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sábado, março 21, 2015

Rudolph Grey ‎– Mask Of Light (1991)

O guitarrista Rudolph Grey, além de seu grupo Blue Humans que já teve a colaboração de Arthur Doyle, Beaver Harris, também mantém a ligação com o que chamam de "free jazz" em sua gravação autoral Mask Of Light. Além da participação de seu parceiro musical no Blue Humans, o guitarrista Alan Licht, que também teve constante participação no chamado cenário No Wave de New York e participou de trabalhos com Lee Ranaldo (Sonic Youth). O saxofonista Jim Sauter tem um longo percurso musical, tendo em comum com Licht, trabalhando com Thurston Moore e participado de uma faixa do Murray Street (Sonic Youth), e também tocou com o God Is My Co-Pilot. O baterista que inevitavelmente estará associado ao nome de John Coltrane, é Rashied Ali. É interessante ouvir Rashied em outro contexto musical, como em seu solo em Implosion 73 seguido de Jim Sauter, que traz à memória o longínquo tempo de Interstellar Space. Mas a distorção de Grey e Licht nos transporta de volta aos tempos caóticos do final do século XX, quando o rock daria o seu último suspiro de sua essência. Calma, o rock não morreu, mas o que temos hoje em dia são re-edições, assim como o pedal de distorção Bigmuff é facilmente encontrado aos montes em lojas de instrumentos musicais da rua Teodoro Sampaio em São Paulo. Mas isso é um outro assunto. Por enquanto como sempre, nos comentários.

sexta-feira, julho 05, 2013

Arthur Doyle / Takashi Mizutani / Sabu Toyozumi ‎– Live In Japan 1997

O guitarrista Takashi Mizutani nasceu em 1948 e formou o grupo Les Rallizes Denudes em 1967 quando estudava na Doshisha University em Kyoto. Antes o grupo começou em 1962 como uma trupe musical teatral. Les Rallizes Denudes se tornou um dos mais influentes grupos de rock de vanguarda no underground japonês.
Arthur Doyle também conta com a colaboração do meu querido amigo Sabu Toyozumi, que esteve por aqui no final de 2011, com quem tive o prazer de conhecer e fazer música. Esse encontro foi graças ao meu amigo Antonio Panda Gianfratti (isso não é mera bajulação, mas gratidão e honra a quem merece). Esta gravação circulou em formato K7 até ser lançado em formato LP em 2003, ou seja, inviável para o mercado brasileiro. Este é um recado para os orgãos sensores da rede digital que por ventura achem que o Sonorica está se beneficiando de alguma forma na divulgação de artístas. Sempre que posso, falo sobre isso, afinal, nunca se sabe. No mais, sempre temos uma boa surpresa nos trabalhos de Arthur Doyle e é muito interessante e intenso este encontro de Doyle com esses músicos japoneses, quando esteve em Tokyo. Nos comentários.

segunda-feira, abril 22, 2013

Blue Humans ‎– Live In London 1994

Blue Humans é o grupo do músico, compositor e escritor Rudolph Grey, que além de guitarrista notório do cenário no wave e free jazz de New York, também escreveu o livro Nightmare Of Ecstasy (1992), uma biografia do diretor de cinema Ed Wood. Blue Humans já teve a participação de músicos como Arthur Doyle e Beaver Harris em suas diversas configurações e neste registro ao vivo de 1994, Grey optou por um trio formado por dois bateristas, Tom Surgal, percussionista de New York, que já gravou com Thurston Moore e é membro do grupo de música experimental White Out e Charles Gayle (?!). Pois é, foi uma grande surpresa e até pensei em algum erro de dados, pois nunca tive contato com algum registro do lendário saxofonista empunhando um par de baquetas além do saxofone e piano. Não que isso seja unanimidade, pois o saxofonista John Gilmore, que foi membro da orquestra de Sun Ra por décadas, também foi percussionista. Foram registrados dois momentos, dia 28/07 no The Garage e 29/04 na loja de discos Rough Trade. Em Live In London Grey aparentemente preferiu colocar a bateria em evidência com um peso brutal. Nos comentários do post.

quinta-feira, março 29, 2012

Grant Green - Alive! (1970)

A guitarra no estilo musical que denominaram jazz ganhou destaque e uma linguagem notória com Charlie Christian e foi se desenvolvendo, ganhando força e reconhecimento com Wes Montgomery, Herb Ellis, Django Reinhardt, Joe Pass, entre muitos. Também se tornou um instrumento enfadonho e perseguido por muitos como sinônimo de exibicionismo desnecessário e o engraçado é que ninguém questionou o que Charlie Parker e Coltrane fizeram em seus saxofones, aliás, Charlie Christian desenvolveu sua linguagem que se tornou fundamento do instrumento no jazz, baseado na técnica do saxofone. Eu em particular prefiro os guitarristas do rock do que os do jazz, nunca fui lá muito chegado nos guitarristas de jazz conhecidos na sua forma mais, digamos, tradicional. Aquele timbre limpo e aveludado não me atraia de maneira alguma e num comentário mais grosseiro, achava uma tremenda chatice. Aí vieram os guitarristas do chamado fusion e muitos infelizmente uniram o que tinha de mais chato no jazz e no rock, depois nos anos 80, veio a era dos super guitarristas, que adicionaram a destreza das técnicas da música erudita, as dificílimas composições para violino de Niccolo Paganini, com glissandi e arpeggios usados de forma um tanto quanto exagerada causando mais repulsa pelos guitarristas.
Bem, mas graças ao chato do Herbie Mann, as coisas mudaram, pois descobriu o talento de Sonny Sharrock que veio para mudar radicalmente a sonoridade do instrumento no jazz. Mesmo ainda predominando os guitar heroes com suas asas de pavão, temos sonoridades muito mais interessantes, como Keiji Haino, Marc Ribot, Jeb Bishop, etc.
Apesar de pessoalmente detestar um certo sub-gênero do jazz que serviu de inspiração à umas das maiores baboseiras ligadas ao estilo, o chamado acid jazz (vai ver que o tal do ácido derreteu o cérebro) o disco Alive! de Grant Green possui uma das melhores versões de Sookie Sookie, composta por Don Covay.
Grant Green nasceu em St. Louis, Missouri em 06/06/1935. Teve sua primeira performance profissional aos 12 anos de idade e suas principais influências musicais foram Charlie Christian, Charlie Parker, Ike Quebec, Lester Young, Jimmy Raney, Jimmy Smith e Miles Davis. Sua primeira gravação foi com o saxofonista Jimmy Forrest, contando com Elvin Jones na bateria. Foi apresentado à Alfred Lion do selo Blue Note por Lou Donaldson, considerado o pai do Soul Jazz (que foi a base do acid jazz) e iniciou uma profílica carreira com inúmeras gravações sob sua direção. Muitos consideram Grant Green como o herdeiro direto de Wes Montgomery e o pai do acid jazz, tendo sua música imortalizada nos samplers décadas depois. Clique na imagem para acesar o arquivo.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Vernon Reid - Mistaken Identity (1996)

Me lembro dos anos 90, quando surgiu um terrível rótulo musical chamado acid jazz. Foi mais um momento deprimente da música, pois este rótulo veio acompanhado de um estilo que incluia até estilo de vestimenta e dança, tudo englobando uma estética de consumo. Foi muito ruim, pois era um jeito de elitizar a união do hiphop, cultura popular das ruas, ao jazz que se rendeu a pressão de mercado nos anos 60, com o advento da soul music e rhythm'n'blues, que viriam a gerar o funk. Então muitos músicos de jazz embarcaram nesta fusão e claro que nem todos visavam sobreviver financeiramente nisto. Houveram momentos muito criativos com gravações de Idris Muhammad, Grant Green, Roy Ayers, Donald Byrd, etc, no meio de uma estética que a gravadora Blue Note ajudou a imprimir naquela época. Então nos anos 90 surgiram grupos, selos, revistas, grifes de roupas com o rótulo acid jazz tentando retomar parte daquela estética. No meio disso, muitos grupos de qualidade extremamente duvidosa surgiram, como Galliano, Jamiroquai, US3, Brand New Heavies, James Taylor Quartet e uma incontável lista de embustes musicais. Mas felizmente também surgiram projetos de qualidade, como o Buckshot Lefonque, Digable Planets, Jazzmatazz e o Masque de Vernon Reid. Inclusive no auge desta moda, um festival patrocinado por uma maquiavélica marca de cigarros, dedicou uma noite ao gênero, tendo como atração, o Buckshot Lefonque, Brand New Heavies e Jamiroquai. Graças a Deus o Jamiroquai cancelou de última hora sua apresentação e tive a grata surpresa de presenciar o projeto de Vernon Reid, substituindo a programação original. E lá estavam no palco: Vernon Reid, Hank Schroy, Don Byron, Curtis Watts, Leon Gruenbaun, DJ Logic e o mc Beans, despejando música de qualidade e não aquele "som de boutique" do Brand New Heavies. E o Mistaken Identity é um dos melhores momentos registrados desta época, que você pode conferir, clicando na imagem para acessar o arquivo.

sexta-feira, março 05, 2010

P-Funk Guitar Army - Tributes to Jimi Hendrix Vol.2 [1995] Return of the Gypsy

Este tributo quase não comentado é uma bela homenagem à Jimi Hendrix pelos músicos que participaram do P-Funk, por isso o nome do projeto é P-Funk Guitar Army.
Andre Foxxe, Johnny Graham, Gary 'mudbone' Cooper, Dee Dee 'dirty Mugg' James, Bootsy Collins, Darryl Plummer Band, Ras Kente e Menace prestam homenagem com composições originais e muito interessantes.
Andre Foxxe e Johnny Graham tem uma abordagem mais rock e blues, mas com uma sonoridade mais atual. Menace já faz seu tributo dentro da linguagem do P-Funk. Ras Kente mostra o lado do rock pesado, com extenso solo.
Clique na foto da capa ou no título do post para acessar o arquivo.

Jimi Hendrix, Johnny Alf...

Mais uma vez Jimi é enfoque do jornalismo musical. É sobre o lançamento de gravações póstumas inéditas. A estratégia de marketing das gravadoras não permite que tenhamos acesso rápido ao material, pois faz parte do jogo. Mais uma vez teremos o re-relançamento dos albuns do Experience, só que com ítens adicionados para justificar o preço e relançamento, como out takes, encartes, DVD, etc. Fazer o que? A indústria fonográfica tem de sobreviver. Veja o caso dos Beatles por exemplo, tentam extrair tudo quanto é possível para lançar no mercado, deixando os colecionadores em polvorosa. O ápice foi a discografia completa enclausurada em um pendrive (essa foi uma forma coerente, afinal estamos na era digital) em forma de maçã. O problema é que quando o material substancial se esgota, começam a colocar no mercado ítens dispensáveis. Porque o nome out takes? Ora, o artísta rejeitou o resultado de sua performance de gravação. Mas sabe como é fã, quer acreditar em qualquer coisa para ter mais um pouco de seu artista preferido, como um out take que tem apenas 3 segundos a mais de diferença do que a editada oficialmente.
Eu gosto muito do Jimi, só que quando eu atingi quase 30 lp's em minha coleção, eu percebi q
ue o negócio já estava pra lá de bom e passando disso já seria uma obssessão. Comprar um compacto, sendo que é a mesma versão do lp, isso é fetiche. Mas fora estas coisas de produtos, Jimi é um nome presente na música popular tão óbvio, que dispensa mais comentários. Quer um exemplo atual? Vernon Reid é um músico que se sente esta influência, mas não só de Jimi, mas também de Arthur Rhames. Uma das mais coerentes homengens em minha opinião pessoal são as gravações do P-Funk Guitar Army, no Tribute To Jimi Hendrix, em 2 volumes. Talvez seja um tanto quanto desconhecido para os típicos fãs radicais de rock, que geralmente ignoram e odeiam na ignorância outros nomes da música. Eddie Hazel que foi guitarrista do Funkadelic e Parliament é herdeiro direto de Hendrix, sua influência é 100% audível. Mas Hazel não sobreviveu tempo suficiente para participar desta homengem e ficou nas mãos de seus companheiros sucessores no mundo P-Funk, como Michael Hampton, Gary 'Mudbone' Cooper, Blackbyrd McKnight, etc.
Bem, porque Johnny Alf? Eu encontrei uma ligação entre ele e Jimi e isso não tem haver com a arte de cada um simplesmente por serem caminhos diferentes. A morte tem um ponto em comum, só que os casos são opostos. Jimi morreu no auge de sua carreira, muito jovem, nem completou 30 anos de idade. Johnny Alf morreu com 80 anos com uma longa carreira. Talvez Alf passe por um processo parecido com o de Hendrix, talvez relancem seus discos, artístas gravem um tributo, novos artístas e novo público "redescubra" sua obra. Mas é claro que não será da mesma forma que Jimi, que teve um impacto na arte mundial. Alf quase não é citado em seu próprio país, o Brasil. Não teve tanto efeito catalístico na música de uma forma geral, mas isso não tira seu mérito e talento. Eu gostei dele uma vez que o Paulinho da Viola o entrevistava e falavam sobre a influência dos músicos do chamado jazz. Paulinho tinha mais interesse por pianistas como Thelonioius Monk e Johnny já preferia algo mais tradicional, como Nat King Cole. Também gostei da sensação de uma pessoa amável tranquila que Alf me passou. Meu amigo estava de alguma forma envolvido com sua atividade musical no Japão, onde poucos mas fiéis admiradores extrapolaram as fronteiras do hemisfério Sul. Eu até assinei um cartão coletivo que seria entregue ao Johnny, junto ao nome de editores, apreciadores, amigos, críticos japoneses. Mas eu nunca fui muito chegado no trabalho de Johnny. Mesmo hoje em dia, que não fico mais só ouvindo Heavy Metal. Tem uma coisa e outra que eu gosto, mas a bossa não me diz muita coisa. Muitos dizem que a bossa é o supra sumo da música brasileira, mas isso é algo tão particular, que esse tipo de afirmação não reflete a verdade. Quando falam que os gringos "piraram" com a bossa, isso não quer dizer muita coisa. Veja o caso do Stan Gets, Archie Shepp. O jazz já não era uma unanimidade em seu próprio país de origem, o rock vindo da Inglaterra é que dominava em popularidade. A bossa ficou conhecida entre os músicos, pois o público americano, europeu, preferia outro tipo de música. Recentemente falam da suposta febre da bossa no Japão. É uma grande ilusão, pois o público japonês tem preferencia pela música local, como o JPop e o Pop norte americano. Há um nicho específico que gosta de bossa no Japãp, mas é bem restrito, como o público que aprecia jazz em São Paulo.
A verdade é que Johnny Alf estava meio que jogado para escanteio nestes últimos anos, queiram acreditar ou não. Ele quase não se apresentava, por falta de interesse mesmo. E gravar um disco então? Não recebia a atenção e destaque que tinha direito. Agora com sua morte vão falar uma coisa ou outra e tudo mais que eu escreví acima. Mas logo mais vai voltar à penumbra. Estou errado? Espero que sim, pois veja o caso do maestro Moacir Santos. Fizeram homengens,
relançaram gravações, mas não passou do terrritório restrito. O povo quer é ser "chicleteiro" mesmo.
Música como forma de arte é um artigo de luxo, um ítem dispensável na cesta básica. Hoje o momento é do entretenimento musical, que sempre é confundido com a arte musical. Hoje em dia não sobra muito espaço para o refinamento musical de Johnny Alf, talvez também não sobrasse para Jimi Hendrix se estivesse vivo.

Obrigado Jimi, obrigado Johnny, vocês fizeram música, apenas música.
 
 
Studio Ghibli Brasil