domingo, outubro 07, 2007

Av.Paulista... mas e a Itália?!

Neste mês de Setembro, tenho desfrutado de uma gratificante experiência, tocar bateria na calçada da av. Paulista aos sábados. Sim, tocar na rua é uma experiência única, não há um set à cumprir, horário determinado, necessidade de tocar o que agrade as pessoas, aliás, não há um público especícfico, pré-selecionado por um ambiente ou couvert artístico. Quem gosta, fica por alguns momentos, até chegam a fazer uma contribuição simbólica e até substancial em dinheiro. Quem não gosta ou não liga, simplesmente continua seu caminho, desfrutando do direito de ir e vir. Mas o simples prazer de tocar livremente já é o pagamento. Uma vez até recebí de um cidadão, uma cédula dessas que não se vê sempre na carteira de um trabalhador comum. Mas a oferta que mais me comoveu, foram as moedas que crianças de rua(!) me ofertaram de coração. E isso ocorreu mais de uma vez, nem me deram chance de recusar. Foram os centavos mais valiosos que recebí na minha vida. A foto é do local onde costumo tocar, em frente ao edifício do consulado italiano em São Paulo. Uma coisa que tem me chamado a atenção é justamente sobre este local. Não sei porquê, a av. Paulista recebeu o título de cartão postal da cidade, tem a calçada bem mais larga do que quase todas as calçadas da cidade, um mar de edifícios comerciais, bancos, alguns cinemas, museu, centro cultural, etc. Criou-se uma aura de sofisticação em cima de um simples passeio por esta avenida. E reparei no fascínio que o edifício do consulado italiano exerce sobre os transeuntes paulistanos. A construção em sí, não tem nada de espetacular em termos arquitetônicos e estéticos, pra falar a verdade, é um edifício medíocre até. A construção original era de um banco sul-americano que fechou suas portas. O consulado alí se instalou sem modificar a estética do edifício. Todas as vezes que estive presente tocando, pessoas param em frente ao consulado e ficam admirando o local, chegando a ponto de tirar fotos e também posar em frente. Sería a necessidade de se sentir "importante"? Tentar de forma constrangedora se sentir no "primeiro mundo"? Não, não são pessoas ditas simples e humildes que o fazem, são pessoas que possuem uma boa máquina fotográfica digital ou celular de penúltima geração com câmera embutida. Bem, cada um cada um...

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