sábado, setembro 23, 2006

Ivo Perelman em SP

Em tempo: Nesta segunda-feira, dia 25 de Setembro, o músico, compositor e pintor brasileiro Ivo Perelman se apresenta com o violoncelista holandês Ernst Reijseger no Tom Jazz. Uma rara chance de apreciar música livre intensa por aqui. Espero ter mais oportunidade de prestigiar seu trabalho. Além de ser um grande músico e compositor, é um ótimo pintor. E além de tudo isso, é um cara muito gente boa o qual tive o prazer de conhecer pessoalmente. Para obter mais informações sobre o Ivo, é só acessar o seu site e para saber mais sobre a apresentação, acesse a sua comunidade no Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3974744

Tom Jazz
Av. Angélica, 2331, Higienópolis, tel.: 3255 3655

Clique no título do post que é o link para o site oficial de Ivo Perelman

sexta-feira, setembro 22, 2006

Freejazz, pintura e criançada

Bom, na última quarta-feira, dia 20, fui ensaiar com o grupo de improvisação que participo. Meus amigos Ana e Kazi, respectivamente trompete, cornet, flügelhorn e saxofone tenor e clarinete em Bb. Cerca de um mês atrás, meu velho amigo Léo ingressou no conjunto com saxofone tenor e flauta. Ana não pode comparecer ao ensaio no estúdio por conta de viagem à trabalho. Então o Léo chamou um trompetista que é amigo dele, o Leandro. Foi muito bom o ensaio, seguindo a minha proposta inicial, de improvisação total, muita intensidade sonora e uma ótima integração com o Leandro.
Outro fator diferencial, foi o horário, pois avançamos até 1:20h da manhã por conta do remanejamento de horários no estúdio. Nada demais se não fosse a nobre tarefa que me comprometí a realizar às 6:30h da manhã no dia seguinte! E pra ajudar, ainda tomei um chá com o Léo e ficamos conversando no café até quase 3:00h da manhã! Ou seja, o galo canta e eu, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz de sono...
O que fazer? Descançar um pouco e me preparar para o batente. Meu amigo Cassiano, me propôs a participar da semana de artes da escola na qual ele leciona. Ele preparou o terreno para a criançada formada de pré-adolescentes, onde eu e ele falaríamos sobre a analogia do freejazz e a pintura, especificamente da action painting e dripping de Jackson Pollock.
Então logo de manhã, Cláudia, minha amiga e esposa de Cassiano passam em minha casa para me buscar. Separei capas de discos do Ornette Coleman, Ivo Perelman, capas da gravadora ECM, alguns DVD's para auxiliar o trabalho e, parte de minha bateria! Sim, a proposta era eu tocar enquanto a criançada pintava. Chegamos em Cotia, município de SP, onde se localiza a escola, num ambiente muito agradável, esquema sítio. Cassiano começou falando mais da pintura abstrata, preparando o terreno para a analogia com a música, falando da influência e amizade entre músicos e pintores, poetas, artístas em geral. Falei de como essa integração vai além das capas de disco, que músicos também pintavam e até faziam as próprias capas de disco, como Peter Brötzmann e Ivo Perelman, da ligação entre a abstração visual e a sonora. Incrível como a criançada escutou atentamente sobre o assunto. Um grande momento, passei um video do baterista holandês, o Han Bennink, onde ele improvisa sozinho com parte de um kit de bateria, caixa de papelão e outras quinquilharias e instrumentos. O véio que tocou com Eric Dolphy e The Ex é bem loco "joe", mostrando sua casa, suas pinturas desenhos e esculturas. A criançada adorou, assistindo com silencio e atenção! E o Bennink ajudou muito, pois é um cara muito divertido e hilário. Depois colocamos placas de papelão no chão, tinta acrílica de parede, pigmentos líquidos, pincéis e copos plásticos. Montei meu set que dispunha de um bumbo, caixa, prato e chimbal, o qual tinha esquecido a presilha e não poderia acionar o mecanismo dele. Mostrei pra eles o procedimento, furando o copo com tinta, como Pollock, e como usar os pincéis. Falei pra eles que enquanto eu estivesse tocando, eles pintariam de acordo com o som, o rítmo. Se dividiram em quatro grupos, respectivamente as quatro placas usadas como suporte da pintura. Praticamente eu pintei com a bateria e eles tocaram com as tintas. Foi muito divertido, eu fazendo uma barulheira e a criançada mandando ver nas tintas! No final, todo mundo sujo de tinta e quatro pinturas que ficaram muito bonitas(Espero poder postar as fotos das pinturas em breve).
Outra parada que foi muito bem, é que a criançada teve um contato real com as artes, com o freejazz de um jeito mais natural, não como uma chata conversa de jazzófilos e pseudo-intelectuais. Eles estavam receptivos e tiraram de letra. E mais uma vez a bela história se repete, fui ensinar uma coisa e acabei aprendendo outras... que alegria!

sexta-feira, setembro 15, 2006

A arte de Don Van Vliet


Don Van Vilet é um grande pintor como podem conferir nas fotos de algumas de suas obras. A primeira se chama "Lion Coloured Fish" da coleção de 1991 e a outra, "Tigerboat" de 1987. Não vou comentar sua obra em termos técnicos e analíticos, pois a arte fala por sí só. É só o simples ato de apreciar o que se vê. Don Van Vliet pode ser um nome não muito popular, mas é um velho conhecido no universo musical, se trata do nosso amigo Captain Beefheart, célebre pela associação com Frank Zappa nos discos "Hot Rats" de 1969 onde canta na faixa "Willie the pimp", o famoso "Bongo Fury" de 1975, no disco "Zoot Allures" de 1975, tocando gaita na faixa "Find her finer", no disco "One size fits all" de 1975 sob o nome de Bloodshot Rollin' Red na faixa "San Ber'dino" e seu famoso disco, o "Trout Mask Replica" de 1969, aquele com a capa que tem um estranho fita com cara de peixe.
Clique no título do post que é um link para o site oficial do Captain Beefheart
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domingo, setembro 03, 2006

Dewey Redman 1931-2006


A música acaba de perder mais um grandioso artísta. Dewey Redman faleceu neste sábado dia 2 de Setembro aos 75 anos em decorrência de problemas no fígado.
Cresceu em Ft. Worth, Texas nos anos 30. Iniciou-se no trompete mas logo mudou para o clarinete com 13 anos. Tocou na mesma banda de colégio que Ornette Coleman. Em 1959 mudou-se para Califórnia, onde trabalhou com Pharoah Sanders e Wes Montgomery. Em meados dos anos 60, se mudou para New York onde reencontrou seu velho colega de escola, Ornette. Dewey tinha um talento especial de se adaptar a uma grande variedade de estilos, tocando com Don Cherry, Ed Blackwell e Charlie Haden no grupo Old and New Dreams, Carlay Bley, Liberation Orchestra, Pat Metheny e seus próprios conjuntos.
Dewey nos deixa um legado musical de rara beleza, como sua colaboração na obra de Ornette, na Liberation Orchestra, nas gravações com Keith Jarret, Old and New Dreams, Ed Blackwell Trio, etc. Costumava a se auto denominar um "sobrevivente": Sobreviveu aos críticos na época do chamado "avant-garde", um câncer na próstata nos anos 90.
Frases de Redman: "Eu gosto de pensar que sou original, que tenho meu som característico. Isso não é fácil e tenho trabalhado nisso por muitos anos. Mas eu gosto de pensar que meu som parace com Dewey Redman". "A primeira coisa que busco alcançar quando toco, é o som. Técnica, talvez, mas a técnica está no som". Aqui fica minha humilde homenagem a este grande artísta, muito obrigado por ter nos presenteado com sua arte Dewey Redman.
 
 
Studio Ghibli Brasil