quarta-feira, setembro 28, 2011
sexta-feira, setembro 23, 2011
S.O.B. - Osaka Mon Amour ep (1988)
S.O.B.: Sabotage Organized Barbarian, formado em Osaka, Japão, em 1983 e ainda em atividade. Em curtas palavras, como o estilo: Os pioneiros precursores do grindcore thrashcore, ao lado de Napalm Death, Terrorizer, etc. O título é uma declaração de amor à sua terrinha natal. Clique na imagem para acessar o arquivo e ouça com ternura.
segunda-feira, setembro 19, 2011
sexta-feira, setembro 16, 2011
PLAY 2011 - Dutch Impro Academy (film by Garry Checora)
Garry Checora, percussionista de Vancouver, Canada, captou parte do que foi a semana com os participantes do PLAY 2011 com a Dutch Impro Academy. Foi um grande prazer conviver com ele e sua música, muito obrigado Garry! (Checora Garry, percussionist Vancouver, Canada, part of which was captured the week with the participants of 2011 with the Dutch PLAY Impro Academy. It was a great pleasure to live with him and his music, thank you Garry!)
terça-feira, setembro 06, 2011
Um zé ninguém em Amsterdam (a john doe in the Netherlands)
Quando fiz a inscrição para o PLAY, promovido pela Dutch Impro Academy, sinceramente não avistava grandes possibilidades de participar pelos meus próprios recursos, pois era necessário desembolsar € 950 pelo curso, fora passagem aérea, passaporte, seguro de viagem, etc, sendo que não tenho dindico nem para ir ao Paraguai. Mas o Marcio me incentivou, minha noiva também e assim o fiz. Então eu falei que se fosse a vontade de Deus, eu iria. YHWH Jireh (יהוהידח) = Deus proverá, foi o que Abraão disse e eu também. Enviei a ficha e até fiz pedido de passaporte, mas não concluí, pois não tinha grana para pagar a taxa. Praticamente quase uma semana antes do início do PLAY, eu já não pensava mais sobre o assunto e chega o e-mail de Susanna von Cannon, manager da ICP e DIA dizendo que fui selecionado para participar e não precisava me preocupar com as despesas... Aleluia! Glória a Deus! E não parou por aí. Chegando no check in do aeroporto de Guarulhos com uma grande fila, tinha que acertar a minha conexão, pois faria uma escala em Paris. Então a atendente me olhou e do nada disse que daria um jeito para me encaixar no vôo direto e em menos de 2 minutos foi feito. Sorte? Francamente, isso não rola, é a mesma coisa que acreditar que dá azar quebrar um espelho... Yedo, irmão de Marcio, nos recebeu no aeroporto de Schiphol, num belo e ensolarado domingo e sua companheira Sandra, nos preparou um maravilhoso almoço. À noite fomos ao primeiro encontro com o staff da DIA e os participantes do PLAY no restaurante CousCous Club onde me deliciei com um legítimo couscous marroquino de cordeiro e uma torta com creme, que foi uma covardia. Todas as noites íamos à um restaurante diferente, como o de culinária etíope e chinesa com influência indonésia. Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten nos presentearam com uma maravilhosa sessão de improvisação alí mesmo. Conversamos com Han e Mary sobre muitos assuntos, aliás, música foi o assunto menos abordado nesta semana. Os dias eram corridos, com sessões de improvisação totalmente livre com os professores e entre os participantes, em diversas combinações, das 10h às 17h diariamente. A minha surpresa foi participar de 4 apresentações de quarta à sábado em diferentes locais, pois imaginava algo como os workshops no Centro Cultural São Paulo, onde o resultado era apresentado em uma apresentação no fim das atividades. A primeira foi no Zaal 100, o "quartel general" da improvisação holandesa, localizado num típico prédio da cidade e muito acolhedor, com um certo clima de underground. No dia seguinte, foi no Steim, um centro de pesquisa e desenvolvimento de música ligada à eletrônica, num prédio em frente à um típico canal com barcos e casas-barco ancorados em frente. Na sexta nos apresentamos no imponente Bimhuis, sempre em 2 sets com diversas formações menores e no fim de cada set com todos os participantes. O encerramento foi no Zomer Jazz Fiets Tour, na província de Groningen, à cerca de 3h de Amsterdam. O local parecia uma ilustração de um livro de fábulas infantis, com pequenas casas de tijolos, belos jardins floridos, moinhos, vacas, cabras e grama verde. O interessante do Zomer era o formato do festival, onde várias apresentações ocorriam de forma simultânea em diferentes "bairros" que eram percorridos de bicicleta. Talvez pareça estranho eu não comentar sobre a música, improvisação livre, a experiência de tocar e conviver com grandes artístas, pois isso pode ser traduzido de uma forma muito mais eficaz, como um audio streaming ou video, que pretendo publicar aqui assim que possível. O que realmente foi valioso para mim em particular, foi conviver com pessoas de diferentes culturas e países, onde o amor à arte nos uniu em uma só voz, onde o ego foi dissolvido em uma maravilhosa comunhão, onde todos contribuiram servindo e recebendo, com sinceridade e alegria. Um fato que ocorreu no jardim de uma casa que servia de restaurante para os músicos participantes do Zomer, foi eu, um completo desconhecido estar sentado à mesa com pessoas como Han Bennink, Mary Oliver, Tristan Honsinger, Axel Dörner, conversando de maneira natural sobre diversos assuntos, como a realidade político-econômica brasileira, enquanto desfrutávamos de uma bela refeição. Em nenhum momento me senti estar conversando com uma "lenda do jazz" ou coisa parecida e em nenhum momento estes grandes músicos se portaram de tal forma. Naquele momento, o que importava era uma agradável coversa de fim de tarde entre colegas, simplesmente pessoas. Ainda no fim do festival encontrei meu amigo Ken Vandermark, que participou com o The Ex e Mats Gustafsson. Eu quase coloquei minha cabeça debaixo da terra de vergonha quando o Han Bennink me elogiava para Tristan Honsinger. Han precisava fazer média comigo? De maneira nenhuma, aquilo veio do coração, sincero. "Oh, eu toquei com o Han Bennink, ele e os músicos da Dutch Impro Academy me elogiaram..." Quer saber? Isso é o que menos importa. O tesouro mais precioso que ganhei em Amsterdam foi participar na formação de uma família em torno da música e laços de amizade que superaram barreiras, distância geográfica e diferença cultural.
Eu agradeço de todo meu coração à Deus por tudo isso e as seguintes pessoas que jamais esquecerei e tive a honra e prazer de conviver nesta intensa semana em Amsterdam:
Participantes: Garry Checora (Canada - drums), Aviva Endean (Australia - bass clarinet), Kay Fischer (Germany - sax, flute, clarinet), Michael Foster (USA - tenor sax), Andreas Fulgosi (Switzerland - guitar), Luiz Eduardo Galvão (Brasil - electric guitar), Marcio Novais Gibson (Brasil - drums), Thiago Salas Gomes (Brasil - acoustic guitar), Marie Guilleray (France - vocals, electronics), George Hadow (UK - drums), Romulo Alexis Ignacio (Brasil - trumpet), Paul Landsberg (Canada - guitar, bass), Reza Mortazavi (Iran - composer, piano), Celio Vasconcellos (Germany - wavedrum, laptop), Dianne Verdonk (the Netherlands - cello, double bass), Laurens van der Wee (the Netherlands - mixer, electronics)
Professores: Han Bennink, Mary Oliver, Eric Boeren, Anne La berge, Wolter Wierbos e Bart Van Der Putten.
Susanna von Canon (and Louis & Clark), Babette Greiner, Ron Ruiten, Marc Schots, Yedo Gibson e Sandra, ao funcionário paquistanês da loja de souvenirs, ao pessoal do restaurante CousCous Club e Queen Of Sheba, o pessoal do Conservatoruim van Amsterdam e BarBoon, Steim, Zaal 100, Zomer e Bimhuis, Avenal Marques, Antonio Gianfratti, Silvia Heloisa, meus pais.