segunda-feira, janeiro 28, 2008

Moral em baixa pt.2

Os males e as corrupções dos últimos dias
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulheres ingênuas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto a fé; eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles.
- Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, cap.3 v. 1à 9.
Em termos bíblicos, os dias não relatam as 24 horas e sim, de períodos que podem ter mil anos ou mais. Antes de qualquer argumentação, por resistência a estas escrituras que já tem mais de 2 mil anos, se alguém continua a ler este post, tente se despir da pré concepção sobre tudo que se fala sobre a bíblia, a palavra de Deus, visto em que muitos casos, se fala sem ter verdadeiro conhecimento sobre estas palavras. Não estou aqui para impor uma conduta religiosa, tendo em vista que não sigo qualquer tipo de religião e como disse antes, as religiões tendem a produzir efeitos danosos a humanidade. Quem tem olhos e ouvidos atentos depara com os sinais destes tempos, sem misticismo, em termos ecológicos e sociais. Podemos encontrar facilmente a ligação deste texto tão "antigo" ou "fictício" com o mundo contemporâneo, a nossa "gloriosa" Era de Aquário, tão sonhada e proclamada pelos hippies dos anos 60 do século XX.

Moral em baixa pt.1

Moral. S. f. 1. Conjunto de regras de conduta julgadas válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. [Cf. ética (1).] 2. Conclusão moral que se tira duma obra, dum fato, etc. . 3. O conjunto das nossas faculdades morais. 4. O que há de moralidade em qualquer coisa. . Adj. 2 g. 5. Relativo à moral. 6. Que tem bons costumes. 7. Relativo ao domínio espiritual (em oposição a físico ou material). [Cf. mural.] ~ V. ciências morais, morte -, pessoa - e senso -.
"Na moral, na moral, na moral... só na moral..." hahahahahaha! Lembrei deste refrão de uma música que andou circulando pelas ondas sonoras, ouvidos receptivos ou não. Aí está mais uma prova do desconhecimento do significado das palavras. Mas sempre se pode argumentar uma atitude "revolucionária" de se apropriar e fazer outro uso, outro sentido. Ah, a modernidade, não ser reacionário... "moralista"!
Eu mesmo já me encontrei nesta militância de combate ao moralismo, com uma visão restrita nas condutas de pessoas de outras gerações, sem compreender realmente o seu zêlo, sem separar o que era realmente válido no coletivo em termos de aplicações práticas no cotidiano atual.
Ora, ironicamente os mais revolucionários, modernos, liberais, etc., dependem de uma conduta moral. Não? Experimente "ficar" com a namorada ou namorado de seu amigo ou amiga, criticar ou ofender pais de algum amigo ou amiga, invadir o perimetro pessoal de qualquer amigo e veja o que acontece. Em verdade vos digo meus amados conhecidos e desconhecidos, os que defendem uma sociedade sem moralismo, autoridades, deparariam com assassinato, assalto, agressão física e verbal, violência desenfreada em todos os sentidos em qualquer lugar, principalmente nos lares dos combatentes da moral. Vejam só, o anarquismo depende de condutas morais!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

A Love Supreme - Ashley Kahn

Não diria que foi muito tempo e sim, o necessário para a publicação deste livro sobre uma das obras mais comentadas da música e do chamado Jazz.
A Love Supreme exerce até hoje uma forte influência em músicos e ouvintes. É considerada a obra prima de John Coltrane, seu auge junto ao seu chamado quarteto clássico, formado por McCoy Tyner, Jimmy Garrison e Elvin Jones. Eu particularmente vejo o início de um aprofundamento em suas convicções já iniciadas em 1957. Não posso concordar que A Love Supreme foi seu auge, inclusive com seus companheiros que gravaram esta suite em quatro partes, pois não houve declínio, mesmo que fosse mínimo. Não, pelo contrário, houve sim uma evolução urgente, até o fim, até a última vez que pode tocar saxofone. Uma evolução que Elvin e McCoy não puderam acompanhar. A espiritualidade desta obra é sempre muito comentada, talvez muito mais pelo lado emotivo e não espiritual de muitos ouvintes, sem uma real compreensão de sua criação. Não será este livro que proverá o entendimento de sua essência, mas é uma ferramenta a mais. Ashley Khan fez um trabalho sério, esgotou as fontes possíveis, pesquisou muito até chegar a este livro. Foi um trabalho arduo, pesquisando fontes familiares e musicais, do nascimento até sua partida deste plano material. O foco é realmente o processo de produção do disco, o desenvolvimento da obra como composição musical, pesquisa e desenvolvimento artístico, os aspectos técnicos
da gravação, comerciais, inclusive os processos de produção executiva. O texto que Coltrane escreveu no disco já explica muito bem o motivo. Mas para ter compreensão real dele, é preciso de algo que não depende de erudição intelectual. É um louvor à Deus, uma obra gospel. Há muitos meios de entendê-la pela teoria, pela estética, pelo intelecto, inclusive por este livro muito bem resolvido, mas esta compreensão vem pelo espírito. Pena que o departamento gráfico da edição brasileira não pegou o "espírito" da coisa limpando as ranhuras da foto original de Trane...

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Em tempos de guerra, bem, você sabe...

Se o acesso à internet ainda é uma realidade distante para a maioria das pessoas, o tal mundo virtual globalizado ainda é uma fantasia. O que diremos dos nichos culturais específicos? Soam como meros caprichos de pouco valor de uma irrisória fração de pessoas. Torrents, mp3 downloads, etc., parece que estamos desfrutando das maravilhas do mundo moderno, roteadores, bluetooth, wi-fi... A tão proclamada tv digital, um dvd player com preço de 2 dígitos à venda em lojas populares, assim como tv de plasma, celulares com câmera, acesso a net e uma porção de recursos do "futuro". Mas e o conteúdo?
O Brasil ainda não se libertou de costumes coloniais que são inúteis nos dias atuais. Já tinha comentado sobre a realidade realmente palpável para nós, inclusive os paulistanos que transitam em shoppings culturais, salas de cinema, casas de espetáculos, teatros, casas noturnas, bares. Uma vez eu estava tocando clarinete na saída do metrô quando um senhor me perguntou sobre instrumentos de sopro. O senhor em questão era um humilde policial federal prestes a se aposentar, que sempre quis tocar um saxofone, desde pequeno. Mesmo tardiamente, passando dos 50 anos de idade, pensava em comprar um instrumento musical. Sua referência era o Caio Mesquita, mais semelhante a um Kenny G brazuca, muito distante da música que eu estava fazendo alí. Mesmo assim o senhor gostou e conversamos sobre música. Naquele momento, não havia a menor importancia quem era Eric Dolphy, Sun Ra, Art Ensemble Of Chicago, John Coltrane ou até mesmo Charlie Parker. Também menos ainda importava sobre marcas de sopro como Selmer, Buffet Crampon, Yanagisawa, etc. É o nosso Brasil, a nossa São Paulo.
A esta altura do campeonato, é realmente importante ter um disco de vinil versão original da ESP? Em tempos de mp3 e couro de rato na carteira? Ter um toca-discos da Technics? Claro, a liberdade de consumo é garantida, afinal tem brazuca comprando carro Aston Martin, o carro do James Bond, mas isso não chega a meia dúzia.
E um LP original da Blue Note, Impulse, ou até SoulJazz? Bens materiais à parte, a cultura faz bem as pessoas desde que isso não seja usado como meio de se diferenciar dos outros. Ter um iPod, Nokia E65, Nike Air Jordan XX3 e não saber onde é a cidade de Palmas, Rio Branco ou até Porto Velho, é triste para um jovem. E saber quem é Lars Von Trier, François Truffaut, Anthony Braxton, Fela, Morton Feldman, isso realmente é importante?
Mas deixemos de lado estes pormenores e vamos ao que interessa, qualquer um pode ir à uma biblioteca gratuita, centro cultural gratuito, centro de informática com acesso gratuito à internet e pesquisar, estudar, aprender. Mas parece que não há tempo pra isso, pois o YouTube, Fotolog, Orkut, MSN são prioridade. Talvez um Google ou Wikipedia resolva... Vai pensando que tá bom...

sábado, janeiro 05, 2008

Até quando esperar?

Pois é, aí está mais um ano, no discurso é tudo muito bonito, mas no agir ainda continuam os velhos hábitos. Muitas vezes ouví esta declaração, mas uma vez em particular foi me aberto o entendimento sobre ela: "Todo mundo tem seus defeitos". Sim, sem a menor sombra de dúvida, Deus disse que na Terra não se achou um justo sequer. Mas todos tem capacidade de mudar, principalmente quando se reconhecem os defeitos. Olhar no espelho espiritual, sem ninguém por perto... não não, é isso mesmo que você está vendo, você sabe o que está errado, não me venha com essa conversa furada de que é assim mesmo. Não venha falar de "karma" por exemplo, pois ninguém nasceu para ser ruim em qualquer coisa, temos tempo suficiente para corrigir os defeitos desde que haja esforço, perseverança. Pare de colocar a culpa nas pessoas, nas situações, no mundo. Eu mesmo sou e fui usado de "bode expiatório" por pessoas que se diziam minhas amigas. De certa forma permití isto acontecer. Ah, sobre o perdão, sim, é muitas vezes difícil mas nunca impossível conceder o perdão. Mas sem hipocrisia como a maioria faz, perdoa mas não quer ver a pessoa nem "pintada de ouro". O verdadeiro perdão é quando você tem alegria de estar com a pessoa que errou mas se arrependeu. Mas se a pessoa continua no erro e não quer mudar, sacuda o pó da sandália, abençoe esta pessoa e siga seu caminho. Tem muita gente que ainda me culpa de alguma coisa e não sabe que mudei radicalmente muitas coisas no meu viver. Sou melhor que elas? De jeito nenhum! Não sou mais nem menos que elas, mas tomei minha decisão de corrigir os meus erros.
Tem muita gente que vê os erros e situações adversas alheias para se sentirem melhor, sabendo disso ou não. Frases como: "Ainda bem que não sou assim como eles", "Ainda bem que não aconteceu comigo", são perigosíssimas porque podem levar a pessoa à um acomodamento e presunção que poderão acarretar erros ainda maiores do que os dos outros. Um exemplo gritante de hipocrisia nos dias atuais, são os programas de tv que "lavam a roupa suja" em rede nacional, como Casos de Família, etc. Muita gente de bem fica alí vendo a desgraça alheia pra quê? Demonstrar compaixão? Ah, sai dessa! Se não vão ajudar, não fiquem nesse ritual de sado-masoquismo em frente a tv. Olhem no canal "Eu" de suas "televisões internas" e vejam os teus problemas que estão precisando de solução.
"Até quando esperar, até me ajoelhar, esperando a ajuda de Deus". Esta frase é de uma canção famosa do grupo Plebe Rude. Pode haver provavelmente uma ironia de cunho ateísta nesta frase, mas podemos usá-la com verdadeira fé. "Até quando esperar..." Não espere, tome uma atitude, principalmente uma nova conduta. "...até me ajoelhar..." Sim, se ajoelhe como demonstração de humildade e não porque entregou os pontos. "...esperando a ajuda de Deus" Seja extremamente coerente em esperar a ajuda de Deus, pois Ele não moverá uma palha sequer no que você pode fazer, mas tenha certeza que moverá os céus e a terra no que você não pode! Aleluia!
E como diz o personagem Shiro do mangá Preto & Branco de
Taiyo Matsumoto: "Seja feliz, seja feliz!"
 
 
Studio Ghibli Brasil