segunda-feira, junho 11, 2007

Tem um porém na XI Parada GLBT... (aê, sem precô)



Concordo plenamente, chega de racismo, machismo e homofobia. Tivemos deploráveis episódios de violência e intolerância por conta destes "ismos". Mas em primeiro lugar, antes do rótulo gay, drag, trans-sexual, travestí, lésbica, "barbie", "urso", etc e etc, tratam-se de pessoas, seres humanos. Todas essas pessoas que são rotuladas com esses adjetivos, junto de outros adjetivos, como punks, headbangers, emos, pittboys, manos, minas, coroas, ricos, pobres, etc, são feitas de carne e osso, cerca de 75% de parte líquida, sendo que um desses líquidos que circulam pelos seus corpos, é sangue, necessitam de oxigênio para respirar e não importa se são fortes ou fracos, altos ou baixos, gordos ou magros, todos morrerão até no máximo cento e poucos anos. Uma simples veia entupida com menos de 5 mm de espessura pode matar qualquer uma destas pessoas, seja qual for o rótulo, adjetivo que se enquadram dentro da sociedade.
Mas tem um grande porém sobre o verdadeiro propósito da Parada GLBT que chega à sua décima primeira edição. Com mais de 3 milhões de pessoas participando deste evento público, não é só alegria não. É uma grande mentira que é um evento 100% do bem, pois como se sabe e foi dito aqui, independente de seus adjetivos, tratam-se de seres humanos, com suas qualidades e falhas de caráter. Não se trata da hostilização preconceituosa de quem não se enquadra no meio GLBT, pois há pré-conceito interno. Gays que não toleram travestis, que não toleram lésbicas, homossexuais que não toleram heterossexuais e por aí vai. Foram muitos os depoimentos de vítimas do pré-conceito reclamando da presença de "gente feia", "gente pobre" no evento "deles". Opa, peraí, se não querem este "tipo" de gente, que façam um evento "private"(como gostam de dizer), e não público, pois as ruas pertencem à todos os cidadãos, sejam "feios" ou "pobres". Houveram casos de brigas e roubos entre os que se enquadram no contexto GLBT, comprovando que ninguém deixa de ser humano. Conheço e tenho amizade com pessoas que se enquadram nos adjetivos de gays, lésbicas, travestís, etc. Já fui há eventos no meio GLBT fora a Parada à convite delas. E em seu "gueto", presenciei as mesmas situações deploráveis que dizem ser exclusivas do "mundo hetero", como brigas, roubos, discriminação racial e social, overdose, tráfico de drogas, vaidade, arrogância, ignorância, etc. Nos arredores da Parada, sempre ocorrem casos de pessoas que são desrespeitadas, sendo agarradas de modo constrangedor e invasivo, pessoas mostrando a genitália em público. Depois ficam se vangloriando que até crianças vão ao evento, mas que belo exemplo para a infância hein? É isso ae, não é tudo um lindo arco-íris.
Tem um lance que é o seguinte, quem exige direitos e acusa defeitos, tem que ter deveres e dar exemplo positivo. Num longinquo tempo da humanidade, quando não existia nem metade destes adjetivos na sociedade, sabias palavras foram proferidas:

"Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão."

* Livro de Mateus, cap. 7

Depois em 1993:

"Take a look at yourself, take a look at yourself, take a one big look at youself..."

* Guru and The JazzMatazz


Nenhum comentário:

 
 
Studio Ghibli Brasil