terça-feira, setembro 24, 2013

Plastic Underground ou a conotação de um "banana"

Não é a primeira vez que um artigo compartilhado no facebook que passaria desapercebido por mim ou de pouca relevância, me leva a refletir e fazer uma análise um tanto quanto irônica em alguns aspectos, mas com um fundamento e argumentação plausível, não apenas palavras inconsequentes e de pouco sentido. Talvez este assunto já esteja um tanto quanto exausto, mas como não lembro de nenhum outro artigo com uma ótica similar, resolvi comentar um pouco sobre isso aqui. (Afinal este weblog não é só um link de resenhas de discos esquisitos)
A mídia digital proporciona uma propagação tão rápida e abrangente que diversos assuntos ganham dimensões que não deveriam tomar, para o bem e para o mal, sim o mal uso da informação, o mal uso do tempo alheio e do próprio, é claro...
Procurarei ser bem objetivo sobre isso e usar poucas palavras. Hoje em dia é muito fácil ser underground, anti-midia (mas vejam só, quantos anti-midia que não saem do facebook...), uma autoridade da contra-cultura, um ícone do underground. Nunca vi tantos Forrest Gump's de vários rolês, nego já fez de tudo, tá parecendo aquela música perturbada do Seixas, de dez mil anos atrás. E no meio disso tudo, me sinto como um Hatfield ou um McCoy, um matuto que nunca tinha visto um frigorífico.
Então eu vejo, ouço, presencio todo o tipo de informação de muitas pessoas, que dizem que vieram, fizeram e venceram, portando seus estandartes gloriosos. Rapaz, eu fiz um rolê por aí nesse mundo, muitas coisas divertidas, presenciei momentos que muitos hoje consideram como história, posteridade. Poderia falar de alguns, mas isso realmente não vem ao caso, eu não ajudei a criar o Smile face, por exemplo... E depois, continuo dentro do transporte coletivo esculhambado que é muito mau gerenciado pela prefeitura e governo da cidade e Estado de São Paulo.
Os dias passam, e vejo muitos decretando tratados sobre movimentos artísticos, proclamando suas presenças no mural memorial da contra-cultura, condenando os cachorros mortos da sociedade, os personagens que o Angeli rotulou de "Psico-burguês", sendo que muitos deles não conseguem perceber o seu próprio reflexo.
Mesmo com a limitação da minha percepção, do meu ângulo de visão, muitos que se auto-proclamam alguma coisa, sobre determinadas coisas (vale uma citação de um rapaz apelidado de Assis:"Gosto de determinadas coisas, mas nada em específico"?!), não estavam lá quando estas coisas aconteceram, é como comprar a camiseta do Rock In Rio, "Eu fui", mas assistiu tudo em casa pela tv.
Desmembrando o trocadilho com a banda de um dos mais mau humorados personagens do rock, Mr. Reed:
-Velvet Underground, um sub-mundo ou sub-cultura de veludinho, cheio de fricotes, foi no playground e não se sujou de terra, e o que diria do undergound?
-Plastic Underground, tão químico, tecnológico, polímero sintético, facilmente transformável mediante o emprego de calor e pressão. "Plastic people, oh, baby, now you're such a drag"...
-Banana, antes fosse apenas uma baga epigínica da planta herbácea da família Musaceae...

segunda-feira, setembro 23, 2013

Arthur Doyle & Sunny Murray ‎– Live At Glenn Miller Café (2001)

Dando sequência ao espaço dedicado à divulgação e homenagem graças à Deus ainda em vida de Arthur Doyle, também aproveito para homenagear um músico que tem uma grande importância em particular para mim, Sunny Murray. Como baterista, Sunny me desvendou um novo horizonte no universo dos tambores e pratos, onde a liberdade faz uso de seu conceito mais amplo. O interessante é que Murray e Doyle compartilham de características que se correspondem, como músicos unusuais, criativos, mas também subestimados.
Esta gravação é do ano de 2000 no mitico Glenn Miller Café em Stockholm, Sweden e conta com a participação de Bengt Frippe Nordström no saxofone alto com sua peça Spontaneous Creation, dividida em três partes onde doyle não participa. Assim como Coltrane tinha seus "clássicos" que sempre revisitava e serviam como fonte de novas idéias, Doyle sempre expõe novas perspectivas com Nature Boy e African Love Call, de sua autoria. Nos comentários.

terça-feira, setembro 10, 2013

Trio Hurricane ‎– Suite Of Winds (1986)

Hoje é dia de falar um pouco sobre Glenn Spearman, um brilhante músico norte-americano que fez parte da música ousada e criativa criada neste planeta. Spearman é pouco lembrado e apesar de ter falecido apenas aos 51 anos, deixou muitos registros de sua arte, tanto em gravações sob seu próprio nome, em colaborações com parceiros como Raphé Malik, Cecil Taylor, Bill DIxon, Sonny Fortune, Marco Eneidi, ROVA e grupos que formou, como o Emergency e Trio Hurricane.
Glenn Spearman nasceu em 14 de Fevereiro de 1947 e iniciou suas atividades em Oakland, California. Mudou-se para Paris em 1972, fundando o grupo Emergency que teve perfomances registradas em  programas de rádio e televisão na França, também participaram no festival de Avingon nos anos 70. Passou um período como músico residente em Rotterdam, fazendo turnés na Europa até regressar aos EUA em 1983 e começou a trabalhar com o Cecil Taylor Unit. INfelizmente sucumbiu ao câncer, falecendo no dia 8 de Outubro de 1998.
Suite Of Winds foi gravado no final de Outubro de 1986 com William Parker no contra-baixo e Paul Murphy na bateria. A suite é dividida em 4 partes sendo 2 composições de Murphy e uma de Parker e Spearman. Suite Of Winds é dedicada à Jimmy Lyons, Frank Wright e Jay Oliver. Nos comentários.
 
 
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