sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Murilo Antunes Alves (São Paulo, 24/08/1919 - São Paulo, 15/02/2010)

Me lembro da minha infância um programa de jornalismo que só o meu pai assistia, o Record em Notícias. Pudera, eu era uma garoto e não me atraia em nada aquela bancada de homens de terno e cabelos grisalhos falando sobre assuntos que não englobavam desenhos animados e outras coisas de criança. Fui crescendo e ouvia falar que aquele era o jornal dos dinossauros, jornal da tosse, por conta dos participantes serem veteranos do jornalismo brasileiro. O mais engraçado é que eu comecei assistir o jornal, junto com meu pai e independente de eu começar a ter alguma postura política e alguma noção disso, eu gostava do programa. Me soava coerente, tratava as notícias como um jornal deveria ser, com seriedade e exposição dos fatos sem enveredar nas opiniões pessoais de forma a prejudicar a informação. Bem, não me lembro se o negócio era direita, conservador ou coisa do gênero, que soa uma caricatura em roda de punks e "ativistas" políticos, rodas de cerveja com universitários, só me lembro que para mim era um bom programa de tv. Alguns anos atrás fiquei feliz em saber que o Murilo estava vivo e na ativa, ainda na mesma emissora. Sei lá, não tem explicação, eu sempre tive uma simpatia pelo Murilo, pô, o cara entrevistou o Bill Halley em 1958!
Murillo Antunes Alves nasceu em Itapetininga,
Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1943. Teve escritório de advocacia até 1961, em Brasília, especializando-se em direito esportivo. Integrou o Tribunal de Justiça Desportivo, e foi por mais de 40 anos, assessor jurídico da Federação Paulista de Futebol. Contratado pela Rádio São Paulo, em 1938, onde ficou por 4 anos. Inicialmente como locutor e depois, como comentarista esportivo, em parceria com Geraldo José de Almeida. Seu primeiro programa foi o Broadway Melody, de música americana. Em 1946 foi para a Rádio Bandeirantes, sendo o primeiro locutor esportivo da emissora. Posteriormente, trabalhou nas rádios Cultura, Gazeta e Tupi. Em 1946 foi contratado pela Rádio Bandeirantes como repórter, passando depois, para a Rádio Record ,em 1947, onde fez várias reportagens inclusive no exterior, e entrevistas com auditores e personalidades como:os políticos Adhemar de Barros,, Getúlio Vargas, e Janio Quadros, entre outros. E jornalistas, como Samuel Weiner. Cobriu acontecimentos importantes como as eleições italianas em 1948, o Ano Santo em 1949, no Vaticano, as eleições nos Estados Unidos em 1952, etc. Ganhou por sete vezes o prêmio Roquette Pinto, como melhor repórter do rádio. Começou sua carreira na TV Record, no dia 23 de setembro de1953, que foi o primeiro dia no ar, da TV Record, como encarregado da parte política do jornal da emissora, o “Última Edição”. Depois, o jornal "Record em Notícias", como editor chefe e diretor em 1989. Em 1953 foi o primeiro Chefe do Cerimonial da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde se aposentou em 1985, como Diretor do Cerimonial e Relações Públicas. Em 1961 foi nomeado Oficial do Gabinete da Presidência da República, pelo presidente Janio Quadros. Entre 1971 e 1974 foi Chefe do Cerimonial do Governo do Estado de São Paulo, gestão de Laudo Natel. Exerceu mandado de vereador por São Paulo, até 31 de dezembro de1996, por dois anos e meio. E depois foi Chefe do Cerimonial da Câmara Municipal de São Paulo.

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