quarta-feira, julho 30, 2008

Miles Davis

Bem, é óbvia a importância e valor deste músico para a arte, mas já escutei muitas vezes frases como: "Miles is god!". Para muitos pode até ser, mas para mim, que não sou politeísta só existe um Deus. Eu tenho muitas gravações de Miles, de diversas "fases", conheço o seu trabalho e boa parte de sua trajetória. Vamos esclarecer alguns fatos, todos nós seres humanos limitados e com defeitos, Miles não fugiu à sua natureza humana. Miles teve sérios problemas com as drogas que o prejudicaram na saúde e no seu trabalho. Graças à Teo Macero, seu produtor, sua carreira se manteve. Miles nos anos 60 não conseguia tocar um solo inteiro sequer e Macero pacientemente editava vários trechos de solos de inúmeros takes diferentes para montar um inteiro. Sim, Miles remix. Outro fato, Miles era conhecido pelo seu temperamento difícil e inflexível. Se não fosse Tony Williams, que se tornou o seu verdadeiro conselheiro musical, Miles estaría fadado ao ostracismo como Howard McGhee(brilhante trompetista do chamado bebop) e acreditem, Duke Ellington! Sim, Duke foi resgatado por Norman Granz com o selo Pablo nos anos 70, pois ninguém mais queria saber de gravar Duke! Tony incentivava Miles à modernizar sua música, mostrou o rock e outras formas musicais para Miles. Miles Dewey Davis III sacou que se ficasse no chamado purismo do Jazz, ficaría no esquecimento, pois apesar das aparências, o Jazz, mesmo influenciando a música do século XX como um todo, não tem devido valor na sua terra natal. O baixista alemão Peter Kowald constatou este fato com perplexidade quando foi para lá. Muitas das chamadas "Directions In Music" de Miles também tinham um grande cunho mercadológico. Não foi por meras questões artísticas que Miles gravou músicas de Michael Jackson e elementos do Hiphop nos anos 80, era o que o mercado consumia em massa. Sobre a famosa autobiografia de Miles escrita em conjunto com Quincy Troupe, uma vez seu amigo Max Roach lhe questionou porquê tinha publicado fatos de forma irreal. Miles disse que não fora ele, mas Roach repreendeu dizendo que ele tinha assinado em baixo, ou seja...
Enfim, Miles Davis foi realmente um grande artísta e muito importante para a música, mas veja lá quem se coloca no pedestal da idolatria...

Romanos 3:10: "...
Não há um justo, nem um sequer."

sexta-feira, julho 11, 2008

Kaiba


Série de animação dirigida por Masaaki Yuasa e Madhouse em 2008. Kaiba é o personagem sem memória, a não ser com a imagem de uma mulher desconhecida. Viaja pelo espaço conhecendo pessoas e recuperando sua memória numa época em que as memórias das pessoas podiam ser armazenadas em bancos de dados e transferidas para novos corpos, sendo comercializadas, mas também podiam ser roubadas e ilegalmente alteradas. Yuasa dirigiu Mind Game(2004), Kemonozume(2006), trabalhou também em Crayon Shin-chan(1992), Noiseman Sound Insect(1997), My Neighbours The Yamadas(1999), Cat Soup(2003), Samurai Champloo(2004).

quinta-feira, julho 10, 2008

UMA NOTA DE AGRADECIMENTO

Uma pausa para a cultura, as artes, que no momento é um ítem totalmente dispensável e supérfluo. Não vamos olhar o gramado do vizinho, vamos olhar para a nossa casa: BRASIL.
Obrigado à população que move este país, que vota e elege nossos líderes, as empresas, indústrias, crime organizado e desorganizado, enfim, todos os setores da sociedade brasileira. Ficam de fora os que estão no trabalho escravo, na mendicancia, miséria. Graças a nós todos que fazemos parte da sociedade em todos os níveis, teremos um futuro brilhante, sim, afinal os derivados de petróleo como o plástico, metais, materias inorgânicas, refletem bem o brilho sol. Beberemos bio-combustíveis e comeremos plásticos, metais, automóveis, etc. Quem sabe a minoria consiga comprar água engarrafada e alimentos importados. Obrigado à todos mesmo, pois o ser humano se tornou uma "coisa", descartável, um número. TV's de plasma maiores, pois assim não se enxerga a miséria nas ruas, nos cruzamentos de ruas e avenidas, nos bairros pobres e favelas, interior e capitais, norte, sul, leste e oeste.
Como disse antes, este é um mísero blog que poucas pessoas se interessam, e ainda por cima não tem cunho político, é direcionado ao supérfluo mundo artístico. Este post não surtirá efeito algum e não tem este objetivo, é apenas uma nota de agradecimento. Oremos pois, para que este quadro sombrio se reverta, para que o verdadeiro amor predomine em todos. Sim, o amor verdadeiro, que não é egoísta, que não espera recompensa ao se doar. Sem ironia, que Deus abençoe à todas as pessoas deste país, que tenham vida repleta de prosperidade, paz, amor e justiça, amém.

quarta-feira, julho 09, 2008

Sunny's Time Now

Antes tarde do que nunca. Enfim o reconhecimento mais do que merecido deste brilhante músico, Sunny Murray é o verdadeiro libertador da bateria no Jazz em conceitos mais amplos, o pai da bateria do Freejazz. Já no fim dos anos 50, junto de Cecil Taylor, participando inclusive de workshops de Varése, desenvolveram as bases e o conceito de Freejazz. Sunny desenvolveu o uso das frequências sonoras da percussão e pulsação no Jazz de forma realmente livre, abandonando as estruturas formais de compasso e rítmo. Deixou sua marca nas gravações com Albert Ayler e sería o próximo baterista de Coltrane em sua chamada última fase. Sunny vive atualmente na Europa, onde encontrou receptividade para sua arte e recentemente gravou com outro grande artísta marginalizado do Freejazz: Arhtur Doyle. As grandes mudanças desencadeadas no Jazz ocorreram principalmente no rítmo, não apenas nas estruturas melódicas, como muitos enxergam. Kenny Clarke, Max Roach e Sunny Murray ampliaram as possiblidades musicais da bateria no Jazz de forma única. Assim como Duke Ellington, Charlie Parker e John Lewis no campo harmônico e melódico. Infelizmente, ainda é um tanto difícil encontrar este dvd, mas aqui seguem os links:

http://www.ptd.lu/stn.htm


Paul Thiltges Distributions
45, boulevard Pierre Frieden
L-1543 Luxembourg
Tel: (352) 44 70 70 46 28 - Fax: (352) 25 03 94
info@ptd.lu

 
 
Studio Ghibli Brasil