Mesmo com grandes expoentes da percussão contemporânea, como Paul Lovens, Hamid Drake, Andrew Cyrille, etc, Max Roach ainda soa inspirador e atemporal no set de tambores e pratos. Uma configuração que Max gostava de explorar, era o formato de duos, sendo consagradas as gravações com os saxofonistas Anthony Braxton e Archie Shepp e o com o pianista Cecil Taylor. Também executou um duo com o pianista Randy Weston nos últimos anos.
Adolph Johannes Brand nasceu em 09/09/1934 em Cape Town na África do Sul e mudou-se para Europa no início dos anos 60. Ficou conhecido pelo nome de Dollar Brand e seu estilo tem as influências de Thelonious Monk e Duke Ellington. Suas parcerias incluem artístas como Hugh Masekela, Carlos Ward (que também fez parte do grupo de funk B.T. Express), Elvin Jones, etc. Ao converter-se ao Islam, mudou seu nome para Abdullah Ibrahim, e em meados dos anos 70 no seu breve retorno à África do Sul, voltou para New York devido à opressão política de sua terra natal. Escreveu trilhas sonoras para filmes como Chocolat e No Fear, No Die e nos anos 90 retornou à África do Sul onde participou na orquestra nas comemorações de Nelson Mandela na presidência do país. Em Streams of Consciousness, dois músicos que expressam através da arte seu ativismo político de forma exuberante. Clique na imagem para acessar o arquivo.
quarta-feira, junho 29, 2011
Max Roach & Abdullah Ibrahim - Streams of Consciousness (1977)
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quinta-feira, junho 23, 2011
The Watts Prophets - The Black Voices: On The Street In Watts / Rappin' Black In A White World (1969, 1971)
É óbvio que não devemos fechar os olhos para a desgraça que existe em nosso Brasil, principalmente nas grandes cidades e absurdos que ainda ocorrem na metrópole que está entre as maiores do mundo como São Paulo. Mas em termos de conflitos sociais, de racismo, os brasileiros, a periferia, nem sabe o que é realmente "o bicho pegar" como é na América do Norte. Um dos grandes conflitos, conhecido como Watts Riots em 1965, Los Angeles, estado da California, onde deixou 34 mortos, 1032 feridos e 3438 presos nos registros oficiais, começou em 11 de Agosto de 1965, quando Marquette Frye foi acusado por um policial de estar drogado ao dirigir e tentar obrigá-lo a submeter-se a um teste e humilhá-lo e ele se recusou. Isso gerou um tumulto no bairro e uma reação em cadeia que se agravou pela declaração pública do chefe de polícia da California, que os envolvidos eram "macacos no zoológico", durando 6 dias que consumiu cerca de 40 milhões de dólares em prejuízos e quase 1000 prédios incendiados e destruidos.
The Watts Prophets se formou de um grupo de poetas e músicos de Watts que combinou elementos do chamado jazz e a poesia falada (spoken word) em 1967, Richard Dedeaux, Anthony "Father Amde" Hamilton e Otis Solomon Smith. Seus contemporâneos são os The Last Poets, que podem ser considerados pré-cursores do que conhecemos hoje como rap. Clique nas fotos das capas dos discos e acesse os arquivos.
The Watts Prophets se formou de um grupo de poetas e músicos de Watts que combinou elementos do chamado jazz e a poesia falada (spoken word) em 1967, Richard Dedeaux, Anthony "Father Amde" Hamilton e Otis Solomon Smith. Seus contemporâneos são os The Last Poets, que podem ser considerados pré-cursores do que conhecemos hoje como rap. Clique nas fotos das capas dos discos e acesse os arquivos.
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quarta-feira, junho 22, 2011
Doc Scott - Lost in Drum and Bass (1996)
A Mixmag teve como primeiro editor, Tony Price (DMC) e sua primeira edição foi em 1983 com o grupo Shalamar na capa. Quem acompanha de perto o mundo da dance music, sabe a relevância da publicação. E a Mixmag lançava gravações como esta de Doc Scott, que postei aqui a pouco tempo. Lost In Drum'n'Bass da Mixmag Live vol.22 traz uma sessão mixada pelo dj com faixas produzidas pelos nomes mais expressivos do estilo, como DJ Krust, Lemon D, Adam F, etc. Clique na imagem, acesse o arquivo e, bomb the bass on the dancefloor.
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sábado, junho 11, 2011
Nós não precisamos falar de revolução e muito menos de televisioná-la... (Gilbert Scott-Heron, 01/04/1949 - 27/05/2011)
Fiquei sabendo da partida de Gil Scott-Heron na mesma noite, por conta da agilidade da rede mundial digital. Mas ainda precisava de um tempo para falar sobre ele. Não, definitivamente não queria redigir um texto passional e tolo, dizendo frases a esmo, citando sem o menor fundamento uma de suas mais famosas frases: "the revolution will not be televised", afirmando que era o pré-cursor do rap, que isso, que aquilo, como muitos "jornalistas musicais" de ocasião escrevem porque é pauta do trampo enfadonho deles. Não, definitivamente Gil Scott-Heron não merece ser espetáculo mórbido para pessoas que simplesmente o ignoraram durante tanto tempo.
Então que esses jornalistas procurem falar sobre Jalal Mansur Nuriddin (Alafia Pudim), Abiodun Oyewole, Umar Bin Hassan, Richard Dedeaux, Father Amde Hamilton (Anthony Hamilton) e Otis O'Solomon enquanto estão entre os vivos. Ora, só homenagens postumas?
Por esses dias conversei com um amigo e ele ficou muito sentido em especial pela morte de Gil Scott-Heron e comentamos do impacto de sua arte em nossas vidas. Qualquer sebo de São Paulo se encontrava a compilação em lp "The Revolution Will Not Be Televised" pela mísera quantia de R$1,00, ou a versão em cd com mais músicas, por até R$5,00. Não precisava ser um arqueólogo musical para encontrar Gil Scott-Heron. Sua inconfundível voz grave e elegante destilava belas palavras e, palavras duras ao mesmo tempo. O menestrel tinha muito mais impacto do que um par de coturnos e jaquetas de napa coroados com uma "crista" levantada à sabão (agora esse neymarismo que se vê até entre as crianças...). Sim, o poeta do gueto nos deu uma injeção de ânimo em um momento em que o punk caminhava para um lugar horrível, de plástico colorido, de qualidade extremamente duvidosa, como essas reedições de calçados esportivos de grifes famosas (modelos dunk, sneaker, essas bobagens).
Gil Scott ainda teve tempo de voltar a dizer algo, mesmo depois de um tempo de reclusão devido as abordoadas e armadilhas que este mundo moderno lhe desferiu, de racismo, intolerância, capitalismo, drogas, HIV. O pranto pode durar uma noite, mas o sorriso há de vir pela manhã e, Gil Scott-Heron, continuamos te amando do mesmo jeito. Pedaços de um homem...
p.s.: Será que Sylvester Stewart não vai se recuperar?
Então que esses jornalistas procurem falar sobre Jalal Mansur Nuriddin (Alafia Pudim), Abiodun Oyewole, Umar Bin Hassan, Richard Dedeaux, Father Amde Hamilton (Anthony Hamilton) e Otis O'Solomon enquanto estão entre os vivos. Ora, só homenagens postumas?
Por esses dias conversei com um amigo e ele ficou muito sentido em especial pela morte de Gil Scott-Heron e comentamos do impacto de sua arte em nossas vidas. Qualquer sebo de São Paulo se encontrava a compilação em lp "The Revolution Will Not Be Televised" pela mísera quantia de R$1,00, ou a versão em cd com mais músicas, por até R$5,00. Não precisava ser um arqueólogo musical para encontrar Gil Scott-Heron. Sua inconfundível voz grave e elegante destilava belas palavras e, palavras duras ao mesmo tempo. O menestrel tinha muito mais impacto do que um par de coturnos e jaquetas de napa coroados com uma "crista" levantada à sabão (agora esse neymarismo que se vê até entre as crianças...). Sim, o poeta do gueto nos deu uma injeção de ânimo em um momento em que o punk caminhava para um lugar horrível, de plástico colorido, de qualidade extremamente duvidosa, como essas reedições de calçados esportivos de grifes famosas (modelos dunk, sneaker, essas bobagens).
Gil Scott ainda teve tempo de voltar a dizer algo, mesmo depois de um tempo de reclusão devido as abordoadas e armadilhas que este mundo moderno lhe desferiu, de racismo, intolerância, capitalismo, drogas, HIV. O pranto pode durar uma noite, mas o sorriso há de vir pela manhã e, Gil Scott-Heron, continuamos te amando do mesmo jeito. Pedaços de um homem...
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segunda-feira, junho 06, 2011
Horace Tapscott - Thoughts Of Dar Es Salaam (1997)
A história da grande midia jornalística musical se repete perdendo tempo e negligenciando o que a arte tem a oferecer em qualidade. Enquanto até hoje há desgastantes matérias sobre o que todo mundo já sabe, dando a falsa impressão que apenas existiu um pequeno número de grandes artístas que contribuíram para a música, a realidade é outra. Quando se fala em pianistas, de grandes trios, quantos artigos já foram escritos sobre Bill Evans, Oscar Peterson, etc? Quantas vezes se escreveu sobre Horace Tapscott com o reconhecimento merecido? Infelizmente Tapscott faleceu no final de Fevereiro de 1999 e ainda estão falando de Bill Evans, principalmente aqui no Brasil. Por favor, não estou depreciando o talento de Evans, mas vamos mudar de assunto?
Horace Elva Tapscott nasceu em 06/04/1934 na cidade de Houston, Texas e nos anos 40 se mudou para Los Angeles tendo a oportunidade de estar perto de nomes como Art Tatum, Charlie Parker, Coleman Hawkins, Dexter Gordon. estudou música com Dr. Samuel R. Browne e Lloyd Reese, tendo como colegas, Frank Morgan e Eric Dolphy, que mais tarde lhe apresentou à John Coltrane, quando esteve em New York trabalhando na The Hampton Big Band. Nos anos 60 se envolveu no que se convencionou a chamar de avantgarde da música afro americana e esteve envolvido nos ideais políticos, antiracismo, etc, tornando sua vida mais difícil, como vários que enveredaram por este caminho. Em meados dos anos 70 reorganizou a Pan-Afrikan Peoples Arkestra com novos talentos, trabalhou com grandes músicos, como o baterista Roy Haynes e o baixista Art Davis. No fim dos anos 80 realizou um grande concerto no Wilshire Ebell Theatre com os pianistas Andrew Hill e Randy Weston em um histórico concerto de piano solo. Nos seus últimos anos, teve o reconhecimento devido na Europa (como quase sempre aconteceu com os músicos afro americanos, que raramente são valorizados em seu próprio país), trabalhando com a P.A. Arkestra (que também contou com a colaboração de David Murray, Lawrence Butch Morris, entre outros), ao lado do saxofonista Arthur Blythe como sololista. Também merece destaque as sessões com o John Carter, Cecil McBee e Andrew Cyrille em 1989. Em Thoughts Of Dar Es Salaam, o trio é formado pelo baixista Ray Drummond e o baterista Billy Hart, que possui um refinamento musical incrível. Se você ainda não conhece a brilhante arte de Horace Tapscott, clique na imagem para acessar o arquivo e comprovar seu talento que merece mais reconhecimento.
Horace Elva Tapscott nasceu em 06/04/1934 na cidade de Houston, Texas e nos anos 40 se mudou para Los Angeles tendo a oportunidade de estar perto de nomes como Art Tatum, Charlie Parker, Coleman Hawkins, Dexter Gordon. estudou música com Dr. Samuel R. Browne e Lloyd Reese, tendo como colegas, Frank Morgan e Eric Dolphy, que mais tarde lhe apresentou à John Coltrane, quando esteve em New York trabalhando na The Hampton Big Band. Nos anos 60 se envolveu no que se convencionou a chamar de avantgarde da música afro americana e esteve envolvido nos ideais políticos, antiracismo, etc, tornando sua vida mais difícil, como vários que enveredaram por este caminho. Em meados dos anos 70 reorganizou a Pan-Afrikan Peoples Arkestra com novos talentos, trabalhou com grandes músicos, como o baterista Roy Haynes e o baixista Art Davis. No fim dos anos 80 realizou um grande concerto no Wilshire Ebell Theatre com os pianistas Andrew Hill e Randy Weston em um histórico concerto de piano solo. Nos seus últimos anos, teve o reconhecimento devido na Europa (como quase sempre aconteceu com os músicos afro americanos, que raramente são valorizados em seu próprio país), trabalhando com a P.A. Arkestra (que também contou com a colaboração de David Murray, Lawrence Butch Morris, entre outros), ao lado do saxofonista Arthur Blythe como sololista. Também merece destaque as sessões com o John Carter, Cecil McBee e Andrew Cyrille em 1989. Em Thoughts Of Dar Es Salaam, o trio é formado pelo baixista Ray Drummond e o baterista Billy Hart, que possui um refinamento musical incrível. Se você ainda não conhece a brilhante arte de Horace Tapscott, clique na imagem para acessar o arquivo e comprovar seu talento que merece mais reconhecimento.
sexta-feira, junho 03, 2011
Nasty Habits - Shadow Boxing / Prototyped (1996)
Me lembro quando trabalhei de vendedor em uma loja de discos no centro de São Paulo em 1998, no auge do chamado breakbeat e drum'n'bass, onde nomes como Goldie, Roni Size, Metalheadz, Prodigy, Chemical Brothers ecoavam entre os "modernos" e os maldosamente apelidados por estes, cybermanos, que eram o pessoal da periferia que acompanhara as batidas quebradas nas pistas de dança que se reformulavam do "hype" da house music, abandonado pela maioria, o que ocasionou o fechamento de muitas casas, como a famosa Up & Down, Area, Pool, etc.
Muitos davam discursos inflamados profetizando o fim da música convencional e a grande revolução da música eletrônica. Claro que eu achava isso uma tremenda besteira, que a dancefloor music não extinguiria a música tocada por instrumentos musicais analógicos, o rock, etc, e provavelmente a música eletrônica de dança é que teria de se realimentar do rock, do funk, do jazz para se renovar. Bem, dito e feito. Não precisava ser nenhum Nostradamus ou coisa parecida para identificar isso e ambos os universos convivem em harmoniosa simbiose. E vão muito bem, obrigado.
Nasty Habits é um projeto do dj inglês Doc Scott (Scott McIIroy), lançado pelo seu próprio selo, 31 Records. Ele é o grande expoente do sub-estilo do drum'n'bass chamado de dark step. Scott também contribuiu na produção e remixagem do projeto de Bill Laswell, Panthalassa: The Remixes (The Music Of Miles Davis), uma escolha muito bem acertada. Shadow Boxing pode ser incluído entre os clássicos de pista no drum'n'bass, como Brown Paper Bag (Roni Size) e Inner City Life (Goldie). Clique na foto do selo para acessar o arquivo.
Muitos davam discursos inflamados profetizando o fim da música convencional e a grande revolução da música eletrônica. Claro que eu achava isso uma tremenda besteira, que a dancefloor music não extinguiria a música tocada por instrumentos musicais analógicos, o rock, etc, e provavelmente a música eletrônica de dança é que teria de se realimentar do rock, do funk, do jazz para se renovar. Bem, dito e feito. Não precisava ser nenhum Nostradamus ou coisa parecida para identificar isso e ambos os universos convivem em harmoniosa simbiose. E vão muito bem, obrigado.
Nasty Habits é um projeto do dj inglês Doc Scott (Scott McIIroy), lançado pelo seu próprio selo, 31 Records. Ele é o grande expoente do sub-estilo do drum'n'bass chamado de dark step. Scott também contribuiu na produção e remixagem do projeto de Bill Laswell, Panthalassa: The Remixes (The Music Of Miles Davis), uma escolha muito bem acertada. Shadow Boxing pode ser incluído entre os clássicos de pista no drum'n'bass, como Brown Paper Bag (Roni Size) e Inner City Life (Goldie). Clique na foto do selo para acessar o arquivo.
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M'Boom - Collage (1984)
Max Roach sempre contribuiu com seu talento, técnica apurada, criatividade e principalmente senso desbravador na música, desde a década de 40 do século XX dentro do universo musical afro americano. Em 1970, formou um grupo composto apenas por percussionistas, entre eles, os bateristas Freddie Waits, Joe Chambers e Warren Smith entre os 10 membros que criaram composições com vibrafone, marimba, xilofone, congos, sinos, timpano (instrumento que Max aprendeu no colégio), entre outros instrumentos de percussão. Não são peças experimentais rítmicas, mas composições melodiosas e complexas. E há inclusive versões de clássicos como Epistrophy de Thelonious Monk e It's Time de Max Roach, que comprovam o quanto se pode criar dentro do espectro percussivo, alcançando esferas harmonico melódicas. Destaque para Street Dance, em que Roy Brooks executa seu solo com uma serra. Na época da gravação de Collage, Max já saiu novamente desbravando novos territórios, se associando ao início do hiphop, ao lado do pioneiro Fab 5 Freddy. Clique na imagem para comprovar a grande contribuição do M'Boom para a música.
*P.S.: Este post vai para meu precioso amigo e eventual parceiro musical, Antonio Panda Gianfratti.
*P.S.: Este post vai para meu precioso amigo e eventual parceiro musical, Antonio Panda Gianfratti.
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quinta-feira, junho 02, 2011
Improviso n° 4 - Antônio "Panda" Gianfratti, John Edwards & Ricardo Tejero
Apresentação do trio no Festival Abaetetuba - Encontro Internacional de Improvisação em Música, realizado no dia 14 de Novembro de 2010, no Espaço Cênico Ademar Guerra - Centro Cultural São Paulo.
Improviso nº4:
Antônio "Panda" Gianfratti (Brasil) - percussão
John Edwards (UK) - contrabaixo
Ricardo Tejero (Espanha) - saxofone tenor
Célio Barros: master do áudio e video
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