segunda-feira, abril 15, 2013

Será Que É Isso o Que Eu Necessito?! (Calma que eu explico...)



Me lembro quando o Titãs lançou o album Titanomaquia em 1993. Eu e meus amigos xingamos até cansar, alegando o oportunismo da ondinha grunge em SP. O disco foi produzido por Jack Endino, o lendário artesão do "som de Seattle". Depois de praticamente 20 anos, Jack Endino fala como ele acha patético os brasileiros insistirem em cantar em inglês, que segundo ele, é muito mau pronunciado e não entendia porquê os brazucas não aproveitavam a riqueza da sonoridade da língua portuguesa versão brasileira para fazerem rock. Enquanto escrevi este texto, escutei o Titanomaquia na integra pela primeira vez, pois na época só tinha visto videos como este que aqui está. E não é que o disco é bom? Não, não bati a cabeça na parede, só aprendi a identificar qualidade independente dos meus gostos pessoais. Na verdade, ele de certa forma é uma continuação do Cabeça Dinossauro ou Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas. Mas na verdade não quero falar do Titãs, apenas usei o título da música para ilustrar o assunto que quero tratar agora. (se bem que algumas partes da letra da música de certa forma, podem fazer parte do contexto, fora as palavras obscenas).
Não é a primeira vez que falo sobre a inutilidade de debates sobre arte, teorias e academicismo. É muito difícil alguém escapar dessa armadilha e mais de 90% acaba caindo nela. Essas discussões tem sido cabide de emprego como o funcionarismo público no seu mau sentido entre outras inutilidades. Sem discernimento, uma enfadonha conversa sobre música pode se tornar uma epifania para os mais desavisados e leigos.
Pense comigo, sinceramente, você acha que o Ornette Coleman ficou divagando teorias para executar a sua gravação de Free Jazz double quartet? Jean-Michel Basquiat precisou fazer mestrado em artes?
Não sou contra a existência de livros teóricos sobre música, artes em geral, mas esses livros definitivamente não vão revelar os segredos do universo. Nenhum livro ou instituição educacional, palestra ou o que for, vai tornar alguém um artista, acho que todo mundo sabe disso.
Quando o artista começa a se explicar sobre a sua arte, as coisas tendem a caminhar para algo errado. A arte sempre falou por si mesma, a não ser que ela não tenha realmente o que dizer. Quanto aos outros, bem, quero dizer os críticos e afins, eles tem a liberdade legítima de falarem e acharem o que lhes faz sentido. Quem quiser que compre o bolinho de ovo que sobrou no bar antes de fechar.

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