sexta-feira, dezembro 30, 2011

Sam Rivers (25/09/1923 – 26/12/2011)

Eu realmente não sei qual era o significado do natal para Samuel Carthorne Rivers, nascido em Enid, Oklahoma, mas seu pai era um músico evangélico que lhe apresentou a música desde seus primeiros anos de vida e este foi seu último natal entre os vivos. Não importa quem seja, do anônimo ao famoso, do rico ao miserável, do mediocre ao talentoso, todos voltam ao pó da terra, sem acepção de pessoas. Agora seu saxofone e sua flauta não podem mais modular o ar e criar lindos sons, mesmo que para muitos fosse uma música estranha e que passou desapercebida, sua mente e seu coração não mais se fundem para criar belas músicas, pois para onde Sam Rivers foi, não há obras, não há bandas, orquestras, ele dorme e seu conhecimento desta terra se foi. Nos deixou muitos registros em diversos formatos de midia, a lembrança em vários níveis, dependendo do grau de relacionamento com ele, nos deixa saudades. Agora alguns veículos jornalísticos divulgam uma nota qualquer, outros prestam uma homenagem mais digna. Rivers passou quase incognito por estas últimas décadas e mediocremente é lembrado de sua breve associação com o controverso Miles Davis, que desaprovou sua arte naquele período. Poucos são os que se lembram e reconhecem seu mérito por ter lutado, resistido e sobrevivido nos duros anos 70 em que o tal do free jazz era considerado a escória do jazz, da música, tanto que a maioria dos músicos norte americanos do free jazz, se não se exilaram na Europa, onde houveram melhores e mais dignas condições de criarem sua música, passaram duros invernos tocando em sótãos e porões devido ao fechar das portas e oportunidades para o free jazz, avant-sei lá o que, bem, não importa. Sam Rivers e sua esposa Bea, mantiveram o Studio Rivbea no sótão de sua casa em Lower Manhattan, onde se tornou um dos principais focos de resistência da música livre, ousada e criativa e suas sessões se tornaram célebres e um de seus frutos está registrado na série Wildflowers, que depois de muitos anos, foi reeditado em formato digital.
Não vou me estender sobre sua trajetória, pois tudo não está registrado em publicações na world wide web, gravações, videos, livros e revistas? Basta ter um mínimo de interesse e poderá encontrar informação suficiente sobre Sam Rivers e sua música, basta querer...
Não há mais motivos para tristeza, Sam Rivers desfrutou de sua breve vida, mesmo que sejam longos 88 anos, o que são 88 anos perante a eternidade? Sam Rivers aproveitou todo seu fôlego de vida e fez com amor o que lhe foi dado por Deus, o talento musical. Não ficou inerte esperando que seu talento se manifestasse por sí só, trabalhou, plantou, cuidou e colheu seus doces frutos, com o suor de seu rosto. Não posso me despedir de Sam Rivers, pois ele não pode mais me ouvir, mas agradeço à Deus por Sam Rivers ter nascido 50 anos antes de mim e ter deixado sua música para meus ouvidos.

http://www.rivbea.com/

sábado, dezembro 24, 2011

Downtown no Gaki no Tsukai ya Arahende!!



Downtown é uma dupla de comediantes formada em 1982, de Amagasaki, região de Osaka, que também é bastante conhecida pelos seus comediantes e humor característico. O Batsu game é um jogo em que há uma regra estabelecida e no caso dos videos que estão neste post, é proibido rir em qualquer circunstância e o jogador está sujeito a uma punição. No caso os três participantes passam 24 horas em uma academia de polícia onde passam por diversas situações para induzí-los ao riso e são monitorados em todo o tempo.

sábado, dezembro 17, 2011

The Vandermark 5 – The Horse Jumps And The Ship Is Gone (2010)

Sim, o natal está chegando e aqui vai mais um para a sessão de presentes do Sonorica.
Me lembro do primeiro contato que tive com o The Vandermark 5, foi em 1998, quando trabalhava numa pequena loja de cd's no centro de São Paulo, onde eu fazia os pedidos para a importadora e me deparei com um catálogo coletivo de vários pequenos selos de rock independente e algo experimental. Alí estava o anúncio de Single Piece Flow, o primeiro disco do V5 e a descrição falava de um renovo no free jazz norte americano e do tradicional celeiro de música mais ousada: Chicago. Aquilo me intrigou e argumentei para o meu senhorio que deveríamos apostar naquele disco, mesmo que fosse só uma unidade e que se ninguém comprasse, eu compraria, pois algo me dizia que tinha algo especial no V5. Um conhecido meu foi na loja e eu ofereci o ítem recém chegado e lancei a proposta irrecusável: se ele não gostasse, receberia o dindico de volta, ou seja, disse que comprava de volta. Era a chance dele gostar e ter o prazer de conhecer algo novo e parar de ficar só nos ícones dos anos 60. Quando ouví a primeira faixa, foi um grande impacto, tinha a energia punk rock e o esmero e liberdade em grandes dimensões do free jazz. E a guitarra distorcida de Jeb Bishop (também trombonista), Ken Vandermark ao clarinete baixo soa tão desbravador quanto Eric Dolphy. O free jazz estava se renovando! Desde então este é um dos meus grupos favoritos e também iniciei um vínculo com o Vandermark e trocamos algumas palavras via net e duas vezes em pessoa. O V5 teve uma virada em 2006 com a mudança do line-up: sai a guitarra e trombone de Jeb Bishop e entra o violencelo de Frederick Lonberg-Holm. Isso trouxe uma nova perspectiva sonora ao V5 e confirmando o espírito desbravador do quinteto.
Em The Horse Jumps And The Ship Is Gone, o V5 atinge mais uma nova e impactante dimensão sonora com a colaboração inédita de piano e trompete. O sueco Magnus Broo traz um renovo no trompete na free music e o pianista norueguês Håvard Wiik também dá continuidade no avanço do amplo espectro sonoro deste instrumento que possibilita muitos caminhos. Clique na imagem para acessar o arquivo.

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Montego Joe - !Arriba! Con Montego Joe (1964)

Mais um post da sessão de presentes natalinos do Sonorica:
Roger Sanders nasceu na Jamaica e chegou nos E.U.A. em 1939 entre nove e dez anos de idade. Geralmente quando se fala sobre percussionistas no segmento do chamado jazz e Afro-Cuban music, lembra-se de Mongo Santamaria, Sabu Matinez, Willie Bobo, Candido, Machito, etc. Mas Montego Joe tem uma carreira de seis decadas que inclui nomes como Nina Simone, Dizzy Gillespie, Max Roach, Art Blakey, Fifth Dimension, etc., foi professor na Medgar Evers College e *Bedford Stuyvesant Restoration Corp (Youth Arts Academy). Com sua técnica apuradíssima, teve crucial importância para o desenvolvimento da percussão vinda da diáspora africana. Em Arriba!, Montego executa uma composição de Horace Silver, Too Much Sake, uma composição em parceria com o trompetista Leonard Goines chamada Maracatu. Sim, é isso mesmo, em 1964 já tinha músico "gringo" apreciando o ritmo nordestino, pra quem ainda pensa que o manguebeat é que revelou o maracatu ao mundo. Também conta com a presença de Eddie Gomez no contra-baixo, que gravou com o chato do Bill Evans (fãs, não se ofendam, é só uma brincadeira, take it easy) e vários músicos de free jazz. Agora se você souber quem está ao piano e na bateria e timbales, ganha um prêmio... mais informação musical! Inclusive um deles trilha por caminhos bem diferentes dos tempos com Montego Joe. Clique na imagem da capa do disco para acessar o arquivo.

*Bedford Stuyvesant é um bairro central do Brooklyn, New York. Foi cenário para o filme de Spike Lee, Do The Right Thing (Faça a Coisa Certa) e o seriado Everybody Hates Chris (Todo Mundo Odeia o Chris), ou seja, é o bairro Bed-Stuy

terça-feira, dezembro 13, 2011

Sabu Toyozumi e Abaetetuba (17/12/2011)

Sábado dia 17/12 às 17:00h no b_arco centro cultural

Sabu Toyozumi: bateria (Japão) se apresenta com membros do coletivo ABAETETUBA:
Rodrigo Montoya: shamisen,violão
Thomas Rohrer: rabeca,sax
Panda Gianfratti: percussão
Luiz Gubeissi: baixo acústico

b_arco | RUA DR. VIRGÍLIO DE CARVALHO PINTO, 426 - tel.:(11) 3081-6986
(entre Teodoro Sampaio e Arthur de Azevedo)
Entrada R$10,00.
Obs.: o concerto começa no horário marcado.

Sabu Toyozumi e Abaetetuba (17/12/2011)

New Order - Substance II (1989)

Inaugurando a sessão de presentes de natal, a compilação Substance II do New Order, lançada em 1989, na verdade é um bootleg seguindo o mesmo formato da compilação original e oficial de singles do grupo, o Substance, com a capa branca, que foi um best seller também aqui no Brasil, tendo como destaque a versão single de Blue Monday, seguindo de Perfect Kiss e Bizarre Love Triangle. O Substance II contém a versão exclusiva do single Hurt e as versões instrumentais de Confused e Thieves Like Us. The Beach também é denominada como a versão dub de Blue Monday e 1963 é a canção mais popular do disco. Pode-se considerar que o Substance II é o dark side of Substance, por incluir músicas que são menos conhecidas pelo público em geral e claro, por ser um bootleg. Clique na imagem para acessar o arquivo. Ah, até lamentei de não ter ido à apresentação do New Order este ano, mas sei lá, pra mim em particular é difícil sem o som do contra-baixo elétrico do Peter Hook.

*ps: Lembrando que minha conta no mediafire foi bloqueada por violação de direitos autorais, mas no final de tudo se trata do vil dinheiro, como se o Sonorica estivesse lucrando com isso. Quem tiver interesse, mande uma mensagem, podemos refazer o link. Obrigado

Remembering that my account was blocked by mediafire copyright infringement, but in the end it's all about the vile money, as if the Sonorica was profiting from it. Those interested, send a message, we can redo the link. thank you

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Sabu - Message To Chicago (1974)

Até mesmo no chamado free jazz existe o péssimo habito de apenas haver interesse nos "ícones" do estilo, que são reverenciados pelas ferramentas de midia especializada. Hoje em dia com a world wide web não há mais desculpas de não ter acesso a música ousada, livre e de qualidade, visto a ampla e vasta gama de possibilidades como blogs especializados, sites, file sharing, youtube e até as mais óbvias ferramentas que são a wikipedia e o google (claro que toda fonte de informação via net deve ser checada com critério).
O baterista Sabu Toyozumi vem atuando na música livre desde os anos 70 e para quem não sabe, se associou à famosa AACM de Chicago em seus primórdios. Pois é, não é só de Art Ensemble Of Chicago que a AACM vive.
Aproveitando a curta temporada de Sabu Toyozumi em São Paulo, que realizou um workshop nesta última terça-feira no centro Cultural São Paulo e se apresenta nesta quarta-feira em um duo com Antonio Panda Gianfratti no mesmo local às 21:00h com entrada franca e na sexta-feira dia 09/12 no Espaço Serralheria às 23:00h, aqui vai uma pequena fração da arte de Sabu registrada, que inclusive executa composições de Roscoe Mitchell e Malachi Favors do AEOC. Clique na imagem para acessar o arquivo e conhecer um pouco mais do cenário free jazz japonês e instigar mais ainda o interesse por este estilo de música ousada que circula pelo mundo sem fronteiras.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Redline - Takeshi Koike (2009) special trailer version


Dirigido por Takeshi Koike, história original de Katsuhito Ishii e produzido pelo Madhouse Studio.

Amsterdam invade São Paulo (13,14,16,17/12/2011)

Royal Improvisers Orchestra – Holanda, sob a direção do saxofonista brasileiro radicado em Amsterdam, Yedo Gibson, se apresenta pela primeira vez em São Paulo no Centro Cultural São Paulo para lançar um disco gravado ao vivo na Bimhuis de Amsterdam, com participação do baterista holandês Han Bennink (que participou do último grupo de Eric Dolphy, além de outros grandes músicos do jazz norte americano e do cenário de improvisação livre e free jazz europeu), fechando o Festival Internacional de Improvisação realizado este ano.
Também se apresentará no Centro Cultural da Juventude e no Espaço Serralheria com concertos em diferentes formações trios, quartetos e quintetos formados com improvisadores brasileiros.
A Royal Improvisers Orchestra conta com 13 músicos oriundos de diferentes países e gêneros musicais, como o jazz, o punk e a música barroca, e é atualmente um dos mais representativos da nova geração de improvisadores dos Paí
ses Baixos.
Dia 13/12 (terça-feira), a partir das das 19:00h

#1
James Hewitt (violino barroco)
Marcos Baggiani (bateria)
Rubens Akira (clarinete baixo)
#2
Luiz Eduardo Galvão (guitarra)
Felicity Provan (trompete)
Renato Ferreira (baixo acustico)
Sandra Pujols (voz)
#3
Yedo Gibson (sax)
Panda (bateria)
Mikael Szafirowski (guitarra)

Dia 14/12 (quarta-feira), a partir das das 19:00h
#1
Marie Guilleray (voz)
Thomas Rohrer (rabeca e sax)
Marcio Gibson (bateria)
Renato Ferreira (baixo acustico)
#2
Rodrigo Kouve (shamisen)
Romulo Alexis (trompete)
Oscar Jan Hoogland (clavicorde elétrico)
Marcos Baggiani (bateria)
#3
Onno Govaert (bateria)
Flávio Lazzarin (bateria)
Andre Calixto (sax)
John Dikeman (sax)
Alfredo Genovesi (guitarra)

Local:
Espaço Serralheria: Rua Guaicurus, #857 - Lapa, São Paulo
entrada: R$10,00

Dia 16/12 (sexta-feira)
Local:
Centro Cultural da Juventude (CCJ)
Av. Deputado Emílio Carlos, #3.641 - Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo
entrada: grátis

Dia 17/12 (sábado) | às 19:00h
Local:
Centro Cultural São Paulo (CCSP): Rua Vergueiro #1000 - Paraíso, São Paulo
entrada: grátis

Info:

Improvisação Livre na Serralheria (09/12/2011)

Fazendo parte da vinda de Sabu Toyozumi e membros da Royal Improvisers Orchestra, Yedo Gibson e Michael Swafirowski, para oficinas e apresentações no Centro Cultural São Paulo, também participarão desta sessão de improvisação livre com músicos brasileiros.

Local:
Espaço Serralheria
Rua Guaicurus, #857 - Lapa, São Paulo às 23:00h

R$15,00.

sábado, dezembro 03, 2011

Sabu Toyozumi (Japão) no Centro Cultural São Paulo (07/12/2011)

Nesta quarta-feira, Sabu Toyozumi se apresenta no Centro Cultural São Paulo na R. Vergueiro às 21:00h com entrada franca. Imperdível encontro de dois músicos experientes na área da Improvisação Livre, gênero ainda muito obscuro no Brasil, mas que tem lutado com todas as forças em número extremamente pequeno de pessoas realmente envolvidas, para que se estabeleça definitivamente no cenário musical brasileiro.
Toyozumi estará ministrando uma oficina musical no dia anterior à apresentação, num esforço de proporcionar mais uma ferramenta na formação de bons músicos que estejam interessados em desenvolver um trabalho neste campo e ainda de forma totalmente acessível, como tem sido ao longo destes últimos 2 anos no CCSP, que trouxe grandes músicos da Improvisação Livre no cenário mundial para emsinar e trocar experiencias com os participantes das oficinas.
Quanto ao concerto, certamente proporcionará uma rica e bela experiência musical que não se vê todos os dias nesta cidade. Portanto deixe a rotina de lado, a falta de disposição, a tv para apreciar boa música ao vivo, uma arte livre e ousada. Isto é um presente de pré-natal para você.

Quarta-feira, 07/12/2011 às 21:00h, entrada franca.

Centro Cultural São Paulo
R. Vergueiro, #1000 - Paraíso, São Paulo, SP
tel.: 3397 - 4002
acesso pelo metrô estação Vergueiro Linha 1 Azul

quinta-feira, dezembro 01, 2011

Hard As Hell! Rap's Next Generation V/A (1987)

1987 foi um ano muito intenso e divertido para mim em particular, estava livre de padrões de segmentos, ou seja, no meu toca discos, rádio e toca fitas rolava heavy metal, hardcore punk, acid house, rap e o que estivesse afim de curtir, nas sessões de skate pela cidade e eventualmente numa garagem tocando baixo elétrico. Não existiam estúdios que alugavam salas para bandas ensaiarem, não havia internet. As informações vinham pelas ondas do rádio, como 89FM, 97FM, 102.5FM, não havia nem a rádio Brasil 2000FM, que bombou o grunge no início dos anos 90 e muito menos uma KissFM especializada em rock. Informação impressa vinha de folear revistas importadas como Thrasher Skate Mag nas livrarias Siciliano, fanzines pelo correio, como FlipSide e Maximum Rock'n'Roll, gravações de fita k7 e até alguns títulos lançados em lp por aqui. O skate proporcionava um espaço livre para qualquer estilo musical e o rap era uma das trilhas sonoras ideais, ainda mais pro pessoal do free style.
O que foi muito bom, foi o lançamento praticamente simultâneo da compilação Hard As Hell! vol.1 (Lesson 2*) por aqui em 1987. Na mesma lojinha do meu bairro, a Grafitti 32, eu podia comprar um lp do Laibach, Toy Dolls e Run DMC. Quando o Hard As Hell! chegou na loja, eu pedi para rolar algumas faixas e depois levei pra casa. Não tinha a menor noção de um cenário hiphop na Inglaterra e muito menos sabia quem era Simon Harris, dj, produtor e articulador do rap e música eletrônica de pista no Reino Unido. CJ Mackintosh & Einstein, MC Duke, Thrashpack, DJ Hanway, Lady Sugar Sweet, Einstein, Asher D & Daddy Freddy, Overlord X, Derek B, Demon Boyz até hoje soam totalmente desconhecidos até mesmo dos aficcionados do rap. Talvez Derek B seja um pouco menos desconhecido, mas isso definitivamente não significa que todos estes nomes não sejam relevantes, pois a compilação nos mostra música de alta qualidade e criatividade. Um dos que merecem destaque é a dupla Asher D & Daddy Freddy com seu Ragamuffin Hip-Hop, que possivelmente é um dos pioneiros no estilo. Não se falava dessa junção, a não ser pelo Boogie Down Productions em algumas músicas. Enfim, nos comentários para acessar o arquivo e let the tables turning!
* Anteriormente foi lançado a compilação Def Beats 1 também produzido por Simon Harris
 
 
Studio Ghibli Brasil