B, Liquid Television, abria as suas pernas para ser arrombada pela porta da frente. Desde então a MTV não tem realmente mais nada haver com a música em sí.
Mas voltando um pouco antes do holocausto, em 92 é lançado o disco do Beastie Boys que mudaria grande parte parte da música jovem, o Check Your Head. Já contando com os primeiros passos da internet e a cobertura da MTV no Brasil, o Beastie Boys chegou transtornando o ambiente com os videos So Wat'cha Want e a versão hardcore de Time For Livin' do Sly And Family Stone, revelando a origem do Beastie Boys. De uma hora para outra o Beastie Boys se tornou unanimidade entra vários nichos da juventude dos anos 90, os grunges, os skatistas, indie-rockers, alguns headbangers... É feio mas é verdade: a classe média branca começou a curtir um hiphop. E vou te falar uma coisa, esse negócio de hiphop pertencer à periferia eu sempre achei equivocado, pois me lembro que muito "mano" e "função" nos anos 80 nem gostava de rap. Depois veio o Racionais debochando dos "playboys" e toda aquela contenda infrutífera que quase todo mundo já sabe...
Mas o caso é que Adam Yauch morreu de forma cruel, de câncer e não de forma estúpida como Tupac Shakur. Mas Easy-E também morreu doente. Acontece que Adam ou MCA foi instrumento de grandes mudanças e benefícios para a música através do Beastie Boys. Mas agora é tarde, MCA is dead, MCA is deaf... Precisamos seguir em frente como forma de respeito ao seu trabalho, assim como outros que ainda respiram boa música.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Jodie Christian (02/02/1932 – 13/02/2012)

Quando se fala na música mais ousada feita em Chicago, é impossível não falar da AACM, o coletivo de músicos criado em 1965 para o desenvolvimento da música de foma livre e criativa. O grupo Art Ensemble Of Chicago e Anthony Braxton são os nomes mais lembrados, mas a AACM é muito mais que isso. O pianista e compositor Muhal Richard Abrams é um dos pilares fundamentais do coletivo e co-fundador, assim como o pianista Jodie Chistian, que faleceu nesta última segunda-feira. Jodie nasceu em Chicago e aos 16 anos já era um pianista profissional. Após ter se apresentado no grupo de Coleman Hawkins em uma turnê e depois com Ira Sullivan, se associaou à Muhal Richard Abrams, Phil Cohran e Steve McCall para formar a AACM. Mesmo Jodie se considerando em suas próprias definições como um "bebop player", avançou para o experimetalismo e a música livre. Isto pode ser constatado no registro The Flow Of Things do Roscoe Mitchell Quartet gravado numa série de concertos em Chicago. Nos anos 70, direcionou-se no ensino musical, lecionando na Lyon & Healy music store's school e programas de ensino do jazz nas escolas públicas de Chicago. Ao longo de sua carreira, Jodie Christian tocou com Eddie Harris, Lester Young, Benny Carter, Johnny Griffin, Gene Ammons, Dexter Gordon, Yusef Lateef, James Moody, Sonny Stitt, Don Byas, Freddie Hubbard, Milt Jackson, Dewey Redman, Von Freeman, Stan Getz e Sonny Rollins.

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Sam Rivers (25/09/1923 – 26/12/2011)

Eu realmente não sei qual era o significado do natal para Samuel Carthorne Rivers, nascido em Enid, Oklahoma, mas seu pai era um músico evangélico que lhe apresentou a música desde seus primeiros anos de vida e este foi seu último natal entre os vivos. Não importa quem seja, do anônimo ao famoso, do rico ao miserável, do mediocre ao talentoso, todos voltam ao pó da terra, sem acepção de pessoas. Agora seu saxofone e sua flauta não podem mais modular o ar e criar lindos sons, mesmo que para muitos fosse uma música estranha e que passou desapercebida, sua mente e seu coração não mais se fundem para criar belas músicas, pois para onde Sam Rivers foi, não há obras, não há bandas, orquestras, ele dorme e seu conhecimento desta terra se foi. Nos deixou muitos registros em diversos formatos de midia, a lembrança em vários níveis, dependendo do grau de relacionamento com ele, nos deixa saudades. Agora alguns veículos jornalísticos divulgam uma nota qualquer, outros prestam uma homenagem mais digna. Rivers passou quase incognito por estas últimas décadas e mediocremente é lembrado de sua breve associação com o controverso Miles Davis, que desaprovou sua arte naquele período. Poucos são os que se lembram e reconhecem seu mérito por ter lutado, resistido e sobrevivido nos duros anos 70 em que o tal do free jazz era considerado a escória do jazz, da música, tanto que a maioria dos músicos norte americanos do free jazz, se não se exilaram na Europa, onde houveram melhores e mais dignas condições de criarem sua música, passaram duros invernos tocando em sótãos e porões devido ao fechar das portas e oportunidades para o free jazz, avant-sei lá o que, bem, não importa. Sam Rivers e sua esposa Bea, mantiveram o Studio Rivbea no sótão de sua casa em Lower Manhattan, onde se tornou um dos principais focos de resistência da música livre, ousada e criativa e suas sessões se tornaram célebres e um de seus frutos está registrado na série Wildflowers, que depois de muitos anos, foi reeditado em formato digital.
Não vou me estender sobre sua trajetória, pois tudo não está registrado em publicações na world wide web, gravações, videos, livros e revistas? Basta ter um mínimo de interesse e poderá encontrar informação suficiente sobre Sam Rivers e sua música, basta querer...
Não há mais motivos para tristeza, Sam Rivers desfrutou de sua breve vida, mesmo que sejam longos 88 anos, o que são 88 anos perante a eternidade? Sam Rivers aproveitou todo seu fôlego de vida e fez com amor o que lhe foi dado por Deus, o talento musical. Não ficou inerte esperando que seu talento se manifestasse por sí só, trabalhou, plantou, cuidou e colheu seus doces frutos, com o suor de seu rosto. Não posso me despedir de Sam Rivers, pois ele não pode mais me ouvir, mas agradeço à Deus por Sam Rivers ter nascido 50 anos antes de mim e ter deixado sua música para meus ouvidos.

http://www.rivbea.com/

terça-feira, maio 03, 2011

Osama bin Laden morto? Isso é motivo de alegria?


"Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o teu coração quando ele tropeçar;
Para que, vendo-o Senhor Deus, seja isso mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira.
Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos ímpios,
Porque o homem maligno não terá galardão, e a lâmpada dos ímpios se apagará." - Provérbios 24:17-20

"Não digas: Como ele me fez a mim, assim o farei eu a ele; pagarei a cada um segundo a sua obra." - Provérbios 24:29


"Desejaria eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?" - Ezequiel 18:23

"Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor DEUS; convertei-vos, e vivei." - Ezequiel 18:32

"Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos" - Ezequiel 33:11

Sem dúvida esta questão gera polêmica e posicionamentos extremos. Antes de qualquer coisa, este post está alinhado com a minha convicção pessoal que vai de encontro com os textos acima, que são a palavra de Deus, de Jesus Cristo, sobre o verdadeiro amor, a misericórdia, o perdão. Se você se alegrou com a notícia da morte de Osama Bin Laden, lhe causou uma satisfação e sensação de justiça feita, sim, tem toda a liberdade de nutrir este sentimento. Mas este não é o melhor espaço para expressar sua opinião. Sim, respeito a sua opinião em se alegrar com a notícia, mas discórdo em haver alegria para isso. O sentimento de vingança para o ser humano tece uma armadilha muito sutíl, em que a pessoa corre o risco de se enveredar justamente para a injustiça, pois o ser humano está longe da perfeição e da verdadeira justiça. A história da humanidade mostra isso claramente e infindáveis são os exemplos de injustiça praticada pelo homem.

"Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus." - Tiago 1:20

Infelizmente Osama escolheu um caminho que lhe trouxe consequências. Jesus diz que se alguém escolher o caminho da violência, inevitavelmente terá um resultado, consequência de violência. Não vejo motivo em me alegrar com a morte de Osama, como não ví motivo de me alegrar com o enforcamento de Saddam Hussein, pois mesmo que muitos afirmem que são "monstros", independente de opiniões pessoais ou da maioria, ainda são seres humanos. Qual será a próxima comemoração, a possível morte de Muʿammar al-Qaḏḏāfī? Para mim é motivo de tristeza o ser humano chegar à esse ponto, tanto em se alegrar com a morte de alguém, como o final trágico de uma pessoa que escolheu o caminho do erro, da injustiça, do ódio, da violência, do mal. Antes as incontáveis pessoas tivessem se arrependido de suas escolhas perversas, mesmo tendo que responder pelos seus atos, recebecem o verdadeiro amor em seus corações. Não tenho o direito de julgar os atos de Osama e Husseim, pois eu não sei que sentimento lhe tomou o coração ao ver seus semelhantes massacrados não só pela violência das armas, mas também pela diretriz político-econômica regida pelo capitalismo mundial, mesmo em países que tem regime comunista, imperialista, etc, afinal o mundo gira em torno do dinheiro, do capital, não importa se é em New York ou Kabul.

Alguém pode me dizer que estou sendo demagogo, que se acontecer algo ruim à uma pessoa querida ou a mim mesmo, eu lançaria ao vento o meu discurso de compaixão. Provavelmente eu me defrontaria com a tentação de alimentar o ódio e a vingança, mas é possível não sucumbir a isso. Como? É um árduo exercício e vigilância contínuo. Sim, não é uma tarefa simples e fácil, mas não é impossível ao que crê.

"E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes." - Lucas 23:34

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas." - Mateus 6:14,15



terça-feira, novembro 16, 2010

Repressão ao artesanato de rua pela Prefeitura de São Paulo e a Associação de Amigos da Praça Benedito Calixto

Esta situação tem se agravado nestes últimos tempos, quando a velha Feira das Pulgas ou Feira da Benedito Calixto, que ocupa o espaço público situado em uma praça entre as ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde aos sábados, com o intuito de vender antiguidades, artesanato, discos e livros usados, tem perdido uma parcela de público para a feira de rua que fica na calçada da Teodoro Sampaio, entre as ruas Lisboa e João Moura, composta por artesãos e fica logo na esquina da Pça benedito Calixto, funcionando como uma extensão independente neste pequeno circuito cultural do bairro de Pinheiros.
Comandada pela Associação de Amigos da Praça Benedito Calixto, uma organização particular que não é composta por moradores das residências ao redor da praça, que tem violado direitos constituicionais e do espaço público. Esta associação tem agido de forma ilegal e se apropriado indevidamente do espaço público, como se fossem donos do local, como se a praça fosse uma propriedade deles. Sou testemunha deste abuso, pois à alguns anos atrás, executei uma apresentação de bateria solo na calçada em frente ao banco Bradesco, em frente à praça e fui questionado pela segurança particular da associação. Indignado com a atitude, fui buscar esclarecimento na sede da associação, que ocupa um imóvel no local. A responsável me tratou de forma truculenta e ainda me ameaçou em chamar a polícia se eu voltasse a tocar meu instrumento no local. Isso fere o artigo 5, inciso IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
A feira da Benedito comandada por esta associação (que inclusive está sendo investigada pela Justiça por irregularidades) tem perdido público pelo desinteresse de muitos pela falta de inovação dos expositores, da elevação de preços dos produtos, perdendo a característica inicial da feira, como os sebos da região, que vendem livros com preços similares das livrarias?!. O aumento deste custo é provavelmente proveniente da taxa abusiva que a associação cobra dos expositores que estão sujeitos a serem expulsos por coação física e é repassado ao consumidor e também pela ganância de alguns expositores, visando o poder aquisitivo que na maioria é composta pela classe média da região, que é maior em relação à maioria da população paulistana (proletariado).
Então muitos tem procurado a feirinha da Teodoro, que caminha independente da Benedito, mas é extremamente próxima a ela, que pratica preços justos e acessíveis, possui bom atendimento por parte dos artesãos e consequentemente tem ganhado a aprovação dos frequentadores da região.
Em contrapartida, a Associação de Amigos da Praça Benedito Calixto e alguns expositores, tem se comportado como empresas de capitalismo selvagem, que usam dos meios mais abomináveis para eliminar a livre e saudável concorrência, tentando impor uma ditadura, eliminando a oferta e direcionando a procura pelos seus produtos, impondo seus preços e sua "lei". Ora, isso se chama Cartel, Máfia ou coisa parecida. Usando de suas influências, tem acionado a Guarda Civil Metropolitana, a Polícia Militar e fiscais da Sub-Prefeitura para oprimir e confiscar o material dos artesãos, como se eles fossem contrabandistas e membros da pirataria de produtos, que é um notório problema da região central da rua 25 de Março.
Se você tiver interesse nesta questão de cidadania, procure o blog do Wanderlei, habilidoso artesão e cidadão articulado, que pode lhe esclarecer com mais precisão esta vergonhosa situação. Exerça sua cidadania e apoie a liberdade de expressão!

http://wanderart.blogspot.com/

sábado, setembro 04, 2010

Ivo Perelman Quartet em São Paulo dias 9, 10 e 11 de Setembro


Bem, desta vez eu não fazer nenhum post, apenas vou republicar o que o Fabricio Vieira escreveu em seu blog Free Form, Free Jazz:

Ignorar um quarteto excepcional: um crime (inafiançável) contra os ouvidos e a alma

Não parece que está para acontecer um dos maiores eventos jazzísticos, em um bom tempo, por essas bandas. Na próxima semana, teremos a rara e inédita oportunidade de presenciarmos, no mesmo palco, alguns dos maiores nomes da música contemporânea: Ivo Perelman, Matthew Shipp, Joe Morris e Gerald Cleaver.
Esse quarteto, recém-reunido, faz sua estreia mundial em SP: nem norte-americanos nem europeus já viram esses caras juntos. E, percorrendo sites, blogs, twitters e afins, o que parece é que nada acontece. Com solitárias exceções, como a do antenado Vagner Pitta, do Farofa Moderna, nada tem sido dito.
A recente passagem de Pharoah Sanders gerou muito alvoroço dentre os que dizem s e interessar pelas alas mais radicais, experimentais e inventivas do jazz. Mas isso não surpreende: como tanto disseram por aí, Pharoah foi um dos últimos parceiros de Coltrane (então, vamos vê-lo! Simples assim, como se esse fosse seu único e grande mérito...). E esses caras? Tocaram com quem?
Esse quarteto-fantástico fará dois shows no Sesc das proximidades (Pompéia e Osasco) e mais um no interior (Bauru). E quem tem comentado? O problema deve ser de ignorância mesmo: ignora-se quem seja Matthew Shipp ou Joe Morris: simplesmente dois dos maiores criadores de sons vivos, que deveriam estar fazendo a apresentação principal de qualquer um desses ‘festivaizinhos de jazz’ que pipocam Brasil afora, estimulados apenas porquê “é fino ouvir e falar de jazz” e não devido à relevância das criações musicais brotadas nessa seara. O mais lamentável é que verba não é problema: afinal, todo ano Diana Krall, Madeleine Peyroux e John Pizzarelli estão tocando nas redondezas _e duvido que seus cachês sejam menores que os dos protagonistas dessa gig inacreditável que teremos a oportunidade de ver... Então, tudo resume-se à ignorância de muitos de nosso produtores, inconscientes do que ocorre no mundo contemporâneo do jazz _se estiver fora do âmbito (da lista de melhores) da Down Beat então... E quando alguma abençoada alma resolve trazer o que realmente importa, poucos notam.
Não estamos aqui falando de Brotz e seu “Full Blast” ou de Mats e o “The Thing”, com seus pesos roqueiros que, fatalmente, espantam o público médio. Pensemos em Matthew Shipp e a abrangência de seu trabalho. Sempre com genialidade e gosto apurado, Shipp tem se tornado um dos nomes do jazz mais abertos a novas sonoridades: gravou com os rappers do Antipop Consortium, os campos eletrônicos do DJ Spooky e o psy-guitar de J.Spaceman (sim, Jason Pierce, do Spacemen 3). Além disso, há o seu ‘NuBop’, grupo altamente moderno e sedutor. Neste ano, por exemplo, Shipp tem conduzido uma turnê em piano solo. Quero dizer: um cara como ele poderia já ter desembarcado por aqui em diferentes contextos, protagonizando festivais diversos. E quando chega a hora de o vermos, parece que apenas mais um pianista está para tocar em mais um show semanal do Sesc...
Sobre o Ivo Perelman, já falei mais extensamente por aqui (o post de abertura desse espaço foi dedicado à obra dele). Como que o mais importante nome do sax, do jazz, do free jazz, da improvised music já nascido no país NUNCA foi convidado para tocar em um desses ‘festivaizinhos’? Ia espantar o público com sua ruidosidade? Não valia à pena correr um risco desses? Mas Arte é risco! Música é risco! Jazz é risco! Sem isso, tanto esforço criacional não faz sentido. Quem quer o mesmo, que pague (até) R$ 720 (!!) para ver o Irvin Mayfield tocar sua ‘homaggio’ a Basie e Duke: não tenho dúvidas de que irá esgotar. Afinal, se custa US$ 400 não pode ser ruim...
Para quem a ficha ainda não caiu, sobram ingressos para as apresentações de quinta (09), (10) e sábado (11), por apenas R$ 12 e R$ 16 (meia, a R$ 6 e R$ 8). Nossos ‘produtores’ deveriam ir também, sentir um pouco do que está acontecendo no jazz atual e, quem sabe, descobrirem que existem figuras como William Parker, Ken Vandermark, Susie Ibarra, Assif Tsahar, Evan Parker, Anthony Braxton, David S. Ware, Hamid Drake, Joe McPhee, Marilyn Crispell, que fazem a música permanecer viva e jamais pisaram por essas terras.


Apresentações:

09/09 | SESC Pompéia 21h;
10/09 | SESC Bauru 20h;
11/09 | SESC Osasco 20h.

R$ 12,00 (inteira);
R$ 6,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, professores da rede pública de ensino e estudantes com comprovante);
R$ 3,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).

quinta-feira, julho 01, 2010

Rammellzee (?/?/1960 – 27/06/2010)




























Um artísta incrível, ao contrário da longevidade dos dois últimos que escreví neste blog, se foi apenas aos 49 anos de idade. Uma coluna da cultura hiphop e da arte de New York encerra sua trajetória. Se o graffiti que está tão em alta nestes tempos, foi Rammellzee quem o fundamentou na forma como o conhecemos e é um de seus pioneiros. Grafiteiro, rapper, estilista, não importa o "rótulo", e sim a sua arte extremamente criativa. Se quiser conhecer mais sobre o mentor do Gothic Futurism, acesse os links abaixo:


http://www.gothicfuturism.com/
http://www.myspace.com/rammellzee

sexta-feira, junho 25, 2010

Fred Anderson Lives in Our Memories and Hearts! by Jasmine Anderson-Sebaggala

"Hello Family and Friends!

My name is Jasmine Anderson-Sebaggala, I am Fred Anderson's grandaughter. I am writing on behalf of my family. We appreciate the support and prayers for my grandfather, Fred Anderson.
My Grandfather received visits and phone calls from more than 200 people.
People traveled from various cities to visit him.
Thanks for sharing great vibes, stories, food and love.
My grandfather died peacefully on Thursday June 24, 2010 at 3:10 a.m. He was in hospice at The Ark in Park Ridge, IL.
We will miss my grandfather's presence, and cherish our memories of him. He was a humble man that helped and inspired others and loved his family and friends.
The velvety smooth sounds blown from his horn remind me of his dedication, strength and courage.
We will always honor his legacy, work ethic and determination.
Funeral arrangements are pending.

In lieu of flowers, our family asks that donations be endorsed to AIRMW with a memo that it is for the Velvet Lounge Fund and sent to Asian Improv aRts Midwest, c/o JASC 4427 N. Clark St. Chicago, IL 60640.
All proceeds will go to support keeping the Velvet Lounge open and thriving into the future.


Condolence cards and greetings can be sent to:

Jasmine Anderson-Sebaggala
2117 West Howard Street Unit 3D
Evanston Illinois 60602


Sincerely,

Jasmine Anderson-Sebaggala"

Suntimes.com obituary article of Fred Anderson
Musicianguide.com biography of Fred Anderson
Myspace.com of Fred Anderson
The Velvet Lounge

Fred Anderson (22/03/1929 - 24/06/2010)



















sexta-feira, junho 18, 2010

Bill Dixon se retira...


Pois é, o Bill Dixon se foi... como se foram muitos outros. Chegou o seu tempo, não o que nós queremos, mas digamos(independente de questões religiosas), foi o tempo de Deus. William Robert Dixon se foi aos 84 anos de idade maneira serena com seus familiares, depois de lutar por 2 anos de uma enfermidade, segundo o obituário ofcial. Consequências da vida, não se vive para sempre, salvo alguns casos, que se vai um pouco mais longe, mas não para sempre, como o casal turco Abdullah e Elif que chegou até os 113 e 110 anos até o momento. Tiveram uma vida saudável em todos os sentidos. Fred Anderson também não goza de boa saúde, segundo a comunidade de Free Jazz de Chicago a qual recebo notícias diárias. É assim mesmo, o tempo passa, os corpos humanos se desgastam e chega um momento em que a vida carnal tem seu fim, é inevitável. De poucos anos pra cá tenho ouvido falar de Bill Dixon pelas novas gerações, talvez tenha ganho destaque por conta de sua recente gravação com a nova geração, como o também trompetista Rob Mazurek. Mas infelizmente as pessoas não estavam interessadas em pesquisar sobre Dixon, que não tem um material tão difícil de se encontrar. Enquanto o foco estava em outros ícones da música por conta de relançamentos em midia, como John Coltrane, Sun Ra, apresentações musicais como a volta do Art Ensemble Of Chicago, Dixon continuava sua trajetória desde os anos 60. As pessoas mais jovens ficam sentidas quando um veterano morre e muitas vezes é um sentimento um tanto quanto egoísta da pessoa, que quer estar mais próxima de alguma forma, e há uma sensação de perda em vários níveis. Os familiares e amigos naturalmente passam por isso, pois se perde muito mais que um nome ou um som, mas um pai, um amigo... Me lembro quando morreu o baterista Max Roach, o qual conhecí pessoalmente apenas em 2000, depois de começar a conhecer seu trabalho em meados dos anos 90. Ora, Max Roach estava na ativa desde os anos 40. Não fiquei triste com sua morte, pois soube que ele se foi de forma tranquila ao lado da família. Então me deu uma saudade, de ouvir novamente aquela bateria que "falava", de suas opiniões sobre a música em seus depoimentos e entrevistas. Coloquei suas gravações para tocar e apreciar sua arte. Contemplei toda sua obra e pensei comigo mesmo que ele tinha feito tudo que podia pela arte, e foi muita coisa. Deixou um legado, um importante registro na música e ainda ajudou a mudar o rumo dela. Max Roach cumpriu a missão e se foi em paz.
Creio que não foi diferente com Bill Dixon. Não vou aqui regorgitar o que já está publicado em vários tipos de mídia. A sua arte fala por sí só. Quem quiser que ouça o som de seu trompete ou as cores de suas pinturas. Dixon se foi em paz e também cumpriu a missão e deixou um legado. Como na foto acima, Bill abre passagem para outras gerações continuarem a passar pelos corredores e subir as escadas e chegar a outros lugares.

Quem quiser conhecê-lo: http://www.bill-dixon.com/


sexta-feira, abril 09, 2010

David S. Ware está de volta

Em Janeiro de 2009 o compositor e saxofonista David S. Ware se encontrava em um delicado estado de saúde, precisando urgentemente de um transplante de rim.
Mas as boas novas chegaram e ele está de volta:

"I’m Back !The expression is flying !The practice has the serpent’s tongue.The dexterity is effortless. I’ll perform as much as
karma allows. There may even be some timely surprises. So keep those third ears wide open.
Being a son of Arjuna I continuously contemplate “Be Without the 3 gunas” Yes there’s much action to be engaged in. Father time marches on. Namaste"

David Spencer Ware

sábado, março 13, 2010

Geraldão, Geraldinho, Glauco, Raoni, a morte e a solicitude da vida

Sinceramente eu não escreveria nada sobre este fato porque todos os dias, os Joilsons, Josés, Marias e Jabersons tem sus vidas ceifadas neste mundo. Mas como Glauco tinha uma projeção nacional por conta de sua arte, virou notícia.
Fiquei sabendo da tragédia poucas horas após os homicídios terem se consumado, por conta da rede mundial de computadores. A primeira coisa que me veio ao coração foi um versículo da epístola do apóstolo de Jesus, Tiago, que diz assim:
"Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece."
Lembrei-me das poucas vezes que encontrei com o Raoni nas minhas andanças pelo bairro de Pinheiros e depois de alguns anos quando ele estava bem engajado em certo grupo espiritual. Um rapaz precoce, que eu pensava comigo: caramba o Glauco tem um filho desse tamanho... Também me encontrei algunas vezes com o filho do Angeli e inclusive quando eu tocava em uma banda, ensaiamos no estudio da casa dele com a presença do Sebastian, aquele notório performer dos comerciais da C&A com o slogan abuse use. Enfim, enquanto escrevo este post, também me lembrei de um trecho de uma música do Dorsal Atlântica: "
Viajando na estrada, um ruído seco

Dentro de um ônibus atiraram em um inocente por pura ignorância, ninguém esperava sentir como a vida é tão fugaz..."
O que dizer? Só resta pedir à Deus que console os corações dos que ficaram e sofrem estas perdas abruptas.
Sobre o trabalho do Glauco, ora, ele estava todos os dias no jornal bem conhecido da capital paulistana, no caderno cultural e as vezes no caderno especial infantil, onde o personagem inspirado em seu filho, Geraldinho, se divertia equilibrando refrigerante e guloseimas. Mas eu não vou ser unânime sobre sua arte só por conta do que ocorreu. Alguns trabalhos eu não gostava, tipo Ozetês, Faquinha e algumas tirinhas de célebres personagens.
Mas Glauco fez a sua história, deixou sua arte que nos divertiu e outras vezes nos fez parar para refletir em algo, importante ou não.
Também me lembrei de um provérbio escrito pelo rei Salomão no livro de Eclesiastes, no capítulo 7: "
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração."
Hoje é mais um momento para reflexão, mas isto só terá proveito se a sabedoria for colocada em prática.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Murilo Antunes Alves (São Paulo, 24/08/1919 - São Paulo, 15/02/2010)

Me lembro da minha infância um programa de jornalismo que só o meu pai assistia, o Record em Notícias. Pudera, eu era uma garoto e não me atraia em nada aquela bancada de homens de terno e cabelos grisalhos falando sobre assuntos que não englobavam desenhos animados e outras coisas de criança. Fui crescendo e ouvia falar que aquele era o jornal dos dinossauros, jornal da tosse, por conta dos participantes serem veteranos do jornalismo brasileiro. O mais engraçado é que eu comecei assistir o jornal, junto com meu pai e independente de eu começar a ter alguma postura política e alguma noção disso, eu gostava do programa. Me soava coerente, tratava as notícias como um jornal deveria ser, com seriedade e exposição dos fatos sem enveredar nas opiniões pessoais de forma a prejudicar a informação. Bem, não me lembro se o negócio era direita, conservador ou coisa do gênero, que soa uma caricatura em roda de punks e "ativistas" políticos, rodas de cerveja com universitários, só me lembro que para mim era um bom programa de tv. Alguns anos atrás fiquei feliz em saber que o Murilo estava vivo e na ativa, ainda na mesma emissora. Sei lá, não tem explicação, eu sempre tive uma simpatia pelo Murilo, pô, o cara entrevistou o Bill Halley em 1958!
Murillo Antunes Alves nasceu em Itapetininga,
Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1943. Teve escritório de advocacia até 1961, em Brasília, especializando-se em direito esportivo. Integrou o Tribunal de Justiça Desportivo, e foi por mais de 40 anos, assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol. Contratado pela Rádio São Paulo, em 1938, onde ficou por 4 anos. Inicialmente como locutor e depois, como comentarista esportivo, em parceria com Geraldo José de Almeida. Seu primeiro programa foi o Broadway Melody, de música americana. Em 1946 foi para a Rádio Bandeirantes, sendo o primeiro locutor esportivo da emissora. Posteriormente, trabalhou nas rádios Cultura, Gazeta e Tupi. Em 1946 foi contratado pela Rádio Bandeirantes como repórter, passando depois, para a Rádio Record ,em 1947, onde fez várias reportagens inclusive no exterior, e entrevistas com auditores e personalidades como:os políticos Adhemar de Barros,, Getúlio Vargas, e Janio Quadros, entre outros. E jornalistas, como Samuel Weiner. Cobriu acontecimentos importantes como as eleições italianas em 1948, o Ano Santo em 1949, no Vaticano, as eleições nos Estados Unidos em 1952, etc. Ganhou por sete vezes o prêmio Roquette Pinto, como melhor repórter do rádio. Começou sua carreira na TV Record, no dia 23 de setembro de1953, que foi o primeiro dia no ar, da TV Record, como encarregado da parte política do jornal da emissora, o “Última Edição”. Depois, o jornal "Record em Notícias", como editor chefe e diretor em 1989. Em 1953 foi o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde se aposentou em 1985, como Diretor do Cerimonial e Relações Públicas. Em 1961 foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, pelo presidente Janio Quadros. Entre 1971 e 1974 foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, gestão de Laudo Natel. Exerceu mandado de vereador por São Paulo, até 31 de dezembro de1996, por dois anos e meio. E depois foi Chefe do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo.
 
 
Studio Ghibli Brasil