
Eis que se encontra o amigo de meu amigo aniversariante, o autor da arte acima, sim, o Jaca. Muito conhecido no meio dos quadrinhos, de leituras como a finada revista Animal, as publicações Tonto ou como muitos dizem, o mito dos quadrinhos underground. Até meu amigo recebeu esta denominação, por conta de suas personagens, como a Vesga, Morsa, Tomate Ladrão(o meu preferido).
O que me chamou a atenção sobre o Jaca, foi o que escreveram à respeito dele recentemente, numa matéria generosa em uma boa revista inclinada a chamada arte. Sobre esta questão do que chamam de "dom artístico" e "injustiça do universo"(será que se refere ao bom e justo Deus?), vamos desmitificar: Thomas Alva Edison disse com autoridade e sabedoria uma frase que meu professor de desenho, pintura e história da arte na faculdade nos repassou: "Na arte, é 99% de esforço e 1% de talento".
Pois é, a arte produzida por M.C. Escher, Ornette Coleman, John Coltrane, Pablo PIcasso, Jaca, Schiavon, Hayao Miyazaki, Katsuhiro Otomo, Osamu Tesuka, são feitas para as pessoas apreciarem e também incentivarem, não para nutrirem um dos mais baixos sentimentos humanos como a inveja. O que comprova a frase do inventor da lâmpada incandescente, era o que Trane fazia, praticava saxofone mais de 10 horas por dia, Otomo, Tesuka e Miyazaki debruçavam em suas pranchetas de manhã até a madrugada e por aí vai. Sei que a intenção era elogiar, mas isso não justifica nutrir, mesmo que sem intenção, tal sentimento abominável. Ora, a questão é simplesmente tomar vergonha na cara e se esforçar e mesmo que não se alcance o mesmo nível destes artístas, terá criado algo de valor. Exemplo? Ramones, muita gente fala que é música de retardado, que qualquer um pode fazer igual e blá, blá, blá... Os Ramones não se comparam ao que Mozart fez, mas fizeram história, influenciaram milhares de pessoas, sua música toca nas rádios e tv's até hoje e principalmente, emocionam!
Voltando ao Jaca, não posso dizer que o conheço, afinal poucas palavras em cerca de duas horas não dá pra conhecer ninguém de verdade. Mas a impressão que ficou foi de uma boa pessoa, agradável e simples, nada haver com o que escreveram sobre ele. Um cara que tem prazer em comer um simples bolo de boteco, sim aqueles que sempre ficam no balcão do bar e só os tiozinhos do povão comem, conversar sobre coisas comuns, como animais de estimação num bate papo sereno.

Os jornalistas pensam que estão prestando um bom serviço, deixando suas imaginações criarem textos romantizados sobre muitos fatos e pessoas e muitas vezes acham que é uma boa homenagem. Um artísta de bom caráter não quer se colocar em um nível superior, ele não acha que sua arte é mais importante que um pão francês de padaria. A sua arte é consequência de sua vida, seu cotidiano, mesmo que baseado em um mundo onírico. O bom artísta só quer compartilhar o fruto do seu trabalho, como se compartilha um pão de torresmo.
Um comentário:
Muito obrigado, irmão.
O recado para os bobocas é que o medo é o oposto da fé.
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