Não diria que foi muito tempo e sim, o necessário para a publicação deste livro sobre uma das obras mais comentadas da música e do chamado Jazz.
A Love Supreme exerce até hoje uma forte influência em músicos e ouvintes. É considerada a obra prima de John Coltrane, seu auge junto ao seu chamado quarteto clássico, formado por McCoy Tyner, Jimmy Garrison e Elvin Jones. Eu particularmente vejo o início de um aprofundamento em suas convicções já iniciadas em 1957. Não posso concordar que A Love Supreme foi seu auge, inclusive com seus companheiros que gravaram esta suite em quatro partes, pois não houve declínio, mesmo que fosse mínimo. Não, pelo contrário, houve sim uma evolução urgente, até o fim, até a última vez que pode tocar saxofone. Uma evolução que Elvin e McCoy não puderam acompanhar. A espiritualidade desta obra é sempre muito comentada, talvez muito mais pelo lado emotivo e não espiritual de muitos ouvintes, sem uma real compreensão de sua criação. Não será este livro que proverá o entendimento de sua essência, mas é uma ferramenta a mais. Ashley Khan fez um trabalho sério, esgotou as fontes possíveis, pesquisou muito até chegar a este livro. Foi um trabalho arduo, pesquisando fontes familiares e musicais, do nascimento até sua partida deste plano material. O foco é realmente o processo de produção do disco, o desenvolvimento da obra como composição musical, pesquisa e desenvolvimento artístico, os aspectos técnicos da gravação, comerciais, inclusive os processos de produção executiva. O texto que Coltrane escreveu no disco já explica muito bem o motivo. Mas para ter compreensão real dele, é preciso de algo que não depende de erudição intelectual. É um louvor à Deus, uma obra gospel. Há muitos meios de entendê-la pela teoria, pela estética, pelo intelecto, inclusive por este livro muito bem resolvido, mas esta compreensão vem pelo espírito. Pena que o departamento gráfico da edição brasileira não pegou o "espírito" da coisa limpando as ranhuras da foto original de Trane...
quinta-feira, janeiro 17, 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Parabéns pela postagem.
Acredito que voce leu o livro para posta esse comentario.Exite uma deixa no meio dos admiradores do jazz que o fazem ser elouquente nas suas interpretações e ideias.Este livro mencionado veio trazer isso, apesar da tradução brasileira,deixar a desejar na sua etmologia(Li a versão em ingles).
Muito obrigado, mas vc tem razão, as traduções as vezes não são precisas ao captar o contexto
Postar um comentário