quinta-feira, junho 11, 2009

A cultura automobilística no Brasil (estão ensinando bem a criançada...)

Muitas pessoas vão dizer que é radicalismo, mas se pararem para refletir sobre este assunto, talvez encontrem sentido para este ponto de vista. A imagem acima é de um filme de animação em 3D que esteve pelo circuito de cinema e até já foi veiculado na tv aberta. Muita gente gostou do filme, tem todos aqueles apelos para cativar as crianças e os adultos, para aprovarem o consumo pelos seus filhos. Mas existe aí uma mensagem inclusa que não é lá muito saudável: o gosto demasiado pelos carros. Não é de hoje que isso acontece, nem existia a animação 3D mas tinha um fusca que só faltava falar. Desenhos animados com corridas de carros e outros carros personagens que foram produzidos por uma cultura do automóvel. Não se pode afirmar categoricamente que estas produções foram encomendadas pela indústria automobilística, já para "educar" os futuros consumidores de seus produtos, mas esta suposição não seria absurdamente surreal. Eles já tinham este valor cultural no que era só um meio de transporte, as cidades giram em torno do culto aos automóveis, chegando ao ponto de existir uma cidade com o apelido de Cidade do Motor.
E os pais não deixam por menos ensinando estes valores aos filhos, valores machistas e consumistas que podem formar um adulto extremamente problemático no futuro. Como se não fosse o suficiente as armadilhas e lavagem cerebral do aparato das indústrias, com os mecanismos publicitários. O pai ensina o filho a gostar do carro como se fosse um ente querido, passando boa parte de uma manhã de fim de semana lavando e embelezando o carro, batizando até com um nome como se fosse um ser vivo. Incentiva a criança a gostar de assistir corridas de F1, stock car, ao invés de buscar outras atividades (isto também acontece com o futebol, que deixa de ser um simples esporte e se torna uma seita religiosa). Já ví pela tv pai e filho que vão a diversos lugares para admirar, tirar fotos de carros feitos pela Ferrari. Você acredita mesmo que esta admiração não causa nenhum dano? O sujeito vai passar a vida toda se conformando em olhar, tirar fotos, quando em especial vai no salão do automóvel e consegue sentar ao volante no stand de exposição e vai se conformar com isso? Pior é que vai, pois a esmagadora maioria das pessoas não possui pelo menos U$ 400.000,00 para comprar o brinquedinho. E isso gera uma frustração interior e um conformismo por não ter outra solução, já que não dá pra ficar milionário num piscar de olhos.

E a triste realidade para estas pessoas e também seus filhos, muitas vezes é se muito, possuírem um carro como o das fotos abaixo:

O mundo do consumo não tem misericórdia de ninguém, ou você tem ou não tem e ainda classifica você em uma escala de A à E, não importando quem você seja de fato. Um objeto que era para ser um benefício, para facilitar a vida de uma pessoa, acaba se tornando sua fonte de frustação e infelicidade e isso que não estou levando em conta que um veículo motorizado nas mãos erradas e despreparadas, pode se tornar tão eficiente quanto uma metralhadora AR-15 ou Kalashnikov 47.
Os mesmos que reclamam do trânsito em São Paulo, muitas vezes compram 3 carros para burlar o rodízio de veículos e incentivaram seus filhos a cultuarem os carros. E depois falam de sustentabilidade, qualidade de vida...

6 comentários:

Unknown disse...

Sou obrigado a descordar completamente de você. Sou uma pessoa que está no meio da "cultura automobilistica" e sei como é. Nunca foi colocado na minha cabeça, eu nem sabia falar e ja estava pendurado no volante do carro. Você reclama, pois não sabe o que é a parceria que há entre as pessoas desse meio, vc aprende, vc ensina, vc ajuda e há muita diversão. Discordo de rachas ilegais nas ruas, mas vc não sabe qual é a emoção e adrenalina de acelerar um carro turbo em uma reta, ou levar um carro ao seu máximo em uma curva até vc fazer isso. POde parecer besteira, mas é algo que realmente liga as pessoas e nunca, jamais, vou considerar meu carro como meu ente querido, mas é sim algo que me liga a eles, é algo que eu, meu irmão e muitos amigos gastamos tempo juntos. Não vou arrumar mais argumentos para te convenser, mas antes de criticar, tente entender um pouco dessa cultura e me diga o que acha. Abraço.

Unknown disse...

Obrigado Diego por visitar este blog. Você tem todo o direito de discordar, é o livre arbítrio. Eu escrevi baseado em pessoas que conheci e um deles foi meu vizinho e piloto profissional de stock car e faleceu em alta velocidade numa estrada e ele gostava de fazer o que deveria fazer nas pistas, em ruas da cidade. O texto não fala deste meio e sim de um pensamento de consumo. Também falo de outros amigos que esquecem de ajudar a família para equipar seus automóveis. Se você tem prazer nesta adrenalina e nesta parceria que existe no meio automobilístico, e isso não é mais importante que as pessoas, tudo bem. Mas eu encontro estas coisas na Casa de Deus, onde a adrenalina é substituida pelas experiências espirituais com Jesus, com os testemunho e milagres(se é que crê nisso) e o aprender e ensinar com a Palavra de Deus eu também enontro lá. O que me liga às pessoas é a comunhão no Espírito Santo, o amor em Cristo que temos um pelo outro. No mais Diego, que o Amor de Deus, a Graça de Jesus e as doces consolações do Espírito Santo estejam para sempre em sua vida.

Unknown disse...

Antes de tudo, não é porque tel pessoa morreu porque corria que todos morreremos, acredito que as pistas de stock car tenham estrutura para pronto-atendimento e que acidentes infelizmente acontecem. Assim como há pessoas nas igrejas que são radicais ou que roubam os fiéis da igreja e eu, felizmente, tenho a cabeça aberta e sei que não são todos assim.
Não é pela questão da adrenalina e acho que você no fim das contas acabou confundindo as coisas. Ao contrario do que seu preconceito diz eu não sou um inconsequente e muito menos um ateu. Ja tenho Deus em minha vida, sempre tive, antes mesmo que uma igreja me dissese o que eu deveria fazer. Abraço.

Unknown disse...

Que parte vc não entendeu? "O texto não fala deste meio e sim de um pensamento de consumo. Também falo de outros amigos que esquecem de ajudar a família para equipar seus automóveis" foi o que escrevi. E também disse "Se você tem prazer nesta adrenalina e nesta parceria que existe no meio automobilístico, e isso não é mais importante que as pessoas, tudo bem", não estou confundindo nada, vc é que não prestou atenção no que escreví. Vamos fazer assim Diego, ignore este blog, aqui não é um lugar para compartilhar da mesma opinião que a sua, já que é um simplório blog dentre os milhares que existem na net. Mas vc insiste em ver o que não foquei no texto, não é a comunidade automobilística e sim a indústria automobilística que não está nem aí para vc e seus amigos. Este mísero blog tem haver mais é com música e dentro de alguns focos específicos, dificilmente serão postados assuntos ligados aos automóveis como cultura e muitos menos exaltá-la. Se eu sou uma pessoa pré-conceituosa que está confundindo as coisas, que não te compreende, me perdoe pela minha falha e te agradeço por ter visitado este blog. Deus te abençoe.

Unknown disse...

Desculpa te encomodar, eu nunca havia lido o blog, achei essa postagem no google por acidente, ignore meus comentarios. Abraços.

Unknown disse...

Fique em paz Diego.

 
 
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