Aos 30 segundos do início de um programa de retrospectiva do ano, que é tradicional nos canais de tv, mudei de canal devido ao enfoque das tragédias ao longo de 2008. Lamentações e depois alguns momentos de alegrias para manipular os telespectadores. Logo teremos o "grand finale" com a contagem regressiva do fim de ano pela tv e muitos não aceitam o final do ano sem a contagem oficial do gorducho plin-plin.
Mas o assunto é a música. Não foi só em 2008, mas pelo menos nos últimos 3 anos muitas situações peculiares ocorreram neste campo artístico que trouxeram mudanças sociais. O chamado efêmero não é novidade à muito tempo, mas a duração das sensações ou hits de verão acompanham o rítmo dos equipamentos de informática. Hoje um pen-drive de R$15 tem o dobro de memória do meu computador que até pouco tempo era o top ten do momento.
Sábado passado estava numa feirinha que tinha uma barraquinha de cd's e na sessão de ofertas estava um cd duplo da V Recordings com Roni Size, Dillinja, Krust, Ed Rush, enfim a turma que "revolucionou", ou pelo menos disseram que iriam revolucionar a música. Aos poucos se tornou trilha sonora de propaganda de carros. Mas o cd duplo estava por apenas R$5, esquecido na sessão de ofertas. Isso me lembrou de um episódio do desenho animado Super Shock onde Virgil fala para seu amigo Richie: "Adam está num negócio difícil, hoje você é sucesso, amanhã está na prateleira de descontos...".
No seleto segmento dos modernos, o moderno é ser retrô. Samba da velha guarda, Sun Ra, John Coltrane, reggae, ska e dub. Mas há espaço para o chamado rap underground e o caluniado rock altenativo. Muito do rock alternativo também é retrô, usando artifícios da vanguarda do século passado.
Mas o Drum'n'bass e o Breakbeat não iriam mudar o mundo da música? Bem, pelo menos o mundo da música eletrônica acabou dando num, digamos, "electro vintage" meio capenga.
E quem manda é uma senhora de 50 anos à despeito de uma penca de cantoras de vinte e poucos anos que são tão genéricas quanto um refrigerante em oferta no supermercado.
Mas sempre foi assim, tanto que uma antiga banda de rock, o The Kinks, tinha uma música chamada Dedicated Follower Of Fashion, feita em 1966.
Quem se dedica a seguir as novidades e os hits de verão nunca se fartará. Sua sede nunca será saciada, correrá atrás do vento, sempre...
segunda-feira, dezembro 29, 2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Madonna no Brasil
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Mas vamos falar de música. Hard Candy está longe de ser um trabalho ruim, muito pelo contrário, é bem produzido (aliás a produção se tornou o álibi de muitos artístas), as músicas são de qualidade como tem sido desde o disco Immaculate Collection. Em termos de meu gosto estritamente pessoal, eu parei no disco Like A Prayer. Mas deixando de lado as preferências pessoais, dalí em diante Madonna deixou algo muito precioso para trás, uma inocência e ingenuidade em seu jeito de se expressar cantando, não tem nada haver se ela buscou a ousadia em figurinos eróticos e letras ambíguas. A impressão que me dava, é que ela acreditava que sua música poderia mudar o mundo para um mundo melhor e este sentimento podia se notar quando cantava Holiday, Borderline, Into The Groove. Mesmo com amadurecimento de seu trabalho, algo desse sentimento estava em Like A Prayer, Spanish Eyes, provando que isto não se perde com tal amadurecimento, a não ser que a pessoa permita que isto aconteça. Madonna aprimorou seu produto artístico, sua voz, mas aí é que está a questão, ao evoluir deixou para trás não só apenas o visual que hoje consideram cafona, jaqueta jeans com desenho do Keith Haring, pulseiras de plástico colorido, deixou para trás aquele frescor de sonhadora descompromissada com o fardo de ser uma super estrela e isso era refletido no tom de sua voz. Como disse Ernesto: "É preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais...".
terça-feira, dezembro 09, 2008
Mongezi Feza
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Ouça Mongezi Feza aqui.
domingo, dezembro 07, 2008
O Jazz se torna moribundo no Brasil
Este é um assunto recorrente simplesmente pelos fatos. Mesmo com a proximidade do fim da primeira década do séc.XXI, o gênero musical que se conhece como Jazz, que foi criado à praticamente um século, ainda é abordado por apreciadores brasileiros de forma um tanto peculiar. Muitos apreciadores, colecionadores, alguns músicos acabam se tornando uma espécie de críticos musicais, sendo que a grande maioria carece de uma formação realmente relevante para destilar seus textos, resenhas, críticas, análises na mídia. Com a democratização da mídia digital, que disponobiliza acesso livre, como sites pessoais, blogs, encontramos milhares de informações sobre música, sendo que parte considerável não é de fonte segura e precisa. Também grande parte dos textos não possuem uma análise empírica da obra e artísta, uma análise imparcial despida de paixões e opiniões pessoais, já que a proposta é compartilhar informações no sentido jornalístico. É impressionante como ainda persistem escrever sobre os chamados ícones do Jazz, como Miles Davis, John Coltrane, Thelonious Monk, Charles Mingus, Chet Baker, Billie Holiday, Charlie Parker, etc., sendo que todos esses grandes nomes do Jazz já estão suficientemente bem comentados com livros biográficos, documentários e sites oficiais competentes providos de fontes seguras e precisas, tanto nos E.U.A., Europa e Japão. A maioria dos títulos fonográficos foram relançados em formato digital, também foram lançados no mercado gravações inéditas, sendo que alguns títulos são dispensáveis por não ter um conteúdo realmente relevante a não ser apenas um ítem para colecionadores completistas.
A maioria dos críticos da era digital, principalmente os que escrevem nos diários digitais, os populares blogs, se baseiam em fontes imprecisas e escassas. Bastam uma dúzia de livros, algumas dezenas de gravações, leitura de liner notes de discos, alguma pesquisa na internet é claro. O problema é que não há uma pesquisa exaustiva que acabam por despejar uma pilha erros de dados que são publicados online, gerando lendas equivocadas, mitos, mentiras.
Não tem cabimento desautorizar a importância de Duke Ellington e Kenny Clarke por exemplo, mas até quando vai se falar do mesmo assunto? E ainda por cima de forma tão desprovida de consistência?
A maioria dos críticos da era digital, principalmente os que escrevem nos diários digitais, os populares blogs, se baseiam em fontes imprecisas e escassas. Bastam uma dúzia de livros, algumas dezenas de gravações, leitura de liner notes de discos, alguma pesquisa na internet é claro. O problema é que não há uma pesquisa exaustiva que acabam por despejar uma pilha erros de dados que são publicados online, gerando lendas equivocadas, mitos, mentiras.
Não tem cabimento desautorizar a importância de Duke Ellington e Kenny Clarke por exemplo, mas até quando vai se falar do mesmo assunto? E ainda por cima de forma tão desprovida de consistência?
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