Me lembro que nos anos 80, haviam poucas bandas com uma sonoridade mais agressiva com uma voz feminina. Sim, haviam algumas bandas punk, mas em termos de underground brasileiro, era inviável ter acesso à obscuridades do cenário de New York, por exemplo. Aqui, tinhamos as Mercenárias, mas hardcore, simplesmente não rolava nada. Foi então que eu deparei com o Jingo De Lunch na "folclórica" loja Tok-Entre do Quinha, ex-funcionario do Nunes (da Rainbow). Na sua simplicidade, o Quinha só me disse que o disco era bem loco. Eu tinha lido sobre a banda em algum artigo de fanzines que chegavam pelo correio, Maximum Rock'n'Roll e Flipside, que era compartilhado entre amigos (era muito demorado e difícil conseguir um exemplar, em papel jornal, mais do que pagar uma fortuna abusiva numa Wire por aí). Olhei a capa, a contra capa, bem, não resisti a foto da vocalista Yvonne Ducksworth com aqueles dreadlocks sujos e levei pra casa. Coloquei o lp no toca discos e gostei muito. Não era tão porrada quanto o Sacrilege, era até mais melódico, mas hardcore. Yvonne era a única mulher na banda, assim como Lynda "Tam" Simpson no Sacrilege. Depois de uma década, inventaram um rótulo de riot girls, que gerou boas bandas, mas conceitos um tanto quanto equivocados e como na maioria das vezes acontece, chega ao Brasil de forma distorcida. Mas o que importa, é a música pela música. Clique na imagem para acessar o arquivo.
segunda-feira, agosto 15, 2011
Jingo De Lunch – Perpetuum Mobile (1987)
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