sexta-feira, dezembro 18, 2009

Token Entry - Ready Or Not Here We Come 7" (1985)

Uma das melhores bandas de New York dos anos 80. Este compacto ainda contava com o primeiro vocalista, o Anthony Comunale, que foi para o Raw Deal que mudou o nome para Killing Time. A capa foi desenhada pelo baterista Ernie que era responsável pela arte da banda. Apesar da baixa qualidade da gravação, vale a pena conferir as versões originais que depois fizeram parte de seu primeiro lp, o From Beneath The Streets de 1987, já com Tim Chunks como vocalista definitivo. O Token Entry tinha aquela característica do chamado New York Hard Core, um som mais duro e pesado, como o Agnostic Front, Cro-Mags, que tem uma sonoridade mais voltada ao heavy metal. Mas outros grupos como o Murphy's Law já misturavam sonoridade de ska, reggae e rap (inclusive o falecido baixista Chuck Valle do Murphy's Law foi engenheiro de som no disco de LL Cool J) e o Token Entry tinha um pouco de rap no estilo de cantar de Tim Chunks, além de momentos mais melódicos e a forte ligação com o skate. No último disco da banda, o The Weight Of The World, a sonoridade mudou bastante, sendo até criticado como uma mediocre banda de funk'o'metal, mas isso veio de fãs radicais do estilo hardcore. Ruim mesmo foi a banda que Ernie formou, o Black Train Jack que teve seu disco lançado aqui no Brasil e até eu comprei o disco. Tinha uma faixa que o Ernie cantava e lembra o Token Entry, mas o resto, sinto muito. Tem uma versão de One Love de Bob Marley que é simplesmente horrível de doer. Mas o Token Entry foi realmente uma das melhores bandas de hardcore de New York e uma bela trilha sonora para as street sessions de skate. Clique no título do post ou na imagem para acessar o arquivo.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Napalm Death - a trilha sonora do fim do mundo I

O Napalm Death realmente tem sua importância na música com seu estilo agressivo. Não dá para afirmar que eles criaram sozinhos o grindcore, pois na maioria dos casos em que algo novo é criado na música em geral, isso acontece simultaneamente em várias partes do mundo e geralmente quem recebe o crédito é quem consegue publicar, registrar seu trabalho.
Esta fita k-7 de demonstração foi gravada em 1985, ainda não tinha o formato consagrado anos depois com os discos Scum e From Enslavement To Obliteration com a famosa dupla Lee Dorrian e Mick Harris(baterista que fez parceria com John Zorn). Na verdade parece com muitas das bandas de hardcore punk inglesas e da Escandinavia, no melhor estilo gravação horrível. Vale a pena conferir os primórdios barranqueiros da banda que acelerou o BPM da música. Clique na foto ou no título do post para acessar.
p.s.: A capa acima é a suposta demotape intitulada de Punk Is A Rotting Corpse de 1982. Muitos afirmam que na verdade é outra banda que fazia parte das primeiras coletâneas que o Napalm Death participou. Em todo caso, clique na foto ou no link e confira: http://www.mediafire.com/file/ywarzmfncdj/ND - PIARC.rar

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Kalaparusha Maurice McIntyre

Maurice McIntyre está entre os que eu chamo de sacerdotes musicais, como foi Albert Ayler, Frank Wright e prossegue ainda com Pharoah Sanders, David Murray e Charles Gayle, que entregam seu louvor à Deus através de sua música de forma livre. O título do disco já diz do que se trata, nos saudando com a paz e as bençãos do Criador em forma de música com suas raízes africanas e a música desenvolvida pelas gerações anteriores no território norte-americano. Peace and Blessings foi gravado em 1979 e conta com McIntyre no saxofone tenor, flauta, clarinete em Bb e baixo e percussão, Longineu Parsons no trompete, flugelhorn, flauta, Leonard Jones no baixo e King I Mock na bateria. No título do post e na foto da capa se tem acesso ao arquivo.

Pagan Babies, Philly hardcore



Me lembro que à mais de 15 anos atrás, eu estava na galeria do rock e passei em uma loja de discos, que não tinha nada em especial, as prateleiras não tinham coisas tão incomuns a não ser por um que me chamou a atenção. O disco em questão tinha uma capa com desenho típico do grafitti estilo hiphop feito com caneta hidrográfica: Pagan Babies, Next. Logo ví que se tratava de uma banda de hardcore, conhecia a gravadora Hawker records que era especializada no estilo. Resolví levar apostando que iria gostar, pois não dava pra ouvir o disco na loja. Geralmente disco importado, o lojista acha que tem de ser mais caro, sendo que na maioria esmagadora das vezes, ele nem pagou pela taxa de importação porque não o comprou lá fora ou o disco é de segunda mão. Ainda mais se for disco de hardcore, que é de gravadora independente e possui o preço menor em relação aos de grandes gravadoras. O disco do Pagan Babies pertenceu à um membro da revista Rock Brigade que fez a resenha, que provavelmente não entendeu a proposta musical, pois a resenha tinha poucas linhas com comentários nem um pouco empolgados. Como a revista na época era muito restrita ao heavy metal, não agradaria os editores e público dela.
Quando ouví o disco gostei na hora, tinha algo em comum com outra banda que gostava, o Token Entry, tanto que era a mesma gravadora e ambas se conheciam. Digamos que o Pagan Babies era um primo da Philadelphia do Token Entry. O disco tinha duas versões de músicas mais antigas: Beyond The Fringe do Lime Spiders e The Bitch do Slaughter & The Dogs que está no video acima.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Sunny Murray at MOERS Festival (1979)

Mesmo estando praticamente exilado na Europa a decadas, não por questões judiciais, mas por questões políticas, de cidadania, pois se estivesse permanecido em seu país, estaria numa situação humilhante, como esteve em meados dos anos 60, a ponto de seu apartamento não possuir maçaneta na porta e muito menos móveis. Sunny é um sobrevivente entre os pioneiros da libertação musical dos anos 60, ao lado de Ornette Coleman e Cecil Taylor. Quase foi o substituto de Elvin Jones na chamada última fase de John Coltrane. Recusou o convite diante do testemunho de Cecil taylor e Anthony Braxton, por conta de sua grande amizade com Elvin.
Sunny desenvolveu a nova linguagem da percussão para um caminho mais livre, que não se prendia aos estatutos convencionais de ritmo. A bateria passou a ser um elemento de textura sonora, mais uma peça elementar nas peças de improvisação.
Nesta gravação de 79 no famoso festival na Alemanha em sua oitava edição, Sunny se apresenta com seu trio formado pelo saxofonista David Murray, o baixista Malachi Favors, conhecido pela sua longa associação com o Art Ensemble Of Chicago e a AACM e o percussionista senegalês Cheikh Tidiane Fall nas congas, que já tocou com Archie Schepp, Dexter Gordon, Herbie Hanckok, Abeey Lincoln, Art Ensemble of Chicago, Pharoa Sanders, Teddy Edwards, Steve Lacy, entre outros.
clique na foto para acessar

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Cryptic Slaughter: Bel Air, California (21/06/1986)



O Cryptic Slaughter foi formado em 1984 por Les Evans, Scott Peterson e Adam Scott com idades entre 14 e 17 anos. Em 1986 com Bill Crooks na voz principal, Les Evans na guitarra, Rob Nicholson no baixo e vocal de apoio e Scott Peterson na bateria, lançaram o lp Convicted que se tornou um clássico do hardcore e do crossover. Na época não havia se consolidado o grindcore, tendo como seus maiores representantes o Napalm Death, (que inspirou John Zorn a formar o Naked City) o Carcass, que lançariam seus discos de estréia no ano seguinte: Scum(1987) do Napalm Death e Reek Of Putrefaction(1988), do Carcass e o Sore Throat que foi formado em 1987. Não haviam bandas de hardcore, punk e thrash metal que tocassem tão rápido quanto o Cryptic Slaughter.

sábado, dezembro 12, 2009

Iceburn

O Iceburn esteve no meio controverso do hardcore, gravou alguns discos pelo selo símbolo da facção straight-edge, a Victory records, com sua estética e idealismo um tanto duvidosos e principalmente a Revelation records, ligada ao ex-vocalista de um dos pioneiros grupos a levantar a bandeira da ideologia, o Youth Of Today.
A sonoridade do Iceburn foi evoluindo, deixando aos poucos a formação mais corriqueira de baixo elétrico, bateria e guitarra e alguns momentos com poesia cantada para o instrumental, adição de instrumentos de percussão e sopro em longas sessões de improvisação e distorções sonoras.
Não digo que o Iceburn foi um grupo de Freejazz ou coisa parecida, mas tinha ligação com o que costumam chamar de Jazz. Seus membros tinham como uma de suas influências e com o passar do tempo sua estética se assemelhou em muito ao Freejazz. É aquela visão curta de que basta um grupo instrumental possuir um instrumento de sopro e logo chamam de jazz.
Mas o Iceburn, independente destes inúteis rótulos, foi um grupo muito interessante em atividade nos anos 90, dando um novo espectro dentro do rock das novas gerações após a ruptura de padrões desencadeadas pelo punk-rock.
Deixo aqui algumas faixas de um de seus últimos trabalhos o disco independente entitulado de Speed Of Light / Voice Of Thunder(1999), sob o nome de ICEBURN DOUBLE TRIO. Infelizmente eu vinha extraindo o disco faixa por faixa no Soulseek e antes de completar 1/3 do disco, o arquivo saiu da rede. É lamentável pois é um dos melhores trabalhos do grupo e tal gravação se encontra fora de catálogo.
Clique no link para acesso ao arquivo:

http://www.mediafire.com/?c4jezv0txfk


Afinal, o que é arte?

Bem, esta pergunta eu creio que já tem resposta, embora muitos prefiram fazer suas próprias conjecturas sobre o que se pode ser considerado arte. As definições mais comuns de se encontrar por ai, giram em torno de definições como esta:
"
A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar."
Ernst Gombrich, famoso historiador de arte, afirmou que nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. Existem somente artistas. Arte é um fenômeno cultural. Regras absolutas sobre arte não sobrevivem ao tempo, mas em cada época, diferentes grupos (ou cada indivíduo) escolhem como devem compreender esse fenômeno.


A definição de arte varia de acordo com a época e a cultura. Pode ser separada ou não em arte rupestre, como é entendida hoje na civilização ocidental, do artesanato, da ciência, da religião e da técnica no sentido tecnológico. Assim, entre os povos ditos primitivos, a arte, a religião e a ciência estavam juntas na figura do xamã, que era artista (músico, ator, poeta, etc.), sacerdote e médico. Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Este era o sentido que os gregos, na época clássica (século V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra "técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer esculturas, pinturas, sapatos ou navios. Neste sentido, é a acepção ainda hoje usada no termo artes marciais. No sentido moderno, também podemos incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística. Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser classificada no meio da religião e da ciência".

O que me estimulou a escrever este post foi uma discussão sobre a arte com um amigo e discordamos em alguns pontos do que se define o que é arte. Eu estava apenas concordando com o que podemos chamar de "versão oficial" das várias definições e que muitas delas acabam por defender os interesses próprios de quem acredita. Devido a perniciosidade dos tempos modernos, qualquer coisa pode ser arte, de peças publicitárias à meros produtos de consumo.
Então eu exemplifiquei como o texto logo acima que fala sobre técnica, habilidade e disse que o AK-47 (Avtomat Kalashnikova odraztzia 1947 goda - Arma Automática de Kalashnikov modelo de 1947, é um fuzil/espingarda de assalto de calibre 7,62 x 39 mm criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na União Soviética pela indústria estatal IZH), pode ser considerado uma obra de arte, independente do fato de ser um instrumento bélico.
Bem, tudo isso é vaidade, um verdadeiro enfado da existência humana e deixar solta a tampa do saleiro do bar é classificado como fazer arte...

terça-feira, dezembro 08, 2009

Ken Vandermark

Quem tem acompanhado o cenário musical instrumental nestes últimos 20 anos, já deparou várias vezes em 2 nomes no que se diz em relação à inovação e criatividade: John Zorn e Ken Vandermark. Vandermark especializou seu espectro musical usando como ponto de partida o que chamam de Jazz. Mas seu repertório inclui outras áreas de seus gostos pessoais, como o funk, o reggae, o rock, etc., como podemos constatar em seus trabalhos envolvendo artístas destas áreas.
A gravação Design In Time foi lançada à 10 anos e conta com a formação de um sopro e duas baterias, dando um novo horizonte ao que ficou conhecido através de Coltrane/Ali e entre tantos outros, como Shelly Manne e Coleman Hawkins em sua gravação do album 2, 3, 4 pela Impulse de 1962. Robert Barry é o baterista original da Arkestra de Sun Ra e ainda está na ativa, tocando com grandes músicos como Fred Anderson, Kidd Jordan e Hamid Drake. Tim Mulvena fez parte do Vandermark 5 e foi para o The Eternals.
Muito interessante a junção de bateristas de gerações diferentes, que se complementam harmoniosamente ao amplo discurso de Vandermark. Design In Time tem 4 originais compostos por Ken, ao lado de classicos da música instrumental em sua forma mais inovadora:
1. Law Years (Ornette Coleman)
2. Sounds And Something Else (Sun Ra)
3. One More Once (Ken Vandermark)
4. Well Suited (Ken Vandermark)
5. Cut To Fit (Ken Vandermark)
6. Angels (Alber Ayler)
7. Feet Music (Ornette Coleman)
8. The Thing (Don Cherry)
9. Top Shelf (Ken Vandermark)
10. Green Chimneys (Thelonious Monk)
11. Peace (Ornette Coleman)

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Circle Jerks

O Circle Jerks é uma das minhas bandas preferidas do hardcore punk. Certamente o seu disco Wild In The Streets é um dos melhores do estilo musical e fez parte de muitas sessões de skate nas ruas: "Wild! Wild! Wild!... running wild in the streets!". Seus membros fazem parte muito importante do punk norte americano, o vocalista Keith Morris também fez parte do Black Flag e o guitarrista Greg Hetson no Bad Religion, que apesar de ser muito criticado no meio, não deixa de ser uma banda importante e original, levando as raízes da música caipira norte americana para uma visão contemporânea do punk rock. O Circle Jerks exala as raízes do rock'n'roll nos acordes simples e as frases típicas dos tempos do Chuck Berry, mas só que com a agressividade e velocidade dos tempos conflituosos do hardcore nos anos 80.
A música "Golden Shower of Hits (Jerks on 45)" é um medley de seis músicas contando a história de um casal que se conhece, se apaixona, tem uma gravidez não planejada, conflitos de casamento e o divórcio. As músicas originalmente são:
"Along Comes Mary" by The Association;
"Close to You" by The Carpenters;
"Afternoon Delight" by Starland Vocal Band;
"Having My Baby" by Paul Anka and Odia Coates;
"Love Will Keep Us Together" by Captain & Tennille;
"D-I-V-O-R-C-E" by Tammy Wynette.
As músicas "Coup d'État" e "When the Shit Hits the Fan" fizeram parte da trilha sonora daquele estranhíssimo filme de 84, o Repoman, sobre um cara que trabalhava como cobrador de empréstimos e geralmente ia na casa do devedor e tomava-lhe o veículo mesmo sem o seu consentimento. Quem fazia o papel principal era Emilio Estevez e o ambiente era no meio da juventude punk, mas a história progride para para um enredo absurdo envolvendo alienígenas.
Clique na imagem da capa que é o link para acesso do arquivo.
 
 
Studio Ghibli Brasil