Bem, é óbvia a importância e valor deste músico para a arte, mas já escutei muitas vezes frases como: "Miles is god!". Para muitos pode até ser, mas para mim, que não sou politeísta só existe um Deus. Eu tenho muitas gravações de Miles, de diversas "fases", conheço o seu trabalho e boa parte de sua trajetória. Vamos esclarecer alguns fatos, todos nós seres humanos limitados e com defeitos, Miles não fugiu à sua natureza humana. Miles teve sérios problemas com as drogas que o prejudicaram na saúde e no seu trabalho. Graças à Teo Macero, seu produtor, sua carreira se manteve. Miles nos anos 60 não conseguia tocar um solo inteiro sequer e Macero pacientemente editava vários trechos de solos de inúmeros takes diferentes para montar um inteiro. Sim, Miles remix. Outro fato, Miles era conhecido pelo seu temperamento difícil e inflexível. Se não fosse Tony Williams, que se tornou o seu verdadeiro conselheiro musical, Miles estaría fadado ao ostracismo como Howard McGhee(brilhante trompetista do chamado bebop) e acreditem, Duke Ellington! Sim, Duke foi resgatado por Norman Granz com o selo Pablo nos anos 70, pois ninguém mais queria saber de gravar Duke! Tony incentivava Miles à modernizar sua música, mostrou o rock e outras formas musicais para Miles. Miles Dewey Davis III sacou que se ficasse no chamado purismo do Jazz, ficaría no esquecimento, pois apesar das aparências, o Jazz, mesmo influenciando a música do século XX como um todo, não tem devido valor na sua terra natal. O baixista alemão Peter Kowald constatou este fato com perplexidade quando foi para lá. Muitas das chamadas "Directions In Music" de Miles também tinham um grande cunho mercadológico. Não foi por meras questões artísticas que Miles gravou músicas de Michael Jackson e elementos do Hiphop nos anos 80, era o que o mercado consumia em massa. Sobre a famosa autobiografia de Miles escrita em conjunto com Quincy Troupe, uma vez seu amigo Max Roach lhe questionou porquê tinha publicado fatos de forma irreal. Miles disse que não fora ele, mas Roach repreendeu dizendo que ele tinha assinado em baixo, ou seja...
Enfim, Miles Davis foi realmente um grande artísta e muito importante para a música, mas veja lá quem se coloca no pedestal da idolatria...
Romanos 3:10: "... Não há um justo, nem um sequer."
quarta-feira, julho 30, 2008
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10 comentários:
que texto horrível.
Obrigado pelo comentário. Ainda bem que este é apenas um blog que poucas pessoas se interessam, não tem a menor relevância as opiniões aqui postadas. Para quem é fã de Miles, realmente pode ser um texto horrível, mas os dados deste texto foram pesquisados por diversas fontes. Como eu disse, Miles foi um artísta importante para a música mundial, tenho muitos discos dele os quais aprecio, mas qualquer pesquisador de Jazz sabe destes fatos, que foram publicados diversas vezes de entrevistas com os músicos que conviveram com ele.
Miguel, se vc puder me ajudar e puder indicar dados que anulam os que foram redigidos neste post, por favor, ficarei grato. Se quiser debater o assunto, também será bem vindo para enriquecer o conteúdo do post. Não é fácil encontrar pesquisadores de Jazz por aqui que fazem análise empírica de obra e artísta, muitos se deixam levar pelos seus gostos pessoais.
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sim, akira o Miles foi muito importante, mas tão ou mais do ele e primeiro do que ele vém uma pá de caras: Dizzy, Duke Ellinton, Charlie Parker, Lennie Tristano que ninguém fala tanto...eu já tinha lido antes e não vejo nada de errado em suas colocações: são fatos verídicos da vida de Miles, fantasmas que assombraram ele a sua vida toda...ele só era um mero humano cheio de defeitos e com o níveis de orgulho e preconceitos bem altos...
você só esqueceu de acrescentar que ele tinha um lado bem racista em relação aos brancos que faziam sucesso na época: vide a opinião que ele tinha de Chet Baker e Dave Brubeck...o Bill Evans que era amigo ele acostumava chamá-lo de "branquelo" e perturbá-lo com piadinhas...pra ele ter amizade com um branco só se o cara fosse um gênio que pudesse lhe oferecer algo...
é fato também que ele roubou várias vezes créditos de composições alheias...
Já o Coltrane tinha uma personalidade e genialidade muito mais nobre e generosa... em relação ao miles o Trane era um "santo" rsrs
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Muito obrigado Pitta. Realmente esquecí desta questão racial e o caso da apropriação autoral indevida (nosso amigo Hermeto que o diga...). É melhor lembrar das coisas boas, como aquela gravação de Miles em 1949 com Tadd Dameron, James Moody e Kenny Clarke, eu estive ouvindo novamente este disco. O Eric Dolphy também era demais, Bobby Hutcherson contou que na gravação do Out To Lunch, ele tinha chamado outro trompetista famoso(não quis dizer o nome), antes de Freddie Hubbard. E quando este músico ouviu as composições de Dolphy, disse que era horrível e não gravaria. Aí Dolphy agradeceu-lhe por ter vindo e se precisasse de qualquer coisa, que não hesitasse em chamá-lo.
Prezado Akirarw;
Sou um caçador e úfanico admirador da obra de Miles ja a um bom tempo, lendo varias biografias e livros referente a obra do supra citado artista. A maioria delas, uns 80%, em lireratura ameicana, que alias é muito dura nesta questão levantado pelo texto e não que concordo com ela , pois na integra é uma verdade mas como ela é colocada. Se olhar-mos como critico, Miles não foi o unico a passar pelo crivo da razão humanitaria de dpender de algo que possa ajuda-lo.
Na realidade, Miles era puramente egoista (fato que podemos notar em varias passagens onde tal instinto é dominador ao ponto esmurar musico no palco ou abandonar um show pela metade por causa de um telefonema de uma protegida sua, envolvida numa batida policial da narcotico) e egocêntrico (se auto-isolando como parte de sua banda em diverenças comunitaria, saido do palco ou virando as costa(marca registrada sua)para o publico ou sua banda).
Aquestão com a decadencia e o ostracismo de um artista, digo que a criatividade de Miles era alem dos outros conteporanio de sua epoca.Grandes artistas, como:John Coltrane(apoiado pela sua 1º esposa, deixou a heroina, Chet Baker(entre inumeras pessoas que o ajudaram em sua vida conurbada), Ornette Coleman(que era epiletico e viciado por heroina e raxixi)Stan Getz(pos era Miles nas drogas),Charlie Parker(que teve o apoio ate o ultino instante de sua concubina) entre outros que tiverão suas vidas ceifadas e lançadas no ostracismo e esquecimentos que posteriomente uma ou duas ou mais vezes,forão levantadas por amigos,produtores e info mananciais de ajuda ou interesse afins.Sem defender, Miles foi ao longo do que se pode chamar, uma personificação de um genio que acontece a cada milenio,assim como foi Beethovem,Bach,Mozart... nos pilars da construção da genialidade.
A historia do Jazz em si foi escrita em cima de alicerces do esquecimentos e de oportunidades de outros nos trilhos amargo de uma verdade.Temos que contar nessa somatoria a decadencia dos musicos por parte de outras formas de espressões musicais que apareciam no decorer de sua jornada como o rock,o pisicodilismo e outres, assim como musicos:como Coltrane que gravava de 6 a 8 albuns por ano, teve que se contentar com 2 ou 3 que a gravadoras oferecia.Existe sim um amontoado de causas e efeitos por parte do esquecimento de uma estrela que se apaga e logo volta a luzir nas esferas da historia.
Obrigado pela resposta, mas eu não estou colocando em questão a genialidade de Miles, como disse antes, eu gosto de muitos trabalhos dele, a questão que eu coloquei é como muitos colocam ele em um nível mais alto do que os humanos em geral. Para ser "Deus", tem de ser impecável, coisa que nenhum ser humano até hoje foi, à não ser Jesus Cristo, como humano. Agora se você acha que Miles tinha criatividade maior que a de seus contemporâneos, isto é uma opinião estritamente pessoal, e não vale à pena discutir, pois nunca terá fim. Um exemplo disso é como Charles Mingus, Sun Ra, Duke Ellington, Anthony Braxton, Roscoe Mitchell, Max Roach, Bud Powell, Kenny Clarke, etc e etc.
Isso é contundente em duas esferas.
Dica de um bom livro:Dark Magus: The Jekyll and Hyde Life of Miles Davis - Gregory Davis, Les Sussman, Clark Terry - Editora Backbeat Books,2006
Balanceia bem o assunto.
Mais valeu. Blz e paz irmão.
Valeu pela dica, mas Dark Magus também é mais um livro biográfico que gerou muitas controversias, não pela falta de pontos positivos, pelo contrário, pelos relatos que seu filho teve mais acesso em documentar, mas também isso gerou inevitáveis pontos parciais. Mas longe de todas as polêmicas sobre Miles, eu nunca deixei de apreciar seus trabalhos e outros continuo não gostando, isso no quesito de simples gosto pessoal, como em aspectos musicais de estrutura de composição. O grande problema que sempre encontro é que carecemos de análise empirica de obra em muitos críticos, sem se deixar levar pelas paixões pessoais. Uma coisa que estou aprendendo é me abster de minhas opiniões pessoais, por exemplo, Archie Shepp e Sun Ra que admiro muito, tem gravações totalmente desnecessárias e de qualidade inferior em muitos aspectos, mas conheço pessoas que não enxergam isso e acreditam numa carreira impecável. Enfim, o post não teve intensão de depreciar Miles, apenas mostrar que ninguém é perfeito, pelo menos pra muita gente que acha que ele era um "deus". Na Bíblia, Deus deixa registrado os erros de grandes homens, como Moisés e Davi, não é mesmo? Paz e graça.
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