terça-feira, fevereiro 21, 2006

Pós-Graffiti, Pós-Rock, Post Mortem

Mais termos importados sem questionamento. Parece aquela fita da pessoa que cria seu próprio apelido para parecer popular. Post Rock, que é isso? Pelo que ouví de bandas que as revistas e releases de gravadoras denominam, não tem nada de novo. É claro que aqui no Brasil, especificamente em SP, isso fica mais ridículo. O pessoal abraça uma sonoridade que falavam mal antes, como o malhado rock progressivo, fusion, ambient. Nem dá pra falar de rock de vanguarda, simplesmente pelo significado do termo militar. Tá mais pra retaguarda, pois o pessoal esperou alguém ir na frente, ver se dá certo e depois fazer igual. Experimental? Só se for pra eles mesmo, pois fazem tudo o que já foi experimentado. Influência do jazz, mas isso nem aparece no trabalho de quem fala. Virou uma moda geral dizer isso, para parecer "sofistiqué".
O chamado Pós-Graffiti não é diferente, sofre do mesmo mal do HipHop. A classe média que não dava a minima tomou posse, importa termos e constrói seus mitos. Tem coisa mais paradoxal que "grafiteiro" que só expõe em galeria? Na boa, estamos mesmo na era Big Brother, onde todos querem a fama a qualquer custo, mesmo que não tenham nada a oferecer de qualidade. Os mais perigosos são os que usam o termo underground para disfarçarem suas ansiedades e se fingirem de humildes.

sábado, fevereiro 18, 2006

Einstürzende Neubauten

Bom, mais um post sobre fato ocorrido à anos atrás. O Neubauten sempre teve um número restrito de admiradores no Brasil. Sempre foi visto injustamente como som de "gótico"?! no sentido pejorativo, ou EBM?! Talvez por Blixa Bargeld tocar no Bad Seeds de Nick Cave? Ichi, doido, pior ainda, que associação simplória! Fora que o único disco deles que saiu por aqui, o Haus Der Lüge, o famoso disco do cavalo vermelho, não retrata o que o Neubauten é de fato. Dentro dos feudos do dito underground paulista, as castas sempre trataram o Neubauten como coisa inferior. Gente que nuca teve a curiosidade de saber o que era o rock industrial, nunca teve curiosidade de ouvir os discos Kollaps, Halber Mensch, ou saber do texto de Blixa sobre o nome-conceito da banda, que significa Edifícios Novos em Colápso. Pra quem se julga pesquisador musical, antenado com as vanguardas, não deveria agir com tanta pedância.
Agora o motivo do post: O país estava passando por uma escassês de shows internacionais, e os membros da "nata descolada" estava desesperada por um evento pra serem vistos e ter algum assunto em suas vidas vazias. O que aconteceu? Os burgueses tiveram que mover seus rabos até o Sesc Belenzinho para "apreciar" o Neubauten. Aí surgem os famosos "que curtem de milianos". Gente que achava o Check Your Head do Beastie Boys a salvação da música, tava lá fingindo que tava curtindo, pois a maioria ficou de costas pro show ou batendo papo sobre outras bandas. Mesmo o assunto sendo sobre um show que ocorreu anos atrás, a essência da palhaçada é a mesma que ocorre com o Rap, Grime, Samba, Funk Carioca hoje em dia. O país negociando a TV digital e ainda existe a côrte medieval comendo com a mão, pegando sífilis e peste bubônica...

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Donos da Música e chapéu alheio

Bem, no meu primeiro post, deixei claro minha intenção e etc. Participei de comunidades sobre música no Orkut e percebí que tem muita gente que se acha dona da verdade ou dona da arte. Olha, este humilde blog está aqui para tentar informar da melhor maneira sobre a música, expor opiniões menos teóricas e mais práticas, questionar o conteúdo jornalistico musical atual. Sou muito a favor da liberdade de expressão, por isso, não perco meu tempo falando mau de coisas que não me despertam interesse, simplesmente por gosto. É muito fácil e covarde falar mau de tudo. Acho pra lá de saudável existir a banda Calypso, Calcinha Preta, Serginho e Lacraia, RBD, Pitty, CPM 22. Esse pessoal é bem mais a pampa, pois não são como a "elite cultural" de merda, que fica se incomodando com as legítimas manifestações populares. O programa de forró da Band não perde tempo em dizer que Faust, Sonic Youth, Boulez, são coisas chatas de gente esquisita. Quem estiver interessado em defender suas teorias, que escreva seu próprio blog, como eu fiz. Percebí quem tem uma pessoa que insiste em defender o tal do "Rap Underground". Amigo, na boa, faça um blog sobre isso, aí você pode expor melhor suas teorias, encontrar mais gente sintonizada com isso, que retifique suas idéias. Agora uma coisa que detesto falar, mas farei para deixar claro as coisas. Eu entrei no HipHop como todo mundo. Foi uma explosão nacional, desde clip do Break Machine no Fantástico, até a vinheta de abertura da novela Partido Alto. Participei de campeonato de Breakdance na escola em 1983. Trabalhei de DJ em festas particulares em 1988. Fiz meu primeiro graffiti no estilo HipHop em 1987. Tive a honra de aprender muita coisa sobre HipHop com o MC Blow(Jú Negão) do pioneiro Stylo Selvagem. Participei da primeira vez que o Pavilhão 9 tocou com banda, pois neste dia a produção falhou e o DJ ficou sem as pickups, então pediram para eu fazer o baixo e o Marquinhos(Butcher's Orchestra) a bateria, em 1993. Muita gente falava mau ou nem dava importância pro Rap e olha que já tava rolando o De La Soul, Tribe Called Quest, Boogie Down, etc. Saí dessa parada porquê alguns indivíduos começaram a chamar o baguio de "meu". Como no Heavy Metal e Punk. No Jazz? Pior ainda, pois tem gente que se acha "elevada" por gostar de Jazz e decorar nomes. Tô cansado de gente querendo mostrar erudição e não fazer nada de útil com isso. Todo mundo é igual, seres humanos, com suas limitações. No dia em que estes connosieurs, críticos, jornalistas, artistas, etc fizerem um Kame-Rame-Ra(golpe de energia do mestre Kame do mangá Dragonball) na minha frente, aí eu baixo a cabeça...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

A Grande Farsa do Hardcore

Uma coisa me chamou a atenção estes dias, um anúncio do show do Millencollin(banda genérica) que dizia: " O melhor do Hardcore" no Credicard Hall, ao lado do anúncio de bandas como Foreigner... Hahahahaha,nunca ví nada igual lá no praneta Lamma(Daminhão Experiença) E o Misfits que cancelou sua apresentação por ficarem com medo de febre amarela... Olha a febre ai gente!!! Qua qua qua!!! Um bruta montes de quase 2 metros de altura com medinho. Febre amarela em São Paulo... onde é o foco, Via Funchal? Hangar? O hardcore foi uma das maiores decepções pra mim, que participei ativamente. Caí fora do esquema Heavy Metal headbanger porquê era cheio de regrinhas, tinha que ter visual, não podia curtir um Alceu Valença e etc. Mas no hardcore foi o lugar que presenciei as maiores mesquinharias humanas.
Intrigas e fofocas de fazer inveja à revista Contigo ou Caras. Uma banda competindo com a outra, de forma pouco ética, ao ponto ridículo de brigar pra quem tocava primeiro, por medo das pessoas irem embora e é claro, mais gente chamando o bagulho de meu e ditando regras. Nem vou citar nomes pois quem faz coisa errada consciente sabe o que fez. E vejo hoje em dia muita gente reinventando seu passado, contando histórias de pescador pra nova geração, a legião de caolhos em terra de cego. Gente te julgando porquê você come carne de vaca, mas só que esses imbecís tem carro, coisa que prejudica muito mais os animais, as plantas, o ar, etc e etc. Quando a gente é adolescente, tudo bem, a gente tenta, erra aprende. Mas tem gente que tá ficando velha pra certas palhaçadas. Liberdade de expressão, certo? Mas depois não reclamem de serem ridicularizados por ai. Os cosplayers do rock, do hardcore, do punk, vivendo uma realidade paralela. A nossa realidade é tipo a Turma do Gueto, gente como sinistro Jamanta, Meia Bola, Tico e Xarope, Ratinho, Tele Sena e por aí vai. Na boa, tem muita gente que tá nessas de underground, porquê é frustrado, que se pudessem seriam ou o capitão do time de basquete da escola ao a líder de torcida. Que horror! Uma parada que tem origem na negação de futilidades de consumo, do faça você mesmo, do não à vaidade estética, da liberdade de expressão, olha que porcaria que virou. Gente que demora mais que noiva pra ir a um simples show de punk e fica te enchendo a sacola do que é bom e o que não é. Ainda bem que caí fora dessa imundice, pois pra quem curti...

Dodecafonia e humilhação...

Mais um vez usando o bordão, segue-se o histórico de humilhação no rolê. Me desculpo por ser um tópico de anos atrás, pois não tinha computador para escrever. Anos atrás, Karlheinz Stockhausen esteve por aqui no elitista festival patrocinado por uma grife de cigarro, com preços proibitivos à R$ 100,00!!!. Engraçado foi o comentário sobre uma boa parte do público que foi lá de nariz empinado achando que ele era o "pai" da música eletrônica e que deparariam com uma espécie de "rave cabeça", ou um "techno sofisticado". Hahaha! engraçado é que burguês metido a intelectual não paga mico de dizer que não entendeu nada, pois vai soar ignorância. Então o pessoal seguiu assistindo calado mesmo não entendo ou não gostando do que presenciaram. Os mais honestos, saíram à la leão da montanha. Afinal, 100 mango dá pra um bom jantar ou outras futilidades. Agora a questão que dá título ao tópico. Um jornalista perdendo a oportunidade de ficar calado, escreveu que Stockhausen era o pai da Dodecafonia e da música eletrônica?! Faça-me o favor né? Qualquer livro sobre música fala de Arnold Schöenberg e seu tratado sobre Dodecafonia, onde se usam os 12 tons da escala temperada(instrumentos de origem européia) sem se repetirem no compasso. Qualquer livro fala sobre os primeiros experimentos com eletro-acústica de Pierre Henry e Pierre Schafer. Inclusive aquelas publicações populares sobre música, que se vendiam em bancas de jornais!

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Aldemir Martins

Bom, o que posso dizer sobre o Aldemir neste simplório blog? O primeiro contato que tive com este grande artìsta cearense radicado em São Paulo, foi quando eu era uma criança, com uma lata de sorvete da Kibon que tinha um desenho dele. Depois, um original que tinha o Pelé dando uma bicicleta. Esta obra ficava na casa do padrinho do meu irmão, o seu Alejo, que era amigo do Aldemir. Sempre gostei do Aldemir, das cores, do quadro da melancia, do cangaceiro, dos gatos. Como disse um amigo dele na tv, no dia do velório, ainda bem que ele teve reconhecimento e homenagens em vida.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Música ou corrida de cavalos?

O título de capa do caderno cultural paulista já diz tudo: "Bolsa de Apostas". É como um jornal informativo de bairro, que fica alheio ao que acontece fora de seu alcance. Então só existe arte na zona oeste de São Paulo? Mas tem Recife... Tá bom, só porque rolou o manguebeat é que dão atenção. Está bem claro que tá rolando um favorecimento em cima da "nova revelação" , a cantora Céu. Ai atestado de qualidade é vender discos na Europa. Meu amigo esteve recentemente na Europa, tocando com seu grupo de percussão, o Tambores da Serra, que toca ritmos brasileiros por pessoas que tem essas raízes e vivem isso, sem se tornar um fetiche burguês universitário, como forró pé-de-serra da USP, novo samba rock, rap underground e outras bobagens. E ele me disse que qualquer coisa que seja diferente ou brasileira, quando rola por lá, os europeus abraçam, nem sempre por qualidade e muitas vezes, por ser diferente do que já estão acostumados. Ou seja, muitos casos, é o caso do caolho em terra de cego que vira rei.
Aí a imprensa dita especializada negligencia ótimos artistas, como Denise Assumpção, Virgínia Rosa, Ná Ozzeti, Gigante Brasil, e uma lista sem fim. Uma observação sobre o Rap e o Repente. É extremamente equivocado fazer esse tipo de comparação. Uma visão burguesa para as coisas ficarem mais "chic". Pois essa gente que usa essa comparação nunca deu bola pra cultura musical nordestina, inclusive, tratavam como coisa cômica. E outra, Repente é feito com voz e viola. Se fosse Embolada, que é com voz e pandeiro, até dava pra relevar a comparação. Então Repente é legal porquê é o "Rap Brasileiro"? E os novos artístas ditam como influência o Dub, Rap, Afrobeat. Engraçado que são as coisas que estão na moda entre o "pessoal descolado". Aí quando se ouve o trabalho desses artístas, não se encontra essa tal influência enraizada e sim, uma mera referência publicitária, superficial, estética. Então é isso, a qualidade é medida pelo número de venda de discos. Então quer dizer que cocaína é bom, pois vende horrores... "brizola, brizola, vende pra caralho!!!"

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Não deixe o samba morrer!

Bom, nem vou entrar em questão sobre as origens profanas e orgiásticas da festa do rei Momo. Agora o samba pede passagem, nas vinhetas televisivas, nos jingles radiofônicos, nos banners da net. O samba enredo fica em evidência, para o desespero dos "puristas" do samba. Um ou dois anos atrás, saiu uma matéria sobre novos grupos de samba. Na boa, gente que não dava a mínima pro samba, que preferia ouvir lamúrias rockeiras em inglês. Tudo bem se querem curtir isso, afinal de contas, liberdade de expressão. Mas chegam dizendo que samba paulista não existe? Irônicamente no mesmo período, reeditam as obras de Geraldo Filme e Germano Matias, sambistas... PAULISTAS! Sem contar com os notórios Adoniran Barbosa e Demônios da Garôa. E falam que samba de verdade, só a Velha Guarda da Portela, Cartola e tal. Desculpa ae mas o samba está vivo e responde pelo nome de Fundo de Quintal, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Alcione, Lecí Brandão, Almir Guineto, Zeca Pagodinho e muitos outros. Mais uma vez, é o pessoal que chega cantando parabéns depois que já cortaram o bolo...
 
 
Studio Ghibli Brasil