Mostrando postagens com marcador rap. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rap. Mostrar todas as postagens

terça-feira, maio 31, 2016

Einstein - Friday Night & Saturday Morning 12"(1988)/Leslie Lyrics - Shotgun Wedding(1990)/The 3 Knights & Standing Ovation - Burial Proceedings In The Coarse Of 3 Knights/Onslaught 12"(1990)

Encerrando a série de publicações sobre o cenário Hip Hop britânico, os trê primeiros singles de Einstein, Leslie Lyrics e The 3 Knights & Standing Ovation.
Infelizmente não foi possível obter muitas informações sobre estes artistas que fizeram parte do nascimento do cenário Hip Hop na Inglaterra, é quase inexistente em termos de web.
Se hoje em dia se fala de Dizzee Rascal, The Streets, a Music Of Life de Simon Harris foi o fundamento de tudo, sendo Derek B o mais notório. O selo inaugurado em 1986 inicialmente era de dance music, idealizado por dois dj's, Harris e Froggy com o gerenciamento de Chris France. Mas logo Froggy deixou o selo e Harris e France resolveram se dedicar ao cenário Hip Hop, ou seja um selo especializado no chamdo UK Hip Hop.
O primeiro lançamento do Music Of Life foi a coletânea Def Beats 1, que anteriormente foi publicado aqui no Sonorica.
Depois houve a série Hard As Hell! que consagrou artistas talentosos que ainda estão na ativa e também ganhou distribuição pelo selo Profile, responsável pelas gravações do Run DMC.
Todos os volumes da série estão também disponíveis aqui, tanto a coletânea Def Beats 1, como a série Hard As Hell:

Music Of Life

Infelizmente não foi possível encontrar os singles dos outros artistas do selo, como Demon Boyz, Mc Duke, Asher D, etc.
Apesar de raramente comentado o UK Hip Hop da primeira fase é muito criativo, em sincronia com a segunda geração do rap norte americano. Seus contemporâneos são Ice T, Run DMC, Boogie Down Productions, LL Cool J, etc, os chamados Old School Rap, sendo que na época foi chamado de hardcore rap, devido a temática de violência. racismo, crime, em contraste de seus primórdios como Kurtis Blow, Grandmaster Flash, etc. Nos comentários.

segunda-feira, maio 30, 2016

Asher D & Daddy Freddy – Ragamuffin Hip Hop (1988)

Houve um período que se ouvia mais este estilo de rap. Podemos dizer que Asher D & Daddy Freddy são os pioneiros do chamado Ragamuffin Hip Hop. A dupla surgiu no cenário hip hop britânico, onde o produtor Simon Harris foi o principal articulador.
Asher D filho de imigrantes jamaicanos no reino Unido, depois de retornar de uma viajem à Jamica em 1986, entrou em contato com a Music For Life de Simon Harris que já estava procurando alguém que fizesse hip hop com reggae. Harris conseguiu contactar Daddy Freddy e lançaram o single Ragamuffin Hip Hop em 1987.
Daddy Freddy nasceu em Kingston, Jamaica e morava poucos minutos à pé do famoso Studio One de Coxsone Dodd, tendo como vizinhos, Jacob Miller e Ranking Joe. Trabalhou com Lt. Stichie e no sound system de Sugar Minott. Gravou seu primeiro single Zoo Party em 1985 pelo Studio One.
Atualmente Daddy Freddy voltou às raízes do dancehall jamaicano. Asher D prosseguiu no Hip Hop. Nos comentários.
Obs.: Os links nos nomes de Asher D e Daddy Freddy no último parágrafo são seus mais recentes trabalhos musicais.

sábado, janeiro 09, 2016

Hard As Hell! vol. 4 Hardcore Street Rap Innovation - V/A (1990)

Esta é a última compilação sob o título de Hard As Hell pela Music Of Life, produzida por Simon Harris. Temos novamente a participação de M.C. Duke, Hijack e Daddy Freddy, que estavam na edição anterior.
The 3 Knights foi um grupo que durou poucos anos, entre o final doas anos 80 e início dos 90, era formado por Andrew R. Ward, que depois formou o Katch 22, Shaka Shazam, que também fez parte do Standing Ovation, Hijack e The Icepick, que participou do B.R.O.T.H.E.R. e Body Snatchers.
L.S. Troopers, formado por DJ Crime, DJ Woodhouse, MC Flame e MC Tech 1, também teve praticamente a mesma duração que o The 3 Knights.
Hardnoise iniciou como um sound system com DJ Son, DJ Nyce 'D' e T.L.P.1 e posteriormente fizeram parte DJ AJ, Gemini e Adam Pancho (DJ Mada).
First Frontal Assault foi um trio de Birmingham. Lançaram os singles Bloodfire Assault (1991) e Atomic Air Raid (1992) e se separaram logo em seguida por diferenças musicais.
Sobre Monte Luv & DJ Rob, não consegui maiores informações, apenas mais uma participação com a mesma música do HAH 4 do único single Silk Smooth em 1990 pela Music Of Life.
Militant Posture apenas lançou o single Dawn Of Terror pela Pure Destructive Records, também sem mais informações.
Leslie Lyrics (Dr. William Henry), nasceu em Lewisham, sudeste de London, proprietário do selo Ghetto-tone, poeta, escritor, faz parte do departamento de sociologia da Goldsmiths universidade de London.
Finalmente Professor Griff é o mais conhecido ou melhor, o único mundialmente conhecido por ter feito parte do Public Enemy. Todos os links levam à uma amostra da música de cada um e como de costume, nos comentários.

quinta-feira, dezembro 31, 2015

Def Beats vol 1 (1987)

O ano de 2015 finalizando. Esta é uma das últimas publicações do Sonorica, encerrando um ótimo ano, com a graça de Deus! Espero continuar o próximo ano divulgando música de qualidade por aqui, principalmente aquele tipo de música que não tem espaço nos grandes meios de comunicação. Agradeço à todos os que visitaram este pequeno espaço virtual e espero que tenha sido útil como mais uma fonte de informação.
A chamada primeira onda do hip-hop britânico ocorreu na metade dos anos 80, enquanto nos E.U.A. a nova geração ou segunda geração foi chamada de hardcore hip-hop, liderada por grupos como Boogie Down Productions, Public Enemy, Ice T, Run DMC, LL Cool J, etc. O hip-hop ficou mais agressivo, lembrando as origens do rhythm and poetry dos pioneiros The Last Poets, The Watts Profhets e Gil Scott-Heron. Então o produtor Simon Harris lançou o Def Beats 1 em 1987, com o sugestivo sub-título "Hardcore Hip-Hop Fresh Out Of New York". Um sampler do cenário hip-hop britânico tendo como principal nome, Derek Boland, ou simplesmente Derek B.
Mais três compilações do hip-hop produzido na Inglaterra foram lançados pelo selo Music For Life sob o título de Hard As Hell! Em breve o Sonorica publicará o volume 4 da série e assim que possível, alguns registros de títulos individuais do pioneiro cenário britânico de hip-hop. Afinal não é só de rock e seus derivados que se faz música na Inglaterra. Nos comentários.
Que todos tenham uma ótima trilha musical para o ano de 2016!

sábado, dezembro 19, 2015

Hard As Hell! 2/3 - V/A (1988)



E o ano de 2015 indo embora... Um ano cheio de mudanças e há ainda mais por vir! A minha nova fase proletário me privou de muitas atividades, inclusive poder me dedicar melhor ao Sonorica. Mas enfim, vamos seguir em frente se assim Deus quiser! Digamos que o título da compilação do hip-hop underground britânico vem bem a calhar por conta dos eventos que ocorrem atualmente.
Esta é a segunda compilação do cenário hip-hop britânico produzida por Simon Harris sob o nome de Hard As Hell!. Na verdade é a terceira, pois a compilação Def Beats 1 de 1987 é contada na cronologia do selo Music Of Life Records e a versão internacional Profile não conta, por isso as duas versões. Na primeira versão em LP foi lançada com 9 faixas e a versão em CD com 2 faixas bonus: I Don't Cary Anymore (M.C. Duke) e Rougher Than Animal (The Demon Boyz feat. Brian B, Stevie Gee). Posteriormente uma nova versão com 4 faixas bonus, incluindo: Don't Stop Do It (D.J. Daddy) e Kinda Cool In The Place (Thrashpack).
Os inéditos são D.J. Daddy, She Rockers e Hijack. Infelizmente não encontrei dados à respeito dos artistas. Nos comentários, the tables still turning!
* Pra facilitar, aqui vai o link refeito da publicação sobre o Hard As Hell! Lesson 2 ou vol. 1:
http://sonorica.blogspot.com.br/2011/12/hard-as-hell-raps-next-generation-va.html

sábado, maio 05, 2012

Beastie Boys, Adam Yauch e MTV Get Off The Air

Como tinha dito anteriormente, a world wide web nos permite acessar dados simultaneamente com suas fontes de origem. Já começou a onda de choque sobre o falecimento de Adam Yauch ou MCA, do Beastie Boys. Desde as primeiras horas da manhã desta última sexta-feira vieram as notícias da imprensa norte americana sobre o fato. Foi estranho receber a notícia pois não tinha acompanhado mais qualquer assunto sobre o grupo. Nesta manhã de sábado, assisti algo no canal de UHF especializado em música, lí os comentários, imagens, videos na rede social e até então relutei em escrever algo sobre Beastie Boys e MCA.
Me lembro quando ouvi o Beastie Boys pela primeira vez no programa de videoclips da tv Gazeta, o Clip Trip. Era a música No Sleep Till Brooklyn. Achei o máximo! Eu já não era mais um B-Boy quando conheci o break em 1982 e estava engajado no heavy metal. Como não tinha deixado de gostar de hiphop, quando vi o Beastie Boys meio que misturar os dois estilos que eu gosto, (inclusive a música em si tem a participação do Kerry King, guitarrista do Slayer) curti na hora. Logo em seguida foi veiculado o video da música (You Gotta) Fight for Your Right (To Party), que era ainda mais crossover com o rock pesado. Não deu outra, fui atrás do disco nas lojinhas do bairro, o que era fácil tarefa, o meio dos anos 80 foi generoso com os lp's, dentro do possível na época, sem internet e defasagem de informação musical, se podia encontrar uma grande variedade de títulos, inclusive nomes obscuros para o mercado fonográfico brasileiro, como Laibach, 45 Grave, T.S.O.L., etc. Então comecei a desvendar os detalhes do Licenced To Ill. Era produzido por Rick Rubin, que tinha produzido LL Cool J, Run DMC, Public Enemy, The Cult e é claro, o disco Reign In Blood do Slayer. O disco já abria com a pesadíssima Rhymin & Stealin com o riff de guitarra da música Sweet Leaf do Black Sabbath e o sampler da bateria de John Bonham. Slow Ride continha sampler da música Low Rider do War (grupo de funk que viria a descobrir no início dos anos 90), Brass Monkey era bem familiar, como era o hiphop do inicio dos anos 80 e o beat clássico do estilo miami bass.
É engraçado como para um adolescente o tempo parece longo, mas já no final de 86 não achava mais sentido em ser um headbanger radical e o tal do estilo crossover vinculado ao hardcore me atraia. Isso implicava com a mudança da indumentária, sim, as roupas portavam uma ideologia além de mera estética. O uso de bonés de baseball, camisa xadrez de flanela, bermudas, skate faziam contraste com o preto, jeans, couro do headbanger tradicional.
Em 1989 é lançado o lp Paul's Boutique, simplesmente um dos tratados do hiphop, o livro mestre do sampling, assim como o 3 Feet High and Rising e De La Soul Is Dead. Paul's Boutique era a trilha sonora ideal para as skate sessions (o final dos anos 80 foi o ápice da 2ªonda do skate no Brasil) ao lado do hardcore. Paul's Boutique por incrível que pareça, passou batido quando foi lançado por aqui.
Então vieram os anos 90. O grunge, o manguebeat, a MTV. Um novo horizonte se abriu para a juventude ligada à música de forma mais contundente. Era possível acessar imagens dos artístas favoritos através dos videoclips e até shows captados e entrevistas. Programas especializados em gêneros, como o heavy metal, hiphop e música eletrônica. O engraçado é que a MTV dos anos 90 tinha um vínculo com a música independente no Brasil. Concorde ou não, o canal de tv UHF teve crucial participação na propagação do grunge e o manguebeat. Mas é claro que isso tudo ficou nos idos anos 90, pois a MTV teve que voltar às suas origens mais tenebrosas, ou seja, ser apenas uma vitrine da indústria fonográfica. Hoje em dia a MTV, é irrelevante e até alheia à música independente e realmente criativa feita neste país. Me lembro quando a tv teve que mudar sua diretriz radicalmente para não fechar o caixa no vermelho, quando passou a veicular videos do CIA do Pagode e É O Tchan. Meu Deus! A emissora que gozava de algo até meio cult, devido aos programas BUZZ, 120 Minutes, Lado B, Liquid Television, abria as suas pernas para ser arrombada pela porta da frente. Desde então a MTV não tem realmente mais nada haver com a música em sí.
Mas voltando um pouco antes do holocausto, em 92 é lançado o disco do Beastie Boys que mudaria grande parte parte da música jovem, o Check Your Head. Já contando com os primeiros passos da internet e a cobertura da MTV no Brasil, o Beastie Boys chegou transtornando o ambiente com os videos So Wat'cha Want e a versão hardcore de Time For Livin' do Sly And Family Stone, revelando a origem do Beastie Boys. De uma hora para outra o Beastie Boys se tornou unanimidade entra vários nichos da juventude dos anos 90, os grunges, os skatistas, indie-rockers, alguns headbangers... É feio mas é verdade: a classe média branca começou a curtir um hiphop. E vou te falar uma coisa, esse negócio de hiphop pertencer à periferia eu sempre achei equivocado, pois me lembro que muito "mano" e "função" nos anos 80 nem gostava de rap. Depois veio o Racionais debochando dos "playboys" e toda aquela contenda infrutífera que quase todo mundo já sabe...
Mas o caso é que Adam Yauch morreu de forma cruel, de câncer e não de forma estúpida como Tupac Shakur. Mas Easy-E também morreu doente. Acontece que Adam ou MCA foi instrumento de grandes mudanças e benefícios para a música através do Beastie Boys. Mas agora é tarde, MCA is dead, MCA is deaf... Precisamos seguir em frente como forma de respeito ao seu trabalho, assim como outros que ainda respiram boa música.

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Hard As Hell! Rap's Next Generation V/A (1987)

1987 foi um ano muito intenso e divertido para mim em particular, estava livre de padrões de segmentos, ou seja, no meu toca discos, rádio e toca fitas rolava heavy metal, hardcore punk, acid house, rap e o que estivesse afim de curtir, nas sessões de skate pela cidade e eventualmente numa garagem tocando baixo elétrico. Não existiam estúdios que alugavam salas para bandas ensaiarem, não havia internet. As informações vinham pelas ondas do rádio, como 89FM, 97FM, 102.5FM, não havia nem a rádio Brasil 2000FM, que bombou o grunge no início dos anos 90 e muito menos uma KissFM especializada em rock. Informação impressa vinha de folear revistas importadas como Thrasher Skate Mag nas livrarias Siciliano, fanzines pelo correio, como FlipSide e Maximum Rock'n'Roll, gravações de fita k7 e até alguns títulos lançados em lp por aqui. O skate proporcionava um espaço livre para qualquer estilo musical e o rap era uma das trilhas sonoras ideais, ainda mais pro pessoal do free style.
O que foi muito bom, foi o lançamento praticamente simultâneo da compilação Hard As Hell! vol.1 (Lesson 2*) por aqui em 1987. Na mesma lojinha do meu bairro, a Grafitti 32, eu podia comprar um lp do Laibach, Toy Dolls e Run DMC. Quando o Hard As Hell! chegou na loja, eu pedi para rolar algumas faixas e depois levei pra casa. Não tinha a menor noção de um cenário hiphop na Inglaterra e muito menos sabia quem era Simon Harris, dj, produtor e articulador do rap e música eletrônica de pista no Reino Unido. CJ Mackintosh & Einstein, MC Duke, Thrashpack, DJ Hanway, Lady Sugar Sweet, Einstein, Asher D & Daddy Freddy, Overlord X, Derek B, Demon Boyz até hoje soam totalmente desconhecidos até mesmo dos aficcionados do rap. Talvez Derek B seja um pouco menos desconhecido, mas isso definitivamente não significa que todos estes nomes não sejam relevantes, pois a compilação nos mostra música de alta qualidade e criatividade. Um dos que merecem destaque é a dupla Asher D & Daddy Freddy com seu Ragamuffin Hip-Hop, que possivelmente é um dos pioneiros no estilo. Não se falava dessa junção, a não ser pelo Boogie Down Productions em algumas músicas. Enfim, nos comentários para acessar o arquivo e let the tables turning!
* Anteriormente foi lançado a compilação Def Beats 1 também produzido por Simon Harris

domingo, outubro 23, 2011

Malcolm McLaren - Buffalo Gals 12" (1982)

Muitos ainda estranham o nome Malcolm McLaren e até outros o desconhecem. Parece um tanto antagônico associar o hiphop e o punk, mas isso é uma visão equivocada, pois as duas culturas estão ligadas, tem a mesma origem, ou seja, as ruas e os jovens sem lá muitas perspectivas e esperanças que são oprimidos pelas grandes cidades e o tal do sistema capitalista. O punk sempre esteve associado aos ritmos musicais oriundos da diáspora africana para os continentes europeu e americano. O ska, rocksteady e reggae nasceram do amalgama dos ritmos caribenhos, africanos e norte americanos. Está tudo interligado, isso é um fato mais do que entendido para quem tem um mínimo de interesse em música além de uma simples trilha sonora como pano de fundo de qualquer atividade, seja profissional ou de lazer. Então deixemos no mar do esquecimento o que é de quem, pois a arte é um bem público e como disse Eric Dolphy, "When you hear music, after it's over, it's gone, in the air. You can never capture it again." (Quando você ouve a música, depois que ela se acaba, ela se vai pelo ar. Você nunca mais pode capturá-la novamente).
E Malcolm McLaren foi o responsável por articular o hiphop no Reino Unido que rendeu bons frutos (vide os artístas da célebre coletânea Hard As Hell! de Simon Harris, que pretendo abordar num futuro post).
O hiphop chegou ao Brasil até que quase simultânea com a sua concepção original, com um delay de no máximo 2 anos, se bem que para certos movimentos culturais, isso pode ser tempo demais, mas como o hiphop se consolidou e rompeu a virada do século e predomina globalmente com grande força até os dias de hoje, os 2 anos de "atraso"não comprometeram.
Me lembro de estar no 5º ano do ginásio, com onze anos de idade e o hiphop ganhou projeção nacional com o breakdance, com o moonwalk de Michael Jackson, a estréia do video clip Street Dance do grupo Break Machine num notório enlatado televisivo dominical e posteriormente numa vinheta de abertura de uma novela (soup opera) no tal "horário nobre". Até participei de um concurso de grupos de breakdance no colégio, usando os típicos trajes de esporte, boné, luva, óculos escuro e tal. Não usavamos os termos b-boy, turntablelist, etc, era tudo mais inocente, com pouca informação. Nem o termo rap era lá muito usado. Os nomes conhecidos eram o de Kurtis Blow, Kool Moe Dee, Whodini, Zapp, o tal do "funk falado", Chic Show. Ainda não se falava do Run DMC, Public Enemy.
Quem curtiu os primórdios do hiphop e se contorceu nos movimentos do break, com certeza teve como uma das trilhas sonoras essenciais, a música Buffalo Gals de McLaren. Clique na imagem para acessar o arquivo e relembrar, redescobrir, pois isso é história.

segunda-feira, julho 25, 2011

The Watts Prophets - When The 90's Came (1997)

E se passaram quase 15 anos mas When The 90's Came não soa datado. Se o Public Enemy ainda é o Number One, isso se deve em grande parte ao The Watts Prophets. Esta gravação contou com a participação do pianista Horace Tapscott. Em tempos de confusão no hiphop, eu particularmente prefiro ouvir os "clássicos". Pode parecer um papo furado saudosista, mas eu não encaro desta forma. Sim, existem novos talentos surgindo longe dos holofotes, mas eu não disponho de tempo para esta tarefa de garimpo, afinal a vida é muito mais do que jornalismo musical, já que esta função não garante o meu sustento. Mas que o rap não produz de forma tão criativa como no final do séc.XX, isso não dá pra negar, concordem ou não os militantes e aficcionados do gênero. Bom, cada um no seu quadrado. Clique na imagem, acesse o arquivo e aproveite, é apenas música. Ou você acredita na ilusão de que a música de Geraldo Vandré realmente revolucionou este país?

quinta-feira, junho 23, 2011

The Watts Prophets - The Black Voices: On The Street In Watts / Rappin' Black In A White World (1969, 1971)

É óbvio que não devemos fechar os olhos para a desgraça que existe em nosso Brasil, principalmente nas grandes cidades e absurdos que ainda ocorrem na metrópole que está entre as maiores do mundo como São Paulo. Mas em termos de conflitos sociais, de racismo, os brasileiros, a periferia, nem sabe o que é realmente "o bicho pegar" como é na América do Norte. Um dos grandes conflitos, conhecido como Watts Riots em 1965, Los Angeles, estado da California, onde deixou 34 mortos, 1032 feridos e 3438 presos nos registros oficiais, começou em 11 de Agosto de 1965, quando Marquette Frye foi acusado por um policial de estar drogado ao dirigir e tentar obrigá-lo a submeter-se a um teste e humilhá-lo e ele se recusou. Isso gerou um tumulto no bairro e uma reação em cadeia que se agravou pela declaração pública do chefe de polícia da California, que os envolvidos eram "macacos no zoológico", durando 6 dias que consumiu cerca de 40 milhões de dólares em prejuízos e quase 1000 prédios incendiados e destruidos.
The Watts Prophets se formou de um grupo de poetas e músicos de Watts que combinou elementos do chamado jazz e a poesia falada (spoken word) em 1967, Richard Dedeaux, Anthony "Father Amde" Hamilton e Otis Solomon Smith. Seus contemporâneos são os The Last Poets, que podem ser considerados pré-cursores do que conhecemos hoje como rap. Clique nas fotos das capas dos discos e acesse os arquivos.

quinta-feira, setembro 16, 2010

Abiodun Oyewole - 25 Years (1995)

Abiodun Oyewole é o outro remanescente do grupo Last Poets, responsável pelo que se conhece de rap hoje em dia. Muitos teóricos, principalmente os paulistanos que surgiram no início do séc.XXI nem tomavam conhecimento deste grupo de poetas do rítmo que atravessou décadas, com suas rimas acompanhadas de diminuta percussão. Não havia toca-discos e muito menos samplers para pano de fundo como é hoje em dia. Oyewole diz no último disco sobre o nome Last Poets: "No time for the bullshit rap". A poesia ritmada perdeu em muito para os malabarismos de palavras e bases feitas por produtores que tomaram o lugar dos dj's (quando dj era aquele que tinha a habilidade de tranformar um toca-discos em instrumento musical e não esta febre de dj's de ocasião que encontramos aos montes por aí, que mau sabem mixar uma música com a outra), claro que existem os casos que fogem à regra de mercado, como Mike Ladd e outros poucos, mas em muito se perdeu de seu frescor, qualidade poética e o último respiro de criatividade realmente inovador se deu no fim dos anos 80 e início dos 90, com grupos como De La Soul, A Tribe Called Quest, Arrested Development, etc. Dizem que o rap brasileiro vai bem e de vento em popa, mas eu tenho as minhas ressalvas. Mas não vou entrar no mérito desta questão em respeito ao meu vizinho que foi um dos fundadores do que se chama rap em São Paulo, Jr. Blow e seu Stylo Selvagem.
Abiodun Oyewole tem uma métrica agressiva e simples, conhecida como spoken word e que muitos atribuem somente a Gil-Scott Heron, mas o Last Poets foi pioneiro como precursor do formato de grupo de rap. Em 25 Years, Oyewole declama sua poesia crua mas cheia de sabedoria sob a sofisticada produção de Bill Laswell e seus colaboradores, como Henry Threadgill, que foi saxofonista do trio de free jazz Air, ao lado do baterista Steve McCall e o baixista Fred Hopkins e também além de compositor e arranjador, foi um dos membros originais da AACM. Também fazem parte desta colaboração, seu parceiro Umar Bin Hassan, também membro do Last Poets, os percussionistas Don Babatunde e Aiyb Dieng, o trompetista Ted Daniel e o guitarrista Brandon Ross, nomes que soam desconhecidos no meio comercial e superficial do que chamam jazz nas grandes mídias, mas produzem uma arte exuberante.
25 Years se trata de uma arte atemporal, que une o ancestral e o contemporâneo, o urbano e o tribal, a dureza da realidade das ruas e sua desigualdade social e a beleza da arte. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Umar Bin Hassan - Be Bop Or Be Dead (1993)

Prosseguindo com a série Black Arc de Bill Laswell, Umar Bin Hassan é o poeta que pertence ao grupo pré-cursor do rap, o Last Poets. Be Bop Or Be Dead tem praticamente o mesmo formato do Last Poets, só que com a produção de Laswell e seus parceiros, como Bernie Worrell e Bootsy Collins(Parliament, P-Funk), Buddy Miles(Jimi Hendrix and Band Of Gypsys), Amina Claudine Myers, Guilherme Franco, músicos conhecidos do free jazz. Hassan recita sua hardcore poetry com a trilha sonora produzida por Laswell e seus companheiros, sendo que há uma releitura de composições do Last Poets que são This Is Madness e Niggers Are Scared Of Revolution. Clique na imagem para acessar o arquivo.
 
 
Studio Ghibli Brasil