terça-feira, julho 31, 2007

Dossiê Hardcore em SP nos anos 90 pt.4 (Agradecimento e benção)

Quando menos se espera, certas informações aparecem, como coisas que são atiradas ao mar e um dia a maré despeja de volta na praia. Um assunto pra lá de superado e esquecido...
Em primeiro lugar agradeço de coração ao Alexandre de Santos, Carlos de Porto Alegre, Daniel de Campinas e Marcelo da Saúde, que se deram ao trabalho de escrever à respeito do polêmico texto deste simplório blog, que Deus abençoe suas vidas, que prolongue seus dias de vida nesta terra, sempre acompanhados de Amor e Justiça, desfrutando de muitas alegrias e prosperidade. Quanto ao amigo hacker, sei que isto é simples de ser executado, já tinha até esquecido disso, mas obrigado pelas informações. Aproveito para aconselhar-lhe a procurar outro tipo de atividade, sei que é por diversão, mas pode usar sua habilidade em prol do bem. Que Deus te abençoe também. Quanto a quem se reservou a opção de me escrever anonimamente, na tentativa de ofender-me, a Internet não encobre toda a verdade, pois existe um elemento que deixa rastros, que se chama IP do computador. Mas como isso tudo são águas passadas, não é vontade de Deus expor as pessoas e seus atos publicamente, o anonimato continuará. Que a pessoa a qual se reservou a este direito de não se identificar, em verdade lhe digo que Deus te abençoe, que prolongue seus dias de vida sempre cercados de Amor e Justiça, que não falte nenhum dia de alegria e prosperidade em sua vida superando todos os obstáculos com êxito, que fazem parte do viver. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.

quarta-feira, julho 25, 2007

Crise existencial

Crise: do Lat. crise <>s. f., alteração para melhor ou para pior no curso de uma doença;
ataque, acometimento, acidente;
momento perigoso ou decisivo de um negócio;
perturbação que altera o curso ordinário das coisas;
situação de um governo que encontra dificuldades muito graves em se manter no poder.

É cada vez mais comum o entendimento de que o acumulo de informações se traduz em conhecimento e sabedoria. Por mais que uma pessoa tenha velocidade de raciocínio, inteligência, acesso privilegiado à informação, cultura, etc, existe um ponto em que ela não poderá ultrapassar: a experiência de vida. Não é uma conversa com um velho sábio, bons livros, uma boa faculdade e pós-graduação, que vão prover o necessário para a vida de uma pessoa. São apenas meros complementos, detalhes que muitas vezes podem de nada valer diante de uma, crise. A vida não é advento de mero raciocínio, lógica, intelecto, ciência, pesquisa científica. Os sentimentos humanos derrubam tudo isso. Não, não, Freud não explica, nem Jung, nem Sócrates, Platão ou qualquer pensador que exista ou tenha existido. Claro, as pessoas são livres para pensarem que tudo se explica através da psicanálise, psicologia, teoria científica, medicina, ciências sociais, etc. É extremamente difícil vencer o orgulho pessoal e admitir a ignorância sobre a vida. Mas muitos simulam uma humildade afirmando serem humildes. Uma lição que aprendí sobre humildade é que, se uma pessoa é realmente humilde, ela nunca afirma esta condição pessoal, seus atos é que demonstram. Pelo fruto se conhece a árvore.

quarta-feira, julho 18, 2007

Crise cultural



Pra quem não conhece, o Tonic era um clube em New York que abrigou a música experimental, o Jazz de vanguarda, a arte na sua forma mais livre e criativa. Neste primeiro semestre de 2007, depois de quase 10 anos, o Tonic fecha suas portas por não suportar a pressão financeira do aluguel, uma tática legal e nada ética bem conhecida para atender os interesses econômicos dominantes. Mas o que os brasileiros tem haver com isso? Talvez seja um sintoma universal que a cultura passa hoje em dia. New York tem o apelido de "Big Apple", mas pouco se fala porquê. Na verdade, significa a grande maçã podre que consome o orçamento dos outros estados unidos da america do norte. New York sempre foi um foco de criatividade cultural, uma cidade extremamente rica e contrastante, mas que possibilitava todas as minorias, fossem culturais, civis, etc, existissem. Mas nestes últimos anos a cidade vem sofrendo um processo de "higienização", onde não deve permanecer tudo que vai de certa forma contra a nova ordem econômica mundial, das grandes corporações, da minoria com excessivo poder financeiro, da massificação social. A maioria da população tem que se limitar apenas como mero combustível do mecanismo das elites, como carvão para fornalha ou engrenagens de uma grande máquina. Mas desde muito tempo, já se usa uma estratégia para manter uma grande opressão e exploração, sem causar uma revolução das massas. A minoria no poder sabiamente permitiu a existência de uma liberdade artificial, dando uma falsa sensação de livre escolha, livre expressão. Aqui no Brasil, um exemplo razoável sobre isso, é a existencia de inúmeras marcas dos mesmos produtos, várias opções de lojas e supermercados, só que se observar a letrinha miúda, são pertencentes ao mesmo grupo empresarial. Enquanto o contingente paulistano se maravilha com a nova fase de efervecência cultural, promovida por grandes empresas, shoppings culturais, cinemas, centros culturais patrocinados por bancos, temos a nossa "higienização" se consumando paralelamente. Vendedores de livros usados sendo expulsos na paulada para o benefício das grandes bookstores. Artesãos expulsos das vias públicas em favorecimento das grifes, dos shopping centers. Artístas de rua perdendo sua liberdade de expressão em público em favorecimento de um clã artístico e seus mecanismos, sejam casas de espetáculo com preços de ingressos elevados, sejam gratuitos e financiados pelo comércio, maquiando o seu real mecanismo, que funciona pelo consumo direto de produtos e impostos implícitos. O que não é interessante para a elite, deve ser banido de locais que foram escolhidos por ela, afinal não dá pra ficar confinado em um apartamento de luxo ou condomínio particular. Qualquer pessoa com um mínimo de atenção, informação e sensibilidade sabe da analogia de New York com São Paulo. Só que São Paulo é um rascunho de New York, com menos orçamento, mais selvageria dos impulsos da elite dominante. Quando há injustiça da maioria oprimida, tirando meros detalhes superficiais, cultura e afins, sim, São Paulo é como New York. Os E.U.A. tem a sua grande maçã com seu Bronx e Times Square, e nós o grande abacaxí com os Jardins e o Glicério.

domingo, julho 15, 2007

Revista + Soma, Hurtmold e Bill Dixon




Por estes dias, deparei com uma prova explicitamente palpável do que se é possível fazer com união e boa vontade. A revista + Soma que se enquadra na classificação de revista de comportamento. Ela me pareceu ter um foco mais cuidadoso em termos artísticos, tanto no conteúdo quando no seu aspecto estético, boa impressão, papel de qualidade e para quem acha que tudo isso tem um custo, ela é de distribuição gratuita. Bom parece que por enquanto estão encerradas as lamúrias sobre falta de opções. Quanto ao Hurtmold, há uma entrevista consideravelmente abrangente nesta mesma publicação gratuita, que esclarece alguns pontos em volta deste grupo. Sempre ouví o tal questionamento da ligação do Jazz ao qual eles mesmo esclarecem. A primeira vez que ouví falar à respeito, é que eles estavam abandonando a poética escrita e cantada em suas composições, que já eram minoria e tinham um diferencial em relação aos instrumentos musicais usados dentro do formato do rock, como vibrafone, percussão, sopro, efeitos eletrônicos e orgânicos. Foi o que pude constatar nos respectivos discos Et cetera, Cozido e Mestro. Interessante foi saber mais à respeito do que cada um pensa em relação à música como arte e a proposta do grupo, até politicamente falando, o amadurecimento e afins. Bom, supondo que Deus me dê a oportunidade de viver 100 anos com lucidez, comecei a romper á algum tempinho, um terço do tempo que disponho para aprender algo sobre à vida. Sem levar em questão de que nada sei sobre a eternidade. Lembro-me de uma frase de samba na qual se diz que a gente nasce sem saber nada e morre sem saber tudo. Cada dia é um aprendizado. Mas também lí uma declaração de um músico de FreeJazz extremamente radical, na qual ele diz para não se confiar em ninguém com menos de 50 anos, pois a apartir daí é que se começa aprender alguma coisa. Dentro deste contexto, lembro-me da comparação do Mano Brown com o Bill Dixon feita durante a entrevista do Hurtmold. Até certo ponto pode haver uma analogia, a qual foi explicada na entrevista. Bem, vejamos então do seguinte ponto de vista, Mano Brown deve estar com a idade orbitando em torno da metade de Bill Dixon, que tem 81 anos. Os dois sofreram pré-conceito racial, o que acarretou problemas sócio-econômico-artísticos. O FreeJazz em sua época, nos anos 60, teve seu impacto político-artístico e uma suposta absorção pela sociedade. Ser afro-descendente e músico de FreeJazz num país declaradamente racista naquela época. Ser afro-descendente e músico de HipHop num país não declaradamente racista dos anos 80 pra cá. Hoje em dia, em pleno século XXI, o HipHop se tornou cultura de massa aceita em todas as camadas da sociedade mundial. Ironicamente, há uma marginalização do FreeJazz em relação a massa, falta de acesso e até a bizarra tentativa de elitização desta forma de arte. Até que ponto podemos relevar esta analogia em relação aos motivos pelos quais cada um dos dois fazem o que fazem? Quais são as escolhas e possibilidades de cada um? Qual a ótica de cada um em relação ao que fazem, pois também deve-se levar em conta o que cada um concebe sobre expectativa de vida, até capacidade física, no sentido biológico mesmo. Como cada um vê a questão da morte, seja de um lado, pelo cotidiano extremamente violento atual ou pela limitação do ser humano como organismo vivo. Creio que ambos os casos acarretam uma análise e ação particulares sobre o indivíduo em relação ao presente e futuro.

quarta-feira, julho 11, 2007

Cadê os "potrestos"?

Quando o presidente dos estados unidos norte americanos visitou este país por um breve período, houveram manifestações pelo país dos chamados punks, que parecem defender o utópico ideal anarquista. Como a liberdade individual tem seu limite quando chega o direito do próximo, parece que teríamos um equilíbrio coerente de atitudes. Infelizmente na prática, quase nunca isto se aplica. O que vemos são atitudes equivocadas que acabam por prejudicar justamente os próprios oprimidos pelo sistema político-econômico-social implantando pelo dito poder opressor. Agora que o país passa por um período extremamente vergonhoso, onde estão estes militantes com suas ações "libertárias"? Parece que existe uma alienação em relação ao que acontece no verdadeiro dia-a-dia do proletariado nacional. Então é isso, camisetas do Che Guevara ou do símbolo Anarquista, talvez livros do Trotsky, Karl Marx... Mas parece bem mais provável a desesperança, apatia civil, até alienação ao que ocorre na vida do país. Ou seriam atitudes de vandalismo e até crime, como o assassinato ocorrido com o garçom de um bar no bairro dos Jardins em SP? Alguém viu algum "potresto" nos aeroportos, diante aos caos lá estabelecido? Ah, deve ser talvez porque alguns punks prefiram o caos e também, punk que é punk, não pega avião, isso é coisa de burguês, não? Burguês?! Que estes ditos punks digam isso á um porteiro de prédio que trabalhou e juntou durante 2 anos o dinheiro para viajar de avião à sua terra natal, lá no longínquo nordeste do país, onde os parentes residem em humildes habitações, que em muitas vezes, não há um CD player pra escutar o disco do Discharge. Onde estão os "potrestos" diante das câmaras de vereadores, deputados e senadores, diante do papelão instaurado. Então é isso, para os ditos punks brazucas, é mais importante o "fora bush", "não a alca". Não interessa o que acontece à Anac, ao Renan, ao estouro do orçamente do Pan... No future for you, decontrol, anarchy in Brazil...

quinta-feira, julho 05, 2007

Jemeel Moondoc

Um nome pouco divulgado na mídia mais manjada do dito Jazz. Mas Jemeel Moondoc é bem conhecido pra quem acompanha com mais atenção este tipo de música e não se prende só nas revistas mais famosas como DownBeat e JazzTimes. Nascido em 5 de Agosto de 1951, não teve pais músicos, estudou arquitetura* na Chicago Vocational High School e tocava em bandas de Rhythm'n'Blues. Quando teve contato com a música de Cecil Taylor e Art Ensemble Of Chicago, mudou seu foco de energia criativa para a música. Teve a oportunidade de tocar saxofone na Black Music Ensemble de Cecil Taylor na University of Wisconsin em Madison e depois na Antioch College onde foi solista. Seu contato com Taylor durante 2 anos lhe proveu experiencia para ingressar na chamada New York City jazz Scene em 1972, onde imediatamente começou a ensaiar com a Ensemble Muntu, um quinteto co-fundado com o trompetista Arthur Williams que incluia o conhecido baixista William Parker, Mark Hennen ao piano, e Rashid Sinon na bateria. Sua estréia com este quinteto ocorreu no famoso estúdio Rivbea de Sam Rivers, onde ocorreram inúmeras performances do chamado Loft Jazz, período dos anos 70 em que os músicos de música livre ou Free Jazz, não tinham mais espaço para tocar. O estilo do sax alto de Moondoc tem muita influência de Jimmy Lyons, grande parceiro de Cecil Taylor e Ornette Coleman. Está em plena atividade, tendo tocado com Roy Campbell, Rashid Bakr, Khan Jamal, os saudosos Ed Blackwell, Fred Hopkins e Denis Charles. Boa parte de sua música pode ser conferida nos discos lançados pelo selo Eremite:
http://www.eremite.com/
* A Arquitetura é muito ligada à música, tanto que muitos estudantes de arquitetura tem estreita ligação com a música ou até acabam se tornando músicos, como no caso dos membros do Pink Floyd e Einstürzende Neubauten por exemplo.

terça-feira, julho 03, 2007

Sobre a verdade e as "verdades"

"A verdade é uma só". Quantas vezes já não ouvimos esta frase? Mas quantas dessas vezes que elas foram proferidas com sinceridade? Muitas pessoas acabam adaptando isso em benefício próprio, "customizando", "tunando"(2 dos piores termos inseridos no vocabulário da língua portuguesa contemporânea) para não terem que se esforçar no caminho dos justos. É o uso distorcido da liberdade, como um rolinho primavera de queijo muzzarela. Lembro-me de uma analogia que fiz com a extinção do fogo, do processo de combustão. Para se apagar o fogo, existem vários métodos: jogar água, areia, abafar com algum objeto, extintores de incêndio, sejam de espuma química, pó à base de cloreto, gás carbônico. Mas o que todos os métodos fazem a grosso modo, é extinguir a fonte da combustão, que é o oxigênio. Sem oxigênio não há combustão, não há fogo. Mas que uma verdade seja dita, todos nós temos a oportunidade, a chance de escolher o que é certo, o que é justo, sempre, não importa a situação em que nos encontramos, na tempestade ou na bonança.
 
 
Studio Ghibli Brasil