segunda-feira, janeiro 16, 2012

Teóricos e filósofos de facebook

Tão comum e frequente como spams, banners de publicidade que inundam as páginas da world wide web, também há um mar de muitas vozes divagando sobre diversos assuntos existenciais e socio-políticos na janelinha do facebook. O formato configurado desta ferramenta de relacionamento pessoal digital permite o compartilhamento coletivo de tais divagações, mesmo que o usuário não as queira, involuntariamente estará em sua página devido ao recurso chamado share (compartilhar). Ou seja, um conhecido de um colega de um amigo do seu amigo resolve compartilhar uma frase, imagem com outro que você não conhece, mas é contemplado da mesma forma e se desejar, pode adicionar um comentário e se envolver na pauta. O livre arbítrio nos proporciona tudo isso e de forma alguma estou me isentando deste processo, pois também estou conectado ao serviço. As vezes esqueço que algumas pessoas que não conheço, mas estão indiretamente ligadas a minha pessoa pela rede do facebook, acabam deparando com links de video do youtube com bandas de heavy metal, hardcore, improvisação livre, pop que podem ser o fim da picada para elas. Então o caso aqui não é criticar a existencia desse mecanismo e muito menos quem compartilha, mas refletir sobre o teor do que se escreve e se compartilha no facebook. Em sua essência, não é diferente daquelas calorosas divagações de mesa de bar que ainda se vê por aí (ainda bem). A diferença é que o conteúdo alcança um número maior de pessoas e de forma involuntária.
Espero que a pessoa que expõem suas teorias e filosofias tenha o mínimo de responsabilidade e coerência em primeiro avaliar suas fontes de informação (ora, qualquer pessoa de mentalidade mediana sabe que o google e a wikipedia não são fontes 100% seguras) antes de apertar a opção share ou responder a pergunta what's on your mind? ou add photo/video. Claro que algumas pessoas diante desta questão me mandarão um screw you digitado em caixa alta e compartilharão goela abaixo de quem quer que seja, afinal são livres e não dependem de ninguém e etcs por aí afora. Mas também não devemos esquecer de um fato inevitável: quem fala o que quer, acaba ouvindo o que não quer. Eu mesmo estou sujeito a isso quando escrevo no meu próprio weblog, facebook, msn e é claro, no facebook.
O interessante é que o facebook se tornou um instrumento para veicular pensamentos que muitas pessoas não tinham coragem de expor e compartilhar no mundo real. então no mundo virtual surgem ativistas dos mais ferrenhos e os mais profundos filósofos que a história da humanidade jamais presenciou antes. Também não é tarefa de peritos perceber que muitos desses teóricos e filósofos de internet não tem lá muita certeza do que estão falando, que não fizeram a lição de casa, ou seja, não fizeram uma extensa pesquisa e estudo sobre o assunto abordado (afinal, quem tem tempo pra isso, né?) e acabam escrevendo no calor de suas emoções deixando a razão de lado justamente no ponto em que ela é essencial. Fora que há uma parte considerável de teóricos e filósofos de facebook que não são testemunho do que pregam na web. É o famoso faça o que eu digo e não o que eu faço. E tem gente que ainda acha engraçado este tipo de afirmação e até aceita, fazendo pacto com a dona hipocrisia.
Espero que as pessoas busquem mais entendimento e não agarrem qualquer frase de efeito, dando a desculpa que os dias de hoje não permitem uma melhor reflexão. Então tá, é como pegar um ônibus sem ler o nome e número da linha, o itinerário que estão bem visíveis na frente e na lateral de entrada do veículo e ainda por último recurso, perguntar ao motorista e ao cobrador. Vai ver onde você vai parar, queria ir até uma travessa da av. Paulista e parou no ponto final da Parada de Taipas.

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