A guitarra no estilo musical que denominaram jazz ganhou destaque e uma linguagem notória com Charlie Christian e foi se desenvolvendo, ganhando força e reconhecimento com Wes Montgomery, Herb Ellis, Django Reinhardt, Joe Pass, entre muitos. Também se tornou um instrumento enfadonho e perseguido por muitos como sinônimo de exibicionismo desnecessário e o engraçado é que ninguém questionou o que Charlie Parker e Coltrane fizeram em seus saxofones, aliás, Charlie Christian desenvolveu sua linguagem que se tornou fundamento do instrumento no jazz, baseado na técnica do saxofone. Eu em particular prefiro os guitarristas do rock do que os do jazz, nunca fui lá muito chegado nos guitarristas de jazz conhecidos na sua forma mais, digamos, tradicional. Aquele timbre limpo e aveludado não me atraia de maneira alguma e num comentário mais grosseiro, achava uma tremenda chatice. Aí vieram os guitarristas do chamado fusion e muitos infelizmente uniram o que tinha de mais chato no jazz e no rock, depois nos anos 80, veio a era dos super guitarristas, que adicionaram a destreza das técnicas da música erudita, as dificílimas composições para violino de Niccolo Paganini, com glissandi e arpeggios usados de forma um tanto quanto exagerada causando mais repulsa pelos guitarristas.
Bem, mas graças ao chato do Herbie Mann, as coisas mudaram, pois descobriu o talento de Sonny Sharrock que veio para mudar radicalmente a sonoridade do instrumento no jazz. Mesmo ainda predominando os guitar heroes com suas asas de pavão, temos sonoridades muito mais interessantes, como Keiji Haino, Marc Ribot, Jeb Bishop, etc.
Apesar de pessoalmente detestar um certo sub-gênero do jazz que serviu de inspiração à umas das maiores baboseiras ligadas ao estilo, o chamado acid jazz (vai ver que o tal do ácido derreteu o cérebro) o disco Alive! de Grant Green possui uma das melhores versões de Sookie Sookie, composta por Don Covay.
Grant Green nasceu em St. Louis, Missouri em 06/06/1935. Teve sua primeira performance profissional aos 12 anos de idade e suas principais influências musicais foram Charlie Christian, Charlie Parker, Ike Quebec, Lester Young, Jimmy Raney, Jimmy Smith e Miles Davis. Sua primeira gravação foi com o saxofonista Jimmy Forrest, contando com Elvin Jones na bateria. Foi apresentado à Alfred Lion do selo Blue Note por Lou Donaldson, considerado o pai do Soul Jazz (que foi a base do acid jazz) e iniciou uma profílica carreira com inúmeras gravações sob sua direção. Muitos consideram Grant Green como o herdeiro direto de Wes Montgomery e o pai do acid jazz, tendo sua música imortalizada nos samplers décadas depois. Clique na imagem para acesar o arquivo.
quinta-feira, março 29, 2012
Grant Green - Alive! (1970)
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