sexta-feira, abril 29, 2011

Apresentação dos participantes da Oficina de improvisação livre no CCSP (24/04/2011)

Oficina de improvisação livre em música com a regência de Chefa Alonso (sax soprano e percussão). Além de atuar em festivais internacionais de improvisação por toda a Europa, a instrumentista espanhola desenvolve uma intensa atividade didática, ministrando oficinas e workshops. Com duração de quatro dias e uma apresentação dos alunos ao final, esta oficina visou proporcionar aos participantes a experiência de tocar improvisação em uma formação orquestral, na qual se possa trabalhar não apenas técnicas do instrumento, mas também noções de regência. Chefa Alonso é integrante da LIO (London Improvisers Orchestra), FOCO (Orquesta de Improvisadores de Madri) e OMEGA (Orquesta de Música Espontânea da Galícia), sendo ainda cofundadora e diretora da Orquestra Entenguerengue, com músicos improvisadores da Andaluzia. A apresentação do resultado dos quatro dias de oficina ocorreu no domingo, 24/4, às 21h na Sala Jardel Filho, no Centro Cultural São Paulo.

sábado, abril 23, 2011

Páscoa, Pessach, feriado prolongado, coelhinho ou chocolate?


"E falou o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR.
E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.
E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos. Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa.
Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o SENHOR vos dará, como tem dito, guardareis este culto.
E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este?
Então direis: Este é o sacrifício da páscoa (do hebraico פסח - pessach ou seja, passagem) ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou.
" - Êxodo 12.1-27

quarta-feira, abril 13, 2011

Grachan Moncur III - New Africa (1969)

Grachan Moncur III nasceu em New York 03/06/1937, vindo de uma família de músicos, como seu tio Al Cooper, líder do The Savoy Sultans, e seu pai foi baixista no Savoy Sultans além de tocar com Billie Holiday, Teddy Wilson, entre outros. No início dos anos 60 inicou uma parceria com o saxofonista Jackie McLean e gravaram trabalhos históricos para o jazz: One Step Beyond, Evolution, Destination Out e Some Other Stuff. Mesmo assim, Moncur ainda é um nome pouco lembrado entre os ícones do seu instrumento. Quando Moncur se associou no fim da década de 60 em Paris com músicos do free jazz, produziram os trabalhos mais engajados do movimento, sob o selo BYG pela série da revista Actuel, onde encontraram um veículo propulsor destes ideais, apesar de até hoje haver fatos não bem esclarecidos sobre problemas de direitos fonográficos entre o selo e os músicos. New Africa não é das gravações mais radicais deste núcleo de músicos, como o Echo de Dave Burrell ou Luna Surface de Alan Silva, mas é composto de composições exuberantes em beleza lírica do jazz contemporâneo. Clique na imagem para acessar o arquivo.

segunda-feira, abril 11, 2011

Linton Kwesi Johnson - Dread Beat An' Blood (1977)

Linton Kwesi Johnson nasceu em 24/08/1952, Chapelton, Jamaica, mudou-se para a Inglaterra e se graduou em sociologia na Goldsmiths College em New Cross, London em 1973. Se integrou ao British Black Panther Movement e organizou workshops de poesia no movimento, com o grupo de poetas e percussionistas Rasta Love.
A poesia de LKJ aborda os conflitos raciais na Inglaterra e Dread Beat An' Blood antecede os conflitos em Brixton (1981).
Linton Kwesi Johnson tem uma extrema sintonia com o movimento punk, pelo teor politizadoem seus poemas e esta gravação é contemporânea coincide ao nascimento do punk rock. Considero pessoalmente LKJ o melhor de todos dentro da música jamaicana, até mais que os consagrados nomes de sua terra natal. Clique na imagem para acessar o arquivo que é um clássico.

sábado, abril 09, 2011

Kahil El'Zabar's Ritual Trio - Renaissance Of The Resistance (1993)


Em Renaissance Of The Resistance, Kahil El' Zabar se une à dois grandes músicos da música livre ligada com as tradições da cultura afro americana. Membros importantes da AACM que contribuiram ativamente para o avanço da criatividade musical de Chicago e consequentemente da música universal. O saudoso baixista Malachi Favors construiu sua sólida reputação no mais ilustre grupo oriundo do cenário. o Art Ensemble Of Chicago. Ari Brown e Kahil El' Zabar continuam seus respectivos trabalhos. Esta gravação do Ritual Trio em alguns momentos se assemelha ao Ethnic Heritage Ensemble, quando Zabar os tambores africanos e kalimba. As composições em que está na bateria, onde fica evidente a sua versatilidade e maestria, o trio se manifesta mais na tradição do chamado jazz. Para quem está mais familiarizado com as características de Ari Brown, sabe que mesmo em momentos mais intensos seu saxophone exala suavidade, se integrando à firmeza, criatividade e profundidade de Favors. Clique na imagem para acessar o arquivo e constatar que a música fala por sí só.

sexta-feira, abril 08, 2011

School days, school's out... as amizades nos tempos de escola.

Antes de tudo, não é um post sobre o conhecido disco de Stanley Clarke, School Days (1976). Muita gente detesta Stan, que ficou estigmatizado como um exibicionista do baixo elétrico, como acontece com os guitarristas. Mas ele está além disso, é um brilhante músico e compositor, que participou de um clássico de Pharoah Sanders, o Black Unity (1971), do Moon Germs de Joe Farrell (1972) e do grupo Return To Forever. Só coloquei a foto porque gosto da capa (do disco também) e serviu para ilustrar o assunto que meditei nesta manhã.

Tempos de escola. Indiretamente tem ligação ao que ocorreu no Rio de Janeiro, mas não é sobre bullying, armamentos, ou coisa parecida. Veio à memória meus tempos de escola, onde havia o complemento da rede social da maioria das pessoas, que começa pela família, depois os vizinhos e a escola, onde boa parte de nossa infância e adolescência passamos. Complementando com os amigos da vizinhança, os da escola muitas vezes moram em outros bairros, mas convivemos de forma intensa, se assim o desejamos. Acontece de integrarmos os amigos da escola com os das ruas do bairro, e até ambos estão nos dois lugares. No meu caso tive amigos de escola que eram vizinhos de bairro.

Bem, gostaria de falar especificamente sobre os últimos três anos letivos que compunham o chamado colegial do currículo das escolas estaduais. Estavamos crescendo e deixando aos poucos a fase mais turbulenta que é a adolescencia, dos 15 aos 17 anos de idade. Misturam-se os sentimentos e o turbilhão de informações em nós, que estávamos no meio do caminho, não querendo ser mais crianças, e sermos levados à sério, mas não possuindo a experiência, capacidade e maturidade de um adulto (aliás, muitos adultos ainda não as tem). As meninas confundem sua "maturidade" por conta da acelerada mudança corporal em relação aos meninos, que lidam com seus conflitos, o receio ou não do serviço militar obrigatório, a virilidade, a habilitação de motorista e ambos em relação à faculdade. Enfim, muitos artigos, livros e teses redigidos com mais competencia por profissionais de comportamento explicam sobre isso.

Lembrei do forte vínculo que estabelecí com um grupo de amigos, pois estudamos na mesma classe por três anos consecutivos. Duas meninas, três meninos e mais alguns de outras classes de forma menos intensa. Creio que um grupo que girava em torno de 10 amigos. Compartilhamos sonhos, vandalismo, estudo, paixões, conflitos, um micro mundo, um esboço social para cada indivíduo que possuía personalidade distinta uma da outra, mas que conseguia conviver harmoniosamente. Sim, às vezes nos desentendíamos, mas isso não passava de um dia de aula ou um fim de semana. Alguns já pensavam no lado mais prático da vida futura, em ganhar dinheiro, em ser bem sucedido de acordo com o padrão capitalista, outros no romantismo do amor à profissão ou ideal filosófico e artístico, outros já direcionavam seus barcos à deriva, na ilusão de que seriam jovens para sempre, que bastava colar na prova e estava tudo certo, que chegariam sempre em casa com roupa lavada, comida feita e contas pagas pelos pais. Os que deixaram de orientar o leme de suas vidas no bravio mar da sociedade impessoal, foram tragados pelas marés, mas estes em sua maioria, foram os amigos de bairro. A maioria dos meus amigos de bairro não deram continuidade nos estudos, alguns foram para caminhos tristemente medíocres e tortuosos. E outros encontraram o crime, a prisão, a violência e a morte.

Mas os meus amigos do grupo da escola, todos se estabeleceram dentro dos padrões da sociedade, alcançaram grande parte de seus objetivos, a maioria constituiu família, renda, etc. Tentamos nos reunir em alguma ocasião, mas nunca conseguímos reunir o grupo todo. Questões geográficas, do cotidiano tornaram isso inviável, além do fato mais triste: a falta de interesse. O conceito de amizade é relativo para cada pessoa, cada um determina o seu. Outro fator é que cada um não quer abrir mão, nem que seja uma vez, de sua rotina. Me lembro que fui em uma reunião de ex-alunos da escola e até certo ponto foi divertido rever muitas pessoas. Mas também foi um choque social, pois meus amigos em sua maioria se tornaram os "caretas adultos" aos quais criticavamos em nossa adolescência. A maioria abandonou seus sonhos e ideais e apenas se ajustaram à maquina da sociedade onde o indivíduo gera renda e consumo, sem questionamentos. E em seus medos, angústias, conflitos e anseios as pessoas se defendem no bunker do egoísmo, ignorando que entraram em uma armadilha feita por sí próprias.

"E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará." - Mateus 24:12

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." - Romanos 12:2

terça-feira, abril 05, 2011

The Ethnic Heritage Ensemble - Impressions (1982)

Gravado em Junho de 1981 na cidade de Bologna, Itália, Impressions é dividido em duas partes. Kahil El'Zabar contou com a colaboração de Ed Wilkerson e Henry 'Light' Huff nos sopros nesta configuração do Ethnic Heritage Ensemble. Edward L. Wilkerson Jr. nasceu 27/07/1953 - Terre haute, Indiana, é saxofonista e clarinetista, compositor, arranjador e educador membro da AACM onde leciona na escola de música da associação. Foi premiado pela Illinois Arts Council, the National Endowment for the Arts, Meet the Composer, the Community Arts Assistance Program, entre inúmeros outros títulos. Além de ter partcipado do Ethnic Heritage Ensemble, seus trabalhos incluem 8 Bold Souls, Shadow Vignettes, tocou com a AACM Big Band, Roscoe Mitchell, Douglas Ewart, the Temptations, Chico Freeman, Geri Allen, the Lyric Opera of Chicago, Muhal Richard Abrams, Aretha Franklin, e George Lewis. Infelizmente não pude obter informações sobre Henry 'Light' Huff, que faleceu no início dos anos 90, mas ele é um nome extremamente respeitado entre os músicos, e isso pode facilmente comprovado em seus dois registros como membro do Ethnic Heritage Ensemble. Na primeira parte de Impressions se destaca seu clarinete baixo ao lado de Wilkerson. Espero que venha à luz o reconhecimento de Henry 'Light' Huff no avanço da criatividade da música livre. Clique na imagem para acessar o arquivo e comprovar a riqueza artística destes grandes músicos.



sexta-feira, abril 01, 2011

Ernest Dawkins' New Horizons Ensemble - The Prairie Prophet (2011)

Apesar de Ernest Dawkins ainda não ser um nome tão conhecido até entre os apreciadores do chamado jazz, é um dos principais músicos e compositores que contribuem para o avanço da música criativa e ousada, ligada às tradições ancestrais da música e cultura afro-americana. Dawkins se une a novos talentos do cenário ousado de Chicago, com os trompetistas Marquis Hill e Shaun Johnson, o guitarrista Jeff Parker. Também fazem parte do New Horizons Ensemble, o baixista Junius Paul, Steve Berry no trombone e Isaiah Spencer na bateria.
The Prairie Prophet é dedicado ao mentor de Dawkins, Fred Anderson, também conhecido como proprietário do lendário Velvet Lounge, o epicentro de propulsão do free jazz de Chicago.
Clique no link abaixo para ouvir uma pequena amostra do disco:
http://www.amazon.com/theprairieprophet /
 
 
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