Ontem assistí o documentário "Daquele Instante Em Diante" sobre Itamar Assumpção, numa sessão gratuita na sala de cinema do shopping Frei Caneca, região central de São Paulo. Não tinha nem metade da capacidade de lotação na pequena sala, talvez pelo horário da sessão, 18:00h de uma segunda feira, em plena capital desenfreada que é São Paulo, onde todo mundo confunde as prioridades da vida, isso é bem compreensível. Não vou falar aqui sobre o já estigmatizado papo de que o Itamar era o artísta maldito da vanguarda paulistana, incompreendido, injustiçado, etc e etc, já chega dessa ladainha, afinal também o Nego Dito já tava bem a pampa dessa conversa. Eu tive a benção de nascer no bairro de Pinheiros, que é encostado do bairro Vila Madalena, onde era comum encontrar pelas ruas, pessoas, como o próprio Itamar, Gigante Brasil, Piriri, Raul de Souza, Jr. Blow (pra quem não sabe, um dos pioneiros do hiphop no Brasil), grafites da Rainha do Frango Assado, bares como o falecido Paulicéia, a loja do selo Lunário Perpétuo, O Lira Paulistana, a sala Rock Show no Calcenter, a Feira de Vila antes de se tornar (ou se vender) o que é, a mesma coisa com a feira da Benedito (blergh!1000X). Ainda encontro a Suzana Salles andando por aqui, mas este bairro já não é mais o mesmo desde o fim dos anos 90, quando um padrão escroto tem transformado tudo numa sucursal dos Jardins, com padarias de luxo, condomínios de "alto padrão"(+ um blergh 1000x) e outras porcarias. Então Itamar para mim é tão natural, como as orquídeas que ele gostava de cultivar em seu quintal. Um amigo e vizinho de bairro, gostava muito do Itamar, tinha todos os discos, misturados aos lp's de heavy metal e grindcore e isso era tão natural, enquanto o microcosmo moderninho descolado tinha pavor das "coisas" cantadas em língua portuguesa, em plena era pseudo grunge, indie ou sei lá o quê. Bom, agora tem uns espertinhos de plantão que estão querendo vampirizar o Nego Dito, acreditando que estão descobrindo a América e tal, mas isso também não é nenhuma novidade chocante. Olha, foi legal mesmo ter visto o documentário pelos registros, pelo Itamar. Como cinema, tem um lance que me incomoda, sei lá um lance meio estranho do tal do novo cine brazuca, mas isso é minha opinião restrita e particular. Não fizeram mais do que a obrigação de registrar o cara, ele merecia. "Como eu não pensei nisso antes?" Agora é tarde... ...deixa de conversa mole...
terça-feira, julho 19, 2011
Itamar Assumpção (Por quê não o perceberam antes?!)
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