Eu até alimentei uma expectativa em relação a adaptação cinematográfica da história em quadrinhos Watchmen escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons. Quando foi lançada no Brasil no fim dos anos 80, saiu em 12 edições mensais gerando um suspense quanto ao desfecho da história. Para os aficcionados dos quadrinhos, Watchmen é um marco ou até alguns dizem ser a melhor história de heróis(ou anti-heróis) de todos os tempos. Assim como nos rankings de música, cinema e outros, isso é estritamente pessoal e não há verdade absoluta em relação ao posicionamento no podium, cada um elege o seu número um.
Num dia corriqueiro me encontrei conversando com alguns aficcionados de quadrinhos e obviamente o assunto em pauta era o filme Watchmen que a pouco entrara em cartaz nos cinemas da cidade. Com a ressalva defensiva de que é uma adaptação de uma história um tanto extensa para um filme de ação compactado em pouco mais de 2 horas e 40 minutos, todos entraram no veredicto de que quadrinho é quadrinho, filme é filme(óbvio...). Logo de antemão, mesmo para os que viram apenas um trailer ou teaser do longa metragem, por estéticamente ser fiel ao desenho original, já houve uma empatia. A crítica especializada em cinema ao dizer que o filme carece de dose certa de ação, já despertou a discordia e o contra-ataque dos aficcionados, que não toleram nada que não seja para exaltar seus gostos pessoais. Frases do tipo: "Ah, estes críticos metidos a intelectuais só gostam de filmes iranianos porcarias que ninguém assiste...", são sintoma de um pensamento gravemente limitado e unilateral que imposibilita a pessoa enxargar a sua própria incoerência. Afinal quem leu a história Watchmen sabe muito bem que ela é extremamente focada no intelectual, chegando até ser um tanto cansativo em sua narrativa. Me lembro que à muitos anos atrás passou na tv aberta um filme iraniano(hein, mais hein?) o qual eu gostei muito, acho que o nome era Bashu, sobre um menino que tinha perdido sua família e tinha muita dificuldade de se comunicar e ficava tocando um tambor. Um filme sobre coisas simples do ser humano, sobre a existência, mas nada que uma pessoa comum não possa compreender. Enquanto Alan Moore tenta criar uma intrincada história com muitos artifícios de linguagem que impressionam só quem não tem o hábito de ler livros no campo da literatura(não vale o mago hein?).
Antes que eu seja alvo de ataques da seita DC/Marvel, já digo que gostei de Watchmen e espero assistir o filme também, para me divertir, pois não vai ser este filme que vai me causar uma epifania sobre a existência humana. Calma, é apenas entretenimento...
*uma citação ao título do disco do grupo Descendents
sábado, abril 04, 2009
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