Giuseppi Logan nasceu em 22/05/1935 na Philadelphia e aprendeu piano e bateria sozinho até os 12 anos de idade, quando mudou para os intrumentos de sopro. Aos 15 tocou com Earl Bostic e estudou no conservatório de New England. Em 1964 mudou-se para New York se integrando ao cenário do Free Jazz. Tocou com Archie Shepp, Pharoah Sanders, Bill Dixon, Byard Lancaster e Roswell Rudd. Formou seu grupo com Don Pullen no piano, Eddie Gomez no baixo e Milford Graves na bateria. Gravou apenas duas sessões sob o seu nome pela ESP disk: The Giuseppi Logan Quartet (1964) e More (1965). Desde o início dos anos 70 não se sabia o paradeiro de Logan ou se estava vivo ainda. Há muitas histórias tenebrosas sobre Logan, de que ele atacava pessoas nas ruas, envolvimento com drogas. Depois que sua esposa se separou levando seu filho, o qual tinha forte ligação, seu equilíbrio mental ficou seriamente abalado.
Bill Dixon sobre Logan:
"No verão de 64 Giuseppi Logan estava "estudando" comigo, queria saber certas coisas e eu precisa de alguém para tocar sax alto. Então ele tocou em todos os meu concertos e ocasionalmente tocávamos suas composições no grupo. Ele tinha grande dificuldade de encontrar pessoas capazes de executar sua música. Eu penso que naquela época eu era o único trompetista que podia tocar sua música e eu adorava tocá-la. Não havia ninguém que soava em um conjunto como Giuseppi. Ele posicionava a cabeça para trás abrindo totalmente a garganta e aumentava o volume de sopro, tocando acima da quarta oitava no sax alto. O que fazia ele diferente como improvisador, era o jeito que colocava as notas, o som que tinha e como os outros do grupo tocavam atrás dele. Giuseppi Logan tinha seus próprios pontos de vista sobre música."
Parece que Logan foi encontrado por uma missão cristã em New York neste ano de 2008
Ouça The Giuseppi Logan Quartet:
Fonoteca Municipal de Lisboa
sábado, outubro 25, 2008
domingo, outubro 19, 2008
Talking about love...
Desde muito tempo se falou sobre o Amor. Mas especificamente neste séc.XXI as coisas tem evoluido para um quadro cada vez mais obscuro. Cada vez mais o Amor se tornou sinônimo de satisfação sexual em letras de pagode, axé, sertanejo, rap, entre outros, corações vermelhos, presentes como jóias, carros, roupas e caixas de bombons.
"Isso é questão de posse..." como dizia Luiz Melodia. A semana toda a mídia brasileira foi assolada pelo horror de um sequestro passional. O duro é que não é o primeiro e não será o último de muitos. Foi um reflexo do que o Amor se distorceu nesta sociedade perversa, uma questão de posse. O rapaz parece que entendia que o seu chamado "amor" era ter a posse de uma pessoa.
Quando eu era um delinquente juvenil e vândalo estudantil, pensei em levantar a mão para minha professora de física que me expulsara da sala de aula. Quando me dirigí em sua direção, algo me impediu(misericórdia de Deus) e apenas a ironizei e batí palmas para ela e me retirei da classe. Hoje em dia, os alunos adolescentes desferem socos e chutes para ferir pra valer os professores, crianças causam graves ferimentos nos professores, portam armas de fogo e atiram para matar os colegas de classe.
Em outro aspecto, o Amor também está em falta na sociedade. cada vez mais se ouvem frases como: " Que se dane, eu estou pagando! ", " Faço o que eu quero, ninguém paga as minhas contas! ". O egoísmo e individulismo são antíteses do Amor. As pessoas não querem dispor seu tempo por Amor, seja pela família, seja pelos amigos e muito menos à um desconhecido que precise de míseros minutos de atenção. Todos dizem que não tem tempo pra nada. Mas há horas disponíveis para suas rotinas de ócio, como em frente a TV ou qualquer outra distração.
Não há tempo para um simples telefonema para dizer um simples "oi, como você está?", e mais constrangedor ainda, mandar um e-mail, que leva menos de 1 minuto.
Tudo se faz caso haja um retorno de interesses pessoais. Já ouví nitidamente pessoas me dizerem que só encontram com amigos se tiver algo que interesse. A simples presença da pessoa e sua amizade não são suficientes para dispor de um tempo para se tomar um bom café e conversar sem pretenções.
O verdadeiro Amor é quando nos colocamos à disposição de qualquer pessoa sem esperar nada em troca. Amar é abdicar. A nossa recompensa é saber que pudemos ser úteis e ajudamos alguém que estava precisando e imaginarmos como este alguém se sentiu amparado e aliviado.
E muitos falam sobre o Amor...
"Isso é questão de posse..." como dizia Luiz Melodia. A semana toda a mídia brasileira foi assolada pelo horror de um sequestro passional. O duro é que não é o primeiro e não será o último de muitos. Foi um reflexo do que o Amor se distorceu nesta sociedade perversa, uma questão de posse. O rapaz parece que entendia que o seu chamado "amor" era ter a posse de uma pessoa.
Quando eu era um delinquente juvenil e vândalo estudantil, pensei em levantar a mão para minha professora de física que me expulsara da sala de aula. Quando me dirigí em sua direção, algo me impediu(misericórdia de Deus) e apenas a ironizei e batí palmas para ela e me retirei da classe. Hoje em dia, os alunos adolescentes desferem socos e chutes para ferir pra valer os professores, crianças causam graves ferimentos nos professores, portam armas de fogo e atiram para matar os colegas de classe.
Em outro aspecto, o Amor também está em falta na sociedade. cada vez mais se ouvem frases como: " Que se dane, eu estou pagando! ", " Faço o que eu quero, ninguém paga as minhas contas! ". O egoísmo e individulismo são antíteses do Amor. As pessoas não querem dispor seu tempo por Amor, seja pela família, seja pelos amigos e muito menos à um desconhecido que precise de míseros minutos de atenção. Todos dizem que não tem tempo pra nada. Mas há horas disponíveis para suas rotinas de ócio, como em frente a TV ou qualquer outra distração.
Não há tempo para um simples telefonema para dizer um simples "oi, como você está?", e mais constrangedor ainda, mandar um e-mail, que leva menos de 1 minuto.
Tudo se faz caso haja um retorno de interesses pessoais. Já ouví nitidamente pessoas me dizerem que só encontram com amigos se tiver algo que interesse. A simples presença da pessoa e sua amizade não são suficientes para dispor de um tempo para se tomar um bom café e conversar sem pretenções.
O verdadeiro Amor é quando nos colocamos à disposição de qualquer pessoa sem esperar nada em troca. Amar é abdicar. A nossa recompensa é saber que pudemos ser úteis e ajudamos alguém que estava precisando e imaginarmos como este alguém se sentiu amparado e aliviado.
E muitos falam sobre o Amor...
quarta-feira, outubro 15, 2008
quinta-feira, outubro 09, 2008
Reacionarismo da juventude
Carla Bley, pianista e compositora que se apresenta por estes tempos em São Paulo fez um comentário sobre o panorama geral do Jazz contemporâneo. Ela percebeu que está mais conservador, diferente dos anos 60, período que ela participou ativamente, uma época de avanços, experimentações, de mudanças em busca do novo. E isso vem de uma pessoa de cerca de 70 anos de idade...
Bem, vamos analisar o que acontece especificamente na cidade de São Paulo, lugar em que tenho residência e posso acompanhar mais de perto. Mesmo eu não sendo um ancião, presenciei a transição do analógico para o digital, o vinil para o cd, os PC's que usavam um gravador k7 acoplado, os disquetes flexíveis que não comportavam mais do que poucos kbytes até chegar aos minúsculos pendrives do tamanho de um chaveiro que comportam gigabytes, do console Atari 2600 aos Xbox e Wii.
Na música e sua cultura em volta, podemos ver dois segmentos distintos:
1. Os que aderiram completamente à urgência da tecnolgia digital, só ouvem música eletrônica feita por sintetizadores, samplers, geralmente em formato mp3, mp4. Decretaram a morte da música acústica ou a tratam como artefato de museu. Mas ironicamente os artístas que essas pessoas apreciam, cada vez mais buscam elementos do passado para comporem a música do futuro, seja com equipamentos "vintage" como orgãos que usam válvulas, toca-discos de vinil, gravadores de fita entre muitos outros equipamentos ultrapassados. Apesar desta negação extrema com o passado, (que chega a ser um tanto prejudicial, pois esta ligação é necessária, pois o passado é a estrutura do que somos, desde que isso não afete negativamente o contemporâneo) é mais coerente que o outro segmento;
2. Os que nasceram com a oportunidade de usufruir as comodidades da era digital, que puderam pelo menos jogar um videogame de 64 bits e não um aglomerado de pixels de baixa definição que representavam algum objeto ou personagem. Muitos deles sonham e idealizam uma época que não vivenciaram e até seus pais não tinham constituído família ou estavam na idade adulta. Quem quer reviver os anos 60 no Brasil? Repressão, carência de informação, etc. Podia até ser que antes era melhor por haver menos poluição, menos carros, menor população, mas a miséria, pobreza e violência existiam em suas devidas proporções, para os ricos é óbvio que sempre gozaram de situação melhor, mas pelas sua atitudes, o que plantaram ao seu redor, estão colhendo no séc.XXI os seus frutos: condomínios fechados com cercas eletrificadas, carros blindados, trânsito insuportável, clima alterado, etc. Mas muita coisa está visivelmente melhor que antes, temos acesso simultâneo com o que acontece no mundo inteiro, não é qualquer gripe que vai matar alguém, entre muitas outras melhorias.
Mas o grande problema não é um saudosismo de uma época em que não se vivenciou, mas o atrofiamento intelectual da juventude atual. Muitos destes jovens não querem ser surpreendidos em muitos aspectos, querem estar em alguma situação que seja até previsível, que tenham controle da situação e isso logo na música. Muitos perderam o senso de analisar a arte musical de maneira ampla. Criou-se o estigma de que se um artísta tem o pleno domínio de seu instrumento de expresão e suas idéias são expressas de forma mais complexa, isso significa que o artísta é um exibicionista. O virtusismo se distorceu em uma coisa nociva. Já ouví pessoas, inclusive músicos dizerem que solo é uma coisa ruim. Ora, estes mesmos músicos que disseram isso, gostam de John Coltrane e Cecil Taylor... Coltrane disse que quando começava a solar não conseguia parar e a música ultrapassava os 20 minutos, Cecil Taylor gravou vários discos solo. Roscoe Mitchell quando esteve em São Paulo anos atrás com o Art Ensemble Of Chicago, fez um solo com a técnica de respiração circular por cerca de 20 minutos, seria ele um exibicionista egocêntrico?
Seria mais sensato dizer que certos artístas usam o solo para se exibir e não integrá-lo à composição. Esse lance de julgar é complicado, pois cedo ou tarde, quem julga e muitas vezes julga erroneamente, acaba pecando, e não há quem se safe disto. Tem pessoas que adoram as batalhas de MC's, elogiam suas habilidades de rima, muitas destas batalhas carregam sim, exibicionismo e vaidade, mas se o Steve Vai fizer um mísero solo, ele é o mais exibido de todos... Mas há quem diga que é diferente...
Bem, vamos analisar o que acontece especificamente na cidade de São Paulo, lugar em que tenho residência e posso acompanhar mais de perto. Mesmo eu não sendo um ancião, presenciei a transição do analógico para o digital, o vinil para o cd, os PC's que usavam um gravador k7 acoplado, os disquetes flexíveis que não comportavam mais do que poucos kbytes até chegar aos minúsculos pendrives do tamanho de um chaveiro que comportam gigabytes, do console Atari 2600 aos Xbox e Wii.
Na música e sua cultura em volta, podemos ver dois segmentos distintos:
1. Os que aderiram completamente à urgência da tecnolgia digital, só ouvem música eletrônica feita por sintetizadores, samplers, geralmente em formato mp3, mp4. Decretaram a morte da música acústica ou a tratam como artefato de museu. Mas ironicamente os artístas que essas pessoas apreciam, cada vez mais buscam elementos do passado para comporem a música do futuro, seja com equipamentos "vintage" como orgãos que usam válvulas, toca-discos de vinil, gravadores de fita entre muitos outros equipamentos ultrapassados. Apesar desta negação extrema com o passado, (que chega a ser um tanto prejudicial, pois esta ligação é necessária, pois o passado é a estrutura do que somos, desde que isso não afete negativamente o contemporâneo) é mais coerente que o outro segmento;
2. Os que nasceram com a oportunidade de usufruir as comodidades da era digital, que puderam pelo menos jogar um videogame de 64 bits e não um aglomerado de pixels de baixa definição que representavam algum objeto ou personagem. Muitos deles sonham e idealizam uma época que não vivenciaram e até seus pais não tinham constituído família ou estavam na idade adulta. Quem quer reviver os anos 60 no Brasil? Repressão, carência de informação, etc. Podia até ser que antes era melhor por haver menos poluição, menos carros, menor população, mas a miséria, pobreza e violência existiam em suas devidas proporções, para os ricos é óbvio que sempre gozaram de situação melhor, mas pelas sua atitudes, o que plantaram ao seu redor, estão colhendo no séc.XXI os seus frutos: condomínios fechados com cercas eletrificadas, carros blindados, trânsito insuportável, clima alterado, etc. Mas muita coisa está visivelmente melhor que antes, temos acesso simultâneo com o que acontece no mundo inteiro, não é qualquer gripe que vai matar alguém, entre muitas outras melhorias.
Mas o grande problema não é um saudosismo de uma época em que não se vivenciou, mas o atrofiamento intelectual da juventude atual. Muitos destes jovens não querem ser surpreendidos em muitos aspectos, querem estar em alguma situação que seja até previsível, que tenham controle da situação e isso logo na música. Muitos perderam o senso de analisar a arte musical de maneira ampla. Criou-se o estigma de que se um artísta tem o pleno domínio de seu instrumento de expresão e suas idéias são expressas de forma mais complexa, isso significa que o artísta é um exibicionista. O virtusismo se distorceu em uma coisa nociva. Já ouví pessoas, inclusive músicos dizerem que solo é uma coisa ruim. Ora, estes mesmos músicos que disseram isso, gostam de John Coltrane e Cecil Taylor... Coltrane disse que quando começava a solar não conseguia parar e a música ultrapassava os 20 minutos, Cecil Taylor gravou vários discos solo. Roscoe Mitchell quando esteve em São Paulo anos atrás com o Art Ensemble Of Chicago, fez um solo com a técnica de respiração circular por cerca de 20 minutos, seria ele um exibicionista egocêntrico?
Seria mais sensato dizer que certos artístas usam o solo para se exibir e não integrá-lo à composição. Esse lance de julgar é complicado, pois cedo ou tarde, quem julga e muitas vezes julga erroneamente, acaba pecando, e não há quem se safe disto. Tem pessoas que adoram as batalhas de MC's, elogiam suas habilidades de rima, muitas destas batalhas carregam sim, exibicionismo e vaidade, mas se o Steve Vai fizer um mísero solo, ele é o mais exibido de todos... Mas há quem diga que é diferente...
quarta-feira, outubro 01, 2008
Koll Witz:17/10/2008 às19:00h no Espaço Impróprio
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